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domingo, 10 de agosto de 2008

O Universal Circo Crítico... As Olimpíadas já terminaram...

E deixa eu logo deixar claro que não se trata, neste caso, de um discurso de crítica aos valores e movimentos olímpicos... Mas claro, alguns comentários aqui virão...
Bom... de quatro em quatro anos sempre nos deparamos com este fenômeno esportivo mundial chamado... chamado... Olimpíadas?

Vamos deixar claro o seguinte ensinamento histórico: as olimpíadas acabaram. E acabaram exatamente no momento em que o ex-ginásta Li Ning (ouro em Los Angeles – 1984), depois de, erguido no ar, percorreu “correndo” o anel superior do Estádio “Ninho do Pássaro”, acendeu a Pira Olímpica dos Jogos... Neste exato momento, nem um segundo a menos, nem um segundo a mais, acabaram as Olimpíadas de Pequim.

A reflexão necessária que temos neste momento em que assistimos os Jogos de Pequim, e sempre nestes períodos, de quatro em quatro anos, somos bombardeados por informações de todo o tipo sobre a questão das Olimpíadas. Na de Pequin, o grande mote foi em torno do regime daquele país, a poluição, o partido único, a vigilância etc. O principal mote, todos sabem, a questão do Tibet, ainda que muitos, mundo afora, não saibam concretamente o que está em torno desta relação – China X Tibet. Mas tudo bem, não tem problema, apenas o da China. Daqui a quatro anos, teremos Londres 2012 e, duvido muito, quero ver as manifestações mundo afora sobre a participação da Terra de God Save de Queen na ocupação do Iraque (E que pena que, nos Jogos de Atlanda, ninguém teve a idéia de chegar no aeroporto usando máscaras em protesto ao Tio sam, poluidor confesso). Tudo bem, a relação China X Tibet é mais antiga... Mas, então, por que ocupações mais “contemporâneas” são permitidas, principalmente quando se trata de uma ocupação, de um lado, Imperialista (um país mais forte e poderoso invadindo um país mais fraco) e, de outro, comercial (que o diga a Texaco)?

Outro ensinamento que este período está nos deixando é a multiplicidade de linguagens comerciais em torno das... Olimpíadas: os patrocinadores oficiais: Sansung, Bradesco, Nestlé, Olimpikus (pelo menos fabricam tênis) e Casas Bahia (que, aqui no Pará, só tem propaganda, não tem Loja). O importante é que tem patrocínio, apoio, oferecimento de marcas importantes... Eletrodomésticos, Banco Privado, fabricante de leite e chocolate (que sempre ganha importantes decisões da OMC para aumentar o lucro e diminuir a oferta de emprego, além de, em que pese os seus produtos que oferecem um crescimento mais saudável de nossos pequenos filhos, continuar a explorar o trabalho semi-escravo extrativista das colheitas de cacau do hemisfério sul), tudo a ver com as... Olimpíadas.

A abertura, em si, foi também um profundo ensinamento de “privatização do conhecimento” e de vaidade... e ao mesmo tempo. A disputa pela sabedoria do que era apresentado na abertura dos jogos de Pequim foi de uma “capacidade” sem precedentes. Principalmente em relação aos diálogos protagonizados por Marcos Uchôa e Galvão Bueno. Mas isso, creio, ficou escancarado para nós, elementares tele-espectadores. Interessante eram os comentários no estilo “pimenta nos olhos dos outros”.

Por exemplo: o que mais a mídia esportiva protagoniza neste país são os “heróis”, as personalidades que todos nós admiramos e torcemos para que sejam vencedores, por que são o Brasil lá fora... e, de repente, a crítica a cultuação da liderança daquele país, o presidente Hu Jintao, ao personalismo do comunismo. Inacreditável!

Mas, o principal deste artigo e, cá entre nós, trata-se de um vício do jornalismo esportivo brasileiro em geral e, também, da cada vez maior e mais angustiante incapacidade de duvidarmos da nossa imprensa é a falta de conhecimento daquela. E nada como um evento esportivo, da magnitude dos Jogos de Pequim, para desmascararmos, com simplicidade, a mídia brasileira. Vamos ao fato: O que está acontecendo neste momento, na capital chinesa, são os Jogos Olímpicos. As Olimpíadas já terminaram, como disse, no momento em que foi acesa a Pira Olímpica no Ninho do Pássaro. As Olimpíadas nada mais são do que uma representação do “levar a tocha olímpica de uma sede dos Jogos a outra”. Ou seja, quando os Jogos Olímpicos de Pequim terminarem e a Pira Olímpica for apagada, teremos caracterizado o início das Olimpíadas de Londres, que terminarão quando os Jogos daquele país começarem, quando a Pira Olímpica de Londres for acesa... e assim segue. Conhecimento simples da história do esporte e da humanidade.

Ah! Finalmente conseguiram superar a abertura dos Jogos de Moscou. Mas todo mundo ainda sabe o nome da mascote de 1980 (o ursinho Misha)... de lá, até hoje, nenhum mascote emocionou mais o mundo do que as lágrimas derramadas ao final dos Jogos Olímpicos de Moscou... Não nas Olimpíadas de Moscou.

Em tempo, que me mande um e-mail ou deixe um depoimento no Universal Circo Crítico que não se emocionou uma única vez, na abertura dos Jogos de Pequim. Eu já me emocionei logo nos 2.500 tambores que saudaram os Jogos e os presentes.


Vida Longa ao esporte livre, universal e crítico!


Venham todos! Venham todas!


Marcelo “Russo” Ferreira


Obs.: Galvão Bueno acertou, finalmente, quando disse, finalmente, que as argolas da bandeira olímpica nada tem a ver com os cinco continentes... Mas errou na hora de organizar o seu sentido e significado (momento típico das quase quatro horas de vaidades entre ele e Marcos Uchoa). A Bandeira Olímpica reúne todas as bandeiras de todos os países do mundo (por isso é uma bandeira) e, neste caso, todos as bandeiras de todos os países do mundo possuem, pelo menos, uma das cores da bandeira olímpica. Também simples, também histórico...

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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira