“Canalhas!
Canalhas! Canalhas!”... não
me importa a autoria e o contexto...
“Canalhas!
Canalhas! Canalhas!”
Este não
é um texto em defesa do Governo Dilma... pra ficar claro aos que ainda entendem
que existem apenas dois lados: o do governo e o da “oposição.”
Ao final
deste dia, com uma conjuntura já definida há tempos, não foram poucos os
textos, crônicas e análises políticas, somados aos inúmeros documentos de apoio
à presidenta afastada Dilma Rousself (mas sem a perda de direitos – o que é o
tiro no pé ao pensarmos em Eduardo Cunha).
Talvez,
e portanto – considerando o tamanho deste picadeiro de terra batida e lona
furada de circo – não iremos acrescentar muita coisa, ou observações melhores.
Mas,
inxiridos que somos, ainda assim faremos.
Sapo e Escorpião: www.revistamda.com.br |
Diz a
lenda que, certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira
de um rio. Educadamente, disse “Sapinho,
meu amigo. Você poderia me carregar até a outra margem deste rio?”, ao que
o sapo respondeu: “Eu seria um tolo, se o
fizesse, pois irás me picar, ficarei paralisado e vou afundar!”. Mas, retrucou
o escorpião, dizendo “Tolo seria eu, caro
Sapinho, pois se eu o fizesse, afundaríamos os dois!”.
Era uma
lógica da qual o Sapo se convenceu e, assim, concordando, colocou o escorpião
nas suas coisas e começou a atravessar o rio, ao que, repentinamente, sentiu um
frio seguido de intensa dor. O Escorpião havia cravado-lhe seu ferrão.
“O que fizestes?”, exclamou o Sapinho. “Morreremos afogados os dois, agora! Por que me picastes?”.
“Sinto muito”, respondeu o Escorpião... “É
minha natureza!”.
A parábola,
claro, é conhecida, inclusive pelos que se vestem de escorpião, ao observamos o
cenário que hoje se findou... aparentemente.
Conseguiu
ferrar o sapinho (e não estou fazendo expressão comparativa ou alegórica,
apenas sendo fiel a parábola) e se safar do afogamento. Experiente escorpião (agora
é expressão comparativa alegórica), não apenas sabia como fazer para não se
afogar, como acomunou-se com uma boa dúzia de aves de rapina (e um escorpião de
helicóptero) para suspendê-lo antes de afundar.
Os que
estavam com o sapinho, que se fossem com ele.
Sobre o
golpe Parlamentar, nada de novidade... até mesmo para o nobre senador por
Rondônia, Acir Gurgacz...
– Ou
seja, Russo... Senado tal qual Câmara de Deputados... tudo farinha do mesmo
saco... (Strovézio).
– E por
falar em farinha...
Senador
que foi pego em flagrante helicóptero com 500 kg de pasta básica de cocaína
votou...
Senador
que conseguiu quebrar o próprio recorde de presença no Senado (o Aécio, três
dias seguidos) votou...
Senador,
caladinho, que perdeu o cargo de Ministro da Casa Civil por denúncias graves e
de explícito interesse de acabar com a Lava Jato (Romero Jucá), votou...
– Da
Lava Jato, não sabemos nem se os carros da presidência estão limpos (Strovézio).
– E a pois,
meu caro Palhaço.
Senador
aos montes, respondendo a processo por corrupção (e, portanto, com uma enorme
OBRA de “Conjunto da Obra”) votaram...
Aquele
senador que tem sua história marcada pela defesa da Educação (o Cristovam
Buarque), esse nem merece destaque.
Votos
que se justificaram por dizerem que “Dilma só falava a mesma coisa” (em que
pese as perguntas serem as mesmas) e que Deus era testemunha daquele momento
(palavras da advogada de acusação e, portanto, colocando Deus em nome da Lei...
tô lascado de vez).
Ao que
tudo indica, 61 votos (e não descartaria os outros 20) foram dados por homens e
mulheres que, pelo cargo que ocupam (mesmo com as considerações acima), são homens
e mulheres de bem.
Pois
bom...
Imagem: representação de Plínio na Catedral de Como (Itália)
|
Diz-se,
na literatura acadêmica, que o conceito romano de “orador” é, em síntese, o
homem por excelência e, assim, Catão definiria que o “homem de bem (vir honrus)”,
é o homem “hábil na arte de falar”. Não faltaram desses no Senado Federal.
Neste “conjunto
da obra”, é como observarmos o político de nosso país, pois é ele, segundo a acepção
romana, o homem expresso como orador e, assim, “é o verdadeiro político, o homem nascido para administração dos
assuntos públicos e privados, capaz de reger um Estado com os seus conselhos,
de estabelece-lo mediante leis, e de reforma-lo pela justiça” (Quintiliano,
citando “Plínio, o Moço” – Obras Compleas de 1853)...
Enfim,
este seria o “homem de bem”.
Portanto,
bastaria aos nobres senadores e senadoras, todos/as eles/as, se reportarem à
sua inquestionável qualidade de homens e
mulheres de bem para defenderem seus votos. Talvez (mas não) nos poupariam
de tamanha verborragia hipócrita.
Mas, o
que nos preocupa é o que vem por aí.
Na pauta
do governo temer-nosferatus, o que já é claro e público: ataque brutal aos
direitos da Classe Trabalhadora, a entrega das riquezas em sua totalidade (tava
quase) para os interesses estrangeiros, a destruição do Estado brasileiro, o
mais rápido possível e a proteção ao capital.
Do que
veio, durante mais de ano, constituindo este cenário que se configura hoje, as
investigações e o combate a corrupção, estarão de vez enterradas... Nenhum
dominó cairá...
Idiotas
de Panelas na mão, camisas da CBF e o escambal “ilharão” em silêncio profundo e
consentido.
As Leis
que se seguirão no Congresso, cada vez mais violentas... e acreditem, podem ser
mais que já as são.
– E os
professores e professoras da Universidade Pública ali, quietinhos, num “Não é
comigo!” da gota... (Strovézio).
– E a
pois de novo, meu nobre palhaço... um “e a pois” de indignação com os meus
pares mais próximos.
E ainda
virão as eleições municipais e as articulações entre “golpistas” e “golpeados”
em quase DOIS MIL municípios...
Vislumbramos
sem “visionaríces” o que está por vir, com mais uma citação da história:
A
Comédia de Plauto – Os Cativos – um dramaturgo romano do período republicano de
antes de Cristo, narra o diálogo de um escravo que tinha a função de “capitão
do mato” da época a prisioneiros que, antes disso, eram cidadãos. Algo como
pensar na nossa burguesia silenciada que, antes, tinha pelo menos o voto como
algo de valor.
Um senhor (direita) e seu escravo (esquerda) numa flíax (espécie de drama burlesco). Cratera siciliana, c. 350 – 340 a.C.. Museu do Louvre, Paris |
“Desde
que esta é a vontade dos deuses, é necessário que vos submetais à vossa
desgraça. Não há outra maneira de torna-la menos penosa. Sei que éreis de
condição livre, mas, uma vez que, agora, sois prisioneiros, fareis mais ligeira
a nossa servidão se vos mostrardes mais submissos à vontade do amo. Um amo
jamais se equivoca; até o mal que os fez deve ser olhado como um bem”.
Se Deus foi
testemunha do Julgamento de Dilma no Senado... Se a ideia de democracia é nos
submetermos ao que virá, como prisioneiros do que o Capital (Meios de
Comunicação, Latifundiários, Empreiteiros, Banqueiros etc.) determina... Se o
que vimos é a mais nobre e verdadeira expressão de certeza política, econômica
e jurídica de nosso país... e a tudo isso querem que agradeçamos...
A Luta
nos Convida! Talvez mais do que nunca, nos últimos tempos...
Venham Todos!
Venham
Todas!
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Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira