“Um empate seria morrer pelo outro,
como uma bola que beijasse tragicamente
a trave
para depois se lamentar para sempre
Das chuteiras é que saltam os pulmões
das travas,
suas melodias irrompem das cinzas de uma
grama
ainda por crescer.
Este é o baile de um destino
que se decide em ato;
a vertigem do gol sempre abre uma fresta
no espaço.
Todo gol transborda
por ser irreversível.
Seus roteiros não definem seus trajetos
A bola, placenta celeste, joia sem furo,
esfera-lua,
bola-sol que resvala seu mapa empírico:
diamante do homem comum
(Augusto Guimaraens Cavalcanti)
Durante algum tempo, escutei e até repeti o velho mantra:
religião, política e futebol não se discute. Cada um tem a/o sua/seu.
Bom...
Religião, por essas terras, está cada vez mais querendo
virar Lei...
Política, por essas terras, está cada vez mais suja (e
decidindo cada vez mais o destino da nação... inclusive na religião).
Futebol, por essas terras... bom, o futebol dessas terras
já não estão apenas por essas terras já faz um cadim de tempo. Mas, já falamos
dele algumas vezes por aqui. Inclusive, tivemos a insana ideia de NÃO torcer
pela Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo e que este ato não
representava, de maneira nenhuma, não torcer pelo meu país.
Mas, é sempre bom lembrar: torcemos e até jogamos para
além fronteira. Torcemos e jogamos pelos trabalhadores, pelos Lutadores e
Lutadoras do Povo e por todos que lutam contra a opressão que se fantasia das
mais diversas maneiras: de música, de educação, de trabalho/emprego, de festa,
de consumo, de roupas... e de futebol.
Minha família e amigos de infância são testemunhas: o
futebol fez parte da minha vida desde que me entendo por gente.
Chutei muita bola contra a parede do quintal, numa
mistura de atacante e goleiro.
Corria de um lado para o outro nestes quintais, como se
fossem grandes e lotados campos de futebol.
Com 10 anos de idade eu já sabia fazer tabelas de campeonato...
Bom, reconheço: só meu time ganhava.
Eu tive uma infância que, para a época, muitas crianças
da minha idade não tiveram: tive jogo de botão (o primeiro do o Juventus, da
Vila Javali), um jogo chamado “Pelebol” (não era tão legal assim), tive bola de
capotão, tive camisa, calção, bermuda de meu time.
Tive chuteira, e jogava – ainda que não sendo uma grande
expressão, mas muita dedicação – no time da escola até o saudoso ginásio
(Fundamental “maior” hoje) e no da comunidade.
Tive Pebolim... formava com o Beto uma das melhores e
mais imbatíveis duplas de Santa Terezinha.
Era goleiro do também campeoníssimo TYK (ideia do Formiga
e nunca ninguém perguntou porque), que tinha também o próprio Formiga (ou só
Miga), Juninho (o Jerimum), Marcão, Betão e Emerson.
E mesmo nos tempos em que me bandeei para o Handebol e o
Voleibol, a “Rua de Baixo” sempre era palco de jogos de futebol que até valeram
uma Tubaína e pãezinhos com patês feitos por nossas mães em final de ano.
Em 1992, retornando de uma maratona de trabalho, cheguei
em casa tarde da noite. Já era final de ano e o São Paulo FC estava fazendo a
disputa do Mundial Interclubes contra o Barcelona. Quase paro na casa de
Eduardo, também são-paulino, para assistir o jogo lá. Me contentei com o
radinho que tinha em casa.
Já em Recife, treinava handebol no Santa Cruz e quando
tinha jogo de futebol e dia de treino, ao final de nossas atividades, íamos assistir
o jogo. Também naquelas bandas, um jogo na praia aqui, outro em socyte acolá. E
assim também foram meus tempos em Brasília.
Em Castanhal, a “molecada” (vulgo, estudantes de Educação
Física) tiveram muito trabalho para me vencer no gol.
Acompanho jogos dos times que torço: Santa Cruz (PE) e
Paysandu (PA) e o recém apresentado Ypiranga (“o mais querido” da BA).
Assisto, vez em quando, a jogos que passam na TV (não
posso escolher muito o que quero, na verdade) e ainda “sei” assistir, muitas
vezes, melhor do que aqueles que os narram.
E, se tudo isso não bastasse, lembro de minha estreia em
espaços como esse do Universal Circo Crítico, ainda dos tempos do ArcaMundo.
Foi, justamente, com um texto sobre...
Enfim... penso que por aí, são muitos com coisas
parecidas, a mais ou a menos, do que eu. Mas...
do site: https://chicoandrade.wordpress.com/2011/11/14/selecao-fake-de-futebol-brasileira/ |
Ao acompanhar (e não é de hoje meeeeeeeeeesmo) o que anda
nos noticiários sobre FIFA, CBF, Campeonatos, direitos de transmissão (a Globo
ainda está se fazendo de santinha), contratos aqui e ali, enriquecimento
ilícito, falta de transparência, Escolinhas de Futebol que tiram nossas
crianças da Escola, machismo nas propagandas, violência nos Estádios...
– O Aécio bem que podia se candidatar a Presidente a CBF
e falar aquele mantra favorito “O Futebol está, agora, nas manchetes policiais!”,
né não? (Palhaço).
– É, Strovésio... mas ele tá com as mãos sujas nisso
tanto quanto... é só pesquisar notícias do Kajuru, e vais descobrir os podres
do poder quando ele era governador.
– O que dá na mesma...
– .... boa!
Bom... a verdade é que temos, novamente – e não há
coincidência nisso, né? – a Seleção Brasileira de Futebol se organizando
novamente, para uma nova competição. Segundo o Assistente Técnico do Dunga,
Gilmar Rinaldi, nada a ver com os preparativos da Seleção para Copa América.
Afinal... Política e Futebol não se misturam NEM quando
vira caso de corrupção, prisões e lavagem de dinheiro.
Mas, como disse, o futebol realmente representa muita
coisa pra muita gente nestas terras tupiniquins.
E por tudo isso que representa e por toda sujeira (que
está semeando no futebol brasileiro desde os tempos de Havelange), um boicote
seria bastante justo.
Zerar a pontuação da Globo e da Bandeirantes nas
transmissões de jogos. Deixar Estádios vazios. Desligar o rádio e não assistir
os Programas de Jornalismos Esportivo (que, à bem da verdade, falam de Futebol
em 90% de suas programações). E, pontualmente, não assistir aos Jogos da
Seleção Brasileira, nem os amistosos, nem a Copa América.
Ilusão... eu sei...
do site: http://sportsemgeral.com/2013/12/17/futebol-analise-luto-futebol-brasileiro/ |
Poderia, então, a seleção brasileira entrar em campo de
segurar uma faixa: “Pela limpeza daquilo que mais gostamos de fazer – o Futebol
é maior que a CBF e a FIFA”. Já seria um alento...
Venham Todos!
Venham Todas!
PS.: O que dizer da hipocrisia de Pelé, quando Blatter ganhou as eleições da FIFA e o oportunismo de Ronaldo (Pseudo)Fenômenoem relação à CBF???
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