RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 31 de dezembro de 2016

Escutei por aí... o Chile - e te prepara, 2017!!!!! Ah! Te prepara!!!!





“Por suerte tengo guitarra
 y também tengo mi voz,
 también tengo siete Hermanos
 fuera del que se engrilló.
 Todos revolucionários
 com el favor de mi Dios.
 Si... Sí”
 (La Carta – Violeta Parra)


Este ano, como nosso picadeiro testemunhou e registrou, foi realmente intenso e difícil. E em quase todos os campos, em quase todas as esferas humanas e sociais. E não nos espantemos, o que vem pela frente será mais desafiador, com mais lutas incansáveis mas necessárias.
Mas, não caberia a este picadeiro de terra batida, deixar de lembrar também, que 2016 foi um ano de muitas coisas interessantes.
Sempre somos agraciados com a chegada de alguns/algumas pequenos/as. Assim foi com Maria Luiza, Gustavo, Luisa, Débora, Enzo, Paulo Henrique, Vitor, Luiz Fernando, a duplinha de gêmeas Gaby e Bia, Morena e Bella Liah. E os/as celebramos tanto quanto celebramos aos que partiram este ano, mesmo que partindo: Fidel – El Comandante, Muhanmad Ali, Marga Rothe e Naná Vasconcelos. Celebramos para nunca nos esquecermos, dentre outros, por quem continuamos nossa luta...
Tivemos a juventude, este ano... brava lutadora e que não arredou o pé nas suas lutas. Mais ainda, continuou avançando e as ocupações, nesta parte final deste estúpido ano, mostraram que ela não está pra brincadeira. E é inarrável e inquantificável registrar o quanto que este picadeiro de terra batida e lona furada de circo aprendeu com ela.
Testemunhamos também, mais próximo a nós, duas turmas de professores de Educação Física se formando. A Turma Professora Renata Vivi e a Turma Professor Euzébio Oliveira e, claro, não deixamos de registrar nossa saudação e, nela, as lições que sempre entendemos serem necessárias.
           Foram mais de 13 mil visitas ao nosso picadeiro de terra batida e lona furada de circo este ano e, cá pra nós, estamos muito felizes com isso... Mesmo que, nestas, um mísero e idiota patrulhamento ideológico tenha se manifestado. Também continuam sendo bem vindos, pois sempre aceitamos o contraditório (no bom debate) e, mais ainda, nada como ajudar a estes pobres desavisados do mundo e da vida.
E, meio que para brindar este também celebrativo ano de Luta e seus Lutadores e Lutadoras do Povo, celebramos a música, este elemento da criatividade humana (e muito capturada pelo capital) e que brinda nossos ouvidos com melodia e esperança.
E este picadeiro de terra batida e lona furada de circo – que também em sua história, caminha pela Música, com nossas canções, nossas letras e as histórias por trás delas – iniciou neste ano o mote “Escutei por aí...”. E curtimos muito as nossas primeiras experiências.
Aliás, muito ainda passaremos por aqui, de coisas novas ou “não tão novas”, que só conhecemos agora ou recentemente. Falamos de Francisco - El Hombre, Dom La Nena e Liniker. Por aí, só coisa bacana. E, garantimos, falamos muito menos do que gostaríamos de falar.
E já que estamos em nossa última viagem de 2016, optamos por Música. Sei lá, meio que para celebrar. E festa sem música? Não dá...



A Música sempre é um perfeito instrumento de criação e de celebração. Com a música eu mesmo aprendi a organizar as ideias e as notas, mesmo quando incompreendidas. E também aprendi a celebrar as pessoas que estão neste picadeiro, mesmo as que não saibam.
Em tempos em que até ficamos embasbacados com as vozes escondidas mundo afora e que perpassam os palcos de programas de talentos a serem reveladas – e entrarem num disputado espaço de “pop star’s” – até mesmo a música pode ser um espaço de disputa histórica, ideológica, de concepção de homem, de mundo, de relações sociais.
Essas vozes, entretanto, existem muito além destes programas, e com trabalhos tão ou muito mais consolidados do que os artistas celebrados pelos nossos estúpidos meios de comunicação que os reúne para “festas da virada”...

– Essa parte é sempre difícil, Russo (Strovézio).
– Diga lá, meu nobre e musical palhaço...
– Porque sempre corremos o risco de cair no tal “gosto é gosto, cada um tem o seu” ou sermos levados a não respeitar o fato destes artistas trabalharem muito.
– Oras, claro que não... sabemos que trabalham muito... Mas, também precisamos reconhecer, num diálogo de crítica e autocrítica, pra quem, pra que, em defesa de que, contra o que, contra quem trabalham muito, mesmo que eles mesmos não saibam.
– Não saibam... hummmmm... como é que tu diz mesmo, Russo?
– Pois bom.

Desde pequeno, sempre pude conhecer alguns trabalhos da nossa fantástica cultura musical Latino-americana. É de pequeno que escutava o magnífico “Raices de América” e canções como “Guantanamera” e “La Carta” ou a voz de La Negra Mercedes Sosa.
E, com o tempo, fui percebendo que o Chile de Violeta Parra, a Argentina de La Negra e a América Latina reunido em Raíces de América era muito mais do que me deixavam conhecer. E, portanto, precisava conhecer.
Conheci um espetacular “latino-progressivo-popular” - ou sei lá como denomina-lo - Los Jaivas, e sua mistura de ritmos populares chilenos e rock progressivo:


Conheci Quilapayun e no espetáculo “Cantata de Santa Maria de Iquique” percebemos que há, nesta música latina, a história de seu povo. E como é importante sabermos e cantarmos a história de nosso povo. Como a fantástica “Plegaria de un labrador” (de Victor Jara, também chileno):



Conheci Inti-Illimani, que com o próprio Quilapayun, nos apresentava “El Pueblo Unido” e “Canción del Poder Popular”.


E, conhecendo-o este pouco, sei que há muito mais ainda por conhecer.
Em um ano tão difícil, e a necessidade de nos prepararmos para o que vem pela frente, pessimistas na análise, mas otimistas na ação, há que lembramos sempre, e com música (por que não?), que...


“De pie, cantar
 Que vamos triunfar.
 Avanzan ya
 Banderas de unidad
 Y tú vendrás
 Marchando junto a mí
 Y así verás
 Tu canto y tu bandera florescer
 Da Luz
 De un rojo amanhecer
 Anuncia ya
 La vida que vendrá
 [...]

 El Pueblo unido, jamás será vencido”


Não esperamos por 2017! Iremos ao seu encontro, com força e determinação. Sabendo que estamos com centenas, milhares de camaradas ao nosso lado, assim como estamos ao lado de centenas, milhares de camaradas...
Não apenas por nós... mas por toda a humanidade!
           Te liga, 2017! Nós estamos chegando... 2016 não nos derrotou!

            Venham Todos!
            Venham Todas!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira