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domingo, 30 de agosto de 2015

A Greve VIII... Os Traidores...

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do Rio de Janeiro


“Quando querem transformar
Dignidade em doença
Quando querem transformar
Inteligência em traição
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa
Quando querem transformar
Esperança em maldição:
É o bem contra o mal.
E você, de que lado está”


O texto, desta vez, não é deste picadeiro. Mas é profundamente bem recebido no seio de nossos artistas circenses, em nosso picadeiro de terra batida e lona furada.
O contexto é a UFRJ, mas se repete, no todo ou em partes (por exemplo, a depender da coragem ou covardia de seu reitor, o que não é o caso da UFRJ, neste momento) em várias Instituições Federais de Ensino Superior do país. Inclusive na Ilha...
E um particular assustador: professores com a qualidade de Eméritos, solicitando intervenção do Ministério da Educação. Não é apenas o incômodo da derrota nas eleições daquela Universidade. É o “ou é do meu jeito e com minhas pessoas, ou nada funcionará”... É o Golpismo... Na Universidade... como nos anos pós-64, os anos de chumbo.
Com a palavra, Ronaldo Lima Lins – Professor Emérito da Faculdade de Letras da UFRJ.

A TRADIÇÃO GOLPISTA
"A tradição golpista não se rende aos costumes democráticos.
Perdedores em disputas eleitorais, concluído o processo, têm dificuldade em aceitar as regras do jogo e anseiam por interromper o fluxo de um sistema que, com defeitos e qualidades, é ainda o único que defende e assegura as liberdades individuais.  Pode-se não gostar da constituição dos fatos, mas é preciso que os mesmos avancem em seu desdobramento natural para que então tenhamos condições para proceder a uma boa e autêntica avaliação.
Greves não são dispositivos agradáveis. Os que a deflagram e sustentam a sua validade em circunstâncias precisas, não ignoram que tais instantes de intensa dedicação à causa das ideias e das instituições prejudicam o funcionamento da ‘normalidade cotidiana’ e os atingem pessoalmente. Eles o fazem conscientes de que alguém, com a força de uma coletividade, deve se erguer e interpor uma barreira de opiniões capazes de enfrentar, no ambiente das contradições, a energia de correntes antagônicas perniciosas para um funcionamento das organizações e das categorias profissionais, antes que as eliminem às vezes por completo. Isto é o que se passa no atual momento da vida universitária brasileira, de Norte a Sul. A pretexto de realizar economia na caixa do governo cortam-se drasticamente verbas destinadas à sustentação das atividades acadêmicas e retiram fatias inteiras de recursos para as equipes de limpeza, bolsas de estudo, assistência estudantil, segurança do trabalho e do patrimônio, intercâmbio de professores, etc. Alguns dos nossos docentes, voltados para o universo diminuto das suas preocupações, não percebem o fenômeno. Mas outros, mais atentos, sentem a crise e se movimentam. É motivo bastante para uma greve, que nos perdoem os indiferentes, mesmo que, diante da apatia dominante, a paralisação se prolongue como já aconteceu antes, inclusive no final da ditadura, e como está ocorrendo agora.
Posições contrárias a essas medidas confrontaram-se aos que tomaram a sua defesa nas assembléias e perderam no voto a opção pela apatia. A juventude, apesar do preço a pagar, compareceu em peso, em apoio maciço à deflagração do protesto, em nível nacional. É ela, sem dúvida, a principal prejudicada pela interrupção das aulas e pela manutenção precária do calendário universitário com os arremedos da tal ‘normalidade’, que de normal só tem o nome, porque a falta de manutenção em todos os níveis se mostra mais do que visível. E felizmente temos estudantes. E temos também funcionários sensíveis ao processo de degradação e professores corajosos para sustentar a luta.
Hoje dispomos de uma Reitoria diversa de outras que, no passado, privilegiavam o faz-de-conta em lugar do olhar atento, enquanto exerciam até o fim os seus mandatos. O Professor Roberto Leher, eleito com margem expressiva de votos dentro das regras estabelecidas, não possui disposição de espírito para a insensibilidade. Não ignora que administrar uma instituição do tamanho da UFRJ representa uma tarefa hercúlea para a qual os movimentos sociais precisam se somar com a força de sua importância. Pela primeira vez talvez na história todos os segmentos de atuação universitária se somaram de uma forma ou de outra ao volume dos protestos. Somente assim, quem sabe, a burocracia estatal compreenda o valor fundamental do que está em curso em nome da universidade brasileira pública, gratuita e de qualidade, os postulados primeiros de nossa visão acadêmica, para que não caiamos nos modelos da privatização, este sim feroz no cumprimento de seus princípios da indiferença pelo outro e avessos à democratização do acesso ao conhecimento.
Nós, abaixo-assinados (http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR84355), Ilustres professores eméritos, titulares, associados, adjuntos, assistentes, auxiliares, funcionários e estudantes, venham conosco defender a UFRJ!"

Venham Todos!
Venham Todas!

Vamos enfrentar os traidores...
Vamos defender a nossa Universidade Pública...

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Marcelo "Russo" Ferreira