Não
iríamos falar muito hoje. Já o fizemos, e bem (humildemente) em anos
anteriores.
Afinal,
neste nosso picadeiro de terra batida e lona furada, nossos artistas estão
muito além do que este pseudo “Dia do Profissional de Educação Física” tenta
representar.
Nossos
Palhaços, Strovézio e Cia, saltam, rodopiam, dão “cambalhota” e ensinam tudo
isso para os presentes e futuros palhaços destes e de outros circos e não se
curvam aos ditames do sistema confef/cref, que defende que este ensinar é
prerrogativa da Educação Física.
O Homem Mais
Fortemente Apaixonado pela Humanidade do mundo, ensina força e amor em sua
Academia de Luta e Ginástica. E não dá a mínima para este sistema.
Nossos
Equilibristas da Paciência, experts em biomecânica e filosofia, não privatizam
uma vírgula sequer dos conhecimentos construídos (por eles e pela história da
humanidade) desta relação de áreas aparentemente tão distintas.
E as Bailarinas da Alegria Arrancada do Futuro? Sintetizam a Dança em suas imensuráveis
expressões e as democratizam em arte e ensinamento.
– Russo...
Isso tudo e um tanto mais para este humilde circo nunca foi uma dúvida. Somos, todos e todas aqui, PROFESSORES e PROFESSORAS. Nosso dia – por seu significado e suas lutas – sempre será o dia 15 de outubro.
Em 1º de
setembro, nos permitimos celebrar os aniversários deste dia, alguns, inclusive,
bravos/as Lutadores/as do Povo!
Mas,
claro, não estamos numa redoma de vidro ideológico. Atento estamos aos
movimentos deste dia. E dos muitos movimentos (e caros – como os comerciais de
TV e as “pontas” em novelas), um nos chamou a atenção.
De um “renomado”
docente de ensino superior da Universidade Federal do Pará (e da Educação
Física), em um grupo de professores vinculados aos espaços zapzapianos, a
primeira imagem celebrativa:
É...
seria exagero comentar o que é uma foto de pessoas brancas – apenas pessoas
brancas – com alteres, garrafinha d’água, uma bola e uma “balança”...
– Mas
Russo, a balança não fica no chão? Tipo pra gente “subir nela” e conferir o
peso? (Strovézio)
– Sim...
– E este
novo jeito de se pesar, segurando a balança?
– Pensei
em perguntar aos nossos Equilibristas da Paciência...
– TAMBÉM
NÃO ENTENDEMOS! (Os Equilibristas)...
– Tá “serto”
então... (Strovézio).
Em
síntese: uma área que vem se manifestando no campo da produção e sistematização
do conhecimento, com avanços científicos de toda ordem, ser resumida a uma
imagem que sequer consegue dizer “para além” da representação do senso comum (e
da característica do povo brasileiro) já era merecedora de um ensurdecedor “Não
tinha foto melhor?”.
Mas a
coisa piora:
I – Educador(es) Físico(s)?
Diríamos,
sem medo de arriscar, que até os mais sérios professores do campo da Educação
Física que estão ao lado da tese que sustenta a existência ou necessidade de
uma regulamentação (sob ás rédeas do tal confef/cref) não se identificam com o
termo.
Tentar
imaginar que concepção de formação profissional está por trás e sustentando
esta caracterização do trabalhador/professor de Educação Física, é um exercício
doloroso.
É claro
que existe uma concepção.
Complicado
é ver um docente de ensino superior (que, portanto, a vivencia em sua prática
docente) defender esta concepção.
Mas tem
mais...
II – “Às vezes somos [...] Babá”...
Estamos
aqui, todos nós neste picadeiro, quebrando a cabeça pra localizar em que parte
de nossa formação incorporamos os elementos, conteúdos, conhecimentos
necessários ao exercício babá-profissional de Educação Física.
– Talvez
o nobre docente possa ajudar, Russo... “gestão de cuidados de pequenos”?
(Strovézio).
– Talvez,
Strovézio...
Claro,
nenhuma desqualificação da importância do trabalho de uma Babá. Aliás, muito
pelo contrário. É justamente por entendermos que não se trata de trabalho
menor, desqualificado, que a manifestação de “as vezes babá” é de uma injúria
profissional sem tamanho.
Isso,
claro, pra não falar da desqualificação do trabalho docente, central e fundante
de nossa área.
Pior é
que tem mais...
III – “Pode ser que até não ganhemos muito em
dinheiro”.
Típico
de uma instituição que defende a área, mas não os seus trabalhadores. Expressão
clara de que nem é esta, mesmo, a intenção.
Pior é
que, ainda que “não ganhemos muito dinheiro”, os professores vinculados/inscritos
no sistema sempre serão cobrados a pagarem suas dívidas para com o conselho,
para poderem continuar trabalhando.
Movimento
interessante: não lutamos (porque nem lhes cabe) por melhores condições de
trabalho e salário, mas continuaremos a cobrar de vocês para que continuem
trabalhando sem melhores condições de trabalho e salário...
É o
tango-do-brano-maluco!
E, por
fim, a coroação...
IV – A morte a língua portuguesa em três
míseros parágrafos...
... e
por um docente de ensino superior.
Basta um
destaque apenas (porque foram mais):
“Mas ganhamos muito quando nossos alunos retribui esse esforço
que temos”.
(Obs.:
evidentemente, enquanto escrevemos, o word grifa o trecho, indicando o crime
gramatical).
– Tá “serto”!
(Todo o circo)
Não é só
Fora temer!
É Fora
CONFEF/CREF!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira