“Espere por mim, Morena.
Espere
que eu chego já.
O amor
por você, Morena...”
E chega nossa Pequena Morena... Isso, Morena...
Talvez
seja a síntese de tantos nomes que tratam Morena como adjetivo: Bruna, Adriana
(e suas variações), Drica...
Mas vens
Morena como Nome! NO-ME ! ! ! ! !
É como
se seu nome fosse Luta! Ou, talvez Resistência... poderias até mesmo chamar-se
Mulher! Termos que nesta nossa sociedade marcada pelo “tornar a vida mero
objeto” andou construindo e legitimando ao longo de séculos: fazer do que é
essência, mero adjetivo. Talvez até elogioso...
–
Revolucionário como Adjetivo do Nome Revolucionário, Russo! (Strovézio).
–
Hummmm... Explica um cadim mais, meu nobre palhaço de ideias sempre em
construção...
–
Simples, Russo... Não será mais “Tá vendo aquela morena?”... Agora em diante
será “Tá vendo? É a Morena!”...
– Uau...
Strovézio sendo sempre Strovézio...
Chegas
trazida por nossa sempre querida Carol e de Jonathan (a quem nosso humilde
picadeiro de terra batida ainda não conheceu), chegas neta de Claudinha e
Luika, sobrinha de Natan e Daniel...
Aliás,
acho que chegas sobrinha de tios e tias pra dedéu... Só aqui no nosso picadeiro
de terra batida e lona furada de circo é uma tuia ao quadrado.
Eita,
que é so gente bacana em volta...
E é
gente bacana em muita coisa, inclusive na música. A de Gonzaguinha, que abre
esta conversa ao pé de ouvido foi, na sua chegada, a homenagem primeira.
Mas
também és de Morena aos cantos de Osvaldo Montenegro, e suas palavras doces que
versam:
“Eh, Morena... tá faltando essa areia
molhada... /
E o
cheiro de sal madrugando na boca da gente... /
E o sono
da rede embalando teu corpo... /
E a
roseira fazendo das suas...
Nascendo
uma rosa na Lua e o luar no jardim...”
E é
tanta, mas tanta música para este papo, que resolvemos inaugurar nossa “Cantata
ao pé de ouvido”...
E viva a
música... este movimento de sons, vozes, tons e até silêncios fantástico da
produção e do trabalho humanos.
Mas
antes de “cantarmos” sobre esta data tão musicalmente festiva, algumas coisas
neste dia que chegas nos chamaram a atenção... Na verdade, algumas pessoas
nesta história deste bicho tão estranho chamado Homem/Ser humano!
Diz a
lenda que o futebol já ganhava suas canelas no velho mundo, ainda no século
XIX. Daí, lá pelas bandas de 1863, o futebol entraria na sua fase de regras
internacionais, bem neste dia 26 de outubro. Não conseguimos encontrar (mas
deve existir) quais seriam essas regras. Mas, não duvidamos nem um pouco que,
dentre elas, a de que futebol era jogado somente por Meninos... coisa mais
chata, aquela época, hein?
A gente,
do Universal Circo Crítico, até joga uma bola... mas com regras circenses, com
pitadas de Luís Fernando Veríssimo. Peça pra sua mãe e seu pai ler pra ti este
escritor brasileiro, tá?
Mas,
voltando pro papo da gente: Daí, tu vem menina, num mundo em que futebol é
coisa de menino. Portanto, bagunça toda esta ordem “testosterona” do esporte,
arrebenta tudo e vá organizando suas futuras amiguinhas e amiguinhos para dizer
“Tá Tudo ERRAAAAAADO!”
Ó... este
picadeiro não tem essa não, de “futebol é de menino” e tals... aqui, é pra todo
mundo! Então, quando puder, arme o futebol que quiseres aqui em nosso picadeiro...
– Ei,
Russo... por falar em Futebol... (Strovézio)
– Diz
aí, meu peladeiro palhaço!
– Acho
que precisamos aqui, qualquer dia, reorganizar o nosso “Os Cavaleiros do
Ante-futebol!”, né não?
–
Putz... E não é! Topa, Morena????
Bom...
como sempre, wikipediamente falando, a gente descobre que uma tuia de gente
nasceu ou se despediu numa tuia de dias diferentes...
De
Ex-primeira futura presidente norte americana ao primeiro presidente indígena
boliviano (eita), gente de tudo quanto é tipo, jeito, des-jeito e o escambal...
Darcy Riberio, grande figura da Educação Brasileira, por exemplo, nasceu em 26
de outubro e, afinal, chegas, Morena, neta de Professor e Professora... Sacou?
Ainda em
um distante 1871, nascia Guilhermo Kahlo. E agradecemos o destino e os caminhos
percorridos por este fotógrafo alemão, radicado no México e, principalmente,
pai de Frida Kahlo por ter seguido este caminho.
Frida
Kahlo seria, talvez, a figura mais expressiva para falarmos aqui, mesmo não
nascendo em um 26 de outubro.
Mas,
como se trata de seu pai, que era um fotógrafo, então, te recebemos, Pequena
Morena, com uma das fotos que ele tirou de sua filha e, nesta, a expressão de
história que fica. Claro, nossa humilde lição é essa: a história não está
pronta e acabada... A história não se faz com uma foto... a história se faz com
força e amor. E que as fotos que a história registrem de ti possam sempre
expressar o que mais forte e o que de mais profundo amor irás construir.
Mas ó,
que massa... Tem história que só as nossas conversas ao pé de ouvido nos
possibilitam conhecer. Neste caso, falo do poeta brasileiro Murilo Araújo.
Não sei
qual orixá te celebra e qual a recebe neste dia. Mas, se for Nagô, tá
perfeito... Murilo Araújo, em sua vasta obra poética, marcada no movimento
modernista, escreveu “Funeral d’um Rei Nagô” que foi musicado por Heckel
Tavares e, com um cadin de paciência, achamos uma gravação... E que tom
clássico maravilho que, na voz de Inezita Barroso, ganha ar de perfeição...
– Nagô!
Axé! Salve Morena! (Strovézio)
– Nagô!
(Nossos artistas)
Como tu
és, desde sua chegada, ligada à música e, portanto, à arte, tem um grande
artista que partiu em um 26 de outubro: o brasileiríssimo Di Cavalcanti, um dos
mais importantes pintores brasileiros (foi pintar o 7 por outras bandas em
1987)...
Claro,
tem coisa que a gente, quando começa a crescer, sempre gosta de fazer...
pintar, desenhar, rabiscar, desenhar o rabisco e por aí vai...
Mas, daí,
a gente aqui pensou que nada como lembrarmos de uma das obras de Di, que tenha
a ver com a música (estás cercada de música); O Samba... tudo certo né?
Mas, é
pra música que gostaríamos de reservar nossas palavras finais... Até porque,
como dissemos, isto é uma Cantata...
Milton
Nascimento (1942) e Belchior (1946) são também de 26 de outubro e a obra
escrita e cantada destes caras é quase que inarrável... Presaríamos inaugurar
não mais uma “Conversa ao pé de ouvido...” ou, como agora, uma “Cantata ao pé
de ouvido...”. Teríamos que dar um jeito na nossa lona furada, no nosso
picadeiro de terra batida e realizar um, hammmm... deixa ver..
– TRIBUTO
AO PÉ DE OUVIDO! A Chegada de Morena na Voz de Milton e Belchior!
– TRIBUTO
AO PÉ DE OUVIDO! Uau!... Isso sim seria massa!
Mas, além
deles, foi em 26 de outubro de 1989 que o Fantástico Legião Urbana lançou “As
Quatro Estações”... ainda eram os bons tempos do LP.
E se
Milton Nascimento e Belchior já dariam um espetáculo a parte, o que pensar
deste que foi um dos trabalhos mais sensíveis de uma das maiores e mais importantes bandas de rock do país?
E que
viagem um único LP pode fazer para celebrar sua chegada, né não, Pequena
Morena?
Afinal,
para sua chegada, o Legião é bem claro, elucidativo, pedagógico até, pois canta
junto a este picadeiro que
“[...] disciplina é liberdade
/
Compaixão, é fortaleza
/ Ter
bondade é ter coragem...”
E liberdade,
fortaleza e coragem são extremamente importantes para amar, e Amar assim, com
letra maiúscula, pois
“É
preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.
Até
porque, Pequena Morena,
“É só o
amor, é só o amor /
que conhece o que é verdade. /
O Amor é bom, não quer o mal /
Não sente inveja ou envaidece”.
E... “[...]
quando se aprende a amar /
o mundo
passa a ser seu”.
As
pessoas aí perto, bem pertinho de ti e, também, os artistas deste picadeiro de
terra batida que te recebem, são e sempre foram sonhadoras. Pessoas que tem
força no coração e amor nas suas lutas.
É certo
que vivemos tempos estranhos. E nestes tempos estávamos pensando, enquanto
chegavas, Pequena Morena... Pensávamos que...
“Até bem
pouco tempo atrás / Poderíamos mudar o mundo...
/ Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor /
E toda dor vem do desejo de não sentirmos
dor”...
Lembre-se,
Pequena Lutadora do Povo Morena... sempre que acordares...
“...Quando
o sol bater na janela do seu quarto, /
lembra e vê que o caminho é um só...”
É o
caminho que sempre nos levou a acreditar que poderíamos mudar o mundo... É o
caminho que fortalece nosso desejo de nele continuar...
Afinal...
“Se o
mundo é parecido com o que vejo /
prefiro acreditar no mundo do meu jeito /
E você estava esperando voar,
mas como chegar até as nuvens com os pés no
chão?”
Claro,
pra chegar nas nuvens ou tirar os pés do chão, sempre é importante fazer
planos... Até eu, neste picadeiro de terra batida...
“[...] as
vezes faço planos /
as vezes quero ir /
Para algum país distante e voltar a ser feliz”.
E
lembre-se de que lado você está, Pequena Morena. Pois estes tempos tão malucos,
em que gostar de São Paulo, gostar de São João, gostar de São Francisco e São
Sebastião, tanto quanto gostar de meninos e meninas, é tão perigoso quanto
saber de que lado se está...
Chegas,
Morena, em tempos de luta, sim... Lutas intensas, daquelas que a gente afirma,
contundentemente: Só a Luta muda a Vida! E é, sim, uma luta do bem contra o
mão... é sim...
“É o bem
contra o mal /
[...]
Eu estou
do lado do bem”
É isso,
nossa Pequena Lutadora do Povo Morena...
Ainda
não escutamos sua voz, seu choro, seu balbuciar, seu arroto após uma mamada...
Mas aqui, no Universal Circo Crítico, neste picadeiro de terra batida e lona
furada de circo tudo é tão arrumadinho, que a gente pode dizer, legianamente
falando,
“Eu já
me acostumei com sua voz /
quando estou contigo, estou em paz”.
Viva
Viva, Morena!
Celebramos...
Vida
Longa, nossa Pequena Morena!
Sempre
Vida Longa!
Venham Todos!
Venham Todas!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir