RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Viva Marx!!!!


O reflexo religioso do mundo real só pode desaparecer quando as relações cotidianas da vida prática se apresentam diariamente para os próprios homens como relações transparentes e racionais que eles estabelecem entre si e com a natureza. A figura do processo social de vida, isto é, do processo material de produção, só se livra de seu místico véu de névoa quando, como produto de homens livremente socializados, encontra-se sob seu controle consciente e planejado. Para isso, requer-se uma base material da sociedade ou uma série de condições materiais de existência que, por sua vez, são elas próprias o produto natural-espontâneo de uma longa e excruciante história de desenvolvimento (Karl Marx – O Capital / Livro I)

            Hoje, dia 5 de maio, celebramos o nascimento de um dos (senão o) mais brilhantes pensadores da história da humanidade: Karl Henrich Marx. Em breve, aliás, celebraremos 200 anos de seu nascimento (estamos em 197) e, portanto, celebraremos profundamente a história de um Pensador, Militante e Revolucionário insuperável.
            Já escutei (de vozes escondidas, coisa da covardia) em corredores muitos, que “Ah! Ele (eu) só sabe falar de Marx, Marxismo, Comunismo)... Um equívoco, diria com dupla humildade.
            Primeiro, porque para ousar (se é que isso seria uma ousadia) falar só de Marx, isso implicaria, no mínimo, em um profundo conhecimento de Marx. E para conhece-lo a fundo, não teria (e não tenho) saída. Preciso também saber de Feuerbach, Hegel, Weber, Smith, Ricardo e um catatau de teóricos de inúmeras correntes filosóficas, políticas e econômicas. Neste caso, ainda estou engatinhando.
            Segundo, porque (e na esteira da primeira) pra compreender o que é Marxismo, Comunismo e tals, preciso dominar seu diferente... seu divergente... seu contrário... seu antagônico. Portanto, para falar de Marx, preciso, também, não falar de Marx.
            Algumas coisas, em tempos atuais de estudos, venho descobrindo deste (literalmente) camarada. Mas não ousarei muito aqui. A homenagem de um Circo tão pequeno, tão “chão de terra”, parece-me, já se faz bastante celebradora por não deixar mais esse dia passar em branco.
            Mas, como todos nossos artistas e nosso...
– “Respeitável Público!”
– Calma meu caro apresentador... ainda não...
– Opa! Foi o Palhaço...
...e nosso público sabem, este espaço é laico (em que pese sempre passar por aqui críticas a algumas obscenidades religiosas) e este escrevente ateu.
Assim, a passagem acima nos remete ao que direto afirma mas, também, ao que há na história de Marx sobre o tema religião. Aliás, a ele é atribuída a máxima “A Religião é o ópio do povo”– de maneira não contextualizada – mas a expressão, o conteúdo vem de filósofos anteriores a eles... e não são poucos.
Diria Marx em “Crítica a Filosofia do Direito em Hegel” que A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em crítica da política.
A obra de Marx reitera, reafirma historicamente que as transformações da sociedade se darão pela ação do homem. Ação radical, no sentido de ir à raiz (esse é o sentido) e, assim, a raiz é o próprio homem, suas relações sociais e históricas.
Nossa Lona de Circo Furada nunca teve (e não pretende ter) nenhum problema com os não-ateus, seja lá de que chão religioso for. Assim como, parece-me, os religiosos nunca se importaram com a laicidade deste picadeiro.
Mas, em tempos em que assistimos nas ruas manifestações do tipo “Fora Teoria Marxista nas Escolas” e fundamentalismos religiosos avançando mundo agora por um lado, e a crise profunda (estrutural) do Sistema Capitalista (e que tem levado muito “economicistazinho de peia pataca – ou inteira – mundo afora a adquirir a obra de Marx para entender o que o filósofo alemão dizia sobre hoje... a 150 anos atrás) por outro, parece-me que o Universal Circo Crítico tinha essa dívida histórica.
Celebramos, pois, Karl Marx.
E ao celebramos Marx, celebramos também Lenin, Kupriskaia, Makarenko, Che, Fidel, Mao, Hu Shi Min, Rosa Luxembrugo, Chaves, Bolívar, Agostinho Neto, Biko, Antônio Conselheiro, Mariguela, Lamarca... celebramos Hiram de Lima Pereira... e todos/as os/as Lutadores/as do Povo.
E celebro, também, todos/as camaradas de luta e de sonhos por uma sociedade verdadeiramente justa, socialmente humana e historicamente revolucionário e que não caberiam nominá-los aqui... Que bom que não cabem...
“Marx, Presente!” faz todo sentido!
Viva Marx!

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira