Antes mesmo de crescer
Jamais imaginaria
Professor me tornaria
Pra me acabar de sofrer
Tentando fazer valer
Educação e sucesso
Levar ao Brasil progresso
Nação que tenho no peito
Meu valor e o teu respeito
É tudo o que eu te peço
Meu Brasil, oh pátria amada
Me diga o que te falta
Para nos valorizar?
Somos nós que todo dia
Teus filhos e tuas filhas
Ajudamos a educar
Lidar com conhecimento
É tarefa árdua, dura
Mas não tem investimento
No mínimo de estrutura
A educação gratuita
E nossa escola pública
A vários riscos exposta
As escolas em pedaços
Mas a culpa do fracasso
Caindo nas nossas costas
Escute o que eu te digo
Nossa profissão é nobre
Mas a maioria é pobre
Falta de salário digno
O docente trás consigo
Frutos de vida e amor
Do saber é semeador
Que transforma realidade
Respeito e dignidade
Eu peço ao professor!
(Valorize o professor – Renato Caranã)
Celebrar
15 de outubro.
É
lembrar que sou trabalhador. Amar o que faço (e não me vejo fazendo outra coisa
que não seja a docência – ainda que outras coisas eu “saiba” fazer) mas não
trabalho por amor. Trabalho para buscar as condições objetivas e subjetivas de
satisfazer minha existência e daqueles/a que acolho (porque existir é uma
condição social).
É
lembrar que não construo “para o futuro”, mas construo o presente e nas
condições históricas às quais este presente se fez e se faz. E não olho para o
futuro com idealismo, mas com o exercício da humanidade. E a humanidade não é condição
de sobrevivência apenas humana, mas de todas as formas de vida (ainda) presentes.
É
lembrar que o ato de ensinar é também um ato de aprender o que, com o que e com
quem se ensina. É ato de autocrítica tanto quanto de resistência, determinação,
coerência e disciplina docente.
É
lembrar que nunca, nunca na história da humanidade, educar foi um ato neutro.
Que até no silêncio docente, a posição foi tomada. E, portanto, a neutralidade
nunca será um horizonte, pois em uma sociedade globalizada em que uns manda,
compram, sabem, determinam, decidem infinitamente mais do que (muitos) outros,
nunca teremos como verdade no ato docente a neutralidade.
É
lembrar, inclusive por isso, que também se sai da neutralidade para o outro
lado em que estamos. E, assim, que também combatemos (nas palavras, mas não
apenas nelas) os que estão antagonicamente postos no ato da docência. Que defendem
docentemente o golpe de 1964, a educação como mercadoria, a diminuição
dos conteúdos e saberes escolares, a meritocracia... que defendem a criminalização
de expressões como doutrina, política, ideologia, crítica... que ainda acham
que menina veste rosa e brinca de boneca (não de bola) e menino veste azul e brinca
de bola (não de boneca) e que mal compreendem que a menina que joga bola se
torna maior do que o futebol e o menino que brinca de boneca se torna pai.
É
lembrar que o mundo de hoje não é pior também porque houve quem ensinasse e, mais
ainda, fez do ensino ato de resistência, de direitos, de vida.
Sou o
professor que sou, não necessariamente o melhor que meus alunos (desde meus
tempos de Educação Básica) tiveram, porque vejo no ato pedagógico, docente, de
educar o ato revolucionário... aquele que transforma não sua vida individual
(ainda que também possa fazê-lo, aprofundando sua humanização), mas a vida
coletiva, social, humanitária.
E tenho
certeza... sou apenas uma pequena gota no oceano de trabalhadores e
trabalhadoras da educação (e, portanto, não apenas professores e professoras)
que lutam por um horizonte de humanidade.
Celebro
15 de outubro, porque Luto!
Celebro
15 de outubro, porque o futuro necessário da humanidade é de humanização.
Viva
os/as professores/as!
Viva!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
Quanta estima tenho por vc Professor❤
ResponderExcluirParabéns pela Luta!!
Gratidão, querid@... E avante! Lutar sempre!
ExcluirBelas palavras professor, orgulho de ter sido sua aluna 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirGratidão!
ExcluirQue bom ler novamente o universal circo crítico. Gosto da leveza com que tratas assuntos indigestos. Vida longa prof. Marcelo. Vida longa universal circo crítico. Avante!
ResponderExcluirÉ, Claudia querida... sinto falta deste picadeiro de terra batida e lona furada. Grato por prestigiar este espaço. Há braços!
ResponderExcluir