RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os Indiferentes II




“Vivo, sou militante.
Por isso odeio
quem não toma partido,
odeio os indiferentes.”
(Antonio Gramsci – 1917)

O Ano era 1998... Era professor de Ensino Básico em uma pequena (e grandiosa) escola no Bairro da Iputinga, o bom e imortal Projeto Nossa Escola.
            Em alguns intervalos, lá na pequena sala dos professores, vez em quando acomodava o violão.
            Eram tempos de violência espúria do Estado aos Movimentos Sociais, aos Professores, aos Trabalhadores do Estado que era vendido em pedacinhos, a preços ridículos e com o próprio Estado Brasileiro financiando seu pagamento, via BNDES, o Banco Nacional do Desenvolvimento... Era algo como “compre meu carro e se não tiveres dinheiro para comprá-lo, eu mesmo te empresto”.
            Eram tempos já contatos nesse espaço, no espetáculo anterior de nossa Lona de Circo.
            Andávamos nas Universidades, andávamos nas Escolas, entrávamos em sala de aula, conversávamos com gente próxima (inclusive família) e desconhecida. E eram muitos os indiferentes.
Claro, deu música...
Apresento: “Os indiferentes de Gramsci”

“Tu caminhas pelas ruas. / Sujas ruas, tantas cruas ou coloridas. / Teu passeio é tranqüilo? / O que escondem e aguardam / as sombras do velho monumento. / Tão velho quanto a dor inconseqüente / da violência inconseqüente. / E daí? / ‘Você não tem nada a ver com isso.’
Olho os meus passos, não sustentem. / Se o meu peito e minha mente arrebentam / é magnífico! / São os indiferentes quem odeio. / Sua indiferença não difere / dos indiferentes. / Eles não sabem cantar... / Eles não querem cantar...
A substância no meu prato / é miséria p’ra vocês. / Seu consumo é privilégio zombador, / aprisionando minha escassez. / Em seu embuste, sou inexorável. / Olho nos seus olhos lamuriados / eterno inocente daquilo que você fez, / daquilo que você não fez. / Qual a diferença?
Olho nos seus passos, tão estranhos. / Sua indiferença é abolia, / é covardia,
 é sem vida. / Por isso odeio os indiferentes. / Sua indiferença não difere / dos indiferentes. / ...eles não sabem voar... / eles são sabem de nossa poesia.
Tudo o que transformo me transforma / em asas para eu voar. / Tudo o que eu grito em meu suspiro / só os loucos podem escutar. / Minha insana lucidez...”

            Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira 


7 comentários:

  1. ''Tudo o que transformo, me transforma...'' Amei! Vida longa ao Universal Circo...

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  2. Salva, Claudia...
    E essas palavras servem a ti e o que representa seus ensinamentos em minha vida...
    Grande abraço!
    Há braços!

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  3. Marcelo,
    Muito apropriada e atual suas lembranças. A indiferença é o que tem de mais terrível é a expressão da desumanização do humano.
    Obrigada por suas reflexões que nos disperta para termos força para criar antídotos contra a indifernça.
    bjos
    LUCÍLIA DA SILVA MATOS

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  4. Marcelo,
    Muito apropriada e atual suas lembranças. A indiferença é o que tem de mais terrível é a expressão da desumanização do humano.
    Obrigada por suas reflexões que nos disperta para termos força para criar antídotos contra a indifernça.
    bjos
    LUCÍLIA DA SILVA MATOS

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  5. Olá, Lucilia.
    Lembremo-nos sempre que as reflexoes particulares são fruto de reflexôes e lutas coletivas.
    E, claro, nosso Picadeiro e noss Público está nas lutas coletivas dos Lutadores e Lutadoras do Povo.
    Sua arte sempre se faz presente.
    Abreijos
    Há braços!
    Vida Longa!

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  6. Beleza, Marcelo. reproduzi no fracebook
    bj

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  7. Salvei Leila.
    O FACE é legal para o nosso Picadeiro.
    Abraços
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira