“Eu,
Pancho Villa, era um homem leal
Que o destino trouxe ao mundo
Para lutar pelo bem dos pobres
E nunca trair ou esquecer o meu dever!”
(Pancho Villa)
Salve, Salve, Pequeno Vitor... Nosso pequeno vitorioso!
Filho de nossa companheira Raquel Borges e Rodrigo, compas que passaram um
tempo aqui pelas bandas do Norte do País, mas o destino os levou de volta para
as terras mineiras...
É... digamos assim que estamos, mineiramente
falando, um “cadim” atrasados. Afinal chegastes por essas bandas lá pelo dia 8
de julho...
– Uai, Russo... e por que demoro tanto, moço?
(Strovézio... tentando sotaque).
– Uai, Strovézio... nós não soube, uai! Foi só
esses dias que a notícia chegou por essas bandas, uai!
– demorô, né, uai!...
Pois bom.
Lá vamos, como é praxe e diversão deste
picadeiro de terra batida e lona furada de circo, com um papo de inxirimento no
seu pé de ouvido. Afinal, é assim que celebramos sua chegada!
Chegas em 8 de julho... um dia que tem muita
coisa interessante, outras talvez nem tanto mas, o principal, passa a fazer
parte desta data e, portanto, uma nova história se escreverá para a humanidade!
Pois bom...
Tem um escritor, que partiu em um 8 de julho,
que é realmente muito interessante. Ele rodou o mundo, viveu a I Guerra
Mundial, se apaixonou uma tuia de vezes (casou em algumas destas vezes) e tem
uma obra literária que mistura ficção e não ficção e mais alguns contos... uma
obra supervaliosa. Claro, com uma vida tão intensa, levantou todo tipo de
opinião sobre suas convicções, isso em pleno período antes, pós-guerra e Guerra
Fria...coisa de doido.
Uma das obras que este picadeiro já leu
chama-se “O Velho e o Mar”... um tema quase “nordestês”, né não?
– Minha
jangada vai sair pro mar... Pra trabalhar, meu bem querer... Se Deus quiser
quando eu voltar do mar, um peixo bom, eu vou trazer...
– Uia... Strovézio cantando Dorival Caymmi...
Mas, mesmo não tendo “marzão” aí na sua janela,
pequeno Vitor, deixamos aqui um pequeno presente: um curta, de 1999 e que
ganhou o Oscar de 2000 como melhor curta animado. Bom... pra nós aqui, neste
circo pequeno, o Oscar não é tão importante... Mas o trabalho deste curta
animado é tão bonito, que fale cada segundo.
Portanto, Vitor, nossa primeira lição (facim,
já que é filho de professora): a leitura! São muitas as opções... a literatura,
por exemplo. É incrível como os livros nos levam a coisas concretas e a ideias
mágicas que também fazem nossa imaginação ser livre e concreta... Leia, mas
leia sempre que puderes, Vitor. E se chegares a um tempo em que a leitura seja “vigiada”,
leia sorrateiramente... mas sempre leia.
Há muito na história de, digamos, lutadores e
lutadoras do povo. Suas lutas e suas contradições. Este picadeiro já “sofreu”,
digamos assim, algumas “emboscadas de debates” por conta de grandes nomes que na
história da humanidade reconhecemos sua imprescindibilidade: Marx, Engels,
Lenin, Che, Zapata, Sandino, Lampião, Antônio Conselheiro e por aí vai.
Mas não falamos até hoje de Pancho Villa.. E
talvez não o fizemos porque, à bem da verdade, ainda pouco sabemos dele.
Na verdade, ele nem nasceu e nem morreu em 8 de
julho. Esta data marca o que a história registra como uma rendição ao governo
mexicano. Quase um acordo de paz, digamos assim.
A história mexicana o tem como um grande
revolucionário, que enfrentou ditaduras seguidas em seu país, em tempos do
século passado. Foi um daqueles que fez as forças militares americanas passarem
vergonha (assim como Vietnã e Cuba, posteriormente).
Mas é sempre da boca de revolucionários que
acreditamos terem as palavras mais sentido e significado. E como sua mãe, nossa
querida Raquel, é professora, tá’í uma justa e simples expressão:
“Primero
pago a un maestro que a un general”, ou seja, primeiro pagamos
os professores, depois pagamos os generais.
Se a revolução precisa passar pela Educação?
Ah!, meu pequeno Vitor, é certo que sim... e se elas, a educação e a revolução,
servirem aos que mais necessitam, que venham.
Vitor... jogue bola... mas não precisa apenas
jogar bola. Jogue queimada, jogue vôlei, jogue bandeirinha, jogue basquete,
jogue garrafão... mas ó, jogue tudo o que der pra jogar... Se possível, todos
os dias.
Daí, vai ter dia que tu ganha, vai ter dia que
tu perde...
... vai ter dia que tu faz gol, mas vai ter
aquele em que tu toma um frangaço...
... vai ter dia que ninguém te pega na
queimada...e vai ter dia que vais ser o primeiro...
Daí, quando for o dia que tu ganhar, tanto
faz... pois no dia seguinte tem mais. E assim será no dia que tu perderes... Não
perde nada, porque sempre poderá jogar tudo de novo.
– Russo... não enrola... fala logo
(Strovézio)...
– Calma, Strovézio... é que é uma história que,
não sei porque, virou a maior tragédia do Brasil...
– Era só um jogo de Futebol, Russo...
– Eu sei, nós sabemos, mas...
– Vitor, é o seguinte... em 8 de julho de 2014
o Brasil levou uma sapatada da Alemanha de 7 a 1... SETE, visse? (Strovézio)
Pois bom...
Bora falar de música, que jogando bola a gente
não é lá essas coisas...
A música sempre passa por aqui, nestas
conversas, Pequeno Vitor... nem que a gente tenha que “dar uma forcinha”
hehehe...
Lá pelas bandas de 1838, um cara chamado
Ferdinand von Zeppelin nascia. Era conde (seja lá pra que servia isso) e
inventor. Dentre as invenções dele, apaixonado que era, mesmo para a época, pela
aeronáutica, inventou o Dirigível... Um balãozão cumprido com uma cabine
embaixo... mais ou menos assim...
O Dirigível USS Los Angeles, da Marinha dos EUA, construído pela empresa alemã Lufschiffbau-Zeppelin GmbH (1931) |
Atualmente, já vemos ele voando aqui e ali, mas
na época, era o transporte que fazia as vezes do avião de hoje em dia.
Diz a lenda que uma das maiores bandas de rock
da história e do mundo homenageou esse camarada e, desta homenagem, saiu o Led
Zeppelin...
Nossa homenagem rockeira a ti, Vitor, é de um
clássico: Stairway to heaven
Mas, claro, tem um cara bacanérrimo, daqui das
bandas brasileiras, que também nasceu em um 8 de julho. O cabeludíssimo Moraes Moreira.
Fez uma história arretada com uma galera que
tinha um dos maiores guitarristas do Brasil (Pepeu Gomes), além de uma cara
chamado “Paulinho Boca-de-cantor” e, também a Baby Consuelo... que depois virou
Baby do Brasil... coisas de numerologia, sei lá.
Eles formavam os “Novos Baianos”. Tempos de
Caetano e Gil, Gal e Maria Betânia, “Os novos Caetanos” e tals...
Bom, gostamos muito do som de Moraes Moreira e
como a notícia de sua chegada, digamos assim, demorou um cadim, e coisa e tal,
resolvemos culpar o Pombo Correio pela demora...
É... piada pronta...
Mas, a lição é quase sempre a mesma. Cante,
toque, dance... tudo que tiveres vontade, sempre terás o direito.
É isso, caro Vitor...
Claro, 8 de julho tem muito mais gente, muita
coisa na história deste mundão perdido de gente. Mas, neste picadeiro de terra
batida e lona furada de circo, é a gente quem escolhe o que vale o não vale...
– Russo, Russo... olha o que chegou!
– O que Strovézio?
– Um cesta cheiona de pão de queijo, quentinho,
quentinho!
– Oxi, quem fez?
– O Padeiro aqui do Universal Circo Crítico,
ué... Afinal, 8 de julho, é dia do Padeiro!
Viva, Viva, Vitor!
Vida Longa! Vida Longuíssima!
Venham Todos!
Venham Todas!
Marcelo, que belo texto e quanta poesia e informação interessante! Adoramos e vamos registrar no álbum do pequeno. Mas o melhor mesmo é o carinho com a chegada do Vitor e nossa família, nos emocionou! Receba nossa gratidão! Eu, Rodrigo, João e Bibi mandamos um grande abraço, direto das alterosas mineiras.
ResponderExcluirSalve, Salve, Raquel...
ResponderExcluirE viva Rodrigo, João e Bibi...
Nós também adoramos essas conversas, pois nos ajuda a nunca nos distanciarmos de pessoas queridas. E aprendemos um monte, também, uia!
Viva Viva Vitor!