RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

domingo, 30 de agosto de 2015

A Greve VIII... Os Traidores...

Logo da Universidade Federal
do Rio de Janeiro


“Quando querem transformar
Dignidade em doença
Quando querem transformar
Inteligência em traição
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa
Quando querem transformar
Esperança em maldição:
É o bem contra o mal.
E você, de que lado está”


O texto, desta vez, não é deste picadeiro. Mas é profundamente bem recebido no seio de nossos artistas circenses, em nosso picadeiro de terra batida e lona furada.
O contexto é a UFRJ, mas se repete, no todo ou em partes (por exemplo, a depender da coragem ou covardia de seu reitor, o que não é o caso da UFRJ, neste momento) em várias Instituições Federais de Ensino Superior do país. Inclusive na Ilha...
E um particular assustador: professores com a qualidade de Eméritos, solicitando intervenção do Ministério da Educação. Não é apenas o incômodo da derrota nas eleições daquela Universidade. É o “ou é do meu jeito e com minhas pessoas, ou nada funcionará”... É o Golpismo... Na Universidade... como nos anos pós-64, os anos de chumbo.
Com a palavra, Ronaldo Lima Lins – Professor Emérito da Faculdade de Letras da UFRJ.

A TRADIÇÃO GOLPISTA
"A tradição golpista não se rende aos costumes democráticos.
Perdedores em disputas eleitorais, concluído o processo, têm dificuldade em aceitar as regras do jogo e anseiam por interromper o fluxo de um sistema que, com defeitos e qualidades, é ainda o único que defende e assegura as liberdades individuais.  Pode-se não gostar da constituição dos fatos, mas é preciso que os mesmos avancem em seu desdobramento natural para que então tenhamos condições para proceder a uma boa e autêntica avaliação.
Greves não são dispositivos agradáveis. Os que a deflagram e sustentam a sua validade em circunstâncias precisas, não ignoram que tais instantes de intensa dedicação à causa das ideias e das instituições prejudicam o funcionamento da ‘normalidade cotidiana’ e os atingem pessoalmente. Eles o fazem conscientes de que alguém, com a força de uma coletividade, deve se erguer e interpor uma barreira de opiniões capazes de enfrentar, no ambiente das contradições, a energia de correntes antagônicas perniciosas para um funcionamento das organizações e das categorias profissionais, antes que as eliminem às vezes por completo. Isto é o que se passa no atual momento da vida universitária brasileira, de Norte a Sul. A pretexto de realizar economia na caixa do governo cortam-se drasticamente verbas destinadas à sustentação das atividades acadêmicas e retiram fatias inteiras de recursos para as equipes de limpeza, bolsas de estudo, assistência estudantil, segurança do trabalho e do patrimônio, intercâmbio de professores, etc. Alguns dos nossos docentes, voltados para o universo diminuto das suas preocupações, não percebem o fenômeno. Mas outros, mais atentos, sentem a crise e se movimentam. É motivo bastante para uma greve, que nos perdoem os indiferentes, mesmo que, diante da apatia dominante, a paralisação se prolongue como já aconteceu antes, inclusive no final da ditadura, e como está ocorrendo agora.
Posições contrárias a essas medidas confrontaram-se aos que tomaram a sua defesa nas assembléias e perderam no voto a opção pela apatia. A juventude, apesar do preço a pagar, compareceu em peso, em apoio maciço à deflagração do protesto, em nível nacional. É ela, sem dúvida, a principal prejudicada pela interrupção das aulas e pela manutenção precária do calendário universitário com os arremedos da tal ‘normalidade’, que de normal só tem o nome, porque a falta de manutenção em todos os níveis se mostra mais do que visível. E felizmente temos estudantes. E temos também funcionários sensíveis ao processo de degradação e professores corajosos para sustentar a luta.
Hoje dispomos de uma Reitoria diversa de outras que, no passado, privilegiavam o faz-de-conta em lugar do olhar atento, enquanto exerciam até o fim os seus mandatos. O Professor Roberto Leher, eleito com margem expressiva de votos dentro das regras estabelecidas, não possui disposição de espírito para a insensibilidade. Não ignora que administrar uma instituição do tamanho da UFRJ representa uma tarefa hercúlea para a qual os movimentos sociais precisam se somar com a força de sua importância. Pela primeira vez talvez na história todos os segmentos de atuação universitária se somaram de uma forma ou de outra ao volume dos protestos. Somente assim, quem sabe, a burocracia estatal compreenda o valor fundamental do que está em curso em nome da universidade brasileira pública, gratuita e de qualidade, os postulados primeiros de nossa visão acadêmica, para que não caiamos nos modelos da privatização, este sim feroz no cumprimento de seus princípios da indiferença pelo outro e avessos à democratização do acesso ao conhecimento.
Nós, abaixo-assinados (http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR84355), Ilustres professores eméritos, titulares, associados, adjuntos, assistentes, auxiliares, funcionários e estudantes, venham conosco defender a UFRJ!"

Venham Todos!
Venham Todas!

Vamos enfrentar os traidores...
Vamos defender a nossa Universidade Pública...

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Uma volta ao teatro...



“Que seria dos prefácios
se não houvesse os posfácios?
Hiram, o padre Antônio de Ariano Suassuna.
Como se deu minha renúncia a Satanás.
Um comunista fabricado pela polícia
Louvação a Hiram de Lima Pereira”
(Paulo Cavalcante)




Havia uma peça. Chamava-se “A Pena e a Lei”, do impagável Ariano Suassuna... E nesta peça havia um Padre. Um personagem, claro, de nome António... O Padre Antônio.
O Teatro, além do jornalismo e sua militância comunista, era sua alma. Ouvi histórias, li outras tantas sobre essa figura de relação tão profunda com o teatro.
A Pena e a Lei - http://www.hirampereira.com/#!ator/c18f
            Com a sua participação na peça “Deus lhe pague”, foi considerado o melhor ator de Recife. Era o prêmio “Samuel”, lá pelas bandas de 1957... Nossa! Em 1957? Quem nós pensávamos que poderíamos ser... Nada!
            Nem mesmo eu... nem mesmo minha geração (irmã e primos)...
Nem mesmo as jovens atrizes e seus também jovens companheiros de sonoplastia, iluminação, movimento, cenografia, edição, fotografia da bela e tocante peça “Arquivo 64/15 – Porões da Ditadura” (Escola de Teatro da UFBA).
            E eis que no meio da peça, algumas fotos são entregues à pequena plateia que lá estava... e eis que uma foto é entregue ao jovem que estava sentado à minha esquerda... E, quase não consigo mais me concentrar na peça (mas mantive minha concentração).

Foto que recebemos na peça

            Saí de lá, apresentando aquela foto à aquelas jovens atrizes. Nunca um abraço de uma pessoa que não conhecia foi-me tão verdadeiro... tão emocionado... tão Lutador do Povo, como o era “o Velho”, o Vô...
            Hoje, eu posso contar a minha história de Hiram de Lima Pereira no Teatro.
            Ele continua tão danado, que quando volta, volta assim... nos palcos!
            – Hiram de Lima Pereira!
            – Presente! (desta vez, clamam todos nossos artistas deste picadeiro de terra batida e lona furada)
            E mais presente ainda em um de seus lugares mais queridos: o Teatro!
            Vida Longa!
            Venham Todos!
            Venham Todas!



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A Greve VII - Eu aceito!

Iris Alves (http://irisvida.loveblog.com.br) 



“Odeio os indiferentes...

... A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca (....) O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrumar!”
(Antonio Gramsci – 1917)


            Conversa de “zapzap” entre professores de uma Universidade Federal brasileira:
            – Governo Federal acaba de oficializar sua proposta junto ao Condsef* (Professor 1)
            – Essa proposta é a mesma que falamos na reunião? Foi apenas oficializada? (Professor 2)
            – Sim! Exatamente. Essa é para os próximos 4 anos. (Professor 1)
            – Então deverá ser rejeitada pela ANDES? (professor 2)
            – Deve ser AVALIADA NAS ASSEMBLEIAS DE BASE (professor 1 – mas nós fizemos o destaque)
            – Os SPF (Servidores Públicos Federais) estão em ato em frente ao MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) hoje e, reforçados pelas caravanas que estão a caminho, realizarão ato também amanhã (Este apresentador)
            – Eu aceito!! (Professor 3)
            – Se aceita ou não... Assembleia (este apresentador de novo).
            – Só lembrando que a previsão da inflação para este ano está na casa dos 9%. Ou seja, 5,5% de reajuste significa redução do salário em torno de 3,5%. Sem contar os cortes do orçamento da Educação que, como bem lembrou o 4 (outro professor) na reunião, já estão afetando o Campus de Castanhal...
               E assim, o assunto silenciou, quase que indiferente...


http://www.moowalk.com/wp-content/uploads/2012/03/indiferen%C3%A7a.jpg

           Fiquei pensando no “Eu aceito!!”.
            Aceita a contratação de professores via Organizações Sociais (ou fim dos concursos públicos para docentes), os cortes nos orçamentos e a diminuição dos investimentos nas Instituições Federais de Ensino?
            Aceita a ausência de vagas para o atendimento das demandas nas Universidades... Uma faculdade com 15 professores, lhe é suficiente para o trabalho com Ensino, Pesquisa e Extensão?
            Por falar neles, aceita a precarização da infraestrutura em nossas universidades? Sem laboratório? Sem mais estruturas para dares suas aulas? Sem material didático?
            Aceitas o fim da autonomia universitária? A imposição de condutas pelo poder executivo?
            – Vigi! E tem a Lei de Assédio Ideológico na pauta, visse? (Palhaço)
            – É, Strovézio... Talvez aceite que sejamos presos a cada aula de Políticas Públicas ou Estágio Supervisionado...
            Aceita que neguem o acordo já assinado em 2014, reconhecendo a estruturação da nossa carreira? Aceita o que está em vigor, e que em 2014 o MEC reconheceu que não é boa? Ou nem sabe qual é a proposta que está em jogo?
            Aceita que depois de anos de trabalho, dedicação, pesquisa, formação, os docentes aposentados (e alguns o são compulsoriamente) tenha perdas significativas em suas aposentadorias?
            Aceita as perdas salariais?
            Aceita o desmonte da Universidade Pública? A sua privatização e que significa a privatização também da pesquisa e da extensão?
            Aceita? Sério que aceita?
            E ‘bora combinar... aqui, neste picadeiro de terra batida e lona furada, não dá pra colocar tudo, não dá pra detalhar tudo.
            Mas uma coisa é certa: achar que a luta é apenas por aumento salarial é realmente aceitar o que não sabe. E, portanto, não sabe pelo que deixa de lutar.
            ...
A conversa zapzapiana acabou, mas, em seguida, a Professora 5 postou uma foto de Castanhal com a seguinte mensagem: “Professores da rede municipal de Castanhal fazendo ato pós assembleia, pelo que eu entendi estão cogitando entrar em greve”.
Se os professores de nossa Universidade não conseguiram aprender com os professores das redes Estaduais Brasil afora, quando entraram em greve, tá’í mais uma oportunidade de voltarem à sala de aula... nas ruas.
           
            Venham Todos!
            Venham Todas!...
... e que venham sabendo que vamos lutar por essa Universidade!

* Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Esperança...

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“– O que andas a fazer com um caderno?
– Nem sei, pai. Escrevo conforme vou sonhando.
– E alguém vai ler isso?
– Talves.
– É bom assim, ensinar alguém a sonhar”
(Mia Couto)



            Sim... Já falamos disso outras vezes.
            Mas, parece-me, falar de esperança deve ser um exercício diário. Mas não dá pra ser um exercício solitário.
            A esperança solitária engana as pessoas. Ela se traduz no emprego que se quer conquistar, na roupa que um dia quer usar, na comida que um dia quer experimentar, na viagem que se quer fazer pelo menos uma vez na vida.
            E, daí, esta esperança realizada, alcançada, se transforma em propriedade. Eu consegui! Eu tenho! Eu conheci! Eu fui lá!
            Não é difícil entender porque a esperança mexe com as pessoas assim, individualmente. Mas, isso não é esperança...
            A esperança se manifesta muitas vezes em coisas simples... como essa:
VÌDEO!
            Muitos (inclusive nós, deste picadeiro) vimos uma bela manifestação de uma criança, negra, de periferia, que sabe quem é, de onde é, pra onde vai, por que está lá e o que canta...
            Mas, eu também vi esperança...
            A intolerância sob todas as formas continuam a se expressar, mais descaradamente: racismo, homofobia, machismo... a violência em gestos, palavras, socos e pontapés se transformam diuturnamente em alimento à decadência humana...
            Mas, eu vi esperança em uma menina...
            O consumismo, o egoísmo, o “Eu primeiro, os outros tanto faz”. O Primeiro, o campeão...
            – O abençoado (Strovézio)...
            – Parte de nosso público pode até não gostar do que disseste, Strovézio... mas, tens razão...
            ... o melhor, o escolhido e a meritocracia que parece ser a única coisa que dignifica o ser e estar das pessoas...
            Mas eu vi esperança em uma menina...
            A corrupção, a mentira, a desinformação... as “meias verdades” que sempre são inverdades inteiras, presentes em manifestações repletas de hipocrisia. Aos nossos tudo, aos outros a lei...
            Mas eu vi esperança em uma menina....
            ... uma menina que faz mais do que rap.
            Um Circo tão pequeno... Artistas tão simples e, ao mesmo tempo, espetaculares. Um público sempre tão especial e importante... e nos emocionamos com uma menina que, talvez sem saber, nos mostra o que é ter Esperança...

            Venham Todos!

            Venham Todas!                      

sábado, 22 de agosto de 2015

Lei 666/AI-5 2015


            Era um dia do ano de 2016... 2017... Talvez 2018... Uma estrada federal no Brasil. Mas, já tomada de comunidades assentadas urbanas em suas margens. E, como tal, falta tudo: saneamento, ruas asfaltadas, escolas, segurança, transporte público etc. Os demais vai na história...
– Sargento Jean!
– Sim, Capitão!
– Quero o relato do que está acontecendo aqui.
– Sim, Capitão. Por volta das 6:30 horas da manhã, indivíduos de diferentes idades e de ambos os sexos, munidos de pneus, madeira e um sofá aparentemente inutilizável, fecharam a via sentido Capital e atearam fogo, impedindo a passagem de veículos grandes e pequenos. Isso também obstruiu a via no sentido contrário.
­– E o que mais...?
– Havia alguns idosos e idosas no meio, Capitão! Tinha um bem barbudo, barba até o umbigo e uma boina, senhor. E algumas das idosas usavam lenço...
– Às seis e meia da manhã?
– Sim, capitão!
– Continue, sargento...
– Entre os indivíduos, foi constatada a presença de jovens menores de 16 anos, senhor. Com uniformes e material escolar. Outros, com as mesmas características, mas com evidente idade superior a 16 anos, senhor!
– E o que bradam, sem parar?
– São as chamadas “Palavras de Ordem”, Capitão... usam termos e nomes como Che, Zumbi, Antônio Conselheiro, Luta, Povo, à Vitória, Pátria Livre e canções de mobilização.
– Isso é importante. Mais alguma coisa, soldado?
– Sim, senhor. Notamos, também, a presença de crianças. Algumas no colo de adultos, possivelmente seus pais ou responsáveis.
– Sobre a barricada, Sargento. O que aconteceu?
– Tacaram fogo, Capitão!
– Isso eu percebi, Sargento... mas como isso foi iniciado?
– Desculpe-me, Capitão... Pelo que constatamos, senhor, foram até o posto de gasolina ali na frente, e encheram algumas garrafas pets com álcool...
– Por que álcool?
– ... é mais barato, senhor...
– Hummm... continue.
– trouxeram as garrafas com álcool, espalharam na barricada de pneus, paus etc. e atearam o fogo, senhor.
– Muito bem, Sargento.
– Tenente Bolsonaro Sobrinho...!
– Sim senhor...
– Aqui tá resolvido... vamos aplicar a LEI 666/AI-5 em todas as questões trazidas pelo Sargento Jean...
– A anti-terrorismo, senhor?
– Exatamente...
(E segue o Capitão)...
PRIMEIRO: estão incendiando pneus, que é parte necessária de qualquer meio de transporte, público ou privado. Isso implica que estão prejudicando os meios de transporte.
SEGUNDO: Pneus e outros objetos queimando provocam fumaça que produz gazes tóxicos. Isso é terrorismo biológico.
TERCEIRO: Estão se apoderando de uma Rodovia Federal... FE-DE-RAL!!!!!
QUARTO: As prisões, Tenente:
1. Aqueles de cabelo cumprido, barba e boina e as mulheres de lenço amarrado na cabeça e no pescoço, prenda todos/as... Estão à frente e parecem perigosos e terroristas!
2. Prenda o dono do Posto de Gasolina por ceder material a atos terroristas!
3. E verifique quais garrafas pets, de quais refrigerantes, usaram. Quero saber se essas marcas de refrigerante possuem ligações com o terrorismo.
4. Aqueles entre 16 e 18 anos, com uniformes escolares por recrutarem os menores de 16 anos de idade, para esse ato terrorista!
5. E os menores de 16 anos, apreenda-os também, por receber treinamento. Verifique seus materiais escolares e veja se tem livros de História!
6. Apreenda os livros e os menores...
7. Quem estiver cantando, também... e os violões, flautas e aqueles instrumentos de percussão também. Já devem estar afinados para canções terroristas.
E por fim, apreenda aquelas/es professoras/es ali para averiguação. Os de História, prenda.
– Hããã... Capitão Cunha... Aquela professora ali é minha mãe e também me ensinou História.
– Tenente... prenda o Sargento Strovézio... Não passa de um palhaço!

Alguém duvida?

Venham Todos!
Venham Todas!

PS.: "Lei Antiterrorismo", Terceirização do trabalho, PL que versa sobre "Assédio Ideológico" (só quando é à esquerda)... tá ficando complicado...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Encruzilhadas...


https://maniacosporfilme.files.wordpress.com/2012/01/a-encruzilhada-1.png
Cena do Filme "A Encruzilhada"

            Encruzilhadas... acho que todo mundo já viveu a sua.
            Gente jovem quando jovem, gente velha quando velha...
            A criança também faz isso... tantas vezes. Brinca disso ou brinca daquilo?
            Vamos escolher uma profissão. Mas qual profissão? Que caminho seguirei se escolher essa? E se escolhesse aquela?
            Os tempos de hoje, aqui e além fronteira parecem, mas apenas parecem, tempos de encruzilhadas.
            E isso me parece claro, pois ao observar, conversar com pessoas (pessoal ou virtualmente), ou quando não converso com pessoas mas as escuto, tudo me diz com clareza: não há, de fato, uma encruzilhada, porque os caminhos que se seguirão aqui, ou ali, ou acolá, a história já tratou de nos dizer onde levarão.
            E, mais ainda, o quanto difícil será retornar ou encontrar o caminho para o OUTRO caminho.
            Mas, e quando nem aqueles que propõem os caminhos sabem bem o quer dizer para falar “hei! Venham por aqui!”...
            Bom, quando isso acontece, parece-me que passamos a correr um sério risco de ver pessoas admirando coisas assim... e que já publicamos aqui...

            ...
            (O Circo está em silêncio...)
            ...
            Não encontro muitas pessoas próximas, ou que fizeram parte de minha história, desde os tempos da Rua de Baixo lááááááá de Santa Terezinha (http://arcamundo.blogspot.com.br/2007/06/arte-de-jogar-bola.html), que estiveram nas ruas no último dia 16 de agosto.
            Muitos, muitos mesmo, estarão amanhã, dia 20... E grande parte destes, tenho respeito e admiração.
            Mas, e com a humildade (porém, não ingenuidade) deste picadeiro de terra batida e lona furada de circo, parece-me uma encruzilhada que não levam a caminhos muito (eu disse muito) diferentes.
            Tenho clareza, mas absoluta clareza de que o caminho proposto no dia 16 de agosto (e que repetiu o chão em abril e maio deste ano) são sombrios, perigosos, intolerantes, que vociferam o que há de pior na alma humana...

            – Hummmm.... um ateu falando de “alma”! (Strovézio)...
            – Força da linguagem, Strovézio... Nunca neguei a possível espiritualidade das pessoas.

            Mas, o caminho proposto para amanhã, dia 20, em que pese manifestar-se como antagônico ao do dia 16, é confuso. E confunde...

            O Universal Circo Crítico?
            Não... não decidimos...

            Mas, uma coisa é certa: logramos que amanhã possa ser um dia que termine e nos mostre que as coisas ficaram claras... para líderes e liderados. E que, até onde estamos compreendendo e testemunhando, a linguagem, as bandeiras, o Projeto Histórico que os liderados estão apontando indique o caminho aos líderes...

            Pois é assim que é: os liderados não apenas seguem os líderes, mas também lhes dizem o caminho certo a seguir.

            

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Cultura Terrorista de um... Palhaço!

Palhaço com algemas - Foto de Elnur
http://pt.depositphotos.com/11902318/
stock-photo-clown-with-shackles-in-studio.html



“O riso do palhaço
é um riso triste.
O riso do palhaço
é um lembrete
O riso do palhaço
não existe
O riso do palhaço
é um falsete”
(O riso do Palhaço
Pedro Munhoz e Álvaro Barcellos) 

