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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Conversa ao pé de ouvido de Eva e Guilherme...



“Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba,
muito embora vagabundo“
(Noel Rosa)

Saudações aos nossos queridos Pequenos Lutadores do Povo... Eva e Guilherme. Nossa Lona furada, nosso picadeiro de chã batido e nossos artistas revolucionários saúdam, mais uma vez, em 2012. Eva no dia 11 de dezembro e Guilherme no dia 12.
É realmente interessante as coisas que acontecem de um dia para o outro. Num dia, chega Eva, a “Progenitora da humanidade”, no pensamento cristão. No dia seguinte, chega Guilherme, o Protetor.
Talvez viessem, Eva (filha de Sônia) e Guilherme (filho de Eleona e Eleonai), para exatamente isso: ser mãe de uma nova humanidade, de homens e mulheres novos/as, revolucionários/as e para protegê-los todos os novos e novas Lutadores e Lutadoras do Povo. Nascimento e Proteção coletivos... seria isso?
E, claro, a história da humanidade nos mostra (e suas lições) como muitas coisas acontecem de um dia para o outro. Mas, assim como a chegada de vocês, Eva e Guilherme, vocês não chegaram assim, de um dia para o outro... Tudo foi acontecendo, sabíamos que vocês chegariam. A data? Ah! Essa, talvez, só quando estávamos próximos de recebê-los.
Algumas vezes, pequenos Eva e Guilherme, um dia demora muito tempo para o dia seguinte e, desde a chegada de vocês, estávamos pensando exatamente isso: quanto tempo leva para um dia terminar e outro começar?
...
Viagem, né? Nem tanto:
Vocês chegam em um mundo em que cada vez mais as coisas nos são mostradas desta maneira: de repente, é outro dia. E, assim, cada vez mais não entendemos porque as coisas acontecem de um dia para o outro.
Por que crises econômicas acontecem?
Por que escolas são fechadas?
Por que guerras são declaradas (e algumas não)?
Por que países são criados e reconhecidos (e por quem)?
Por que acordos são propostos?
E, assim como vocês, por que pessoas nascem...? E, principalmente, para que?
E, pensando, pensando, pensando, chegamos a algumas conclusões, que nunca as são, de verdade, mas que nos ajudam em nossas sempre lições. E nós aqui, sedentos por dar nossas boas vindas a vocês, trouxemos poucas mas significativas reflexões... nelas, talvez lições.
De todas as datas que conseguimos encontrar (e precisamos, urgentemente, de um “Wikipédia do povo”, porque as datas que encontrarmos como importantes sempre são dos algozes, da elite, dos generais... quase nada das vítimas, do povo, dos soldados), nos deparamos com exatamente o que estava a conduzir o “quanto tempo leva para um dia começar e outro terminar?”.
Diz a lenda que em 11 de dezembro de 1946, um grande empresário americano doa um terreno em Nova York para a construção da sede das Nações Unidades, a ONU, mesmo ano em que é fundada a UNICEF (que, mais de 65 anos depois, não conseguiu resolver o atendimento das necessidades básicas das crianças no mundo, razão de sua criação).
Décadas depois, em 1997, houve a abertura do processo de assinatura do Protocolo de Quioto que, para sermos simples e direto, obrigava a quem mandava fumaça e poluição mundo afora a diminuir essa quantidade em pouco mais de uma década. E o país mais poluidor do mundo (e o que mais promove guerra também) não quis assinar. E, claro, a ONU é promovedora do tratado.
É a mesma ONU que declarou, em 2002, o dia 11 de dezembro como o “Dia Internacional das Montanhas”, meio que preocupada mais com as questões urbanas (afinal, os morros das grandes cidades recebem a parcela mais pobre de suas cidades até o “olhar empreendedor” de nossos empresários imobiliários se estabelecerem – com segurança – nesses locais de vista privilegiada), mas também envolvendo as questões ambientais, de aquecimento da terra, como aquelas do Tratado de Quioto.
Mas são também nas montanhas (principalmente nos países do Hemisfério Sul) que existem as riquezas minerais mais ambicionadas do mundo e, portanto, atenção do grande capital mundial.
... tudo isso no dia 11 de dezembro.
No dia 12 de dezembro, nosso povo perdeu um dos seus brasileiros mais importantes (e que nossos livros escolares pouco valorizam), o sertanista brasileiro Orlando Villas-Bôas que, tempos antes, fez a denúncia abaixo:

Lá estavam eles: índios ianomâmis, na sede da ONU, sendo civilizados para pensarem e aceitarem o desenvolvimento urbano, capitalista, branco, ocidental... De instituição em instituição, de tratados em tratados, de montanhas em montanhas, o dia vira noite e a noite vira dia e cada vez mais temos a certeza de que celebraremos todos os dias a chegada de novos Pequenos e Pequenas Lutadores e Lutadoras do Povo, pela certeza absoluta que é nessa condição que vocês nasceram... a história, claro, nos provará.
 Pequena Eva, Pequeno Guilherme, nossos novos Pequeno/a Lutadora e Lutador do Povo: não se trata de fardo grandioso. Se realmente vierem para o nascimento de um novo tempo e de novos homens e mulheres e para a proteção daqueles que, no longo e histórico tempo de “um dia para o outro”, lutam para que a chegada de vocês continue sempre celebrada, é porque entendemos que de um dia para o outro, nossos olhos tem que estar abertos, nossa mente concentrada e nosso coração revolucionário... E ouso colocar “revolucionário” aqui, como adjetivo, para saudá-los. Porque para nós, do Universal Circo Crítico, revolucionário é mais do que adjetivo. É condição...
Assim como é condição, também, que as nossas celebrações tenham sempre música. E 11 e 12 de dezembro, para nós, também é Dia de Guardel, Dia de Lamarque, Dia de Tango, Dia de Noel, Dia de Ravi, Dia de Tiso. E com tantos dias assim, não foi fácil pensarmos qual música tocarmos e cantarmos para saudá-la/o.





Celebramos Eva! Celebramos Guilherme!
Vida Longa à Eva!
Vida Longa à Guilherme!


Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa

Marcelo “Russo” Ferreira

4 comentários:


  1. Aos pequenos: Eva e Guilherme, sejam bem vindos!! Que sejam resistentes pra enfrentar um mundo tão conflituoso e poder desfrutar tantas varavilhas.. Parabens a Sonia, Eleona e Eleonai. Saudades!!

    E por falar em TEMPO (o quanto leva pra um dia começar e outro terminar). Calma ai Marcelo!! Essa é uma longa, e profunda, história que fez cientistas se descabelarem em busca de resultados físicos. De uma forma geral, tem muita coisa pra refletir e discutir.
    Foi boa a reflexão. Gostei!!

    Kátia Tavares

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  2. Salve, Salve, Kátia.
    Seja bem vinda. Também temos saudades de ti, mas não é só por causa do trabalho, certo??? hehehe...
    O Tempo de um dia para o outro... Não é apenas físico, Kátia! É histórico e o que nós pensamos, nesses 11 e 12 de dezembro é justamente isso: quanto tempo um dia para o outro, historicamente, leva?
    Vida Longa!
    Abreijos
    Há braços!

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  3. Boas-vindas a Eva e a Guilherme, novos "lutadores do povo"!
    Abraço fraterno e solidário a todos os "lutadores do povo", reunidos sob a lona e as utopias do Universal Circo Crítico. Entusiasmo e coragem no ano que se inicia.
    Marcelo, especial abraço a você, Tábita e família.
    Marcílio Sant Ana

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  4. Olá, MArcílio...
    Saudações circenses e, certamente, Eva e Guilherme receberão os seus abraços e carinho!
    Vida Longa!
    Abraços!
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira