“Deixe-me
dizê-lo, sob o risco de parecer ridículo,
que o verdadeiro revolucionário
é guiado por grandes sentimentos de amor.
É impossível imaginar um autêntico
revolucionário
sem esta qualidade (...)
É preciso lutar todos os dias
para que este amor à humanidade
se transforme em fatos concretos,
em atos, que sirvam de exemplo e mobilizem”
(Ernesto
Che Guevara
- El
Socialismo y el hombre em Cuba, 1988)
Não
vamos fazer o preâmbulo muito longo, como o exposto em nossas reflexões sobre o
Ministério da Educação. A Justiça, é pauta complexa nestes tempos de “golpes do
Golpe nos antigos golpes” à classe trabalhadora.
– Opa!
Opa! Péraí! Péraí, Russo... (Strovézio).
– Diz
aí, Strovézio...
– Por
falar em justiça, quero entender uma coisa... até para poder dizer “justiça
seja feita!”.
– Ok...
vamos lá...
– Dilma,
nas eleições de 2014, dizia que ia fazer uma tuia de coisa e não ia fazer outra
tuia, porque esta outra tuia era a proposta do Aécio, certo?
–
Certo...
– Quando
passou as eleições, a coisa degringolou, com uma forcinha do Congresso
Nacional. Daí, veio Terceirização, Lei Antiterrorismo, Arrocho Salarial, cortes
na Educação, na Pesquisa e o escambal, certo?
– ok...
– Daí, acusaram
ela de “estelionato eleitoral”. Chegou até a ser pauta de impeachment, entre os
50 processos encaminhados de 2014 pra cá. Ou seja, ela tava fazendo o que ela
acusou que Aécio iria fazer... certo?
–
Isso...
– Daí...
tiraram ela... E quem assumiu (o michel temer, que estava na chapa que dizia
que não iria fazer o que o governo estava fazendo) está fazendo exata e mais
duramente aquilo que não foi aprovado nas urnas em 2014, inclusive com as
siglas derrotadas...
– Correto...
–
Intaum...
É... o
Palhaço é sério...
Ministério da Justiça:
Aqui,
neste picadeiro de terra batida e lona furada, vamos falar algumas obviedades,
acho. Mas, como diria o velho ditado, quando a obviedade é deixada em silêncio,
sequer entendemos suas contradições e, principalmente, o porquê de ser tão
óbvio.
Comecemos
pelo que vem sendo apresentado constantemente sobre a estrutura deste novo
Ministério da Justiça que recebeu de presente a demanda de algumas Secretarias
do Governo anterior.
Todos
sabemos, porque esteve bem público (menos nos jornalões tupiniquins) que
Secretaria das Mulheres, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e
Secretaria de Direitos Humanos vão pro brejo. E suas políticas irão junto...
Da
Secretaria das Mulheres (em uma equipe ministerial masculina – lembrem-se das
palavras de miriam leitão e o esculacho de alexandre garcia), parece-me claro
que a política que se pretenda a partir de agora será mais bela, recatada e do
lar. O que significa o risco, dentre outros, de afirmar o velho preceito “briga
de marido NA mulher, o Estado não mete a colher” (claro, preceito adaptado).
Se
pensarmos nas questões afetas a Política de Promoção da Igualdade Racial (em
uma equipe ministerial branca), além do que o conluio agora fortalecido do
governo interino com o congresso nacional sobre a questão das titulações de
áreas quilombolas (além das indígenas), é possível que teremos uma Política
MiMiMi. Ou seja, parem de vitimismos e trabalhem, pois é isso, independentemente
da cor-da-pele, que faz a vida melhorar.
Por fim,
ao olharmos para a Secretaria dos Direitos Humanos, em tempos de votos que
homenageiam torturadores, fico pensando o que acontecerá não apenas com a tardia
Comissão da Verdade (que Lula não teve coragem de entabular) mas, e mais ainda,
no que acontecerá com o legado documental que foi possível resgatar e registrar
sobre os porões e outros lugares de tortura da ditadura.
Para os
três temas, pelo menos nos últimos tempos temos um registro bastante denso, o
que nos permite acreditar que a militância destes setores e seus simpatizantes,
terão muito o que contar ainda.
Mas,
algo passou em silêncio nesta reorganização. Cadê a Secretaria Nacional de
Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência?????
Não tem.
– Mas
tem indicação de “Não-Secretário” da “Não” Secretaria... (Strovézio).
– É
mesmo, Strovézio?
– Sim. Indicação
deste movimento sem obstáculos aqui, ó... Já falaste sobre ele:
Governo
temer atendendo as demandas de setores organizados.
Se a
coisa já parece complicada, feia, sem qualquer horizonte que alivie nossas tensões
nestes tempos de “Políticas de Choque”, eis o nome de Batalhão de Choque que
assumiu o Ministério da Justiça: Sr. (isso eu posso deixar) alexandre moraes.
Como já dissemos aqui, o terror dos estudantes secundaristas de São Paulo.
É São Paulo,
o Governo do Estado (e a Secretaria de Segurança Pública) que já atingiu o
estágio de desocupar escolas SEM mandato de reintegração. Vai lá, desce o
cacete na molecada e pronto.
Afinal,
por mais que a molecada esteja defendendo a Educação Pública (talvez até a
escola dos filhos dos policiais que vão lá, bater neles), o governo paulista
não a defende e a Segurança Pública paulista precisa defender o que a Educação
Pública paulista quer... faz sentido.
Não
importa a opinião pública para este governozinho de meia pataca (e muito poder),
se o dito-cujo de pouca “moraes" já advogou para o PPC. Se até mesmo fez
acordos com o PPC para o sangue parar de correr em São Paulo, como ocorreu em
2012 (com o silêncio ensurdecedor da imprensa nossa de cada dia).
Se o que
vínhamos acompanhando em relação à forma como o Estado Brasileiro vinha atuando
nos conflitos (como os casos dos guarani-kaiowá’s), somado à Lei Antiterrorismo
assinada por Dilma, o cacete está sendo lustrado nos “porões do Ministério da
Justiça”. Afinal, de um novo ministro que não se importa com as inúmeras
denúncias de excesso (pra dedéu) da segurança pública em seus recentes tempos
paulistas e que ganha um Ministério com uma Lei ba-ca-na no colo... quero nem
pensar.
Uma
Política Pública de Segurança Nacional que “coloque” a mulher “em seu lugar”,
meritocrática, para “humanos direitos” e “normais”... E não reclamem, que
sabemos colocar as coisas em ordem.
– Fico
com as imagens de resistência, Russo. Aquelas ao lado das palavras do Comandante (Strovézio).
– Elas
nos fortalecem...
Justiça é
palavra cara... É palavra que vai além de uma instituição.
Justiça
é palavra revolucionária e só faz justiça de verdade quem tem amor à
humanidade. Por isso da epígrafe neste texto.
Nossa luta?
Sempre à
esquerda.
Esquerda
de verdade!
– Russo!
Russo!
– Opa...
diz aí Strovézio...
– Por
falar em justiça, deixa eu pedir pro nosso público me ajudar aqui...
– Ajudar
com o que?
–
Procurar o Moro! Ele sumiu!!!!!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
PS.: o
ritmo é tão maluco, que no Ministério da Educação, por nós já passeado, vai tão
rápido que um gestor de Instituições Privadas de Ensino Superior irá comanda a
pasta que cuida das Instituições Públicas de Ensino Superior... Sacaram?
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