“Os
Comunistas guardavam sonhos! // Os
Comunistas! Os Comunistas!"
Hoje,
fui presenteado com a memória de uma história transformada em ficção.
Ontem,
fui presenteado pela memória de um comunista, em uma canção.
Não diria de Carlos Marighela e Guy Fawkes se encontram
perfeitamente em suas histórias e suas lutas. Marighela era um comunista.
Fawkes lutava contra o parlamento e a coroa britânica, em nome de um
catolicismo real.
De Marighela, guardo sempre as poucas histórias de
amizade com meu avô, Hiram de Lima Pereira, que ouvi de Clara Charf, em uma
oportunidade de acompanhar uma palestra sua e uma de minhas frases preferidas,
proferidas também pelo comunista baiano: “Não tenho tempo para ter medo”.
De Guy Fawkes (que, diz a lenda, é considerado por alguns
como sendo o único homem que entrou no parlamento britânico com intenções
honestas), apenas as expressões de luta e liberdade em sua expressão cinematográfica
e ficciosa de “V de Vingança”.
Marighela tombou em um 4 de novembro. Guy Fawkes foi
preso em um 5 de novembro.
Poucos encontros...
Mas, recebo estes presentes.
E recebo em dias que venho pensando muito... em coisas
próximas e coisas distantes...
Tempos de Projetos de Lei de Escola Sem Partido e Assédio
Ideológico...
Tempos de Escolas Fechando em São Paulo e no Campo...
Tempos de Silêncio cada vez mais ensurdecedor, seletivo e
complacente de nossa Mídia, Jornalismo e Jornalistas...
Tempos de entreguismo total e permanente da Universidade
Pública aos interesses privados, de educação como negócio...
Tempos de genocídio contínuo de indígenas e “Jogos Indígenas
Mundiais” no Brasil... com a presença de Kátia Abreu...
Tempos de armar cidadãos “de bem” (o escambal)...
... de mais prisões ao invés de escolas...
... de mais agrotóxicos ao invés de agroecologia...
... de jovens sem esperança, de manifestação como ato
terrorista e o mundo sem memória
... de panelas vazias batendo seletivamente com a camisa
verde-amarelo da CBF e contra a corrupção...
... de piadas sem graça e violentas em TV aberta (de concessão
pública), de legislativos arcaicos, de religião fundamentando o Estado...
... de famílias definidas pela Bíblia (hein?) e não pelo amor
com o qual se constituem. Em que os direitos das mulheres é tratada como
perigosa “Ideologia de Gênero”... Em que direitos civis de homossexuais é
tratado como “Ditadura Gay”... Em que a luta contra o racismo é tratada como
privilegio negro/a...
... Imigrantes são mortos e achincalhados por serem...
imigrantes...
... trabalhadores escravos são feitos de escravos por
serem... isso, escravos...
Disse, recentemente, aqui neste picadeiro e em conversas
não circenses: caminhos difíceis, que muitas vezes se escondem nas palavras que
(acho) sei usar... Aqui e alhures... uma luta contra o ceticismo que me cerca
todos os dias e a esperança que me alimenta, ainda que na escuridão...
Tem os burgueses nestes tempos... Tem os que amam o
capitalismo e o querem mais e mais. Tem os que acham que família é homem e
mulher e fim de papo. Tem os que definem quem tem direito a Direitos e quem não
tem...
Estes são muitos...
Precisamos ser fortes...
Em tempos de inflexões, de respirar para retomar a caminhada,
de enfrentar os pseudo-heróis do bem, as palavras, o picadeiro de terra batida
e de lona furada de circo se apresenta como humilde espaço e trincheira de
luta... Em que tenhamos a Liberdade como expressão verdadeira de toda
humanidade e o Amor como expressão desta Liberdade...
Venham Todos!
Venham Todas!
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Marcelo "Russo" Ferreira