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a gente vai pensando em algumas coisas a mais por aqui.
Fiz alguns exercícios simples, colocando palavras na
“pesquisa” do Documento denominado “Plano de Governo” do Aécio Neves. Na
verdade, o documento chama-se “Proposta de Governo”. E, de início, parece-me
que já é um problema, pois proposta é algo que coloco como possibilidade... ou
não (Como diria Caê). Programa é, por sua natureza, aquilo que será colocado
adiante. Mas, contraditoriamente, ao optar por proposta, até os limites e não
compromissos do documento colocam em xeque suas reais intenções de Estado.
Primeiro coloquei a palavra Universidade na busca... ela apareceu 10 vezes na Proposta.
–
Oooooohhhhhhhh!!!!! Então...
–
Caaaaaalma, não se afobem... só rótulo não ajuda...
Ao
colocar “Universidade Pública” na mesma busca, não havia qualquer menção. Daí,
coloquei “Universidades Federais (que, se houvesse, apareceria entre as 10 já
identificadas). Como é que se fala em alemão, mesmo? Nicht!... ou o bom e velho “na-na-ni-na-não”
Fiquei só na “Universidade” mesmo e nas dez citações,
nenhuma manifestação sobre a possibilidade de ampliação de novas Universidades
Federais ou Campi de interior. Por que isso é importante? Bom... tenho críticas
à maneira como ainda é organizada a carreira docente das Universidades Públicas,
por exemplo. Mas não vejo a carreira sendo organizada como é, atualmente, na
USP (Universidade do Estado de São Paulo – a maior da América Latina... por
enquanto), que abriu até programa de demissão voluntária. Como era, inclusive,
no Governo FHC.
As manifestações às Universidades Públicas (Federais) – o
que identifiquei no documento como podendo ser tais – estão circunscritas à
relação com os interesses privados (empreendedorismo, redes privadas de
pesquisa – e pesquisa privada sempre terá interesses econômicos privados) e uma
única, genérica (generiquérrima pra dedéu) manifestação acerca da expansão da
Universidade Pública nestes 12 anos (o 27º item do tópico Educação). Mas,
suspeitíssimo, por indicar “melhoria da avaliação das condições de funcionamento
das universidades e instituições de ensino superior” sem qualquer, a mínima
sequer, manifestação sobre “quais mecanismos”... se forem os mesmos da USP e
das demais Estaduais (UNICAMP e UNESP, por exemplo), “tamo lascado”.
– Então, os Tucanos vão fechar o Universal Circo
Crítico???????
– Somos pequenos demais para incomodá-los, caro
Strovézio... O Aécio só censura os grandões.
Mas, se a suposição é clara, volto ao documento e
“PIMBA”: a primeira diretriz termina assim: “vinculando
a remuneração dos professores à melhoria da aprendizagem dos alunos”. Isso
é o tal do mecanismo de meritocracia e de produtividade acadêmica, um princípio
quantitativo, não qualitativo. Ou seja, quantificar a melhoria de meus salários
à condição de meus alunos terem melhores notas. E uma Universidade vinculada
aos interesses do capital “seleciona” quem são esses melhores alunos e, claro,
não serão os mais críticos. Voltamos à sina do pensamento único burguês e
hegemônico na formação superior.
Ah! Tem uma citação de Universidade em “Esporte e Lazer”
– focado à questão da formação de atletas. Traduzindo, a Universidade (assim
como a escola) como “celeiro de atletas”... Para quem é do campo da Educação
Física (noves fora, claro), isso é resquício da ditadura, a manifestação do
arcaísmo de nossa área. Aliás, neste ponto (esporte e lazer) parece proposta de
governo de prefeitura.
Resolvi procurar outra palavra: “Reforma Agrária”. Por
que? Porque Marina cita, DIRETAMENTE na sua carta de manifesto de apoio a Aécio,
como um compromisso assumido por ela para este apoio. Só lembrando que, de
todas as atrocidades cometidas contra os lutadores do povo do Campo, está no
legado de FHC e do PSDB uma das mais sanguinárias delas: Carajás! Aliás, está
no legado da Imprensa, também, que tentou veicular a imagem (desmascarada
posteriormente) dos violentos Sem Terra partindo para cima da PM. E também está
no DNA do PSDB acabar com os Movimentos Sociais do Campo (vide quem são os
deputados e senadores que eles elegeram e quem os elegeu?).
Bom... contando... contando... contando... Hein???
Uma!!!! Uma única citação para “Reforma Agrária”!!!! o
nono item da segurança alimentar e sustentável!!!
– MA-RI-NAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!
Pode isso?
Então,
já que foi rápido, pesquisei “Agronegócio”... É, menos mal! Três citações (mas
já é três vezes mais do que Reforma Agrária).
Mas,
calma lá...
Reforma
Agrária estava com uma referência de “Apoio a” e na perspectiva de produção de
alimentos saudáveis. Isso não é a síntese da Reforma Agrária... Nem o carrapato
na cabeça da síntese.
E
“Agronegócio” estava onde? Hein? Hein? “POLÍTICA AGRÍCOLA”...
Sacaram
a diferença?
E mais:
o agronegócio está interligado à indústria (a Reforma Agrária não) e como
referência à POLÍTICA INDUSTRIAL!!!! Va-le-i-me-de-us!
Universidade
e Reforma Agrária... dois temas capitais que estarão na berlinda, pra mais ou
pra menos, a partir de janeiro de 2015.
Mas a
pergunta ainda não quer calar: Quem vota em Aécio, vota por que?
Venham
Todos!
Venham
Todas!
Vida
Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
Parabéns pela análise... Agora está mais claro "Ruim com Dilma, pior sem Dilma!".
ResponderExcluirKleber Martins
Pois é, Kleber... exercício difícil, à bem da verdade, pois ainda temos um país que foca no Agronegógico e nos Bancos, além das Empreiteiras... Porém, assusta-me a volta do PSDB ao governo... concentração nestes últimos dias é fundamental...
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