“Que seria dos prefácios
se não houvesse os posfácios?
Hiram, o padre Antônio de Ariano Suassuna.
Como se deu minha renúncia a Satanás.
Um comunista fabricado pela polícia
Louvação a Hiram de Lima Pereira”
(Paulo Cavalcante)
Havia
uma peça. Chamava-se “A Pena e a Lei”, do impagável Ariano Suassuna... E nesta
peça havia um Padre. Um personagem, claro, de nome António... O Padre Antônio.
O
Teatro, além do jornalismo e sua militância comunista, era sua alma. Ouvi
histórias, li outras tantas sobre essa figura de relação tão profunda com o
teatro.
A Pena e a Lei - http://www.hirampereira.com/#!ator/c18f |
Com
a sua participação na peça “Deus lhe pague”, foi considerado o melhor ator de
Recife. Era o prêmio “Samuel”, lá pelas bandas de 1957... Nossa! Em 1957? Quem
nós pensávamos que poderíamos ser... Nada!
Nem
mesmo eu... nem mesmo minha geração (irmã e primos)...
Nem
mesmo as jovens atrizes e seus também jovens companheiros de sonoplastia,
iluminação, movimento, cenografia, edição, fotografia da bela e tocante peça “Arquivo
64/15 – Porões da Ditadura” (Escola de Teatro da UFBA).
E
eis que no meio da peça, algumas fotos são entregues à pequena plateia que lá
estava... e eis que uma foto é entregue ao jovem que estava sentado à minha
esquerda... E, quase não consigo mais me concentrar na peça (mas mantive minha
concentração).
Foto que recebemos na peça |
Saí
de lá, apresentando aquela foto à aquelas jovens atrizes. Nunca um abraço de
uma pessoa que não conhecia foi-me tão verdadeiro... tão emocionado... tão Lutador
do Povo, como o era “o Velho”, o Vô...
Hoje,
eu posso contar a minha história de Hiram de Lima Pereira no Teatro.
Ele
continua tão danado, que quando volta, volta assim... nos palcos!
–
Hiram de Lima Pereira!
–
Presente! (desta vez, clamam todos nossos artistas deste picadeiro de terra
batida e lona furada)
E
mais presente ainda em um de seus lugares mais queridos: o Teatro!
Vida
Longa!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
Muito obrigada Marcelo. Nós ficamos muito emocionados por esse encontro divino, de gerações que se encontram no teatro e na vida para falar das verdades interligadas!! Viva a luta!
ResponderExcluirPrezada Vivi...
ExcluirO que impressionou-me, no final das contas, foi o caminho que percorri até sentar-me onde sentei. Poderia ter perguntado "posso sentar numa cadeira, pois tenho uma 'esculhambose' na coluna?"... mas, não o fiz... apensa sentei-me... O resto... ah! Aí foi tudo com vocês!
Minha eterna gratidão por permitirem-me encontrar meu avô num lugar tão especial...
Marcelo,
ResponderExcluira noite em que você esteve presente com toda certeza foi em um momento inesquecível para nós.
Que bom que você estava lá!
Muito obrigado. A vida é um ciclo de encontros!
Prezado Danilo...
ExcluirSe o mundo não desse voltas,hein?
Se eu não tivesse mudado de ideia onde sentar...
Para este picadeiro de terra batida e lona furada (mesmo que virtual), é muito gratificante poder ter vivido isso, esse reencontro com o palco e meu avô...
Como disse ao final da peça: Obrigado!
Não consigo conter a emoção ao lembrar de ontem. É incrível como a vida é cheia de encontros, como tudo converge em sintonia, como as coisas se repetem. Gratidão imensa por sua presença ontem, Marcelo.
ResponderExcluirQuerida Ana...
ResponderExcluirClaro, guardarei com carinho o abraço deste dia.
Acho que quando o artista entra no palco, está preparado para emocionar aqueles/as que lá estão para admirar seu trabalho.
Mas, quando o público, ainda que assim, "sozinho" emociona o artista... a atriz... que mais vou querer guardar deste momento?
Assim como disse ontem: Obrigado!