“Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba,
muito embora vagabundo“
(Noel Rosa)
Saudações aos nossos
queridos Pequenos Lutadores do Povo... Eva e Guilherme. Nossa Lona furada,
nosso picadeiro de chã batido e nossos artistas revolucionários saúdam, mais
uma vez, em 2012. Eva no dia 11 de dezembro e Guilherme no dia 12.
É realmente interessante
as coisas que acontecem de um dia para o outro. Num dia, chega Eva, a “Progenitora
da humanidade”, no pensamento cristão. No dia seguinte, chega Guilherme, o Protetor.
Talvez viessem, Eva (filha de Sônia) e Guilherme (filho de Eleona e Eleonai),
para exatamente isso: ser mãe de uma nova humanidade, de homens e mulheres
novos/as, revolucionários/as e para protegê-los todos os novos e novas
Lutadores e Lutadoras do Povo. Nascimento e Proteção coletivos... seria isso?
E, claro, a história da
humanidade nos mostra (e suas lições) como muitas coisas acontecem de um dia
para o outro. Mas, assim como a chegada de vocês, Eva e Guilherme, vocês não
chegaram assim, de um dia para o outro... Tudo foi acontecendo, sabíamos que
vocês chegariam. A data? Ah! Essa, talvez, só quando estávamos próximos de
recebê-los.
Algumas vezes, pequenos
Eva e Guilherme, um dia demora muito tempo para o dia seguinte e, desde a
chegada de vocês, estávamos pensando exatamente isso: quanto tempo leva para um
dia terminar e outro começar?
...
Viagem, né? Nem tanto:
Vocês chegam em um mundo
em que cada vez mais as coisas nos são mostradas desta maneira: de repente, é
outro dia. E, assim, cada vez mais não entendemos porque as coisas acontecem de
um dia para o outro.
Por que crises econômicas
acontecem?
Por que escolas são
fechadas?
Por que guerras são
declaradas (e algumas não)?
Por que países são
criados e reconhecidos (e por quem)?
Por que acordos são
propostos?
E, assim como vocês, por
que pessoas nascem...? E, principalmente, para que?
E, pensando, pensando,
pensando, chegamos a algumas conclusões, que nunca as são, de verdade, mas que
nos ajudam em nossas sempre lições. E nós aqui, sedentos por dar nossas boas
vindas a vocês, trouxemos poucas mas significativas reflexões... nelas, talvez
lições.
De todas as datas que
conseguimos encontrar (e precisamos, urgentemente, de um “Wikipédia do povo”,
porque as datas que encontrarmos como importantes sempre são dos algozes, da elite,
dos generais... quase nada das vítimas, do povo, dos soldados), nos deparamos
com exatamente o que estava a conduzir o “quanto tempo leva para um dia começar
e outro terminar?”.
Diz a lenda que em 11 de
dezembro de 1946, um grande empresário americano doa um terreno em Nova York
para a construção da sede das Nações Unidades, a ONU, mesmo ano em que é
fundada a UNICEF (que, mais de 65 anos depois, não conseguiu resolver o
atendimento das necessidades básicas das crianças no mundo, razão de sua
criação).
Décadas depois, em 1997, houve
a abertura do processo de assinatura do Protocolo de Quioto que, para sermos
simples e direto, obrigava a quem mandava fumaça e poluição mundo afora a
diminuir essa quantidade em pouco mais de uma década. E o país mais poluidor do
mundo (e o que mais promove guerra também) não quis assinar. E, claro, a ONU é
promovedora do tratado.
É a mesma ONU que
declarou, em 2002, o dia 11 de dezembro como o “Dia Internacional das Montanhas”,
meio que preocupada mais com as questões urbanas (afinal, os morros das grandes
cidades recebem a parcela mais pobre de suas cidades até o “olhar empreendedor”
de nossos empresários imobiliários se estabelecerem – com segurança – nesses locais
de vista privilegiada), mas também envolvendo as questões ambientais, de aquecimento
da terra, como aquelas do Tratado de Quioto.
Mas são também nas
montanhas (principalmente nos países do Hemisfério Sul) que existem as
riquezas minerais mais ambicionadas do mundo e, portanto, atenção do grande capital
mundial.
... tudo isso no dia 11
de dezembro.
No dia 12 de dezembro,
nosso povo perdeu um dos seus brasileiros mais importantes (e que nossos livros
escolares pouco valorizam), o sertanista brasileiro Orlando Villas-Bôas que,
tempos antes, fez a denúncia abaixo:
Lá estavam eles: índios ianomâmis,
na sede da ONU, sendo civilizados para pensarem e aceitarem o desenvolvimento
urbano, capitalista, branco, ocidental... De instituição em instituição, de
tratados em tratados, de montanhas em montanhas, o dia vira noite e a noite
vira dia e cada vez mais temos a certeza de que celebraremos todos os dias a
chegada de novos Pequenos e Pequenas Lutadores e Lutadoras do Povo, pela
certeza absoluta que é nessa condição que vocês nasceram... a história, claro,
nos provará.
Pequena Eva, Pequeno
Guilherme, nossos novos Pequeno/a Lutadora e Lutador do Povo: não se trata de
fardo grandioso. Se realmente vierem para o nascimento de um novo tempo e de
novos homens e mulheres e para a proteção daqueles que, no longo e histórico
tempo de “um dia para o outro”, lutam para que a chegada de vocês continue
sempre celebrada, é porque entendemos que de um dia para o outro, nossos olhos
tem que estar abertos, nossa mente concentrada e nosso coração
revolucionário... E ouso colocar “revolucionário” aqui, como adjetivo, para
saudá-los. Porque para nós, do Universal Circo Crítico, revolucionário é mais
do que adjetivo. É condição...
Assim como é condição,
também, que as nossas celebrações tenham sempre música. E 11 e 12 de dezembro,
para nós, também é Dia de Guardel, Dia de Lamarque, Dia de Tango, Dia de Noel, Dia
de Ravi, Dia de Tiso. E com tantos dias assim, não foi fácil pensarmos qual
música tocarmos e cantarmos para saudá-la/o.
Celebramos Eva!
Celebramos Guilherme!
Vida Longa à Eva!
Vida Longa à Guilherme!
Venham Todos!
Venham Todas!
Vida Longa
Marcelo “Russo” Ferreira
ResponderExcluirAos pequenos: Eva e Guilherme, sejam bem vindos!! Que sejam resistentes pra enfrentar um mundo tão conflituoso e poder desfrutar tantas varavilhas.. Parabens a Sonia, Eleona e Eleonai. Saudades!!
E por falar em TEMPO (o quanto leva pra um dia começar e outro terminar). Calma ai Marcelo!! Essa é uma longa, e profunda, história que fez cientistas se descabelarem em busca de resultados físicos. De uma forma geral, tem muita coisa pra refletir e discutir.
Foi boa a reflexão. Gostei!!
Kátia Tavares
Salve, Salve, Kátia.
ResponderExcluirSeja bem vinda. Também temos saudades de ti, mas não é só por causa do trabalho, certo??? hehehe...
O Tempo de um dia para o outro... Não é apenas físico, Kátia! É histórico e o que nós pensamos, nesses 11 e 12 de dezembro é justamente isso: quanto tempo um dia para o outro, historicamente, leva?
Vida Longa!
Abreijos
Há braços!
Boas-vindas a Eva e a Guilherme, novos "lutadores do povo"!
ResponderExcluirAbraço fraterno e solidário a todos os "lutadores do povo", reunidos sob a lona e as utopias do Universal Circo Crítico. Entusiasmo e coragem no ano que se inicia.
Marcelo, especial abraço a você, Tábita e família.
Marcílio Sant Ana
Olá, MArcílio...
ResponderExcluirSaudações circenses e, certamente, Eva e Guilherme receberão os seus abraços e carinho!
Vida Longa!
Abraços!
Há braços!