             O Universal Circo Crítico, seus artistas e, particularmente, nossos Palhaços estão em lágrimas. Amedrontados até...
            Não precisamos aqui resgatar muita coisa: em abril, no Paraná (não apenas, mas tem a particularidade aqui), o Governo Estadual do Sr. Beto Richa avança de todos os lados (acho que só não avançou por túneis embaixo da terra) contra professores em protesto.
O instrumento? Batalhão de Choque, Cavalaria, Helicópteros da Polícia Militar, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, cassetetes e o escambal... As cenas, fotos, depoimentos, indignação rodou o país. Penso que, afora os que estavam  atrás da Tropa de Choque, a grande maioria se indignou com aquelas cenas.
Por aqui, também já (nos) alertamos sobre como que o pensamento conservador e reacionário deste país está avançando... e muito. O Projeto de Lei 1411/2-15 da Câmara Federal sobre “Crime de Assédio Ideológico” (http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2015/05/professores-no-xilindro.html) e o avanço da Lei Antiterrorismo no Brasil (que comentaremos em breve).
Bom: nem o PL virou Lei ainda e nem a tal Lei Antiterrorismo entrou em vigor e eis que os nossos Palhaços (os de rua, os circenses, os palhaços de verdade) já recebem uma amostra do que pode vir por aí...


São cerca de 9 minutos de angústia e dor de nossos artistas, sobretudo de nossos Palhaços...– Uma dor profunda fez com que a lágrima desenhada em meu rosto ganhasse vida! (Strovézio).
O motivo?
O perigoso palhaço Tico Bonito disse que a Polícia protege burguês e o governo (no caso, o governador do Paraná... aquele que mandou a polícia descer a lenha em professores, em abril deste ano).

– Ca pra nós, nenhuma inverdade, né não?
– Principalmente na história recente paranaense, Strovézio...

Se um Palhaço, em um evento oficial (um Festival de Teatro no interior do Estado, em Cascavel) é preso por, no meio da apresentação, fazer a crítica à instituição militar, o que pensar do que já vimos, revimos, testemunhamos e retestemunhamos inúmeras vezes sobre as ações violentas e desproporcionais desta instituição (Polícia Militar) sobre manifestações outras?


No desenrolar da história, o Palhaço Tico Bonito assinou um “termo circunstanciado” que em bom (e, claro, não muito profundo) direitorês significa que ocorreu um flagrante de ato infracional que fora cometido pelo dito Palhaço, sem violência ou ameaça à pessoa.
– Então, “tipo assim”: quatro soldados fortes e com um comandante à frente... bem armados e com rifle em punho... com o apoio de policiais em cavalos... prenderam um perigoso palhaço que os chamou de capacho do governador... É isso? (Strovézio)
– Isso, Strovézio...
– Palhaçada, bora reunir aqui!!!! Todo mundo junto:


– QUEM SÃO VOCÊS? (Strovézio)

 OS PALHAÇOS OUTRA VEZ!

 QUE’ACONTECEU? (Strovézio)

 A POLÍCIA NOS "PRENDEU"!

 O QUE A ASSUSTOU? (Strovézio)

TERRORISMO COM UMA FLOR!
QUE SOLTA ÁGUA COM AMOR!




            E que aqui fique mais do que bem registrado: há entre nossos artistas e público, pessoas que pertencem aos quadros da Segurança Pública Estaduais. E a maior parte (pena que não 100%) tem nossa admiração por sua postura profundamente humana, tolerante e respeitosa à dignidade alheia... Mas, estes ali, que prenderam Tico Bonito, com certeza, não fazem parte daqueles que admiramos.
            Mas, se chegamos ao tempo em que Palhaços são presos por uma “tiração de onda” à Polícia Militar/Batalhão de Choque, que não se intimidou às inúmeras pessoas filmando, protestando, criticando a atitude exagerada (moral, civil e fisicamente) e cerceando uma tal liberdade de expressão (termo que este humilde apresentador já manifestou preocupação várias vezes, à bem da verdade), é mais do que evidente de que caminhamos para dias nublados, bem nublados pela frente... e que insistem em repetir dias que já passaram.

O Universal Circo Crítico presta nossa incondicional solidariedade a Tico Bonito... da humildade de nossa lona furada e picadeiro de terra batida ao palhaço de rua.

Venham Todos!
Venham Todas!

Mas venham mesmo...!

Anjos do Picadeiro: palhaços do mundo reforçam a luta pelo bonde” - http://amast.org.br/2011/12/09/anjos-do-picadeiro-palhacos-do-mundo-inteiro-reforcam-a-luta-em-defesa-do-bonde-de-santa-teresa/#.VdDXw_lViko
PS.: É preciso perceber o que é um palhaço, em uma manifestação cultural OFICIAL, ser preso pelo que a manifestação expressa e opina. Se isso vira crime, circunstanciado ou não, imagina o que irá se transformar os Atos Políticos de fato...