puntosinapsis.wordpress.com Bandeira soviética erguida em Berlin após a ocupação pelo Exército Vermelho |
“Bem unidos, façamos.
Nesta Luta Final.
Uma terra sem amos!
A Internacional!”
(Hino –
A Internacional)
... foi
assim que li a primeira manchete de jornal na segunda pela manhã, um dia após
os atos contra a... corrupção?
Não
tive, à bem da verdade, muita paciência de acompanhar com a minuciosidade necessária
os tais atos contra a corrupção(?), como fizemos, neste picadeiro, em 2015, bem
como as ruas fervilhando em 2013.
Primeiro,
porque já imaginávamos que as imagens seriam as mesmas ou semelhantes. Volta da
Ditadura, Camisas da CBF no discurso de “Abaixo a Corrupção”, faixas com “Fica
Cunha” e o escambal.
Os
grupos que chamaram o ato (VemPraRua, Brasil Livre, Revoltados On Line)
chegaram a divulgar suas bandeiras: “FICA CUNHA” entre elas.
Neste
particular, o espantoso (se não conhecêssemos nossa Imprensa): antes, durante e
depois deste festejo hipócrita contra a corrupção, pequenas (quase ausentes) manifestações
sobre o “réu” Eduardo Cunha e consultas sobre a agenda do processo de
impeachment ao “Presidente da Câmara” Eduardo Cunha.
Apenas este
trivial elemento já nos é suficiente para afirmar: se realmente tivemos 2
milhões de pessoas (número bem aquém dos votos que a oposição amealhou em 2014)
nas ruas, dia 13 de março, temos duas milhões de pessoas já carimbadas com um
“#SouHipócrita” na cara. Que me desculpem os frequentadores deste picadeiro de
terra batida que lá se exaltaram.
– Se
fosse apenas esse o problema... (Palhaço)
– É
vero, Strovézio, é vero!
Como
dissemos: já falamos por aqui sobre panelas batendo, camisas da CBF, imprensa e
palavras de ordem seletivas e coisa e tal. Os vídeos e fotos destes atos também
circularam aos montes.
Soma-se
a este espetáculo fascista e hipócrita, discursos de Candidato a Presidente
Bolsonaro com um “se eu for eleito, todos os cidadãos de bem (sic!) terão
direito à usar arma” ou a Tucanalha de Ponta (Aécio, Alckmin e cia) sendo
expulsa e achincalhada na Av. Paulista (e o cumplicioso silencio da mídia
nativa e suas 9 famílias).
Ainda assim,
constatamos coisas do tipo “Aécio
Presidente, que roube, mas faça alguma coisa pelo Brasil”:
– Ops!
Eleitora de Adhemar de Barros e Paulo Maluf, uau! Rouba mas faz! (Strovézio)
Ou,
então: “Se o ser humano ele não tem como
entrar na sociedade por uma questão mental, injeção letal” (Revista
Brasileiros – TV! Brasileiros)
–
Vigi... e esse aí era Professor de Educação Física, kkkkkk (Strovézio)
– Ele
optou por se apresentar “Educador Físico”, Strovézio... Daí é fácil entender,
né?
O resto,
é hipocrisia.
Mas,
tive que ler nos jornais na segunda pela manhã: “Um dia histórico”. E realmente
fiquei pensando se somos tão poucos assim neste picadeiro de terra batida e
lona furada de circo que esperamos por um dia histórico.
Um dia
histórico, em que não tenhamos mais ricos que ficam mais ricos à custa de
pobres que ficam mais pobres. Como as 62 famílias que detém a riqueza
equivalente da metade da população mundial.
Um dia
histórico, em que ir as ruas seja para festejar o fim da tirania do Capital
sobre a vida humana e o meio ambiente.
Um dia
histórico, em que as Mineradoras sejam expulsas do país e que toda a riqueza
mineral e natural seja verdadeiramente patrimônio de seu povo e da humanidade.
E, portanto, um dia histórico em que as Mineradoras tenham que devolver tudo o
que tiraram – seja lá como for – da vida.
Um dia
histórico, em que o trabalho não seja mais a síntese de “liberdade de vender-me
a um patrão que paga o que acredita que vale minha força de trabalho” e,
portanto, continue sendo explorado em minha vida e humanidade.
Um dia
histórico, será aquele em que Reforma Agrária e Consolidação das Terras
Indígenas passem a ser cotidiano, não mais fruto de conflitos e enfrentamento
desigual ao avanço do agronegócio.
Vai ser
aquele dia histórico quando a moradia, a comida, a festa, o descanso, a arte e
a cultura, a saúde e a educação forem, de fato, um direito, não mais um
privilégio.
Vai ser,
e vai ser pra dedéu, um dia histórico, quando Igrejas, seja lá que “Assembleia
dos Ateus Crentes no Espírito Invisível de Puskas”, deixarem de ser isentas de
taxações. Oras! Possuem Redes e Meios de Comunicação, elegem legisladores e até
executivos... me poupem...
E os
meios de Comunicação? Quando deixarem de pertencer a menos de uma dúzia de
famílias e suas caixas pretas forem reveladas e, mais ainda, serem realmente
democratizadas, será um dia histórico.
Legalização
do Aborto? Legalização da Maconha? Até para este picadeiro que precisa aprender
mais sobre isso, será um dia histórico... tanto quando testemunharmos o fim da
militarização da Segurança Pública.
Quando
mulheres não mais serem vítimas do machismo ao lado e nas ruas...
Quando
negros e negras não tiverem mais que suportar a sujeira do racismo entranhado
em quase todas as formas de relações humanas e sociais...
Quando
não mais tivermos que sequer discutir se pessoas do mesmo sexo, transgêneros e
tals tem ou não tem o direito de serem livremente, amarem livremente, viverem
livremente, criar filhos livremente...
... Será
um dia histórico.
– E acho
que neste tema tu nem colocou tudo (Strovézio).
– Não
duvido... muito ainda que aprender.
Um dia
histórico...
Sem
crimes e criminosos seletivos! Sem cultura vulgarizada e superficial. Sem uma
educação rala e adestradora... Sem domínio e exploração do homem pelo homem,
pelo capital.
Esse
dia, para nós aqui, chama-se Comunismo!
Mas, acho
até que este circo sequer consegue descrever o que seria, verdadeiramente, um
Dia Histórico.
Quem
sabe nosso público nos ajuda um pouco mais.
Se a
bandeira de meu país é verde e amarela, não é vermelha e se meu coração é
vermelho e não irá amarelar, isso é apenas uma parte, quase mero jogo de
palavras.
O mais
importante é a bandeira de luta. E luta se faz lutando, não indo pra rua
protestar num dia de domingo.
Nela, a
Luta, à luz do Hino da Internacional Comunista, valho-me de seu chamamento:
“De pé, ó vítimas da fome!
De pé,
famélicos da terra!
Da
ideia, a chama já consome
a crosta
bruta que a soterra!
Cortai o
mal pelo fundo!
De pé,
de pé, não mais senhores!
Se nada
somos neste mundo!
Sejamos
tudo, oh, produtores!”
Venham
Todos!
Venham Todas!
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira