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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cor...




            O ano era 1994...
            Em terras Pernambucanas a pouco mais de um ano, o violão ainda não era uma presença constante. Sempre estava comigo em função de empréstimos da amigos.
            Também era o ano e o período de uma perda irreparável e que o Universal Circo Crítico ainda deve sua justa homenagem e história.
            Vivia de certa maneira, um período de nostalgia e reflexão, pois caminhava ara a conclusão de meu curso superior e, com a aproximação deste período, a decisão de retornar à São Paulo ou permanecer em Recife... Sabia posterior decisão de permanecer em Recife.
            Sobre a nostalgia, ainda as lembranças fortes da minha vida paulistana, amores e amizades mas, seguidas das reflexões que mostravam os desafios que PE e o Nordeste, dia-a-dia, me impunham e, quase que militantemente, me perguntavam: “o que queres? Com o que te identificas? Qual o aprendizado que queres continuar a ter?”.
            Assim, naquele período, e vivenciando uma distância amorosa inquietante, um grande amigo/companheiro da época meio que disse: “Hei fera, leva o violão p’ra tua casa, que este final de semana a gente se junta lá p’ra uma rodada”... O violão foi comigo e, como sempre o fazia e continuei fazendo, coloquei no colo, papel e caneta do lado, busquei a melodia, dedilhei e depois acariciei as cordas na melodia encontrada, cantarolei...
            A melodia era daquela leve, “simplesinha”, sem os meus apreciados gestos e gostos meio progressivos, de mudança de ritmo e coisa e tal... Talvez por isso o nome desta canção de tempos atrás tenha sido tão... monossilábica.
            Apresento “Cor”

“Eu queria entrar em teus sonhos /  e talvez descobrir o que eles dizem. /  Ou estar sentado nas asas de um avião /  todo desenhado numa folha de papel. /  Sobrevoar tuas estrelas.
 Eu queria ler teus pensamentos / e poder escrevê-los em um livro. / Ficar sentado sobre uma caixa de fósforos / e com uma colher ,/ secar o oceano./ Só p’ra te esperar.
 Eu queria entrar em teus olhos / e poder ver o que eles vêem. / O sol nascente na margem do horizonte / ou nossos nomes na areia. / Posso escrevê-los?
 Eu gostaria de tocar seus lábios / e tentar descobrir os teus desejos, / molhados a espera de um refrigerante./ Mas o seu sorriso é quem me chama. / O sol já repousou atrás de nós.
 Vamos desenhar com uma só cor.
 Eu queria entrar em teus sonhos...”

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira