“Tu-tu-tu-tum / tu-tu / tu-tu-tu-tum / tu-tum...
Tu / tun-tu / tun-tun-tu-tu / tun-tun-tun...
Tu-tu-tu-tum / tu-tu / tum-tu-tu / tu-tum...
Tu-tun-tu-tu / tun-tun-tun / tun-tu /
tun-tun-tu / tu-tun”
– Strovézio?
– Salve
Russo, mandando uma mensagem de telégrafo aqui pro Enzo, em código-morse.
– Oxi...
e por que código morse?
– É 11
de maio, ué! Inauguração do Telégrafo no Brasil!
– E o
que disseste aí?
– VIVA
ENZO! VIDA LONGA!
Salve,
Salve, nossa saudação a mais um Pequeno Lutador do Povo, Enzo... Nosso Enzo que
chegas, filho de nossa camarada de luta e estudo Erika, em 11 de maio.
Pequeno ENZO,
que até onde sabemos, chegas como nome de Gigante, Vencedor, Governante. É... em
tempos tão estranhos de Governos obscuros, nada como ser exatamente neste dia 11
de maio para nos dar esperanças à certeza de nossos sonhos por outra sociedade.
À bem da
verdade, 11 de maio, é um dia estranho em tempos estranhos e, tenha certeza, em
dias assim nós sempre buscamos algo que nos conforte, que nos dê sentido à
palavra ESPERANÇA. A chegada de um Pequeno Lutador do Povo é, de maneira
inquestionável, expressão maior que um mero conforto.
E cá
estamos, novamente, neste picadeiro de terra batida e lona furada, recebendo mais
um Pequeno Lutador do Povo e, como sempre o fazemos, em um pequeno papo, uma “conversa
ao pé de ouvido”.
Chegas
em 11 de maio, dia
difícil, por sua estranheza e seus sinais de intensa nebulosidade (avizinhando
tempestades) em nossa terra tupiniquim.
Diria,
sem sombra de dúvidas, que se tentássemos explicar o que acontece por aqui em
código-morse, seria bem complicado.
– Seria
nada, Russo!
– Não? Tu
acha, Strovézio?
–
Bastaria um “tu-tu-tu / tun-tun-tun / tu-tu-tu”
– ...
que significa...
– S.O.S!
– Faz
sentido...
Há
lições para este dia 11 de maio. Este, de hoje, de sua chegada, em 2016. Aqui,
nestas terras, ele “terminou” na manhã de 12 de maio. Mas terminou como “Já
sabido”. Não vamos nos alongar neste tema: o “golpe institucional” da
Presidente Dilma (que já vinha golpeando os trabalhadores com seus acordos com
o Capital, à bem da verdade), como revelador claro de que o Brasil não é para
amadores.
De hoje,
de sua chegada entre nós, a certeza de que vale a pena Lutar. Luto (palavra que
normalmente se refere à partidas), aqui, pra nós, sempre será verbo. E, como
tal, independente do que aconteceria no cenário político brasileiro, será verbo
permanente.
Aliás, é
interessante notar que este fato em nossas terras brasileiras se repete na
história recente de nossa civilização. E nem falo dos países das Américas
Central e do Sul que, vira-e-mexe, se veem à volta com essas coisas grotescas.
Lá
longe, meio que pelas bandas no “Velho Mundo”, outros países também viveram seu
“inferno institucional astral”.
Por
exemplo, em 11 de maio de 1967 (período em que vivíamos a tranquilidade de
não haver golpes institucionais fantasiados de impeachments com frágeis
acusações tocadas por um parlamento tosco... ninguém ousaria enfrentar a Ditadura
Militar neste sentido), um certo Andreas Papandréu, que já havia sido preso por
suas “ideias trotskistas”, foi pra o Xilindró na Grécia por conta do Golpe de
Estado, que instalou uma tal Ditadura de Coronéis naquele país.
É
importante não deixarmos de considerar, Pequeno Enzo, que Ditaduras não são
obra apenas do “quintal dos EUA”, as Américas Central e Latina. Além da Grécia,
Portugal, Itália e Espanha (pra não citar a Alemanha de Hitler) enfrentaram
seus ditadores no século passado. Isso, em países de cunho capitalista.
Vão,
talvez, pra ti, falar “Ah! O Universal
Circo Crítico não fala das Ditaduras Comunistas”. Bom... não existiram
Ditaduras Comunistas, porque não testemunhamos o comunismo. E os países de
corte socialista, enfim, erraram (alguns bem feio, outros bem pouco) na
condução de suas sociedades à construção do Comunismo, que, assim como o
Capitalismo, precisa ser no Mundo Todo. Socialismo é transição. Se fazem dele o final, a meta, erram na saída (claro, com nosso nobre reconhecimento de resistência de Cuba).
Nossa
segunda lição, aqui, Enzo, é simples: Não basta apenas a Democracia. Se ela for
burguesa, sempre pertencerá à burguesia e seus valores (os últimos governantes
brasileiros entenderam tardiamente isso... sobrará para o povo pobre).
Democracia, só se com Emancipação Humana de verdade.
Mas é
preciso ser inteligente... A tática para construção de outra sociedade precisa
ser, sobretudo programática e, também, humana.
E,
nestes tempos em que também vivenciamos a tecnologia presente de maneira cada
vez mais intensa em nossas vidas, um alerta é sempre importante: cuidado com
ela, a tecnologia.
Foi em
11 de maio de 1997 que o Computador Deep Blue (Azul Escuro... mas por que Azul
Escuro???) jogou xadrez com o Campeão Mundial Garry Kasparov. E venceu.
Bom...
Na verdade esta história é mais longa do que esta data. É que neste dia, depois
de uma primeira rodada de partidas em 1996 (que Kasparov venceu), o tal Deep
Blue conseguiu vencer na pontuação final de um confronto de seis partidas.
Por trás
do tal Deep Blue, atualizações de programas, 700 mil partidas armazenadas e as
ações da IBM (que aposentou o “jovem enxadrista”).
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A máquina, pequeno Enzo, ainda é fruto da ação humana, em um tempo em que cada vez mais nos interessamos apenas pelo seu produto (enquanto consumo) e não pelo seu processo (enquanto conhecimento), estarmos atentos aos caminhos da tecnologia é importante.
Aqui,
nossa terceira lição: é o processo, o domínio dele, que nos permite o
conhecimento. Sem compreendermos o modo de produção da humanidade, hoje e
dantes, não sabemos. Nunca deixe de buscar o conhecimento, Enzo. Ele, enquanto
conhecimento verdadeiro, é revolucionário. Nunca deixe os estudos se tornarem
secundários, certo?
Bom...
mudando um cadim do tema que nos conduz, o dia 11 de maio traz em si, digamos,
uma veia artística. Alguns Pintores e Escultores estão inscritos como nascidos neste
dia, como Jean-Léon Gérôme, Jean-Baptiste Carpeaux (ambos franceses), Paul Nash
(britânico, que deve ter inspirado algumas capas de Discos nos anos 60 e 70,
super psicodélicas). Mas um já é mais conhecido nosso: Salvador Dalí.
–
Salvador de onde? (Strovézio).
– Não
sacaneia, Strovézio...
– Pow...
É que Salvador não tá “dalí”, tá bem “aculá”, né não?
– ...
– Mas
que falta de “espírito lúdico artístico”, Russo...
Pois
bom...
Particularmente,
Salvador Dalí era uma figura, e que tem uma obra bem interessante, além de sua
própria história, reservada de contraposições estéticas. Inclusive fora das “telas
de pintura”. Em sua carreira, o trabalho desenvolvido com W. Disney (que com
todas as suas contradições, fez e ainda faz a criançada mundo afora curtir seus
desenhos) que se transformou em uma animação belíssima.
Mas,
para fazer jus a obra de Dalí e Disney e o legado “rock’n’roll” deste que
papeia no seu ouvido, resolvemos trazer este trabalho com um fundo musical
diferente:
(O vídeo
original, com a música original: https://www.youtube.com/watch?v=K6XCN6gNJFw)
Ah! Por
falar em música, tem gente de prêma a te receber... e de todo jeito. Reservamos
dois.
Tem um
cara, da bossa nova, essa coisa de “banquinho e um violão” e tals, chamado
Carlos Lyra, que também nasceu em 11 de maio... E, para recebe-lo, Pequeno Enzo, ensinamos
sua mãe a cantar uma bela canção que, penso, celebrará todos os dias a sua
chegada:
“Eu não sei, não sei dizer.
Mas de
repente essa alegria em mim.
Alegria
de viver. Que alegria viver.
E de ver
tanta luz, tanto azul!
Quem
jamais poderia supor.
Que de
um mundo que era tão triste e sem cor.
Brotaria
essa flor inocente.
Chegaria
esse amor de repente.
E o que
era somente um vazio sem fim.
Se
encheria de flores assim.
Coração,
põe-te a cantar.
Canta o
poema da primavera em flor.
É o
amor, o amor que chegou.
Chegou
enfim”
(Carlos Lyra)
Canção do
Amor que Chegou, por Giana Vistardi:
Pode ser
que essa canção vire uma canção de ninar, sei lá. Ou então Erika escreve a
letra e faz uma camiseta... Escreve na parede do quarto...
– Não te
mete, Russo (Strovézio).
– Ops! Ok...
Mas, tem
um outro camarada que está na história de 11 de maio que é VA-LEN-DO. Tá, não
foi o dia que ele nasceu, foi o dia que ele partiu. Afinal, pessoas chegam,
pessoas se vão.
Mas, foi
por conta do dia que ele partiu, que no Brasil temos o Dia Nacional do Reggae.
Bob
Marley... esse sim, um mito, um camarada que nem precisamos gostar muito, assim,
de seu estilo musical – ainda que seja muito difícil não deixar-se envolver por
sua música – mas que precisamos reconhecer... aliás, não “precisamos”. Apenas
reconhecemos: no reggae, Bob Marley expressava seu amor a humanidade.
E se
estamos falando de amor a humanidade, nossa homenagem, já pertinho do final
deste papo ao pé de ouvido, é para “Mudar o Mundo / Cantar pelo mundo”:
Mas, não
poderíamos terminar esta conversa sem dizer um segredo de suma importância na
sua chegada.
Já que
chegaste em 11 de maio (um dia que, para a política brasileira, terminou no dia
seguinte), então, temos muita alegria em te dizer, que fostes recebido com
fogos na véspera. Muitos fogos em Belém, sua cidade natal, saudando-o, Pequeno
Enzo.
(Contribuição de um dos padrinhos, o camarada Robson Bastos)
E, para celebrar mais ainda sua chegada, o maior do Norte, o Papão da Curuzu, sagrou-se campeão da Copa Verde, na véspera (dia 10 de maio).
Mas tudo
isso ficou melhor ainda quando te vimos pela primeira vez.
Enzo, no berço! (Foto da Erika) |
CHEGASTES BICOLOR, COM AS CORES DO PAPÃÃÃÃÃOOOOOO!!!!!!!!
– Mas
Russo, Erika não torce pro Remo?
– E não
é, Strovézio...? Mas se ela, que é a mãe, veste o Enzo com as cores do Papão, a
gente vai criticar?
– Claro
que não.
– Então...
– Mas, Russo, Como é mesmo que a gente sabe tudo
isso que dissemos pro Enzo, mesmo?
–
Oras... mãozinha do Wikipédia, ué! Afinal, a edição em português dele foi,
também, em um 11 de maio!
Viva
Viva, Pequeno Enzo!
Celebramos
11 de maio!
Vida
Longa!
Sempre
Vida Longa!
Parabéns pela forma divertida, leve e ao mesmo tempo profunda de tratar de temas relevantes tão para a emergência de uma nova sociedade.
ResponderExcluirSalve, Manoel... Nossas saudações circenses... Ficamos felizes em saber que nosso pequeno (mas grande) público continua pelas paragens de nosso picadeiro de terra batida e lona furada. E , mais ainda, que estamos fazendo jus aos nossos sonhos (e sua prática) por outra sociedade...
ResponderExcluirAbraço
Há braços!