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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A força do poema... Solidariedade a Mauro Iasi

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Quando estou no meu dia-a-dia da sala de aula, pontualmente no diálogo da disciplina Políticas Públicas em Educação Física e Esporte e Lazer, ainda passo um filme, ficção, cujo personagem andou figurando nos (estranhíssimos, mas reveladores) protestos de 2013, no Brasil.
O Filme? “V de Vingança”... E dele, algumas frases bem localizadas no contexto e enredo desta película provocadora. A que destaco vem bem a calhar neste momento: “um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos”. Referia-se, esta narração, à historia de Guy Fawkes, o personagem real na história da humanidade, neste filme de ficção.
Pois bem... a luta de um homem se dá, também, pelas palavras e pela poesia. As palavras – como luta... E se há luta, há luta por alguém, por alguma coisa que valha a pena.
– Entããããããooooo... Há luta CONTRA alguém, CONTRA alguma coisa (Palhaço).
– Perfeito, Strovézio. As palavras também incomodam...

Correio do Poder, onde um tal jornalista Alexandre Borges (não é o ator) publica...
O cara parece-me ser fãzão de Bolsonaro’s family, Geraldo Alckmin - premiado governador por sua competente gestão hídrica... no Palácio do Governo - e Rodrigo Constantino - um dos piores e mais desqualificados comentaristas da Veja que já vi.

– Faz sentido, né? Jornalista desqualificado, fâ de colunista desqualificado, de uma revista desqualificada... (Palhaço)
– É, Strovézio... como dizem hoje em dia: “Mitou!”...

O Tal Correio não tem editorial, ou algo pra dizer o que é... Em que pese o nome ser bem sugestivo: Correio do Poder. Mas, passei por lá: Odes e odes ao Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador confesso dos porões da ditadura... Aliás, dirigiu o DOI-CODI em um dos seus períodos mais violentos.
            Pois bom, “O causo eu conto como o causo foi!” (como diria o saudoso jornalista – esse sim – Paulo Cavalcante):

Alguém, amigo de alguém, que leva o cachorro do outro alguém pra passear mandou um vídeo ao jornalista conservador (segundo o próprio). No vídeo, um trecho do discurso de Mauro Iasi, membro do Comitê Central do PCB e professor da UFRJ, nosso candidato a Presidente em 2014, durante evento da CSP-CONLUTAS. Ao final, Mauro Iasi cita um poema de Bertold Brecht:



Abaixo, o poema “Perguntas a um homem bom”, na íntegra:

Avança: ouvimos / Dizer que és um homem bom.
Não te deixas comprar, mas o raio / que incendeia a casa, também não
pode ser comprado.

Manteis a tua palavra./ Mas que palavra disseste?
És honesto, dás a tua opinião. / Mas que opinião?
És corajoso. / Mas contra quem?
És sábio. / Mas para quem?
Não tens em conta os teus interesses pessoais.
Que interesses consideras, então?
És um bom amigo.
Mas serás também um bom amigo de gente boa?

Agora escuta: sabemos / que és nosso inimigo. Por isso
vamos encostar-te ao paredão.
Mas tenho em conta os teus méritos / e boas qualidades
vamos encostar-te a um bom paredão e matar-te
com uma boa bala de uma boa espingarda e encerrar-te
com uma boa pá na boa terra.”
           
            Bom... a expressão do poema parece-me provocativa.

            Mas, preferimos o debate inteiro:



Mas, será que a única manifestação do poema é “vamos matar e enterrar os direitistas, capitalistas, conservadores”? Ou, no final das contas, o poema do velho Brecht, nas palavras de Iasi, querem apenas ironizar que, no final das contas, dizer-se “bom” e estar do lado do opressor é, portanto, ser opressor?
            O próprio Bertold Brecht ajuda a responder, ainda que perguntando:
“Em vosso mundo:
por que o mal é premiado
e o bem não ganha nada?
Quando, por sorte, não é castigado?”
           
            Mais ainda, o velho poeta revolucionário um dia cantou uma “Canção”:

“Eles têm códigos e decretos.
Eles têm prisões e fortalezas.
(sem contar seus reformatórios!)
Eles têm carcereiros e juízes
que fazem o que mandam por trinca dinheiros.
Sim, e para que?
Será que eles pensam que nós, como eles,
seremos destruídos?
Seu fim será breve e eles hão de notar
que nada poderá ajuda-los.

Eles tem jornais e impressoras
para nos combater e amordaçar.
(sem contar seus estadistas!)
Eles tem professores e sacerdotes
que fazem o que mandam por trinta dinheiros.
Sim, e para que?
Será que precisam a verdade temer?
Seu fim será breve e eles hão de notar
que nada poderá ajuda-los.

Eles tem tanques e canhões,
granadas e metralhadoras
(sem contar seus cassetetes!)
Eles tem polícia e soldados,
Que por pouco dinheiro estão prontos a tudo.
Sim, e para que?
Terão inimigos tão fortes?
Eles pensam que podem parar,
a sua queda, na queda, impedir.
Um dia, e será para breve
verão que anda poderá ajuda-los.
E de novo bem alto gritarão: Parem!
Pois nem dinheiro nem canhões
poderão mais salvá-los.”

            Os poemas falam: vocês, homens de bem, terão uma boa cova em uma boa terra... de repente, uma boa morte.
Os poemas falam:
–  São de vocês a imprensa. Oras, vejam quem controla jornais, telejornais, Revistas e tais e, portanto, as informações.
–, São de vocês as Leis e as prisões, com dois pesos e duas medidas, que prendem ladrões de livros e “condenam a trabalhos comunitários” (hein?) os endinheirados e seus herdeiros.
–  São de vocês o que se Educa, porque se educa e para quem se educa e, com as Leis que já são suas, as que virão com a pseudoneutralidade de “Leis contra o Assédio Ideológico” e “Escolas Sem Partido” (ou com a ideologia e os partidos de vocês).
– São de vocês a as armas, os tanques e aqueles que vocês mandam ao front representa-los e seus bens.
A nós, a força e o perigo dos poemas. E a Mauro Iasi, nossa permanente e vigilante solidariedade!

acerco PCB

Venham Todos!
Venham Todas!

PS.: fazemos parte daqueles que lutaram até a última fronteira e limite vencer o capital sem sangue, por uma questão meramente humanitária. Mas não somos ingênuos em acreditar que o Capital se mantém derramando o sangue dos trabalhadores...


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