“Na sociedade primitiva, matricêntrica
a mulher
era considerada uma deusa,
pois o
homem não conhecia o seu papel na fecundação
e as
mulheres eram as fertilizadoras,
as
geradoras de vida: crianças, plantas, fenômenos da natureza...
A
propriedade privada confinou a mulher
e o
capitalismo a transformou
em força
de trabalho para a exploração.
Numa
nova sociedade,
não
haverá motivo para que a mulher
não
tenha igualdade com o homem.
Homens e
mulheres dividirão os serviços domésticos
e a
criação dos filhos;
trabalharão naquilo que se identificarem;
terão relações
amorosas e não de poder;
mas nada
substituirá a natureza
e o
papel imprescindível
que uma
mãe possui na vida da gente!”
(Paula, companheira de Mauri de Carvalho
Palavras que seguem por muitos caminhos)
Lembro
de uma destas anedotas infantis, em que crianças, na escola, tinham que fazer
uma redação alusiva ao Dia das Mães. A personagem “professora” deu o tema aos
seus alunos: “Mãe, só tem uma!”.
A
anedota seguia com a professora solicitando que seus alunos, um a um, lessem
seus textos que, em síntese, resumiam o “Mãe, só tem uma!” com “minha mãe é
adorável”, “ela cuida de mim”, “ela é a melhor mãe do mundo” e, portanto, ao
final, “Mãe só tem uma!”.
Eis,
claro, que no momento em que o protagonista central da anedota é chamado a ler
sua redação...
– Russo!
Russo! Deixa eu representar? Deixa? Deixa? (O Palhaço Strovézio).
– Mas
claro, Strovézio..
– Lá
vai: “Ontem teve visita em casa. Veio meu
tio, minha tia e minha prima. Ficaram na sala conversando e minha mãe pediu
para eu ver se tinha guaraná na geladeira. Fui à cozinha e abri a geladeira e,
quando vi se tinha guaraná na geladeira, disse pra minha mãe: ‘Mãe, só tem
uma!”.
Clássica!
Mas hoje
é o tal “segundo domingo de maio”. O Dia das mães.
Não sei
ao certo porque tem que ser no segundo domingo de maio (assim como o Dia dos
Pais é no segundo domingo de agosto). Para este picadeiro de terra batida e
lona furada, é quase um “só sei que é assim”.
Mas, em
tempos de “muitas questões paralelas”, em que a associação “MÃE” parece estar
restrita a “FAMÍLIA” (aquela, conservadora, entabulada pelo tal “Estatuto da
Família”) ficamos aqui, neste domingo em que nossos artistas foram todos à casa
de suas madres, pensando sobre a Mãe.
E, mais
ainda, pensando se realmente, “Mãe só tem uma!”.
Começo
por mainha... que é minha e também de minha irmã (em que pese as questões paralelas).
Mas, talvez, seja também “uma mãe” mundo afora, dos alunos de suas aulas de
piano ou outras veredas particulares.
Em
tempos da saudosa “Rua de baixo”, com Formiga, Juninho, Dimas, Dudu, Wilsinho,
X-pita, Bolota, Gelinho, todas as mães eram a mãe de cada um e de todos nós.
Mas aqui,
porque é aqui, nossa homenagem ao que sempre guardaremos, de tantas coisas, de Mainha.
E, como
muitos por aí, tenho uma “mãe torta”, que este ano estreou a sua condição de vó
(http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2016/04/conversa-ao-pe-de-ouvido-de-debora.html)...
Afinal, Débora era a filha de Glauce e agora é neta dela.
Mas,
este picadeiro e esta lona pertence ao mundo. Por isso trata-se de um Circo
Universal. E, pertencendo ao mundo, são muitas nossas mães.
É sobre
isso que às vésperas deste dia seguíamos refletindo.
As mães
de nossos/as camaradas de luta, de todos os dias a enfrentar o Capital são,
também, nossas mães. Afinal, elas nos deram grandes camaradas, “introcáveis”
camaradas. Essenciais camaradas que nos ensinam o real significado do Amor à
Humanidade. Talvez não o aprenderíamos sem suas mães, imprescindíveis a seus
filhos (nossos camaradas) quase tanto quanto para nós.
As mães (falando
de nosso picadeiro particular, a sala de aula) de nossos alunos, de nossos
estudantes. E há anos convivo com eles, os estudantes. Não estariam lá, na
sala, na “quadra de areia” das aulas de Educação Física, nas nossas orientações
científicas, se não fosse suas mães.
As mães
daqueles que nos representam e pela qual também fazemo-nos representar, neste
picadeiro e fora dele. Os/as Trabalhadores/as do Mundo que, à luz de nosso Amor
à Humanidade, também dão sentido a cada um de nossos dias.
Mas não
apenas protagonizamos, também somos protagonizados. Algumas destas
“protagonizadoras” são mulheres, mães, e cuidam de nossa formação, inclusive
com suas contradições. Assim, tenho mãe que me ensinou em sala de aula, tenho
mãe que me ensinou no Partido (o que fiz parte e onde estou hoje), tenho mãe
que me ensinou nos Movimentos Sociais, nas fileiras e nas ruas.
As mães,
que são muitas, que tombaram na luta e nos ensinaram que estão na luta. Não
estão atrás, à sombra. Não estão ao lado de seus homens... Estão à frente.
E temos
cães em nosso picadeiro. E gatos, também... E nós os temos como companheiros,
ao seu jeito de matilha. E suas fêmeas (que não são atingidas pelas odes do
Capitalismo) também nos dão lições de Ser Mães.
E, talvez por conta também destas mães, a Terra é chamada de "Mãe-Terra"... Mãe e Terra... faz sentido.
E, talvez por conta também destas mães, a Terra é chamada de "Mãe-Terra"... Mãe e Terra... faz sentido.
Assim,
nossas lutas também fazem parte deste dia. Como de todos os dias.
Hoje é
mais um Dia das Mães. Não celebramos o acabado.
Celebramos o que ainda temos por construir.
E, por
isso, por essas Mães todas e outras tantas que não as sabemos, as celebramos.
Mãe, é
uma só... Luta!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira