RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um pouco de Música: Sonata ao Luar





“Os músicos utilizam 
de todas as liberdades
que podem”
(Ludwig Van Beethoven).



            Muitas vezes escutei “Sonata ao Luar” de Ludwig Van Beethoven e, há indícios, não foi assim chamada pelo próprio quando a compôs.
            À bem da verdade, nunca fui um conhecedor de Beethoven, mas esse extraordiário músico alemão, junto com outros autores e compositores da música clássica, se fizerem presentes em minha vida durante anos.
            Em minha infância e parte da adolescência, um piano baú e um violão Del Vecchio (uma das melhores acústicas que conheci, guardada minha limitada história musical), faziam parte do acervo musical de minha casa.
            Mas, a história, as andanças, as lutas, as opções, os lugares que passei e o lugar que escolhi ficar me levaram, fisicamente, cada vez mais longe daquela casa, daquele piano e daquele violão.
            Deles, talvez algumas das músicas que essa Lona Furada de Circo e o saudoso ArcaMundo (http://arcamundo.blogspot.com, onde escrevi durante um tempo) tenham sido compostas em parceria deles: o piano (“Os sinos de Londres”) e o violão (as canções do também saudoso Afã, a banda de rock deste andarilho e aprendiz de Lutador do Povo).
            Também as memórias, já decantadas neste picadeiro, as quatro mãos no piano, a tocar “Asa Branca”, com mainha.
Beethoven, segundo um de seus críticos mais sérios, resumiria sua obra como expressão de liberdade: política, artística, de escolha, de credo e de outros aspectos da vida. E é incrível como as inspirações subjetivas sempre se fazem presentes em nossa vida.
A melodia de Beethoven, em minha casa em São Paulo, tocada por mainha possivelmente inspiraram-me justamente a busca pela liberdade. Não uma liberdade individual (ainda que assim ela tenha começado), mas a liberdade do povo que, para ser livre, precisa também da arte... da música...
Mesmo clássica (aos ouvidos da nossa desqualificada indústria cultural e seus produtos lançados no mercado “sonográfico” que martela nosso ouvidos todos os dias), a música de Beethoven é revolucionária. Até porque parte dela foi composta quando sua saúde o “aprisionava” naquilo que, certamente, tentava torturá-lo: a surdez.
Há, na minha vida, lições diretas, indiretas (mas presentes) e subjetivas em meus aprendizados de Lutador do Povo. E espero que continue assim: de repente, um novo aprendizado.
Vendo mainha (a quem o tempo, a distância e as idéias nos “desaproximou”), mesmo que na contradição do silêncio de nossos contatos, aprofunda minha certeza de estar na luta certa, na trincheira justa, ao lado de bravos Lutadores e Lutadoras de Povo (termo que não me canso de falar)... assim como o silêncio fez da música de Beethoven sua, bem possível, mais importante contribuição à história da humanidade...

Viva Beethoven!
Viva Mainha!

Venham Todos!
Venham Todas!
(sssshhhiiii.... ela vai começar...)


Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira
           

sábado, 22 de setembro de 2012

Greve nas Universidades... Acabou?





 “Um passo à frente
e você não está mais
no mesmo lugar”
(Chico Science)

            Nossas artistas estão convictos e a história da humanidade já nos deu muitas lições, como a que as Universidades vivem hoje: derrotas, assim como vitórias, nunca são permanentes.
            Ambas, como já refletimos inúmeras vezes em nosso Picadeiro, nos trazem lições, o tempo todo e, de tempos em tempos, novas lições.
            Nas vitórias que já clamamos, resgatamos, celebramos, sempre seguimos com uma bandeira histórica de Lutadores e Lutadoras do Povo; “Vida Longa!”...
            As derrotas, mesmo as mais difíceis, aquelas em que as perdas (inclusive de vidas) são incalculáveis, também assim declamamos: “Vida Longa aos Lutadores e Lutadoras! Vida Longa aos que tombaram, porque tombaram resistindo!”.
            Ao ver o fim de 4 meses de greve de docentes nas Universidades e Institutos Federais de Ensino deste país, o Universal Circo Crítico não tem dúvida: perdemos momentaneamente, porque não conseguimos fazer valer as nossas reivindicações históricas. Ao contrário do que a Imprensa Burguesa deste nosso país publica, não houve, nos aumentos escalonados para os próximos quatro anos, qualquer conquista salarial, não apenas dos docentes, mas de todo o serviço público federal. No máximo, tivemos um “deixamos de perder mais para perder um pouco menos”.
            As Universidades continuarão com limitadas condições estruturais, ainda que reconheçamos que a Universidade Pública e os Institutos Federais de Ensino tenham crescido e se espalhado neste país. Mas crescem na seguinte lógica: “primeiro, ponham mais alunos em sala de aula e, depois, nós daremos mais professores e material”. E a lógica da “sala de aula” como o espaço privilegiado para a formação ganhou mais força por parte do governo. Isso implica em perdemos condições para qualificar a pesquisa e a extensão, bem como a pós-graduação, nas nossas Universidades.
            A autonomia de nossas Instituições Federais de Ensino também está profundamente ameaçada: é o governo que pretende assumir a avaliação dos docentes, o que implica em um risco histórico de sermos (enquanto docentes) avaliados por quem estiver, a cada quatro anos, no poder.
            Mas, o que mais enojou nesse processo foi a forma como o governo encerrou as negociações com os docentes em greve. Assinar um acordo com uma Entidade que representa uma pequena fração de docentes (e que, nesta pequena fração, também fora derrotada em suas assembléias) e, pior ainda, não reivindicou nada é a demonstração inequívoca de que a velha frase “quer conhecer o homem, dê poder a ele” está absoluta em sua verdade histórica.
            Aos nossos artistas e público, apenas para entender esse último ponto, propomos uma pequena experiência lúdica e criativa. Um jogo, que funciona da seguinte maneira: leia a história abaixo e troque as personagens, o tema, o lugar.

            As crianças do bairro querem jogar Queimado no campinho da praça, mas o horário que normalmente está liberado é o do “esfria sol” (das 10 às 15 horas). Assim, as crianças recorrem ao Presidente da Associação de Moradores do Bairro para que elas possam ter um horário melhor para jogar Queimado.
            O Presidente da Associação então chama os jovens que jogam futebol na quadra, no horário que as crianças gostariam de jogar Queimado, e pergunta-lhes se eles estão insatisfeitos com os horários da quadra.
            O “dono da bola” do futebol dos jovens diz que não, que está tudo bem, que a comunidade está satisfeita com os horários de futebol, mas diz que vai fazer uma “consulta” sobre a situação.
            O “Dono da bola” e seus colegas entram no Facebook, se manifestam e “curtem” e chegam a conclusão de que os horários têm que ser mantidos para o futebol dos Jovens. As crianças, do Queimado descobrem o perfil no Face, não curtem e denunciam para a comunidade que a forma de consulta não é democrática e não leva em consideração as suas reivindicações sobre o uso da Quadra.

            O Presidente da Associação (que gosta de Futebol e não gosta de Queimado) chama os jovens e eles assinam um Regulamento de uso da Quadra que os prioriza a partir das 16 horas e à noite, quando conseguirem a Iluminação na quadra:
            – Primeiro vocês aumentem a quantidade de jovens na quadra jogando futebol e depois e coloco a iluminação.
            Os jovens aceitam, assinam um Acordo e um Regulamento com o Presidente da Associação Comunitária e encerram o assunto.
            As crianças ocupam a quadra no horário das 16 horas em diante, querendo que tanto o Presidente da Associação do Bairro quanto os Jovens voltem a conversar, com elas também, sobre a melhor e mais democrática maneira de organizar os horários da quadra.
            A crianças são “tocadas” da quadra e o futebol volta a acontecer normalmente...
Mas as crianças não irão desistir, pois crescerão e saberão o quanto é importante continuarem mobilizadas – mesmo que não joguem mais Queimado por um tempo – a defender o direito das crianças do bairro jogarem o que quiserem na quadra.

            Legenda:
            O Presidente da Associação do Bairro é o Governo Federal;
            O Dono da Bola é o PROIFES;
            As Crianças são o ANDES/Sindicato Nacional;
            A Quadra é o Ensino Superior Federal;
        O Jogo de Queimado é a reposição salarial, o Plano de Carreira e a Estrutura das Universidades e Institutos Federais;
            A Iluminação da quadra é o REUNI...

            E Vida Longa à Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação Brasileira. A greve está suspensa... o que é bem diferente de ter terminado.

            A nós, uma nova lição, parafraseando Fernando Sabino: a certeza de estaremos sempre começando... a certeza de que é preciso continuar o que sempre começaremos... a certeza de que poderemos sempre ser interrompidos antes de terminarmos...
            Venham Todos!
‘Venham Todas

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Da Arquibancada: Paralímpicos, paraolímpicos e outras histórias...





Refletir sobre o esporte
 para além das configurações
 táticas e técnicas
que lhes são próprias
e tendo o mesmo
como expressão singular
para pensarmos fenômenos
mais gerais da sociedade
(do Camarada Blogueiro
Wellington  Araújo
esportemrede.blogspot.com)



            De quatro em quatro anos, acontece... um espetáculo, transmitido ao vivo aos quatro cantos do mundo
– Redondo e, portanto, não tem canto!!! (diz o nosso palhaço)
– ok, meu artista preferido... deix’eu continuar...
De quatro em quatro anos, a Mídia Esportiva (até a mais “especializada”... economicamente, claro) mistura Jogos Olímpicos com Olimpíadas e repete a mesma baboseira sobre a Bandeira Olímpica (que ela representa os cinco continentes, aff!).
De quatro em quatro anos, também, escutamos às vésperas dos Jogos Olímpicos (portanto, durante as Olimpíadas) que “O Brasil esse ano vai bombar e tem a seguinte capacidade de medalhas!”... Só esquece de considerar que mais de 200 outros países também estão preparando seus atletas, nas modalidades esportivas mais particulares e de suas especialidades.
Daí, as competições conhecem os/as outros/as atletas, as medalhas não saem, começam a comparar o Brasil com outros países: 
– Como assim, ficarmos atrás de Jamaica, Irã, Cuba – égua do imperialismo – Nova Zelândia e quase colado com Etiópia e Belarus???). Ah! Em 2008 ficamos atrás da Etiópia, Quênia e de Belarus... Ufa! Ultrapassamos!!!
E, claro, se manifestam nossa mídia tupiniquim (que, vez em sempre, se veste de Partido Político – mas não admite) e os parlamentares surfistas que querem destinar recursos públicos com suas fotos do lado, anunciando: “A escola e as aulas de Educação Física, as quadras deterioradas, a falta de material são culpados! Vamos fazer mais quadras, material de qualidade para que possamos, nas aulas de Educação Física, formar os nossos atletas e ganharmos mais medalhas”.
O CONFEF (eca! Palavrão no picadeiro!!!!) aproveita o vácuo: “Precisamos de profissionais de Educação Física devidamente registrados no Sistema... (não vou falar de novo)!!!”.
E por cerca de 10 dias, com mais ou menos tempo em reportagens, a depender do interesse midiático e do poder público, o tema vai se seguindo. Envolve COI, COB, até a CBF e a FIFA (é muito palavrão) entram no meio...
Eis que começam os Jogos Paraolímpicos... Jogos Paralímpicos... e não entendo mais nada (claro que entendo, só tô provocando).
Primeiro, num abuso de gramática impressionante, começam a chamar os Jogos Paraolímpicos ou Paraolimpíadas de Jogos Paralímpicos ou Paralimpíadas (sem o “o”), só para adequarem o termo brasileiro as ditames das línguas estrangeiras. Tem um texto legal em http://esportemrede.blogspot.com.br/2012/09/paralimpico-haja-bobagem-e-submissao.html
Segundo, que o Brasil começa a desbancar medalhas atrás de medalhas. Em 2012 fica em sétimo (entre 165 país participantes e 63 “medalhados”), junta 43 medalhas (à frente de Etiópia, Quênia e Belarus!!!) e uma tuia de perguntas saltam aos olhos:
Por que a Record, que comprou os direitos de transmissão... não transmitiu?
E relaxa! Nenhuma outra emissora de TV aberta do país – que adoram discursos de inclusão – iriam transmitir também... Nadica de nada!!! A manifesta postura hipócrita de nossos meios de comunicação que acabam por ratificar que o Esporte Moderno que lhes interessa é o de pessoas SEM qualquer mínima deficiência.
Assistir os Jogos ParaOlímpicos ainda revelava a falta de conhecimento de narradores e comentaristas. Não conheciam os atletas, não falavam de suas marcas para chegarem aos Jogos ParaOlímpicos, não diziam “quem é quem” das competições, não chegavam nem perto da mesma qualidade de informações que davam durante os Jogos Olímpicos, poucos dias antes.
E as quadras, as escolas públicas, a Educação Física, os professores (PROFESSORES!!!!), material didático-esportivo? Não são piores para as crianças com deficiência?
Nadica de nada de novo, nenhuma matéria que explicasse porque a mesma estrutura de Escola Publica, Aulas de Educação Física, acessibilidade aos espaços das práticas corporais etc. que impede a formação de atletas olímpicos não impede a formação de atletas paraOlímpicos.

E o apoio, como será? 


É assim o Esporte no Brasil, na mídia esportiva, na nossa Imprensa Tupiniquim (mesmo em tempos de “Partido Político Golpista” enrustido).
Quem quiser contribuir com o debate, nossa Lona Rasgada sempre está a disposição.

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS: apenas para registrar: nossa enquete sobre os MegaEventos no Brasil é pública e democrática. O Universal Circo Crítico se posiciona contra. Quem pensa o contrário, não deixe de se manifestar, certo? Por isso, também, nosso Circo é Universal.

Um pouco de música...




            Há tempos nosso Picadeiro e nossa Lona rasgada se manifesta pela música. As canções que este viajante já compôs (e retornará a compor) e suas histórias. As canções que falam de Pequenos Lutadores do Povo que saudamos e aqueles de celebramos nossa despedida.

            A música, mais do que um espaço do Universal Circo Crítico, inclusive nas epígrafes, é parte inerente de nosso picadeiro e nossos artistas.

            A música celebra nossas lutas, nossos amores, nossas amizades, nossas conquistas e nossas temporárias derrotas. Com a música, celebramos nossos caminhos e descaminhos.

            A música também conta e canta história que não conhecemos, mas que estão marcadas na história da humanidade e, para nós, sobretudo na história de trabalhadores/as, de campesinos/as, de militantes que seguiram lutando intensamente ao lado do povo explorado do mundo, tombando nestas lutas ou vivendo para contá-las e juntar forças contra aqueles que as criaram.

            Há tempos, também, como vários espaços que nosso picadeiro já “inventou” (Conversas ao Pé de Ouvido, Lá vai..., da Arquibancada etc.), já pensávamos em falar de música, de cantadores e cantadoras, solos ou em coletivos, com instrumentos o apenas com suas vozes.

            Porque ao longo da existência não apenas do Universal Circo Crítico, mas da vida deste brincante aprendiz de lutador do povo, a música contraditoriamente corria em minha vida, em meu coração, em meu sangue. Corria em tempos outros, em que a música não era, à bem da verdade, algo para investir-se profissionalmente, quando de meus tempos adolescentes.

            Era realmente uma estranha contradição, pois a música (assim como o teatro, a poesia, a literatura) sempre tão presentes na vida de minha família, de certa maneira, foi secundarizada, foi apresentada e permitida como um “algo a mais”, não essencial, apenas para ser sempre presente.

            Segui minha vida assim... realizado sem realização perante a música, como se quase ela fosse meu mundo mais precioso.

            Talvez um dia consiga, realmente, gravar minhas canções, com a ajuda de músicos mais próximos, amigos, companheiros. Mas até minha canções são apenas parte do quanto a música me ensinou e me ensina todos os dias.

            E é assim, anunciando, como nunca fizemos antes, que iremos falar da música que nos constrói todos os dias, dia-a-dia, noite e dia.

            Não iremos falar dos seus cantores, artistas, quem são, quem deixam de ser, quando gravaram, quem compôs e coisas do gênero. Não... pretendemos apenas falar das canções e suas lições e, também, apresentá-las aos nosso grande público e artistas e que nosso picadeiro também seja um espaço para aprendermos sobre outros cantadores e suas músicas.

            Por hora, apenas anunciamos: também falaremos de música!

Cantem Todos!

Cantem Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Da Arquibancada... O que os voluntários apóiam...






Ainda há gente que não sabe,
quando se levanta,
de onde virá a próxima refeição
e há crianças com fome
que choram.”
(Nelson Mandela)


... mas a Copa é mais importante.




            Já falamos sobre isso...
            Á bem da verdade, nosso espaço não fez muita questão de pesquisar mais sobre os números envolvidos na campanha para inscrição de voluntários da Copa 2014. Mas, nos corredores, dos diálogos aqui e ali, as manifestações demonstram que até convencemos (quando nos perguntam, principalmente... não sei porque, mas é raro isso acontecer), mas, ainda assim, muitos de nosso público se inscreveu.
            O nosso picadeiro e nossos artistas sempre manteve e manterá sua postura de aprendiz, mas de Lutadores/as do Povo. Vez em quando, pensamos nas posturas de flexibilidade, que são mais temporais do que permanentes, e a tomamos. Por outro lado, há posturas que precisamos, não apenas por princípios, mas em defesa da verdade, da vida, dos Direitos Humanos, não cedermos um passo sequer.
            E apesar de termos temas mundo afora bem mais gritantes, bélicos do início ao fim, provedores da fome e da miséria, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos escondem coisas, mentiras, roubos muito mais vis do que nossa pretensa “van filosofia” possa imaginar.
            Daí, a nossa ousadia... nossa comparativa ousadia.
            Já denunciamos (ou ajudamos a denunciar, haja vista nosso circo ser bem humilde em termos de seguidores – atingiremos 100??? – público e visitantes, mas sempre estamos aqui) as violações dos Direitos Humanos, particularmente, em relação à moradia, com o despejo de famílias e comunidades inteiras no Rio e nas capitas da Copa 2014 pelo Estado Brasileiro, algumas com ordem de despejo para o dia anterior.
            Já denunciamos (idem) a submissão que o Governo, com o apoio e incentivo de nossa rede de comunicação tupiniquim (a imprensa golpista de sempre, que só falta registrar no TSE para assumir-se de vez como Partido Político), à Lei Geral da Copa, a expressão mais vil da submissão de um Estado e da soberania de seu povo aos interesses privados (http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2012/05/da-arquibancada-e-lei-geral-da-copa.html).
            E, logo após o lançamento da tal campanha “Voluntários da Copa”, também fizemos nossas vozes soarem, ousando uma caracterização desta campanha com a formação de novos escravos... de luxo, mas escravos (http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2012/08/da-arquibancada-trabalho-escravo.html). Quase 100 mil inscritos e a AGU já denunciou a falta de transparência nos gastos com a Copa.
Gostaríamos muito, mas muito mesmo, que as greves dos trabalhadores do/no Maracanã e dos demais Estádios em reforma ou construção, além da justa reivindicação salarial e outras garantias, fossem também em defesa das famílias despejadas de suas casas só para que as Cidades-sedes garantam o deslocamento daqueles que pagarão (e muito, visse “voluntários”?!?!) para assistir aos jogos da Copa e, nos anos seguintes, os Eventos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“Cruzamos os braços! E manteremos os braços cruzados até que os despejos cessem e as casas sejam reconstruídas!!!”...
Mas, a necessidade imediata de trabalhadores/as da construção civil fala mais alto e a nossa sociedade capitalista já nos ensinou (e muitos aprenderam) como é bom o “cada um no seu quadrado!”.
Então, já que não conseguimos mobilizar os trabalhadores da construção civil dos Estádios e Vilas/Complexos Olímpicos, pelo menos os voluntários! Mas queremos ousar mais e falar, agora, não apenas aos já inscritos voluntários, mas também àquele/as que por ventura acharam “bacana” a ideia do voluntariado.
As casas destruídas para a viabilização de mobilidade da Copa e dos Jogos Olímpicos, conforme denúncia do Documentário “A Caminho da Copa” (do Instituto Pólis e Pólis Digital), eram marcadas. Uma sigla e um número... E se a população ameaçada (ou já sem suas casas) achassem que tinham direito a se indignar, eram recebidos a bala e bombas de gás lacrimogêneo. Ah! E quem atirava era o braço do Estado... o Estado que deveria justamente proteger seu povo.
Na história da humanidade, muitas são as histórias do mais poderoso expulsar o mais fraco.
Assim foi durante o Apartheid (que ainda dura) na África do Sul...
Assim foi durante séculos (e ainda dura) nos Estados Unidos com o povo negro...
Assim foi na II Guerra Mundial, com o povo judeu...
Casas marcadas, corpos marcados, roupas marcadas... e o Estado violento contra qualquer tentativa de resistência...

Os voluntários da Copa e, em breve, dos Jogos Olímpicos... as Seleções e os seus “heróis” atletas... as empresas que financiam e tem lugar cativo nos mega eventos brasileiros. Todos cúmplices do apartheid (vida separada) brasileiro em nome do Esporte...
Que possamos convencer 100 mil inscritos a condicionarem seu voluntarismo a reverter o quadro abaixo, exposto em reportagens bastente públicas, mas, parece-nos, insuficientes para sensibilizá-los.
Abaixo, algumas lições... pelos menos a aqueles que acham que tudo está bem...

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira


 


PS1: Nossa enquete foi interessante... Pela primeira vez, foi uma manifestação em que 100% dos "enquetantes" (inquietantes?) votaram unanimemente: Voluntários na Copa? Nem pensar!!!
PS2: nosso amigo de blog (http://esportemrede.blogspot.com.br/) também postou esse pequeno documentário, na ESPN. Mas a ESPN está "copabilizada e olimpializada" mais do que indignada...!
PS3: E os Jogos Paralímpicos? Por que não tiveram a mesma atenção da Record e/ou dos canais da ESPN (apenas um deu cobertura), mesmo com aquela comprando os direitos exclusivos de transmissão? É a "exclusão da competição inclusiva"??? Falaremos disso em breve, mas muito em breve...