Francisco, El Hombre, em apoio às Escolas Ocupadas em São Paulo, 2015 |
“Vem dançar uma horda de milicos
Querem que todos se comportem
Que caminhem e vistam-se iguais
E aqui lhes ensinam a serem normais
Dizem que os homens devem calar
Mas, aqui, dizemos que devem gritar”
(Dicen
– minha tradução)
Estava assistindo a TVE-Brasil, que, há muito, vem dando um baile
na saudosa TV Cultura. Bem saudosa, por sinal. Não é apenas pela clara falta de
paciência em relação ao baixo nível cultural de nossa TV Aberta (Globo, Rede
TV, Band, SBT, Record e doida pra entrar neste seleto grupo, a TV Cultura do
país chamado "São Paulo dos Tucanos"), mas também pela programação
pai d'égua que ela nos permite, inclusive jornalística.
A gente encontra coisas bacanas todos os dias... ou pelo menos os
dias que assistimos. Confesso que não lembro qual foi o programa que assisti na
oportunidade. Ficaremos mais atentos nas próximas.
Francisco, El Hombre”, até onde conseguimos conhecer, é de
Campinas, meio que “na rua”.
Além da musicalidade, da liberdade visual, com uma pequena lição
de que “homem usa saia, e fica muito bem”, da sintonia e do convite a quem está
escutando, ao vivo, ou aqui no picadeiro de terra batida e lona furada de
circo, o que é mais interessante é que esses caras e essa moça surgem em meio à
continuidade e imbecilidade musical de nossa atualidade, que transforma em
ídolos musicais coisas vazias.
Arriscaria que o coletivo de Francisco, El Hombre não tá muito
preocupado em ser ídolo musical. Oras, o que fazem e como fazem, me diz isso...
Quem sabe eles pintem por aqui e nos digam o que querem (ou nem querem nada)
com a música que fazem.
Mas, em tempos tão sombrios que se avizinham, eles não são nem um
pouco desavisados da vida.
Por exemplo: além da manifestação em apoio às ocupações nas
escolas públicas estaduais de São Paulo, em 2015 (aliás, precisam ser ocupadas
de novo e em mais Estados), no vídeo que compartilhamos ao final destas
palavras, essa galera dá uma "canja-homenagem" aos paneleiros de plantão
e suas manifestações repletas de hipocrisia. Tudo de bom...
Mas é escutando “Minha Casa” que este humilde espaço circense já
sabe que não está sozinho no mundo. Afinal, e parafraseando Francisco, El
Hombre,
“Nosso Circo (“Minha casa”, no original)
não tem parede, não tem
janela, nem tem porta pra trancar
Amigo que é amigo sabe que
sempre será a hora de entrar”
Mas,
como escutei por aí, toca aqui no Circo:
–
Hei, Russo (Palhaço).
–
Diz aí, Strovézio...
–
Solta o cabelo e te liberta, moleque... eita som ar-re-ta-do!
–
E a pois, Strovézio. E a pois...
Venham
Todos!
Venham
Todas!
E vamos
bailar...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira