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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 15 de março de 2016

Um dia Histórico...


puntosinapsis.wordpress.com
Bandeira soviética erguida em Berlin após a ocupação
 pelo Exército Vermelho




“Bem unidos, façamos.
Nesta Luta Final.
Uma terra sem amos!
A Internacional!”
(Hino – A Internacional)




... foi assim que li a primeira manchete de jornal na segunda pela manhã, um dia após os atos contra a... corrupção?
Não tive, à bem da verdade, muita paciência de acompanhar com a minuciosidade necessária os tais atos contra a corrupção(?), como fizemos, neste picadeiro, em 2015, bem como as ruas fervilhando em 2013.
Primeiro, porque já imaginávamos que as imagens seriam as mesmas ou semelhantes. Volta da Ditadura, Camisas da CBF no discurso de “Abaixo a Corrupção”, faixas com “Fica Cunha” e o escambal.
Os grupos que chamaram o ato (VemPraRua, Brasil Livre, Revoltados On Line) chegaram a divulgar suas bandeiras: “FICA CUNHA” entre elas.
Neste particular, o espantoso (se não conhecêssemos nossa Imprensa): antes, durante e depois deste festejo hipócrita contra a corrupção, pequenas (quase ausentes) manifestações sobre o “réu” Eduardo Cunha e consultas sobre a agenda do processo de impeachment ao “Presidente da Câmara” Eduardo Cunha.
Apenas este trivial elemento já nos é suficiente para afirmar: se realmente tivemos 2 milhões de pessoas (número bem aquém dos votos que a oposição amealhou em 2014) nas ruas, dia 13 de março, temos duas milhões de pessoas já carimbadas com um “#SouHipócrita” na cara. Que me desculpem os frequentadores deste picadeiro de terra batida que lá se exaltaram.
– Se fosse apenas esse o problema... (Palhaço)
– É vero, Strovézio, é vero!
Como dissemos: já falamos por aqui sobre panelas batendo, camisas da CBF, imprensa e palavras de ordem seletivas e coisa e tal. Os vídeos e fotos destes atos também circularam aos montes.
Soma-se a este espetáculo fascista e hipócrita, discursos de Candidato a Presidente Bolsonaro com um “se eu for eleito, todos os cidadãos de bem (sic!) terão direito à usar arma” ou a Tucanalha de Ponta (Aécio, Alckmin e cia) sendo expulsa e achincalhada na Av. Paulista (e o cumplicioso silencio da mídia nativa e suas 9 famílias).
Ainda assim, constatamos coisas do tipo “Aécio Presidente, que roube, mas faça alguma coisa pelo Brasil”:

– Ops! Eleitora de Adhemar de Barros e Paulo Maluf, uau! Rouba mas faz! (Strovézio)

Ou, então: “Se o ser humano ele não tem como entrar na sociedade por uma questão mental, injeção letal” (Revista Brasileiros – TV! Brasileiros)

– Vigi... e esse aí era Professor de Educação Física, kkkkkk (Strovézio)
– Ele optou por se apresentar “Educador Físico”, Strovézio... Daí é fácil entender, né?


O resto, é hipocrisia.
Mas, tive que ler nos jornais na segunda pela manhã: “Um dia histórico”. E realmente fiquei pensando se somos tão poucos assim neste picadeiro de terra batida e lona furada de circo que esperamos por um dia histórico.
Um dia histórico, em que não tenhamos mais ricos que ficam mais ricos à custa de pobres que ficam mais pobres. Como as 62 famílias que detém a riqueza equivalente da metade da população mundial.
Um dia histórico, em que ir as ruas seja para festejar o fim da tirania do Capital sobre a vida humana e o meio ambiente.
Um dia histórico, em que as Mineradoras sejam expulsas do país e que toda a riqueza mineral e natural seja verdadeiramente patrimônio de seu povo e da humanidade. E, portanto, um dia histórico em que as Mineradoras tenham que devolver tudo o que tiraram – seja lá como for – da vida.
Um dia histórico, em que o trabalho não seja mais a síntese de “liberdade de vender-me a um patrão que paga o que acredita que vale minha força de trabalho” e, portanto, continue sendo explorado em minha vida e humanidade.
Um dia histórico, será aquele em que Reforma Agrária e Consolidação das Terras Indígenas passem a ser cotidiano, não mais fruto de conflitos e enfrentamento desigual ao avanço do agronegócio.
Vai ser aquele dia histórico quando a moradia, a comida, a festa, o descanso, a arte e a cultura, a saúde e a educação forem, de fato, um direito, não mais um privilégio.
Vai ser, e vai ser pra dedéu, um dia histórico, quando Igrejas, seja lá que “Assembleia dos Ateus Crentes no Espírito Invisível de Puskas”, deixarem de ser isentas de taxações. Oras! Possuem Redes e Meios de Comunicação, elegem legisladores e até executivos... me poupem...
E os meios de Comunicação? Quando deixarem de pertencer a menos de uma dúzia de famílias e suas caixas pretas forem reveladas e, mais ainda, serem realmente democratizadas, será um dia histórico.
Legalização do Aborto? Legalização da Maconha? Até para este picadeiro que precisa aprender mais sobre isso, será um dia histórico... tanto quando testemunharmos o fim da militarização da Segurança Pública.
Quando mulheres não mais serem vítimas do machismo ao lado e nas ruas...
Quando negros e negras não tiverem mais que suportar a sujeira do racismo entranhado em quase todas as formas de relações humanas e sociais...
Quando não mais tivermos que sequer discutir se pessoas do mesmo sexo, transgêneros e tals tem ou não tem o direito de serem livremente, amarem livremente, viverem livremente, criar filhos livremente...
... Será um dia histórico.

– E acho que neste tema tu nem colocou tudo (Strovézio).
– Não duvido... muito ainda que aprender.

Um dia histórico...
Sem crimes e criminosos seletivos! Sem cultura vulgarizada e superficial. Sem uma educação rala e adestradora... Sem domínio e exploração do homem pelo homem, pelo capital.
Esse dia, para nós aqui, chama-se Comunismo!

Mas, acho até que este circo sequer consegue descrever o que seria, verdadeiramente, um Dia Histórico.
Quem sabe nosso público nos ajuda um pouco mais.

Se a bandeira de meu país é verde e amarela, não é vermelha e se meu coração é vermelho e não irá amarelar, isso é apenas uma parte, quase mero jogo de palavras.
O mais importante é a bandeira de luta. E luta se faz lutando, não indo pra rua protestar num dia de domingo.
Nela, a Luta, à luz do Hino da Internacional Comunista, valho-me de seu chamamento:


“De pé, ó vítimas da fome!
 De pé, famélicos da terra!
 Da ideia, a chama já consome
 a crosta bruta que a soterra!
 Cortai o mal pelo fundo!
 De pé, de pé, não mais senhores!
 Se nada somos neste mundo!
 Sejamos tudo, oh, produtores!”

Venham Todos!

Venham Todas!

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Marcelo "Russo" Ferreira