...as
eleições me pareceram tão tensas e, ao mesmo tempo, tão impressionantemente
rebaixadas. Mas, primeiramente, preciso, tenho obrigação – e, agora, por mais
que eu ache que muitos de nossos artistas concordarão e acompanharão essa
manifestação, se trata apenas e unicamente da manifestação deste apresentador –
de apontar aqui, sob as críticas que sei que existirão, manifestar minha
posição para o segundo turno destas eleições de 2014:
Vou
votar no Aécio Neves...
....
Claaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaro
de NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!!!
Tu é doido? Vixi!
Nem amarrado, sob tortura e com a
imprensa burguesa prometendo mundos e fundos para nosso Circo de Chão Batido e
Lona Furada...
Votarei
na Dilma, para presidente... assim como fiz no segundo turno das eleições
passadas. E vou votar – xi! Agora vem mais pancada – criticamente. Não é um
apoio explícito e aberto. É um reconhecimento ao que o Governo nestes doze anos
avançou mas, ao mesmo tempo, a crítica ao como avançou.
Não falo aqui da corrupção. A
corrupção, entendam, não é “privilégio” de Partidos A, B ou C, em que pese eu
também entender que podem (não esses Partidos) se comprometerem definitivamente
com o fim da corrupção. E, neste caso, vamos combinar de uma vez por todas: a
corrupção está presente nos dois Partidos majoritários desta disputa.
Mas a corrupção é mola propulsora do
Sistema Capitalista. E ela só funciona porque o Capital (traduzindo, aquelas
empresas que a gente vê construindo pontes e estradas, vendendo carne nos
supermercados – e os supermercados – produzindo medicamentos etc.) é
necessariamente corrupto. As Grandes (principalmente elas) NECESSITAM da
corrupção.
Neste
quesito, tenho concordância com artistas e público deste picadeiro que estão
apontando o voto nulo (e, claro, sei que não é apenas por isso, mas é mais
embaixo – ou mais acima – é programático mesmo).
Mas,
nestes tempos, venho testemunhando algumas coisas que são, no mínimo, interessantes
e merecem reflexão. Vou a duas, pontuais.
Primeira:
a de que sempre que pergunto à quem irá votar no Aécio, porque votam no Aécio,
elas não conseguem responder. Vou dar um – exemplo:
–
Opa...! Diz aí...!
–
Vais votar em quem?
–
Na Dilma kkkkkk.....
–
Ajuda aí, Strovézio! É uma representação pedagógica...
–
Foi mal... Sou palhaço, não resisti... Pergunta de novo, sério agora!
–
Ok... (respiro fundo, para incorporar o personagem). Strovézio, vais votar em
quem?
–
No Aécio...
–
Por que?
–
Não vou votar no PT nem na Dilma.
–
Mas por que no Aécio?
–
Porque PT nunca mais!
–
Ok, já entendi... NÃO vais votar na Dilma, mas me diz por que vais votar no
Aécio?
–
Porque o voto é meu, você não vai me convencer do contrário, é meu direito e eu
não vou votar no PT...
(– Obrigado, Strovézio! – Tamos aí, caríssimo
cabeludo!)
É
assim... não consegui até agora – alguém vai dizer que é incompetência minha,
que estou perguntando para as pessoas erradas e tals – coletar um único
depoimento que vá ao encontro do voto em si: pelo programa, pela honestidade...
(– kkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!! – Calma,
Strovézio... deixa eu terminar! – Foi mal!)
...
pelas propostas, pela experiência, pelo que os governos de sua base ou partido
vem fazendo.
Mas,
nestes diálogos – e, aqui, a segunda expressão – um deles foi angustiante.
Quando comentei sobre o caso da USP, chegando na berlinda de sua história e
qualidade, uma destas pessoas me disse “Ah! Mas a USP tá assim por causa da
Dilma e do Governo Federal, pois a USP é federal!”...
Lascou-se
de vez... Mas revela de vez.
Numa
eleição em que vemos votações pra lá de expressivas em Bolsonaro, Tiririca,
Feliciano, Talhada, cantores, boyzinhos filhos de políticos da “velha política”.
Numa eleição em que a maior
Universidade do País (e deixará de ser em breve) vai para o ralo e só não vai
junto com água porque água tá faltando.
Numa eleição em que as alianças não se
explicam em Cartas Programáticas claras (Aécio vai legalizar a maconha e o
aborto, Eduardo Jorge????), mas apenas no marketing.
Numa eleição marcada, ainda pela ânsia
do poder pelo poder (e não é discurso único, é amplo)...
O que nos preocupa, significativamente,
é a possibilidade, a mínima possibilidade de eu ter que reconhecer que de todas
as frases dos ditadores (civis) militares de nossa ainda recente história
(entre 1964-1985), uma delas, de João Batista Figueiredo (o último presidente
da ditadura, mas não o único não escolhido pelo voto popular e que preferia
cheiro de cavalo a de povo), parece que estava correta e, pior ainda, atual: o
povo brasileiro ainda não está maduro para votar.
Que
a democracia burguesa representativa não funciona, temos 400 anos de história
para provar.
Um espetáculo de análise. Excelente!!!
ResponderExcluirParabéns! Abraços. Magna
Salve, Salve, Magna...
ResponderExcluirSeja bem vinda em nosso picadeiro.
Ficamos honrados com sua opinião.
Abraço
Há braços!
Ótima reflexão, e não me atreveria eu a entrar em méritos outros senão da tosca percepção a respeito do tema que meu cérebro é capaz de fazer. Dada a estrada já percorrida por você, meu nobre, pelos meandros dessa "assuntação politica". O que me vem, sempre que me permito refletir sobre este pleito é que existe ai um beco sem saída. De um lado existe uma história construida, que nos trouxe avanços apesar dos entretantos (que não são poucos). De outro, um pseudo-projeto de governo que entre os vais e vens de tantas palavras chega a lugar nenhum. É triste ver a que ponto chegou a situação desse país.Às vezes me parece que temos que escolher entre cortar os pulsos ou a garganta, tendo sempre o SUS como única opção de atendimento, onde o sangue é estancado, mas ou se sai morto ou infectado por uma chaga sem cura. E nesse teatro de marionetes o povo sofre e fica calejado, perde a esperança, perde a vida, perde a razão, perde a dignidade... Faltou na tua enquete a opção "não faço ideia... ainda", porque assim me sinto, junto com vários outros, garanto. O governo de Dilma avançou em alguma coisa, é verdade, mas eu não acredito em muito mais. E sobre o Aécio, pfff... Tá tentando a sorte e só. Sinuca de bico.
ResponderExcluirSalve, SAlve, nosso também andante Di Alencar...
ResponderExcluirUm dos mais belos depoidores deste picadeiro...
Sinuca de bico, camarada.. essa é a síntese. E reconheço. faltou na enquete um "Tá difícil escolher", de tal sorte que até o nulo parece ser uma opção ruim...
Vida Longa, meu camarada... sempre na luta e Vida Longa!
Marcelo, saudade!
ResponderExcluirNão tenho facebook, Lara me emprestou o dela.
É com alívio que acabo de ler essa análise sobre o seu posicionamento no 2º turno, que bom, perceber que apesar de estarmos longe do país sonhado cotidianamente, reconhecemos e nos emocionamos com os seus avanços. Sei que somos uma geração de "desiludidos políticos", acreditamos e lutamos em tantas frentes...., Todavia, o que conta hoje, agora, é sentir a aflição de muitos companheiros, inclusive a minha, a de meu marido, a de minha filha, Lara, dos nossos amigos, com a possibilidade da vitória do PSDB, misturada com o retorno à luta, tentando garantir os avanços e a cumplicidade que sempre nos aproximou e nos impulsionou em busca de relações humanas justas e solidárias. Confesso que apesar da tensão, estou adorando sentir o retorno de vários amigos ao ambiente de debate, de reflexão e de reaproximação.
Estou feliz com a volta do picadeiro, vida longa!
Um grande abraço pra vcs!
Leidjane
Salve, Salve, Leidjane...
ResponderExcluirTá aí uma coisa que este circo me deixa pra lá de orgulhoso... sempre passam por aqui pessoas de muito tempo de amizade e luta. Só de pensar que fui professor de seus filhos e cá estamos a curtir nosso humilde espetáculo, é indescritível... Estamos sim preocupados. Mas nunca nos esqueçamos de nossa capacidade de sempre lutar. Nunca nos acomodamos, não seria com a mania da elite brasileira de eleger playboizinhos para presidir o país que isso iria mudar...
Vida Longa!
Salve, Salve, Leidjane...
ResponderExcluirTá aí uma coisa que este circo me deixa pra lá de orgulhoso... sempre passam por aqui pessoas de muito tempo de amizade e luta. Só de pensar que fui professor de seus filhos e cá estamos a curtir nosso humilde espetáculo, é indescritível... Estamos sim preocupados. Mas nunca nos esqueçamos de nossa capacidade de sempre lutar. Nunca nos acomodamos, não seria com a mania da elite brasileira de eleger playboizinhos para presidir o país que isso iria mudar...
Vida Longa!