RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Conversa ao Pé de Ouvido de Vitor...


“Eu, Pancho Villa, era um homem leal
 Que o destino trouxe ao mundo
 Para lutar pelo bem dos pobres
 E nunca trair ou esquecer o meu dever!”
 (Pancho Villa)

Salve, Salve, Pequeno Vitor... Nosso pequeno vitorioso! Filho de nossa companheira Raquel Borges e Rodrigo, compas que passaram um tempo aqui pelas bandas do Norte do País, mas o destino os levou de volta para as terras mineiras...
É... digamos assim que estamos, mineiramente falando, um “cadim” atrasados. Afinal chegastes por essas bandas lá pelo dia 8 de julho...

– Uai, Russo... e por que demoro tanto, moço? (Strovézio... tentando sotaque).
– Uai, Strovézio... nós não soube, uai! Foi só esses dias que a notícia chegou por essas bandas, uai!
– demorô, né, uai!...

Pois bom.
Lá vamos, como é praxe e diversão deste picadeiro de terra batida e lona furada de circo, com um papo de inxirimento no seu pé de ouvido. Afinal, é assim que celebramos sua chegada!

Chegas em 8 de julho... um dia que tem muita coisa interessante, outras talvez nem tanto mas, o principal, passa a fazer parte desta data e, portanto, uma nova história se escreverá para a humanidade!
Pois bom...
Tem um escritor, que partiu em um 8 de julho, que é realmente muito interessante. Ele rodou o mundo, viveu a I Guerra Mundial, se apaixonou uma tuia de vezes (casou em algumas destas vezes) e tem uma obra literária que mistura ficção e não ficção e mais alguns contos... uma obra supervaliosa. Claro, com uma vida tão intensa, levantou todo tipo de opinião sobre suas convicções, isso em pleno período antes, pós-guerra e Guerra Fria...coisa de doido.
Uma das obras que este picadeiro já leu chama-se “O Velho e o Mar”... um tema quase “nordestês”, né não?

Minha jangada vai sair pro mar... Pra trabalhar, meu bem querer... Se Deus quiser quando eu voltar do mar, um peixo bom, eu vou trazer...
– Uia... Strovézio cantando Dorival Caymmi...

Mas, mesmo não tendo “marzão” aí na sua janela, pequeno Vitor, deixamos aqui um pequeno presente: um curta, de 1999 e que ganhou o Oscar de 2000 como melhor curta animado. Bom... pra nós aqui, neste circo pequeno, o Oscar não é tão importante... Mas o trabalho deste curta animado é tão bonito, que fale cada segundo.



Portanto, Vitor, nossa primeira lição (facim, já que é filho de professora): a leitura! São muitas as opções... a literatura, por exemplo. É incrível como os livros nos levam a coisas concretas e a ideias mágicas que também fazem nossa imaginação ser livre e concreta... Leia, mas leia sempre que puderes, Vitor. E se chegares a um tempo em que a leitura seja “vigiada”, leia sorrateiramente... mas sempre leia.
Há muito na história de, digamos, lutadores e lutadoras do povo. Suas lutas e suas contradições. Este picadeiro já “sofreu”, digamos assim, algumas “emboscadas de debates” por conta de grandes nomes que na história da humanidade reconhecemos sua imprescindibilidade: Marx, Engels, Lenin, Che, Zapata, Sandino, Lampião, Antônio Conselheiro e por aí vai.
Mas não falamos até hoje de Pancho Villa.. E talvez não o fizemos porque, à bem da verdade, ainda pouco sabemos dele.
Na verdade, ele nem nasceu e nem morreu em 8 de julho. Esta data marca o que a história registra como uma rendição ao governo mexicano. Quase um acordo de paz, digamos assim.
A história mexicana o tem como um grande revolucionário, que enfrentou ditaduras seguidas em seu país, em tempos do século passado. Foi um daqueles que fez as forças militares americanas passarem vergonha (assim como Vietnã e Cuba, posteriormente).
Mas é sempre da boca de revolucionários que acreditamos terem as palavras mais sentido e significado. E como sua mãe, nossa querida Raquel, é professora, tá’í uma justa e simples expressão:






“Primero pago a un maestro que a un general”, ou seja, primeiro pagamos os professores, depois pagamos os generais.




Se a revolução precisa passar pela Educação? Ah!, meu pequeno Vitor, é certo que sim... e se elas, a educação e a revolução, servirem aos que mais necessitam, que venham.

Vitor... jogue bola... mas não precisa apenas jogar bola. Jogue queimada, jogue vôlei, jogue bandeirinha, jogue basquete, jogue garrafão... mas ó, jogue tudo o que der pra jogar... Se possível, todos os dias.
Daí, vai ter dia que tu ganha, vai ter dia que tu perde...
... vai ter dia que tu faz gol, mas vai ter aquele em que tu toma um frangaço...
... vai ter dia que ninguém te pega na queimada...e vai ter dia que vais ser o primeiro...

Daí, quando for o dia que tu ganhar, tanto faz... pois no dia seguinte tem mais. E assim será no dia que tu perderes... Não perde nada, porque sempre poderá jogar tudo de novo.

– Russo... não enrola... fala logo (Strovézio)...
– Calma, Strovézio... é que é uma história que, não sei porque, virou a maior tragédia do Brasil...
– Era só um jogo de Futebol, Russo...
– Eu sei, nós sabemos, mas...
– Vitor, é o seguinte... em 8 de julho de 2014 o Brasil levou uma sapatada da Alemanha de 7 a 1... SETE, visse? (Strovézio)



Pois bom...
Bora falar de música, que jogando bola a gente não é lá essas coisas...

A música sempre passa por aqui, nestas conversas, Pequeno Vitor... nem que a gente tenha que “dar uma forcinha” hehehe...
Lá pelas bandas de 1838, um cara chamado Ferdinand von Zeppelin nascia. Era conde (seja lá pra que servia isso) e inventor. Dentre as invenções dele, apaixonado que era, mesmo para a época, pela aeronáutica, inventou o Dirigível... Um balãozão cumprido com uma cabine embaixo... mais ou menos assim...

O Dirigível USS Los Angeles, da Marinha dos EUA, construído pela empresa
alemã Lufschiffbau-Zeppelin GmbH (1931)
Atualmente, já vemos ele voando aqui e ali, mas na época, era o transporte que fazia as vezes do avião de hoje em dia.
Diz a lenda que uma das maiores bandas de rock da história e do mundo homenageou esse camarada e, desta homenagem, saiu o Led Zeppelin...

Nossa homenagem rockeira a ti, Vitor, é de um clássico: Stairway to heaven



Mas, claro, tem um cara bacanérrimo, daqui das bandas brasileiras, que também nasceu em um 8 de julho. O cabeludíssimo Moraes Moreira.
Fez uma história arretada com uma galera que tinha um dos maiores guitarristas do Brasil (Pepeu Gomes), além de uma cara chamado “Paulinho Boca-de-cantor” e, também a Baby Consuelo... que depois virou Baby do Brasil... coisas de numerologia, sei lá.
Eles formavam os “Novos Baianos”. Tempos de Caetano e Gil, Gal e Maria Betânia, “Os novos Caetanos” e tals...

Bom, gostamos muito do som de Moraes Moreira e como a notícia de sua chegada, digamos assim, demorou um cadim, e coisa e tal, resolvemos culpar o Pombo Correio pela demora...


É... piada pronta...
Mas, a lição é quase sempre a mesma. Cante, toque, dance... tudo que tiveres vontade, sempre terás o direito.

É isso, caro Vitor...
Claro, 8 de julho tem muito mais gente, muita coisa na história deste mundão perdido de gente. Mas, neste picadeiro de terra batida e lona furada de circo, é a gente quem escolhe o que vale o não vale...

– Russo, Russo... olha o que chegou!
– O que Strovézio?
– Um cesta cheiona de pão de queijo, quentinho, quentinho!
­– Oxi, quem fez?
– O Padeiro aqui do Universal Circo Crítico, ué... Afinal, 8 de julho, é dia do Padeiro!



Viva, Viva, Vitor!
Vida Longa! Vida Longuíssima!

Venham Todos!

Venham Todas!

2 comentários:

  1. Raquel Borges05 outubro, 2016

    Marcelo, que belo texto e quanta poesia e informação interessante! Adoramos e vamos registrar no álbum do pequeno. Mas o melhor mesmo é o carinho com a chegada do Vitor e nossa família, nos emocionou! Receba nossa gratidão! Eu, Rodrigo, João e Bibi mandamos um grande abraço, direto das alterosas mineiras.

    ResponderExcluir
  2. Salve, Salve, Raquel...
    E viva Rodrigo, João e Bibi...
    Nós também adoramos essas conversas, pois nos ajuda a nunca nos distanciarmos de pessoas queridas. E aprendemos um monte, também, uia!
    Viva Viva Vitor!

    ResponderExcluir

O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira