RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 26 de novembro de 2016

Lá vai o Comandante...







“Uma revolução
        não é um mar de rosas!
 É uma luta de morte
 entre o futuro e o passado!”
 (Fidel Castro)





Eduardo Galeano, em sua obra de crônicas sobre o Futebol (“Futebol ao sol e à sombra”), escreveu seguidamente, à cada texto sobre as Copas do Mundo a partir de 1962 (Chile), enquanto descrevia o que acontecia no mundo, a seguinte expressão:
“[...] Fontes bem informadas de Miami anunciavam a eminente queda de Fidel Castro, que ia despencar em questões de horas”...
A versão que tenho deste livro termina com a Copa do Mundo de 2002 e, sobre o contexto daquele ano, a mesma expressão:
“[...] Fontes bem informadas de Miami anunciavam a eminente queda de Fidel Castro, que ia despencar em questões de horas”...



Finalmente as fontes bem informadas, 54 anos depois, acertam sua estratégia. Foram mais de 10 presidentes norte-americanos... Mais de 600 tentativas de atentados à sua vida. Outras tantas tentativas de invasão bélica, midiática, contra-informativa e o escambal... Mas não tiveram nada a ver com este pseudo-sucesso. 
E Fidel parte, e o faz de "morte pela vida".

E, parece ao nosso humilde picadeiro de terra batida e lona furada de circo, que assim se seguiu pela longa história da Revolução Cubana, a história do Comandante Fidel Castro.
Dirão, os incautos, que não conseguem encontrar seus heróis e celebra-los (o fazem com artistas, lhes é suficiente...):
“Era um Ditador!”
Mal sabem o significado da palavra Revolucionário...

Um Revolucionário, dialogando com Maximo Gorki, luta constantemente contra os interesses do Capital e da Propriedade Privada dos meios de produção... Um revolucionário luta, intensamente, contra a exploração do homem pelo próprio homem (principalmente quanto este explora em nome do capital).
Fidel liderou um país em revolução. Porque ela nunca acaba e porque continua a enfrentar os interesses mais escusos, os valores que, ‘ao mal” verdade, sacrificam milhões e milhões de seres subjugados à mínima tentativa de apenas sobreviverem... um dia após o outro.
Em discurso na ONU, em 1979, Fidel assim iniciava sua oratória:
“Fala-se muito em Direitos Humanos, mas faz-se necessário falar dos Direitos da Humanidade. Por que tantos andam descansos para que outros andem em seus automóveis?”...


Aqueles incautos dirão, certamente, que os automóveis vem pelo mérito (como se o “desmérito”  fosse apenas responsabilidade de seus próprios sujeitos) e não se darão ao trabalho de ouvir o discurso por inteiro. É assim que agem: criticam e esperneiam contra o que não conhecem...



O Universal Circo Crítico amanheceu entristecido... e já dissemos aqui em alguns “Lá vai...” que poucas vezes choramos lágrimas corridas em nosso rosto, para uma despedida...

Assim, hoje, é com Fidel.
Sua despedida, claro, nos deixa a grande lição.
Não conseguiram derrota-lo... Não conseguirão derrotar-nos!
Morre a morte morrida, não a morte matada... Morreu de tanto viver!

Suas ideias seguem em vida!
Sua história segue presente!
Suas lições expressas em todo um povo e em todos/as os/as comunistas do mundo seguem firmes, fortes, concretas, coerentes e verdadeiras.

– FIDEL CASTRO!!!! (Strovézio)
– PRESENTE! (Todo os artistas do Universal Circo Crítico)
– COMANDANTE FIDEL!
– SEMPRE PRESENTE!

Celebramos Fidel!
Vida Longa, Vida Longuíssima, Fidel Castro...

Venham Todos!
Venham Todas!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O Patrulhamento Ideológico...


“A Liberdade de Imprensa é também uma das principais palavras de ordem da ‘democracia pura’. Os operários sabem e os socialistas de todos os países reconheceram-no milhares de vezes que esta liberdade é um engano enquanto as melhores impressoras e os estoques de papel forem açambarcados pelos capitalistas, e enquanto subsistir o poder do capital sobre a imprensa” (Lenin)

... o que dizer, então, dos Picadeiros de Circo mundo afora...
Foi esses dias... falamos do mau uso do termo “Doutrina”, como se fosse uma coisa de uma única expressão ideológica... Algo como “O comunismo é uma doutrina ideológica”, mas o capitalismo não.
Só faltam dizer que o capitalismo é “naturalmente humanizador”... mas não é doutrinário.
Como estamos atuando firmes (e não somos os que mais fazem isso) nas ocupações (Escolas Públicas, Universidades, Institutos e, em alguns lugares deste país, as Câmaras Municipais), é claro que também entendemos mais o que significam os ataques que elas estão recebendo. Daí, as ocupações são, tipo, “coisas do mal” e quem luta contra elas são “coisas do bem”...
Além destas participações e os entendimentos advindos delas, nosso picadeiro de terra batida e lona furada de circo também não fugiria da responsabilidade e compromisso para com sua manifestação em favor delas. E assim o fazemos. E nem achamos que somos tão bons assim... Afinal, somos um picadeiro de terra batida e lona furada de circo...
E somos um picadeiro tão pequeno...
Nem acreditávamos que incomodávamos tanto assim.
Afinal, existem blogs mais atentos, dispostos ao debate dia-a-dia e todos os dias. A gente aqui mal dá conta de sistematizar nossas viagens.
E até temos umas viagens que a gente curte fazer.
O que dizer da “batida” que nossa Circembléia recebeu recentemente?


– Tá na hora de convocar mais uma, Russo. Até porque o causo aqui é sério... Estamos sendo vigiados (Strovézio)...
– É vero, Strovézio... É vero...
– Também, né? Com os buracos na nossa lona, é facin, facin a gente ser vigiado...
– E a pois, Strovézio... E a pois...


Pois bom.
Mesmo sendo um espaço tão singular, tanto quanto humilde... com “tão poucos” seguidores, ainda que sempre bem visitado nos dias de “espetáculo” (nossas publicações). Mesmo sendo o Universal Circo Crítico um espaço bastante intimista, até, como é nossas “Conversas ao Pé de Ouvido..”. Ou os nossos sempre presentes “Discursos de Formatura...”.
Nem sabemos, na verdade, se nossos recentes “Escutei por aí...” tem, de alguma maneira, aumentado o roll de “escutantes” dos artistas que conhecemos.
Em nossa humildade, desde 2008, ainda assim curtimos muito este espaço. Mais ainda, sempre recebemos com carinho, afeto e cambalhotas (vide, de novo, “O Circo Pegou Fogo”) até os que discordam da gente.
E eis que chega o dia em que Patrulhamento Ideológico chega em nosso picadeiro. Não nos surpreende, claro, o medo de assinar o nome, de assumir suas palavras, de dizer quem é... Em síntese: um covarde!



Pois bom... ou nem tão bom assim.
Assim como expressamos acerca da “Doutrina” – palavra que fica mais perigosa quando mau usada – rapidamente identificamos o Patrulhamento Ideológico o mesmo princípio: ele se dá sem neutralidade. Ele não “Pertence” a um lado ou outro.

O Nazismo exercia o patrulhamento ideológico...
O Stalinismo exercia o patrulhamento ideológico...
O Macartismo norte-mericano exercia o patrulhamento ideológico...
Assim o fazem os Partidos Políticos, à direita e à esquerda...
Assim o faz a Religião...
Assim o faz nossa 99% Mídia Brasileira e suas poucas famílias...
Assim o faz, também, até mesmo a Universidade. Afinal, este que aqui escreve já escutou a baboseira “reivindico que não se estabeleçam fundamentos ideológicos nesta comissão”, quando compus uma destas dentro da Faculdade.


E nem por isso concordamos com ele, pois segue exatamente o caminho contrário do bom debate e da disputa ideológica que se dá por ele.
Sim, a disputa é ideológico, nós chamamos ou aceitamos os debates para construir e estabelecer nossos argumentos, defende-los e convencer as pessoas sobre o que pensamos.
E o fazemos no mais humilde aprendizado marxiano (de Marx), na constante vigilância em recusarmos o conforto do consenso. O fazemos como “o bom debate” e “o bom combate”. O que somos, e entendemos que é necessário sermos, é VIGILANTES... e somos vigilantes conosco mesmo.
Mas, nunca é de menor importância denunciar... Afinal, parafraseando Mercedes Sosa cantando Victor Jara, o monstro é grande e pisa forte.


Ainda assim, o Universal Circo Crítico recebe esta mensagem com um misto de preocupação (sempre vigilantes) mas, também, sem perder a graça:

– Oooooopa, que é com a gente!!! (exclama Strovézio aos demais palhaços).
– Bora, Simbora! (palhaços em côro)
– Palhaços deste humano e bravo Picadeiro, o que diz o texto?
– “Nunca li tanta merda escrita”...(palhaços em côro).
– Leria nosso ligeiro visitante ao “falado”?????
– Nããããããoooo... Se ele leu era porque estava escrito!!!! (palhaços em côro)
– O que mais, nobres palhaços?
– “vou printar esse teu texto e colocar no meu banheiro para ele ser útil”...  (palhaços em côro).
– O que dizer, meus nobres camaradas de revolucionárias cambalhotas?
– LER É IMPORTANTE EM QUALQUER LUGAR... APROVEITE ! ! ! !

Não recuaremos... não importa o medo que vocês têm de nós...
Sempre seremos mais!

Venham Todos!

Venham Todas!

PS.: Tentamos remendar os buracos da Lona... Será que melhora?


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Jesuscracia...

“Nós vamos tirar Jesus da cruz
 porque o rapaz está pregado
 naqueles pedaços de pau
 há mais de dois mil anos
 Vamos deixar ele com os pés
 e as mãos livres
 que ele vai pular, dançar
 virar cambalhota
 e fazer muito melhor.
 Mas é muito melhor!
 (...)
 Vamos tirar Jesus da cruz...”
 (Jesus – Ney Matogrosso)

Eu era criança... dentre várias memórias (são realmente muitas) daqueles tempos, lembro das fileiras no início das aulas, antes de irmos todos à sala de aula.
Em colunas, com o Padre (um pedófilo) a nos ensinar a fazer o sinal da cruz e rezar o pai-nosso. Todos os dias, antes das aulas, lá estávamos. À frente, uma imagem de Jesus crucificado.
A figura de Cristo, na cruz e outras imagens, suscitou durante toda minha infância e adolescência muitas coisas e outras tantas eram perguntas que não sabia onde buscar respostas. Algumas delas vieram com o tempo, a Militância e as Lutas.
Mas, uma em particular, sempre se fez presente: o cara tinha cabelos cumpridos. Pelo menos essa versão ocidentalizada e branca de Jesus. E eu sempre quis ter cabelos cumpridos, dentre outros motivos (o rocl’n’roll entre eles), por conta dele.

– Vão te corrigir, Russo... por conta Dele...o Cara (Strovézio)
– É, meu caro Palhaço... cada qual com sua forma de respeitar...
Pois bom...

O tempo passou, seguimos nossas vidas, nossas diferentes aproximações e distanciamentos da religião (uma instituição), mas nunca nos distanciamos de nosso constante aprendizado de Amor à humanidade. Aliás, cada vez amadurecendo esta capacidade humana.
Neste picadeiro de terra batida e lona furada de circo, a solidariedade, o “amor ao próximo”, os vários “não...” dos 10 mandamentos passou a se tornarem (e se transformarem) em valores de humanidade concreta, de verdadeira prática social, a que entendemos ser o nosso critério de verdade.
Entramos na militância político-partidária, vivenciamos nossa experiência profissional em espaços públicos, voltamos nossa atenção à docência, dantes na Educação Básica, hoje no Ensino Superior...
E, no meio de tudo isso, uma estranha sensação de que o blá-blá-blá “futebol, política e religião não se discutem” passou por um tal silencio (modo de falar) que, agora, são três instituições poderosas. E, mais ainda, articuladas.
Que o diga o perfil parlamentar Brasil afora que, cada vez mais, suas casas legislativas veem sendo ocupadas por pastores de distintas manifestações cristãs. E, mais ainda, com a clara postura de “cristanilizar” a política e o estado brasileiro.
Em tempos atuais, nenhuma novidade.
Mas...

Quem aqui não se lembra do tal “Gladiadores do Altar”? Uma expressão da articulação entre Religião e Política e, portanto, de Estado... que precisa de um Exército. Acho que foi lá pelas bandas de 2013, 2014 que testemunhamos os primeiros vídeos deste movimento.
Num dos vídeos que pesquisamos, a seguinte mensagem:
“Direto da Igreja Universal, de seus quadros da Força Jovem Universal, a reinvenção dos camisas marrons (mas com uma doutrinação distinta daquela) preparados para mais uma missão de destruição do inimigo, aqui, na República Evangélica do Brasil”...

– República Evangélica do Brasil? Eita, já não bastava o “Estados Unidos do Brasil” do José Serra?
– Esse daí é um idiota, ignorante, Strovézio... mas os tais Gladiadores e quem os “doutrina” são bem mais perigosos.
O vídeo – e são vários – é esse daqui.



Digam o que quiser, mas até uma tal Pastora Elza Carvalho, elogiando este movimento, o caracterizou como... MILICIA. Que irá guerrear e só haverá um vencedor. E não acho que é apenas uma “expressão verbal forte”.
Já em 2013, havia circulado uma imagem pelas redes sociais, assim que o Pastor Marco Feliciano – aquele, que tentou estuprar uma assessora em seu apartamento funcional, este ano... caso bem abafado pela imprensa, o seu partido, os comparsas partidários e uma tuia de “pessoas de bem” deste país – assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Nesta imagem, expressões para as eleições que se aproximavam (2014... e deu certo):
“Nas próximas eleições, vote apenas em candidatos cristãos. Com nossa maioria no legislativo, vamos ungir o Brasil em nome do Senhor e convocar uma Assembléia Constituinte para dar ao Brasil uma CONSTITUIÇÃO CRISTÃ!”...
E completa:
“Não esqueça que Deus vigia teu voto! Vamos transformar o Brasil em uma JESUSCRACIA!”.





Os Partidos na imagem, à época, negaram fazer parte de tal campanha. Mas não a repudiaram. Já as “inscrições religiosas” não. Pelo menos, não encontrei nada neste sentido.
Esta imagem voltou a circular as redes sociais atualmente. Sem sequer o cuidado de rever a chamada inicial, haja vista o tal deputado não ser mais o tal presidente.

República Evangélica do Brasil... Constituição Cristã... Deus vigia meu voto (e eu achando que ele era secreto)... rumo a uma Jesuscracia...
Preocupante?
Com a palavra, o Deputado Federal pelo PTdoB do Rio de Janeiro...



– Presidente Michel Temer, assim manda o Universal Circo Crítico dizer para ti! (Strovézio).
– Manda, Strovézio... parafraseie o pseudo-deputado federal...
– Recua, capacho de marionete do Capital! Recua, pilantra... o Comunismo virá com força e vigor! Assim Será! (Strovézio)
– Assim será! (Todos os nossos artistas).

Somos ateus, graças a Deus... nosso picadeiro é laico, o que quer dizer que todos e todas são, verdadeiramente, bem vindos. Desde que não tentem tocar fogo e destruir nossa lona furada e saibam curtir nossos debates e espetáculos de maneira fraterna e franca.
Mas, cá pra nós... esse papo de Jesuscracia que anda rondando por aí, com seus Gladiadores e suas bancadas legislativas, além da clara intenção de tornar o país um país Cristão (voltaremos às trevas das fogueiras?) é um perigo assustador, sim. É expressão sine qua non de um fundamentalismo cristão, em que o direito de não o ser (cristão) passará a ser crime e punido sabe-se lá de que maneira.

Já dissemos que este país não é para amadores.
Já dissemos que as coisas estão muito estranhas...
Mas a sensação de que não conseguimos mais sequer ver o fundo do poço é cada vez maior.

Mas não recuaremos...
Ousar Lutar!
Ousar vencer!
Não é mera palavra de ordem...

– Russo...
– Diz aí, Strovézio...
– Aceita Jesus? Tá geladinho...
– Opa, manda aí...
– Também tô dentro...
– Jesuuuuuuuuuuuussss!!!!!!!!





É... vale pelos palhaços daqui...

Avante!

Venham Todos!
Venham Todas!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Doutrina...






“Nossa missão não é divulgar a doutrina...
 ... mas é fazer você crer por meio da doutrina”
(no final a gente fala).




Está cada vez mais complicado manter o nosso humilde picadeiro em ação... funcionando... no tempo certo...
E não é a toa.
Ataques todos os dias, os dias inteiros, a cada um dos direitos da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que o tapete da política, da justiça, da imprensa e o escambal brasileiras fica cada vez mais entulhado de sujeira... e eles nem ligam.
Mas a juventude anda dando o recado, andam mandando bem na resistência... Sabíamos que a juventude iria resistir...
Já havia dado seus ares em 2013, ainda que vários e divergentes setores da sociedade terem pego carona, na história.
Daí, ninguém achava que iria rolar, a imprensa cumpria direitinho o seu papel de “silenciador dos fatos” – e tanta gente não percebe isso ainda – até quem em 2015, a estudantada avança nas escolas de São Paulo, ocupam tudo, ganham apoio da sociedade, artistas e demais personalidades...o governo tucano paulista recua... nem tanto, mas recua.
Avançam os ataques do então governo temer, capacho de marionete do capital... avançam seguindo a mesma regra, o mesmo formato de camaradagem da mídia e tals.
– Oooooooopa, opa, Russo... “camaradagem” não. Isso é coisa de gente suja, não de camaradas... (Strovézio)
– É vero, Strovézio, estás correto

Pois bom.
O fato é que este ano, os estudantes foram a vanguarda da luta. Particularmente este picadeiro de terra batida e lona furada de circo assim entende.
E vimos as ocupações... nas escolas, nas universidades, nos institutos federais. E são ocupações esclarecedoras, que inclusive desmascaram a opacidade e hipocrisia de alguns “doutores” Brasil afora.

– Bora, Russo... diálogo teatral curto!
– Bora Strovézio... Eu sou o doutor, tu és o “não-doutor-como ele”...
– Fechado!
...
– Precisamos nos organizar e encaminhar a greve, antes que destruam a Universidade! (conclama o “não-doutor-como-ele”).
– Eu sou contra... (“o Doutor”)
– Por que?
­– Por que greve não ajuda nada, só prejudica os estudantes. Precisamos de outras formas de reivindicação (ainda “o Doutor”).
– Pessoal, pessoal... os estudantes aprovaram em assembleia que vão ocupar a Universidade.
– Eu sou contra (de novo “o Doutor”).
– E por que? (o “não-doutor-como-ele”).
– Por que ocupar a Universidade não ajuda nada, só prejudica os estudantes que querem estudar... Precisamos de outras formas de reivindicação (“o Doutor”).

Incrível... Já não basta os ataques, a ferro e fogo, ainda temos que aguentar isso.
Pois bom...

E nestes tempos de lutas intensas e forte resistência, eis que a “doutrinação” vem se levantando como palavra perigosa. É uma maluquice no estilo da “ideologia de gênero” que uns idiotas fantasiados de “legisladores” Brasil a fora inventaram para criar resistências a mínimas políticas de proteção a mulher e aos direitos civis de pessoas homossexuais.
A Doutrina acompanha mais ou menos esta linha de idiotice.
E eis que surge uma imagem e, nela, uma “convocação”.




É incrível como um movimento (meia pataca, mas poderoso e manipulador) consegue cometer tamanha estupidez consigo mesmo.
Diz a mensagem:
“PAGAMOS 50 REAIS para alunos que obtenham vídeos de professores DOUTRINANDO alunos durante e dentro de sala de AULA de qualquer curso”.
Ainda que a frase seguinte destaque “político-partidária” (ainda que não deixe claro se há “distinções” partidárias nesta menção), é interessante com o que o MBL faz com a palavra mãe DOUTRINA.
Será que desconsidera a existência de “doutrinas religiosas”? Cristãs e, nestas, as doutrinas católicas, evangélicas, espíritas?
Por mais que nós defendamos (e defendemos) que as escolas, com atenção às públicas, não realizem orações de qualquer espécie, quer na entrada dos alunos, quer nas aulas – porque escola pública é laica – não me parece que os “garotos” do MBL irão pagar cinquentinha a quem filmar professor clamando pai-nosso ou seus correspondentes.

E o que dizer da “doutrina jurídica”? A expressão clara da sistematização e explicação de temas relativos à matéria do Direito... que, aliás, envolve a filosofia, a ciência e até o empirismo e, portanto, reúne um cabedal de princípios e diretrizes que, no final ao cabo, definem a aplicação da Lei... em tese, igual para todos.
Segundo o MBL, os cursos de Direito seriam todos, absolutamente todos, fechados. E, na outra ponta da corda, os Ministros do STF se limitariam a meras votações com a mão levantada... e em silêncio.
Em que pese o fato de muito juiz neste país ficaria muito a vontade atrás das grades...



E na Economia?
Ah! A Economia, a expressão central de sua organização: Movimento Brasil Livre vem, à bem da verdade, do princípio Liberal de Economia. Apesar de não saberem muito bem, defendem as bases liberais de Adam Smith, pai do liberalismo.
E é realmente incrível: o Liberalismo é um Doutrina Econômica, também conhecida como “Economia Política”.

– Russo... então...
– Então o que, Strovézio?
– Se é para filmar quem está doutrinando em sala de aula, qualquer professor que fala que “forma para o Mercado de Trabalho” (A “Ilha” tá cheio destes aí), vão pagar cinquentinha...
– Isso, Strovézio...
– Vão falir...

A Filosofia, a Economia, a Política e até a Religião possuem doutrinas. E são antagônicas entre si... mas a possuem.
À despeito da desculpa esfarrapada de “combater o marxismo”, o “bolivarianismo” e o escambal, tropeçam nas próprias idiotices e fazem do conhecimento uma expressão cada vez mais superficial.

Porém...
Por trás desta idiotice, coisas perigosos andam o submundo das lutas dos estudantes.
É a “Doutrina do Ouvi Falar”...



As escolas, assim como os Institutos Federais e as Universidades ocupadas, continuam a receber apoio... inclusive de artistas.
E a estupidez (não mais idiotice) toma conta.

– Russo... a última Doutrina.
– Diz aí, Strovézio.
– A Doutrina da Idiotice, que, filosoficamente, significa estares desconectados da realidade que o cerca e acreditar em tudo o que a aparência determina que é. Ensinado e transmitido, é a ideia básica da aparência. Por isso, Doutrina.
– É, Strovézio.... tempos perigosos.

A propósito...
A nossa epígrafe refere-se a Jesus: “mas é fazer você crer em Jesus por meio da doutrina”... A imagem? Doutrina do esquecimento...

Venham Todos!
Venham Todas!

Ocupemos e apoiemos as ocupações!