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sábado, 14 de maio de 2016

Conversa ao pé de ouvido de Enzo...

 
“Tu-tu-tu-tum / tu-tu / tu-tu-tu-tum / tu-tum...
Tu / tun-tu / tun-tun-tu-tu / tun-tun-tun...
Tu-tu-tu-tum / tu-tu / tum-tu-tu / tu-tum...
Tu-tun-tu-tu / tun-tun-tun / tun-tu / tun-tun-tu / tu-tun”



– Strovézio?
– Salve Russo, mandando uma mensagem de telégrafo aqui pro Enzo, em código-morse.
– Oxi... e por que código morse?
– É 11 de maio, ué! Inauguração do Telégrafo no Brasil!
– E o que disseste aí?
– VIVA ENZO! VIDA LONGA!

Salve, Salve, nossa saudação a mais um Pequeno Lutador do Povo, Enzo... Nosso Enzo que chegas, filho de nossa camarada de luta e estudo Erika, em 11 de maio.
Pequeno ENZO, que até onde sabemos, chegas como nome de Gigante, Vencedor, Governante. É... em tempos tão estranhos de Governos obscuros, nada como ser exatamente neste dia 11 de maio para nos dar esperanças à certeza de nossos sonhos por outra sociedade.
À bem da verdade, 11 de maio, é um dia estranho em tempos estranhos e, tenha certeza, em dias assim nós sempre buscamos algo que nos conforte, que nos dê sentido à palavra ESPERANÇA. A chegada de um Pequeno Lutador do Povo é, de maneira inquestionável, expressão maior que um mero conforto.
E cá estamos, novamente, neste picadeiro de terra batida e lona furada, recebendo mais um Pequeno Lutador do Povo e, como sempre o fazemos, em um pequeno papo, uma “conversa ao pé de ouvido”.
Chegas em 11 de maio, dia difícil, por sua estranheza e seus sinais de intensa nebulosidade (avizinhando tempestades) em nossa terra tupiniquim.
Diria, sem sombra de dúvidas, que se tentássemos explicar o que acontece por aqui em código-morse, seria bem complicado.

– Seria nada, Russo!
– Não? Tu acha, Strovézio?
– Bastaria um “tu-tu-tu / tun-tun-tun / tu-tu-tu”
– ... que significa...
– S.O.S!
– Faz sentido...

Há lições para este dia 11 de maio. Este, de hoje, de sua chegada, em 2016. Aqui, nestas terras, ele “terminou” na manhã de 12 de maio. Mas terminou como “Já sabido”. Não vamos nos alongar neste tema: o “golpe institucional” da Presidente Dilma (que já vinha golpeando os trabalhadores com seus acordos com o Capital, à bem da verdade), como revelador claro de que o Brasil não é para amadores.
De hoje, de sua chegada entre nós, a certeza de que vale a pena Lutar. Luto (palavra que normalmente se refere à partidas), aqui, pra nós, sempre será verbo. E, como tal, independente do que aconteceria no cenário político brasileiro, será verbo permanente.
Aliás, é interessante notar que este fato em nossas terras brasileiras se repete na história recente de nossa civilização. E nem falo dos países das Américas Central e do Sul que, vira-e-mexe, se veem à volta com essas coisas grotescas.
Lá longe, meio que pelas bandas no “Velho Mundo”, outros países também viveram seu “inferno institucional astral”.
Por exemplo, em 11 de maio de 1967 (período em que vivíamos a tranquilidade de não haver golpes institucionais fantasiados de impeachments com frágeis acusações tocadas por um parlamento tosco... ninguém ousaria enfrentar a Ditadura Militar neste sentido), um certo Andreas Papandréu, que já havia sido preso por suas “ideias trotskistas”, foi pra o Xilindró na Grécia por conta do Golpe de Estado, que instalou uma tal Ditadura de Coronéis naquele país.
É importante não deixarmos de considerar, Pequeno Enzo, que Ditaduras não são obra apenas do “quintal dos EUA”, as Américas Central e Latina. Além da Grécia, Portugal, Itália e Espanha (pra não citar a Alemanha de Hitler) enfrentaram seus ditadores no século passado. Isso, em países de cunho capitalista.
Vão, talvez, pra ti, falar “Ah! O Universal Circo Crítico não fala das Ditaduras Comunistas”. Bom... não existiram Ditaduras Comunistas, porque não testemunhamos o comunismo. E os países de corte socialista, enfim, erraram (alguns bem feio, outros bem pouco) na condução de suas sociedades à construção do Comunismo, que, assim como o Capitalismo, precisa ser no Mundo Todo. Socialismo é transição. Se fazem dele o final, a meta, erram na saída (claro, com nosso nobre reconhecimento de resistência de Cuba).
Nossa segunda lição, aqui, Enzo, é simples: Não basta apenas a Democracia. Se ela for burguesa, sempre pertencerá à burguesia e seus valores (os últimos governantes brasileiros entenderam tardiamente isso... sobrará para o povo pobre). Democracia, só se com Emancipação Humana de verdade.
Mas é preciso ser inteligente... A tática para construção de outra sociedade precisa ser, sobretudo programática e, também, humana.
E, nestes tempos em que também vivenciamos a tecnologia presente de maneira cada vez mais intensa em nossas vidas, um alerta é sempre importante: cuidado com ela, a tecnologia.
Foi em 11 de maio de 1997 que o Computador Deep Blue (Azul Escuro... mas por que Azul Escuro???) jogou xadrez com o Campeão Mundial Garry Kasparov. E venceu.
Bom... Na verdade esta história é mais longa do que esta data. É que neste dia, depois de uma primeira rodada de partidas em 1996 (que Kasparov venceu), o tal Deep Blue conseguiu vencer na pontuação final de um confronto de seis partidas.
Por trás do tal Deep Blue, atualizações de programas, 700 mil partidas armazenadas e as ações da IBM (que aposentou o “jovem enxadrista”).
www.reddit.com 

A máquina, pequeno Enzo, ainda é fruto da ação humana, em um tempo em que cada vez mais nos interessamos apenas pelo seu produto (enquanto consumo) e não pelo seu processo (enquanto conhecimento), estarmos atentos aos caminhos da tecnologia é importante.
Aqui, nossa terceira lição: é o processo, o domínio dele, que nos permite o conhecimento. Sem compreendermos o modo de produção da humanidade, hoje e dantes, não sabemos. Nunca deixe de buscar o conhecimento, Enzo. Ele, enquanto conhecimento verdadeiro, é revolucionário. Nunca deixe os estudos se tornarem secundários, certo?
Bom... mudando um cadim do tema que nos conduz, o dia 11 de maio traz em si, digamos, uma veia artística. Alguns Pintores e Escultores estão inscritos como nascidos neste dia, como Jean-Léon Gérôme, Jean-Baptiste Carpeaux (ambos franceses), Paul Nash (britânico, que deve ter inspirado algumas capas de Discos nos anos 60 e 70, super psicodélicas). Mas um já é mais conhecido nosso: Salvador Dalí.

– Salvador de onde? (Strovézio).
– Não sacaneia, Strovézio...
– Pow... É que Salvador não tá “dalí”, tá bem “aculá”, né não?
– ...
– Mas que falta de “espírito lúdico artístico”, Russo...
 
A Persistência da Memória

Pois bom...
Particularmente, Salvador Dalí era uma figura, e que tem uma obra bem interessante, além de sua própria história, reservada de contraposições estéticas. Inclusive fora das “telas de pintura”. Em sua carreira, o trabalho desenvolvido com W. Disney (que com todas as suas contradições, fez e ainda faz a criançada mundo afora curtir seus desenhos) que se transformou em uma animação belíssima.
Mas, para fazer jus a obra de Dalí e Disney e o legado “rock’n’roll” deste que papeia no seu ouvido, resolvemos trazer este trabalho com um fundo musical diferente:


(O vídeo original, com a música original: https://www.youtube.com/watch?v=K6XCN6gNJFw)

Ah! Por falar em música, tem gente de prêma a te receber... e de todo jeito. Reservamos dois.
Tem um cara, da bossa nova, essa coisa de “banquinho e um violão” e tals, chamado Carlos Lyra, que também nasceu em 11 de maio... E, para recebe-lo, Pequeno Enzo, ensinamos sua mãe a cantar uma bela canção que, penso, celebrará todos os dias a sua chegada:

“Eu não sei, não sei dizer.
 Mas de repente essa alegria em mim.
 Alegria de viver. Que alegria viver.
 E de ver tanta luz, tanto azul!
 Quem jamais poderia supor.
 Que de um mundo que era tão triste e sem cor.
 Brotaria essa flor inocente.
 Chegaria esse amor de repente.
 E o que era somente um vazio sem fim.
 Se encheria de flores assim.
 Coração, põe-te a cantar.
 Canta o poema da primavera em flor.
 É o amor, o amor que chegou.
 Chegou enfim”
 (Carlos Lyra)

Canção do Amor que Chegou, por Giana Vistardi:

Pode ser que essa canção vire uma canção de ninar, sei lá. Ou então Erika escreve a letra e faz uma camiseta... Escreve na parede do quarto...

– Não te mete, Russo (Strovézio).
– Ops! Ok...

Mas, tem um outro camarada que está na história de 11 de maio que é VA-LEN-DO. Tá, não foi o dia que ele nasceu, foi o dia que ele partiu. Afinal, pessoas chegam, pessoas se vão.
Mas, foi por conta do dia que ele partiu, que no Brasil temos o Dia Nacional do Reggae.
Bob Marley... esse sim, um mito, um camarada que nem precisamos gostar muito, assim, de seu estilo musical – ainda que seja muito difícil não deixar-se envolver por sua música – mas que precisamos reconhecer... aliás, não “precisamos”. Apenas reconhecemos: no reggae, Bob Marley expressava seu amor a humanidade.
E se estamos falando de amor a humanidade, nossa homenagem, já pertinho do final deste papo ao pé de ouvido, é para “Mudar o Mundo / Cantar pelo mundo”:



Mas, não poderíamos terminar esta conversa sem dizer um segredo de suma importância na sua chegada.
Já que chegaste em 11 de maio (um dia que, para a política brasileira, terminou no dia seguinte), então, temos muita alegria em te dizer, que fostes recebido com fogos na véspera. Muitos fogos em Belém, sua cidade natal, saudando-o, Pequeno Enzo.

(Contribuição de um dos padrinhos, o camarada Robson Bastos)

           E, para celebrar mais ainda sua chegada, o maior do Norte, o Papão da Curuzu, sagrou-se campeão da Copa Verde, na véspera (dia 10 de maio). 

Mas tudo isso ficou melhor ainda quando te vimos pela primeira vez.

Enzo, no berço! (Foto da Erika)

 CHEGASTES BICOLOR, COM AS CORES DO PAPÃÃÃÃÃOOOOOO!!!!!!!!

– Mas Russo, Erika não torce pro Remo?
– E não é, Strovézio...? Mas se ela, que é a mãe, veste o Enzo com as cores do Papão, a gente vai criticar?
– Claro que não.
– Então...
– Mas, Russo, Como é mesmo que a gente sabe tudo isso que dissemos pro Enzo, mesmo?
– Oras... mãozinha do Wikipédia, ué! Afinal, a edição em português dele foi, também, em um 11 de maio!

Viva Viva, Pequeno Enzo!
Celebramos 11 de maio!
Vida Longa!
Sempre Vida Longa!


2 comentários:

  1. Parabéns pela forma divertida, leve e ao mesmo tempo profunda de tratar de temas relevantes tão para a emergência de uma nova sociedade.

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  2. Salve, Manoel... Nossas saudações circenses... Ficamos felizes em saber que nosso pequeno (mas grande) público continua pelas paragens de nosso picadeiro de terra batida e lona furada. E , mais ainda, que estamos fazendo jus aos nossos sonhos (e sua prática) por outra sociedade...
    Abraço
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira