RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Ocupação como Esperança...


“Não trabalho com a miséria, 
mas com as pessoas mais pobres.
 Elas são muito ricas em dignidade e buscam,
 de forma criativa, uma vida melhor.
 Quero com isso provocar um debate.
 A nossa sociedade é muito mentirosa.
 Ela prega como sendo a única a verdade
 de um pequeno grupo que detém o poder”
 (Sebastião Salgado)


Já dissemos e vínhamos dizendo isso há muito tempo: estamos em tempos estranhos... e perigosamente estranhos.
Dissemos isso quando um palhaço, em atividade oficial-cultural no Paraná, foi preso por chamar (ao passarem em sua viatura) policiais militares de “capacho do governador” (em tempos recentes de Massacre a professores na capital paranaense).
Dissemos isso quando constatávamos estranhas propostas de leis caminhando por diferentes casas legislativas, país afora (e ainda caminham, com PL da Mordaça – vulgo “Escola sem Partido” - em formato de “Comissão Especial” na Câmara dos Deputados).
Dissemos isso, e muito, quando falávamos das hipócritas manifestações de rua contra a corrupção (e suas camisas da CBF) e de pedidos de “volta dos militares!”.
E sobre bater panelas...
E sobre a Cultura do Estupro (São Gonçalo/RJ é a notícia de hoje)...
E sobre o racismo, o machismo, a homofobia...
Sobre trabalhadores...
Sobre intelectuais em silêncio em suas “ilhas”...
Sobre jovens que queriam voar...

Mas, bem ao estilo de um singelo picadeiro de terra batida e lona furada de circo, apenas nos somamos a mais um duro combate. Além, é claro, de ajudar na ampliação de informações que não passam (e quando passam, não passam muito bem) na nossa imprensa tupiniquim...
Acerca de duas semanas, o ministro “gestor” da Educação deu uma entrevista no falido Roda Viva. Só assistimos até o momento da apresentação dos entrevistadores e desistimos, haja vista tratar-se mais de “roda de conversa furada”, para elogiar a política educacional brasileira. Dentre elas, e em particular, a reformulação do Ensino Médio, a qual já demos aqui algumas reflexões.
Mas foi um “Jantar do Domingo” no Palácio do Planalto, em 9 de outubro recente, que somou-se ao profundo processo de indignação presente nestes tempos.
No menu: o país!



Uma bancarrota (sem divulgação de custos públicos) do governo capacho de marionete do capital (vulgo michel temer... sempre no minúsculo) a uma tuia de deputados comprados com salmão grelhado, para fins de aprovação da PEC 241... que a maioria destes deputados (como o foi na votação do impeachment, em 17 de abril) sequer sabiam do que se tratava em conteúdo.

– Aposta! Aposta! Aposta! (Strovézio chamando o coro dos nossos artistas!)
– O de sempre?
– Siiiiiiiiiimmmmmmm.... O de sempre!!!!!
– Aposto meus cachos de apresentador aprendiz de lutador do povo que 90% dos glutões daquele jantar sequer leram a PEC 241 e os demais documentos que vem compondo este debate.
– Eita, Russo... também os documentos das mais diversas entidades, inclusive da economia? (agora só o Strovézio).
– Sim... Claro! São legisladores... vou dar a canja de lerem só o que o governo colocou no colo deles?
– Canja, não... mas se deres um salmão grelhado, quem sabe? (Strovézio)

Lerem e, mais ainda, entenderem, argumentarem, saírem do “blá-blá-blá” de mais do mesmo de “Brasil tá quebrado”, “é igual ao orçamento da casa da gente” e o escambal.

Pois bom...
Se falamos (e como falamos) em tempos difíceis, estranhos, falamos também em nossas esperanças.
Falamos da Esperança (e muitas vezes o fizemos, sempre como resposta à nossa indignação) quando testemunhamos a ocupação das escolas em 2015, em São Paulo (principalmente) e em outros estados.
E elas voltaram...
As ocupações das escolas...
E, mais uma vez, a luta é ameaçada pelos que estão no poder:



Fico pensando como o DNA da Lei de Segurança Nacional ainda se faz presente e, ao lembrar das imagens grotescas daquelas manifestações contra a corrupção de 2015 pra cá, fica mais do que óbvio de que ela, a “Lei de Segurança Nacional” (que, nos tempos de Ditadura e sem a tecnologia de hoje, já mantinha dossiês dos “inimigos”), hoje, então, a coisa está pior...
... e sempre mais perigosa!
O MEC está pedindo OFICIALMENTE, em lista, aos gestores, os nomes de estudantes que estão ocupando os Institutos Federais?
A lista será grande...

ESCOLAS, INSTITUTOS FEDERAIS, UNIVERSIDADES!!!!

 Para nós, neste picadeiro, ver escolas ocupadas é tão bonito quanto ver latifúndios ocupados.
E ver estudantes defendendo suas lutas é tão bonito quanto a foto de Sebastião Salgado que nos convida para essas reflexões de hoje.



A pergunta que deixamos aqui, agora, é: esta jovem nos representa?

Em tempos tão estranhos, diríamos, sem medo, que esta jovem “não tem tempo para ter medo!”

Venham Todos!
Venham Todas!
Nos juntemos a ela!


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Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira