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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 12 de maio de 2009

O Universal Circo Crítico... Como um bebê que chora...

Era 1985...
O contexto daquele período já relatei em outras passagens musicais minhas, de minha adolescência e/ou juventude.
Em 1985 eu inaugurava minha convivência “mista” na escola (o ensino médio, então colegial), haja vista até o final do ensino fundamental (então 1º grau) a convivência escolar era apenas entre meninos.
Porém, realmente não era o que denominávamos de “rankado” (de ranking) na escola. Afinal, eu tocava um violão, jogava um futebol (lembro que eu era o terceiro goleiro do time de futebol da escola, mas o único entre eles que encarava a lateral esquerda vez por outra) e um vôlei regulares. Era bom mesmo na corrida de longa distância, o que me proporcionava instantes de glória apenas na “Olimpíadas” – o certo é Jogos Olímpicos – da escola.
Mas foi também naquele ano que o pequeno projeto do Afã parecia “sementar”. Éramos eu na guitarra e vocais (na verdade, um violão com captador), o Sandro Ricardo no Baixo (sim, tínhamos um baixo) e o Eduardo na bateria (o mesmo Eduardo que acompanhou o Afã mais adiante). Tínhamos um repertório meio Ultraje a Rigor e algumas coisas que fazíamos. Duas canções nossas: “O último por-do-sol” (minha mãe adorava... coisa de mãe) e “Super Zé Kid” (uma canção em que tentamos ser irônicos).
Bom, com quinze anos, os hormônios se manifestando (infelizmente, nunca atendidos naqueles anos de colégio misto), os sonhos de banda de rock e o cotidiano de treino de remo e atletismo no hoje quase falido Clube de Regatas Tietê, minhas viagens musicais iam além do grotesco repertório do (nunca batizamos o grupo, p’ra falar a verdade) “Sociedade Anônima”. Dentre elas, e como bom adolescente introspectivo que era, uma canção feito no silêncio de meu quarto, meio que falando à família, meio que tentando encontrar o caminho de minhas canções.
Confesso que essa tinha um “quê” de Pink Floyd e, assim sendo, não valeria pela originalidade melódica. Fazia parte de meu crescimento, nunca me incomodei com essas “inspirações”. Valeu para a escolha da qualidade de minhas melodias futuras.
Apresento: “Como um bebê que chora”

“O que se passa comigo? / O que se passa com o mundo? / No céu, as estrelas não brilham mais. / Sou como um Bebê que chora.
Onde se passa a festa? / Eu não possa ver a festa. / Os fogos são bombas coloridas / de um bebê que chora.
O salão está vazio. / A música toca e não tem ninguém / p’ra dançar comigo. / O céu está se abrindo. / A tempestade inversa leva consigo / as lágrimas puras, / de um bebê que chora.
A vida é irreal. / O mundo é real. / Amor é fantasia.
Mamãe me chama: ‘P’ra casa’. / Papai assiste à TV. / No quarto, lágrimas afogam o berço. / Por quê é que o bebê chora? / A cada ilusão eu choro. / Com uma arma na mão eu posso matar. / Papai, por favor, ache um desenho. / Pois o bebê chora. / Mamãe, por favor, guarde suas lágrimas. / Pois o bebê chora. / Pois o mundo chora. / Pois eu também choro.”

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

P.S.: Lembrando que as letras estão registradas em cartório comum. Não vale a pena “plagiar”. E, pensando bem, são letras subjetivas, não comerciais.