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domingo, 8 de maio de 2016

A Mãe...


“Na sociedade primitiva, matricêntrica
 a mulher era considerada uma deusa,
 pois o homem não conhecia o seu papel na fecundação
 e as mulheres eram as fertilizadoras,
 as geradoras de vida: crianças, plantas, fenômenos da natureza...
 A propriedade privada confinou a mulher
 e o capitalismo a transformou
 em força de trabalho para a exploração.
 Numa nova sociedade,
 não haverá motivo para que a mulher
 não tenha igualdade com o homem.
 Homens e mulheres dividirão os serviços domésticos
 e a criação dos filhos;
 trabalharão naquilo que se identificarem;
 terão relações amorosas e não de poder;
 mas nada substituirá a natureza
 e o papel imprescindível
 que uma mãe possui na vida da gente!”
 (Paula, companheira de Mauri de Carvalho
 Palavras que seguem por muitos caminhos)

Lembro de uma destas anedotas infantis, em que crianças, na escola, tinham que fazer uma redação alusiva ao Dia das Mães. A personagem “professora” deu o tema aos seus alunos: “Mãe, só tem uma!”.
A anedota seguia com a professora solicitando que seus alunos, um a um, lessem seus textos que, em síntese, resumiam o “Mãe, só tem uma!” com “minha mãe é adorável”, “ela cuida de mim”, “ela é a melhor mãe do mundo” e, portanto, ao final, “Mãe só tem uma!”.
Eis, claro, que no momento em que o protagonista central da anedota é chamado a ler sua redação...

– Russo! Russo! Deixa eu representar? Deixa? Deixa? (O Palhaço Strovézio).
– Mas claro, Strovézio..
– Lá vai: “Ontem teve visita em casa. Veio meu tio, minha tia e minha prima. Ficaram na sala conversando e minha mãe pediu para eu ver se tinha guaraná na geladeira. Fui à cozinha e abri a geladeira e, quando vi se tinha guaraná na geladeira, disse pra minha mãe: ‘Mãe, só tem uma!”.

Clássica!

Mas hoje é o tal “segundo domingo de maio”. O Dia das mães.
Não sei ao certo porque tem que ser no segundo domingo de maio (assim como o Dia dos Pais é no segundo domingo de agosto). Para este picadeiro de terra batida e lona furada, é quase um “só sei que é assim”.
Mas, em tempos de “muitas questões paralelas”, em que a associação “MÃE” parece estar restrita a “FAMÍLIA” (aquela, conservadora, entabulada pelo tal “Estatuto da Família”) ficamos aqui, neste domingo em que nossos artistas foram todos à casa de suas madres, pensando sobre a Mãe.
E, mais ainda, pensando se realmente, “Mãe só tem uma!”.

Começo por mainha... que é minha e também de minha irmã (em que pese as questões paralelas). Mas, talvez, seja também “uma mãe” mundo afora, dos alunos de suas aulas de piano ou outras veredas particulares.
Em tempos da saudosa “Rua de baixo”, com Formiga, Juninho, Dimas, Dudu, Wilsinho, X-pita, Bolota, Gelinho, todas as mães eram a mãe de cada um e de todos nós.
Mas aqui, porque é aqui, nossa homenagem ao que sempre guardaremos, de tantas coisas, de Mainha.



E, como muitos por aí, tenho uma “mãe torta”, que este ano estreou a sua condição de vó (http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2016/04/conversa-ao-pe-de-ouvido-de-debora.html)... Afinal, Débora era a filha de Glauce e agora é neta dela.

Mas, este picadeiro e esta lona pertence ao mundo. Por isso trata-se de um Circo Universal. E, pertencendo ao mundo, são muitas nossas mães.
É sobre isso que às vésperas deste dia seguíamos refletindo.

As mães de nossos/as camaradas de luta, de todos os dias a enfrentar o Capital são, também, nossas mães. Afinal, elas nos deram grandes camaradas, “introcáveis” camaradas. Essenciais camaradas que nos ensinam o real significado do Amor à Humanidade. Talvez não o aprenderíamos sem suas mães, imprescindíveis a seus filhos (nossos camaradas) quase tanto quanto para nós.
As mães (falando de nosso picadeiro particular, a sala de aula) de nossos alunos, de nossos estudantes. E há anos convivo com eles, os estudantes. Não estariam lá, na sala, na “quadra de areia” das aulas de Educação Física, nas nossas orientações científicas, se não fosse suas mães.
As mães daqueles que nos representam e pela qual também fazemo-nos representar, neste picadeiro e fora dele. Os/as Trabalhadores/as do Mundo que, à luz de nosso Amor à Humanidade, também dão sentido a cada um de nossos dias.
Mas não apenas protagonizamos, também somos protagonizados. Algumas destas “protagonizadoras” são mulheres, mães, e cuidam de nossa formação, inclusive com suas contradições. Assim, tenho mãe que me ensinou em sala de aula, tenho mãe que me ensinou no Partido (o que fiz parte e onde estou hoje), tenho mãe que me ensinou nos Movimentos Sociais, nas fileiras e nas ruas.
As mães, que são muitas, que tombaram na luta e nos ensinaram que estão na luta. Não estão atrás, à sombra. Não estão ao lado de seus homens... Estão à frente.

E temos cães em nosso picadeiro. E gatos, também... E nós os temos como companheiros, ao seu jeito de matilha. E suas fêmeas (que não são atingidas pelas odes do Capitalismo) também nos dão lições de Ser Mães.
E, talvez por conta também destas mães, a Terra é chamada de "Mãe-Terra"... Mãe e Terra... faz sentido.


Assim, nossas lutas também fazem parte deste dia. Como de todos os dias.

Hoje é mais um Dia das Mães. Não celebramos o acabado.
Celebramos o que ainda temos por construir.
E, por isso, por essas Mães todas e outras tantas que não as sabemos, as celebramos.
Mãe, é uma só... Luta!

Venham Todos!

Venham Todas!

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Marcelo "Russo" Ferreira