RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 30 de outubro de 2010

Hipocrisia Final: a nossa própria hipocrisia!


 É verdade, eu vivo em tempos negros.

Palavra inocente é tolice. Uma testa sem rugas

Indica insensibilidade. Aquele que ri

Apenas não recebeu ainda

A terrível notícia

(Aos que vão nascer – Bertolt Brecht)

 

            Corro o risco de perder alguns leitores costumazes deste espaço... Mas, como diria Lenin, “a ousadia é o que dá sentido à vida” e o Universal Circo Crítico se permite suas próprias ousadias.
            Optamos por avançar e contribuir para o debate de qualidade dentro do mais baixo exemplo de discussão democrática que este país já viveu desde os anos da ditadura brasileira (e que os livros de história ainda não se deram o dever de melhor contar a história e, assim, nossos jovens não a entendem) e do que foi as eleições de 1989, principalmente às vésperas do último debate antes do dia de eleições no segundo turno, entre Collor e Lula.
            E, particularmente (e isso soa estranho) é quase que um discurso uníssono esta avaliação dos período eleitoral que vivemos: não apenas por vício plebiscitário, mas por temas que não dizem respeito ao Estado Brasileiro (laico, com diversidade religiosa), porque não são tratados pelo executivo.
            Consequencia primária disso? Num país que tenta aprender a ser democrático (burguês, capitalista, mas com o perfil democrático que lhe cabe), menos sabemos sobre a noção de Estado (soberano e do/com/para seu povo) e, o mais importante, sobre o Projeto que o seu povo (Brasil) quer para ele próprio.
            No primeiro caso, o vício plebiscitário se transformou na própria armadilha. Desde 2009 era notório e evidente que se faria desta eleição um plebiscito. Era FHC X Era Lula e, apesar de as diferenças substanciais, de projeto histórico de sociedade não serem tá diferentes (diferem na forma de construir o “capitalismo brasileiro”), era óbvio que a comparação seria explicitamente favorável aos 8 anos de governo Lula. E a elite brasileira, a direita política (ainda mais forte e numerosa que a esquerda deste país) e a Imprensa Golpista (PIG) não engolem essa realidade.
Daí, a direita política e o PIG pensaram: “Ah! É plebiscito que eles querem? Então lá vai!!!” e colocaram o debate (que se tornou plebiscitário) do aborto nas eleições. E, cá p’ra nós... colocaram este debate numa tábua raza im-pres-si-o-nan-te!
No segundo caso, os temas em si, que demonstrou a indisposição geral (elite, direita, imprensa) de não construir um verdadeiro processo educativo neste período. Permitir que temas que não competem ao executivo brasileiro (para o qual estamos votando) e, principalmente, sobre a moral das pessoas, entrasse no debate... Neste caso, são inúmeros os artigos que foram publicados a este respeito, por pensadores, políticos e jornalistas de gabarito p’ra lá de respeitável, nestas últimas semanas e não vou me furtar a entrar nesta seara. O material, de qualidade, é farto.
Mas, às vésperas deste segundo turno das eleições, me permito uma última “reflex/ao eleitoral” e, minha humilde sugestão, que ela possa fazer de nossa ida às urnas amanhã, 31 de outubro, um ato não apenas mecânico, mas verdeiramente reflexivo.
Hipocrisia Final – aceitarmos a hipocrisia que assola nossos valores... porque nos servem...
Sabemos o quanto a Igreja Católica e demais manifestações eclesiais cristãs manifestam-se em relação ao aborto. Isso não precisa ser “batido” em nossas cabeças até entrar como se querendo colocar uma camada de concreto em cima para firmar. Mas essa mesma Igreja acoberta seus padres pedófilos e orienta os cristãos/cristãs (principalmente as vítimas destes abusos sexuais) a rezarem, rezarem muito pedindo perdão (são vítimas pedindo perdão???) pelo que aconteceu e nunca revelarem nada a ninguém...
Sabemos que a Imprensa deste país tem um projeto de país, de nação e utiliza de seu “quarto poder” para construir o senso comum sobre estes valores. Aprendemos com a mídia (seus jornais, suas novelas, seus programas de auditório) todos os valores que eles defendem: que ser classe média é bom e é o único exemplo de pessoas honestas que temos nas classes sociais (pobre sempre é bandido); que ter dinheiro, casa, carro significa que és esclarecido, que sabe de tudo; que quem não tem estudo não pode ser alguém a ser respeitado (desde que não queira chegar muito longe no status quo social e econômico.
Sabemos que político mente, sabemos que político é pessoa poderosa, sabemos que existem políticos descentes mas que são numericamente inferiores aos poderosos políticos deste país. Sabemos até que os políticos (principalmente os que atuam no legislativo brasileiro, municipais, estaduais e federal) sempre se elegem por interesses, em sua (ainda) grande maioria, privados... e interesses privados não são interesses para a soberania de um povo.
Sabemos, também, que educação, saúde, transporte, trabalho (emprego?), moradia são necessidades constantes do povo brasileiro, sobretudo do povo mais pobre. Mas, ainda queremos a educação mais elementar, a saúde mais lenta e desumana, o transporte “de carga”, o sub-emprego e a moradia simples para essa população.
Mas, sobre isso (temas religiosos, imprensa e mídia, políticos, política pública) sempre nos colocamos como individualistas, como “homens coisas” (lá vem Drummond e Marx de novo) que se apegam às suas particularidades para pensar a nação, que se apegam ao seus valores (muitas vezes cegos e corrompidos) em detrimento da todo um povo.
Enquanto permitirmos que temas “vazios” ao Estado brasileiro ocupem o debate em torno da proposta de nação, não saberemos opinar e decidir sobre esta mesma nação. Até saberemos, mas o faremos com um olhar enviesado.

(... pensando...)

            Que nossas posições sobre aborto, imagens cristãs em repartições públicas (oficialmente, o que é diferente das manifestações particulares, a imagem de um/a Santo/a em sua mesa de trabalho), casamento CIVIL entre pessoas do mesmo sexo, não interfiram em nosso voto dia 31 de outubro.
Que os interesses privados (empresas, agroindústria, agronogócio, multinacionais e o escambal), da Grande Mídia e suas mentiras (e as mentiras para manter as mentiras) não interfiram em nosso voto em 31 de outubro.
Que a falácia e as promessas vazias de grandes políticos e seus “capachos” não interfiram não apenas em nosso voto, mas em nosso direito sigiloso de votar em 31 de outubro.
Que aquilo que acreditamos ser direito nosso possa ser entendido como direito de todos (o que é diferente de “direito de cada um”) e dever do Estado.

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.1: Derrotar Serra nas urnas é manter a esperança pela continuidade dos tempos de luta que virão...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Hipocrisia V: ficha limpa, transparência, honestidade no uso de recursos públicos etc...


 

 

 Quer conhecer o homem, dê poder a ele

(W. Lenin)

 

 

 

            A reflexão em epígrafe, confesso, me é incerta sua autoria...
            Sempre a escutei e a proclamei como sendo de Vladimir Ilitch Lenin, líder da revolução bolchevique de 1917, na Rússia. Porém, já vi expressões sobre esta fala entendendo-a como sendo de passagens cristãs, da vida de outro inquestionável grande revolucionário que este mundo já conheceu: Jesus Cristo.
            Tanto em Lênin, quanto em Jesus (ainda que muitos dos que passem por aqui “estranhem” essa vinculação histórica), uma coisa é certa nesta expressão: nada como o poder – não o “poder de decisão, vislumbrado por Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia – para desvelar-se o homem.
            Se o homem tiver a chave do cadeado do portão da escola, ele se torna poderoso... se a chave é do cofre, tanto quanto. A diferença não está nem no homem, nem no poder que ele exercerá. Está apenas no valor material que existe após o portão ou dentro do cofre.
            E, por isso, nós do Universal Circo Crítico sempre nos posicionamos criticamente em relação ao estado democrático burguês, capitalista. Essa noção absurda, cada vez mais irreal e distante das relações sociais e das necessidades de um povo, de termos que “eleger” pessoas que dirão para nós o que é bom e, assim, decidirão por nós.
            Já tivemos isso na história recente do país. Dois exemplos, com algumas décadas de distância: no último governo militar, o Presidente General João Batista Figueiredo profetizava: “se é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”... Há fontes que nos indicam que não foi o último general da ditadura quem o disse, mas minha memória me leva a esta expressão quando o país imperialista estava sob a batuta de Ronald Reagan.
            A segunda, mais próxima de nossos dias: em 2008, quando a (mais uma) crise do capitalismo real em sua expressão neoliberal entrou em novo colapso, todos os Estados da  América do Norte e Europa cortaram tudo em nível de políticas sociais. O Brasil foi na contramão e toda a imprensa nativa (particularmente o PIG) e as lideranças políticas de direita “desceram o verbo”: “tem que fazer como os outros estão fazendo, cortar tudo!”... Hoje, assistimos um cataclismo social e econômico na Europa (não apenas na França e Grécia, mas Portugal e Espanha estão entre os mais enforcados países do velho continente, ainda reflexo da crise de 2008) e nossa terra nativa anda razoavelmente bem no campo econômico... ainda que na perspectiva do consumo. Queriam que os poderosos que criaram a crise decidissem o que deveríamos fazer com ela.
            Mas o “poder de decidir” muitas vezes beira o limite da hipocrisia e, assim, cá estamos em nossa quinta versão
Hipocrisia V – como dizer que não tem ficha suja ou desvio de recursos públicos, tendo tudo isso... mas não dá para descobrir...
Em 2002, duas das revistas mais admiradas por este espaço (Carta Capital e Caros Amigos, além do site da Carta Maior) traziam reportagens importantes sobre o desmonte da Polícia Federal (vide “Hipocrisia II - como privatizar, não privatizando de imediato: A Universidade Pública como exemplo”).
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) Nos 8 anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a Polícia Federal sofreu com o sucateamento imposto pelos tucanos. Não havia dinheiro para combustível das viaturas e para compra de armas e equipamentos; ameaças de despejo das delegacias eram constantes por falta de pagamento do aluguel; os servidores não tinham qualquer reajuste; e a autonomia da polícia era, por vezes, ameaçada”.
Estas informações se somavam, à época (2001/2002) ao fato de a PF só não ter sido extinta, concretamente, por conta de um acordo do então governo federal (lembrem-se, FHC) com o FBI que era quem “investia” recursos na PF brasileira. Ou seja, ela já estava sucateada e só não fechou porque tinha um dinheirinho do Tio Sam.
Mas ainda assim, a PF trabalhava, e muito...
Todos (mas se não todos, dá p’ra pesquisar) lembram dos tempos sombrios que pairavam sobre o Estado do Espírito Santo, precisamente nas questões da violência, em meados dos anos 90 do século passado. À época, nada diferente dos grandes estados da região sudeste, mas com a particularidade de a violência e o crime organizado estarem infiltrados nas altas esferas da sociedade, inclusive na Assembléia Legislativa capixaba.
Entra então uma figura que qualquer pesquisa no Google ajuda a entender: Dr. Geraldo Brindeiro, o Procurador Geral da República que, em anos de governo FHC, foi apelidado de “Engavetador Geral da República”... Algo do tipo assim: nenhuma denúncia era apurada, pois ele colocava na gaveta da mesa dele e aquela era esquecida.
Ah! Mas foi a Polícia Federal (sucateada, quase parada) quem investigou? Não muda nada... engaveta-se. No caso, o à época Ministro da Justiça Miguel Reale Júnior pediu ao Procurador Geral da República a “intervenção federal no Estado”, matéria que deveria seguir para o Supremo Tribunal Federal... Ela seguiu para a sala do então Presidente FHC que optou por encerrar o caso, entendendo ser politicamente inviável à época (2002, ano de eleições...).
Isso expressa a disposição e vontade dos tempos de FHC de se investigar, profundamente, todas as ações de corrupção e interesses privados sobre a coisa pública; no final das contas, durante o governo FHC (os oito anos) foram 28 as operações realizadas pela Polícia Federal. Cerca de 3,5 operações por ano. Não dava uma operação de investigação pela PF a cada quatro meses. Durante os 8 anos de governo Lula, foram 1.033... trinta e seis vezes mais operações. Foram uma média de 129 operações por ano e 10 operações por mês... O salário de toda a corporação passava a valer alguma coisa.

(... pensando...)

“Criar a Guarda Nacional ligada à Polícia Federal e ao Exército para cuidar das Fronteiras, dos Portos e Aeroportos”...
Está entre aspas porque está assim, no site do candidato tucano: http://serra45.com.br/proposta/seguranca (olha só, eu fazendo propaganda do site do tal)...
Não tem p’ra onde: a hipocrisia beira a cara-de-pau! Durante todo o período do governo da qual o tucano fez parte, todas as estruturas necessárias à investigações de crimes federais foram praticamente jogadas no lixo. Da Polícia Federal à Procuradoria Geral da República. E este senhor tem a cara-de-pau de defender a segurança nacional, dizendo que irá criar uma coisa que estará ligada a outra que, por pouco, não deixou de existir???
Assim, é fácil dizer que “tem ficha limpa” e nenhuma investigação sobre suas gestões: os segmentos e setores que podem investigar são amordaçados e algemados?!?!
Alguém se arrisca a uma opinião?

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.1: Apenas para lembrar dos casos de corrupção que nos escapam a memória: Anões do Orçamento, dos precatórios, do DNER, da compra de votos para a reeleição em 1998 (vulgo “emendas parlamentares”), da SUDENE, da SUDAM, do FAT/PLANFOR, das Privatizações (a Vale foi leiloada e o dinheiro para a vencedora pagar a compra foi emprestado do BNDES – vulgo governo federal), do PROER (os Bancos a-do-ra-ram), da pasta Rosa, do Banestado e dos Bancos Marka e Fonte-Cidam...
PS.2: corrupção é corrupção... e temos que cobrar que sejam punidos todos os casos


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hipocrisia IV: Liberdade de Imprensa II...


Artigo 1º

Artigo 1º - O acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade, que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse

(Código de Ética do SJSP)

 

            Dantesco!
Essa é a impressão do Universal Circo Crítico ante ao que assistimos semana passada em relação a aquilo que, durante um bom tempo, será a maior expressão de hipocrisia dos fatos transformados por interesses jornalísticos.
Primeiro, a bolinha de papel que, 20 minutos depois, provocam dores e tonturas e levaram um candidato a um exame de tomografia. As perguntas que recorriam desta situação, haja vista que o exame foi realizado em um hospital particular: (i) realmente o exame foi feito (considerando que era explicitamente uma farsa)? Ah! “Melhor melhorar” a pergunta: o exame foi feito em função da tonteira porvocada pela bolinha de papel?; (ii) quem pagou por uma tomografia (em hospital particular) que, em tese, não se fez necessária? Valeria a pena “pagar” por um exame que não fazia sentido?
Pior foi a imprensa, que tentou des-revelar o revelável: outro objeto atingiu o candidato (que, posteriormente, o concorrente jornalístico desvendou e desmascarou a anterior como sendo uma pessoa andando ao lado do [im]presidenciável).
Assistismos o horror das eleições, o baixo nível da campanha (e a internet tem sido refém deste baixo nível... reitero: REFÉM deste baixo nível), a manipulação de fatos e o obscurecimento de outros fatos. Assistimos a nossa incapacidade de decidir pelo que é fato, pelo que é concreto e, principalmente, de debatermos PROJETO, veja bem, PROJETO de Nação, que implica, dentre outros a soberania da nação brasileira.
Daí, nossa quarta reflexão:
Hipocrisia IV – como defender a liberdade de imprensa sem necessidade de ser responsável (parte II)
Estas semanas últimas, todo o movimento de bastidores dsa eleições estava focado nas inúmeras denúncias contra o Governo Lula e contra a antiga Ministra da Casa Civil – hoje candidata do PT à presidência da república, Dilma. Tanto o caso da Erenice Guerra (este, parece, realmente fato, mas punido), quanto o caso da quebra de sigilos fiscais de membros do PSDB e da filha e do genro de José Serra, estiveram novamente presentes, mas o segundo, com diferentes versões da imprensa acerca da única versão da Polícia Federal.
Porém, a hipocrisia da nossa “Liberdade de imprensa” talvez seja anterior à responsabilidade que ela deveria assumir – considerando o artigo 1º do Código de Ética do Jornalista, segundo seu Sindicato Paulista – ou seja, a de escancaradamente escolher o que apresentar e o que não apresentar em seus fatos jornalísticos. Pelo menos assumir, né?
Mas, por que não assume? A Revista Carta Capital de 2005 nos ajuda na resposta.
A seção “Brasiliana” do exemplar semanário Carta Capital, nº 371 de 7 de dezembro de 2005 trazia o seguinte título: “De Bonner para Homer”, assinado pelo sociólogo e jornalista, professor da ECA/USP, Prof. Laurindo Lalo Leal Filho. Neste artigo, contava o passeio de algumas horas realizado por (constrangidos) professores de nove diferentes cursos de jornalismo, a convite da Globo, para conhecer o funcionamento do Jornal Nacional e algumas outras instalações da mesma.
Em determinado trecho a crônica jornalística destaca a pesquisa realizada pela Globo, na qual “identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo”.  Assim, o telespectador do Jornal Nacional foi apelidado de Homer – o Simpson, preguiçoso, burro e que passa o tempo todo no sofá comendo rosquinhas e bebendo cerveja – e, na sequencia da matéria, um relato interessante.
Bom, todo mundo que passa pelo Universal Circo Crítico sabe quem é Bush Júnior (aquele que declarou Guerra em nome de Deus e com mentiras sobre o Iraque), sabe quem é Hugo Chaves (presidente da Venezuela que voltou, em 2002, após dois dias do fracassado golpe de estado, ao Palácio Miraflores, “carregado” pelo povo venezuelano) e, acredito, deve se lembrar do Furacão Katrina, em 2005, que devastou o estado americano de Massachusetts.
Bom, reunindo todos eles, mais Willian Bonner e Homer Simpson temos o seguinte: um povo (negro, pobre, mas americano) devastado por um furacão e pela desatenção do Estado (cujo presidente aumentava sistematicamente os recursos para a Guerra no Iraque e Afeganistão, enquanto não dava apoio ao seu povo em seu próprio país), que estava sem energia elétrica e que teria a ajuda de empresas petrolíferas venezuelanas que venderiam 45 milhões de litros de combustível “40% mais baixos do que os (preços) praticados no mercado americano”... Esse combustível iria servir, dentre outros, para acender lamparínas e ajudar no aquecimento a óleo do povo daquele estado americano... enquanto o próprio país não tomava a decisão de ajudar seu povo de verdade.
Aos olhos do diretor-chefe do Jornal Nacional, “Essa (notícia) Homer não vai entender”.



(... pensando...)





Assistir aos programas jornalísticos de grande mídia, em qualquer tema, não causa apenas angústia, inquietação e indignação sobre o que eles acham que nós temos ou não temos condições de entender, mas a capacidade de explicar o que ELES não conseguem entender. No caso acima, a solidariedade de um Estado (a Venezuela) ao povo sofrido de outro Estado (mesmo que sendo os EUA).
Em tempos de eleição, mais do que “omitir” informações e notícias importantes para o nosso dia-a-dia, para que possamos qualificar a nossa capacidade de “liberdade de expressão”, temos um jornalismo que, nos tratando como Homer Simpson, mente, inverte, inventa notícias para atender aos seus interesses, quer privados, quer (aí o grande perigo) públicos...
Dá pena ver a tentativa de mentir até sobre o que acontece e o que não acontece em nossos atuais tempos de eleição.
Se mente a imprensa deste país, por que não podemos expressar isso?
Hoje, não temos a menor dúvida do que significaria uma eventual vitória do candidato tucano nas eleições a presidente do país. Seria, inequivocadamente, um recado a imprensa golpista brasileira: “podem mentir o quanto quiserem, que nós não iremos contestá-los!”
O Universal Circo Crítico, assim como outros blogs e a própria Carta Capital, é absolutamente contra o uso da violência física no exercício da democracia, por exemplo, no caminhar de um candidato em campanha. Até a bolinha de papel (assim como uma bexiga com água lançada a uma altura correspondente a 12 andares de um prédio) é, deveras, um ato violento, pois expressa uma intenção. Mas, ainda assim, a mentira é abominável e essa, efetivamente, não tem justificativa na imprensa brasileira. É o tipo de “liberdade de expressão” que não deve ser defendida.
Tem mais sobre a nossa imprensa livre e irresponsável...

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.1: Não é possível encontrar na internet o artigo do professor Laurinho Leal. Mas, uma pesquisa no título permitirá o acesso a inúmeros artigos correspondentes. Damos a sugestão ao site do Mídia Independente Brasil: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/12/340153.shtml