“[...] todos os grandes fatos
e
todos os grandes personagens
da
história mundial são encenados,
por
assim dizer, duas vezes [...]:
a
primeira como tragédia,
a
segunda como farsa”
(Karl Marx)
Era o ano de 1968...
Fechados
em seu gabinete, o Presidente-General Costa e Silva e seus ministros mais
próximos...Um “Conselho” de 24 ministros e o vice-presidente reunido para
apreciar o texto construído pelo então Ministro da Justiça, um senhor de nome
Luís Antônio da Gama e Silva. Apenas o então vice-presidente Pedro Aleixo votou
contra... não por postura democrática, claro.
Todos
os direitos políticos foram cassados naquele dia. Até o Supremo Tribunal
Federal sentiu a força daquele Ato.
O Ato
Institucional numero 5, também conhecido como AI-5. O Ato que não ficou nele mesmo.
Eram
24 sujeitos... homens... brancos... patriarcados... possivelmente todos
católicos... E decidiram pelo país inteiro.
Não
eram pessoas eleitas pelo povo...
Mas,
politicamente, decidiram pelo país inteiro... e decidiram pelo rumo da violência
institucionalizada em um Decreto, em um Ato Institucional...
Talvez
1968 a história se escrevia, pelos seus personagens, como tragédia... Talvez a
tragédia tivesse se transformado em farsa nos atos de 2015 e 2016...
–
Aqueles atos, tipo, “Contra a Corrupção”, Russo? (Strovézio).
–
Aqueles mesmos, meu nobre palhaço...
–
Sei... hummm... tá, então... continua aí, Russo...
Pois
bom...
Se é,
então, verdade, que 1968 foi a tragédia e 2015 e 2016 a tragédia se transformou
em farsa com as ruas, verde e amarela, ocupadas por faixas de “Volta a
Ditadura”...
... o
dia 13 de dezembro de 2016 se repete como?
Tal como os anos de chumbo...
Arriscaria
dizer, com a humildade que cabe a este picadeiro de terra batida e lona furada
de circo, que 13 de dezembro de 2016 no Brasil se repete como barbárie, haja
visto que nem o rastro de tragédia e farsa impedem que seus personagens de hoje
durmam tranquilos com o que estão a fazer.
Como
diria Marx sobre Napoleão Bonaparte em “O 18 de Brumário”, pelo parlamento,
pelo governo (e seus vários “governos”) e pela Justiça brasileira, só me cabe o
desprezo. E isso não é suficiente.
Mas,
cabe também, nestes tempos de indignação, a esperança...
Mesmo
que esta esperança seja atacada por bombas de efeito moral, balas de borracha,
spray de pimenta e jatos d’água...
Mesmo
que a esperança veja apontada em sua direção até mesmo armas letais...
Mesmo
que a esperança seja imobilizada, enforcada, surrada, algemada e presa...
A esperança
está sempre viva dentro de nós...
E a
esperança, hoje, está nos olhos da juventude, que ocupa Escolas, Universidades,
Institutos... Que ocupa Câmaras e Assembleias Legislativas... Que ocupa as
ruas.
Em 1968,
o AI–5! Este durou 10 longos anos...
Em 2016,
a PEC–55!
E
ainda temos muito contra o que lutar...
A
Esperança, portanto, nunca (forma de dizer) foi tão necessária.
Mas há
algo de curioso neste 13 de dezembro.
Segundo
os católicos, é dia de Santa Luzia (ou Santa Lúcia), a padroeira dos
oftalmologistas (os cristãos católicos, claro) e daqueles que tem problemas de
visão.
Para
os primeiros, algo como “Santa Luzia, guie o trabalho dos oftalmologistas, para
que possam curar ou amenizar aquele/as que tem problemas de visão”.
Para os
segundos, algo como “Santa Luzia, guie os caminhos destes que tem problemas de
visão”.
Seria
interessante que estes, os católicos, colocassem a pauta dos caminhos obscuros
que este país (e o mundo) vem tomando em suas andanças.
Ou
não...
Venham
Todos!
Venham
Todas!
Material para ato político-cultural, organizado pelos alunos e alunas da UFPA/Castanhal |
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