RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

domingo, 24 de março de 2013

Da arquibancada: Viva o Maracanã!





“Cada vez que se comete 
um ato de violência
que coloca em risco a integridade
de um grupo social indígena,
se esfacela sua cultura,
seu modo de vida,
suas possibilidades de expressão”
(Fernanda Sanchez –
 Professora e Pesquisadora da UFF)


            A sensação é a de que já sabíamos.
            Por mais que tenhamos, na história recente da humanidade, jovens, educadores, pesquisadores, militantes os mais diversos, artistas e tantos outros VENCENDO (hasta La Victória!) a luta contra seu opressor, que, invariavelmente, se utiliza do aparato bélico – travestido de Segurança Pública (sic!) – para defender interesses privados, nós ainda vemos o opressor vencer mais.
            Vimos o povo boliviano em Cochabamba vencer a luta contra a privatização da Água, entre 1999 e 2000. Nossa imprensa medíocre informava que era apenas uma manifestação contra o aumento das taxas quando, na verdade, era para reestatizar um serviço – então privatizado – que ameaçava de prisão pessoas que colocassem baldes nos quintais de casa para pegar água da chuva.
Vimos o povo às ruas em 2002, na Venezuela, quando a Imprensa Privada daquele país (que, à época, correspondia a 98% da imprensa venezuelana), com apoio dos EUA deu o golpe de Estado em Hugo Chavez e teve que assistir, em silêncio e constrangida, o povo e as Forças Armadas reconduzirem seu presidente ao seu devido lugar.
Vimos jovens estudantes às ruas no Chile (Revolução dos Pinguins, iniciada em 2006 e que voltava com força em 2011), contra o aprofundamento da já aprofundada presença do capital na educação básica daquele país que, mesmo depois da “redemocratização” e fim (?) da era Pinochet, ainda proibia constitucionalmente que professores tivessem um sindicato.
Vimos os Índios Guarani-Kaiowás, em 2011, enfrentarem a justiça branca, urbana, ”ocidental-civilizatória”, latifundiária brasileira e, portanto, os fazendeiros do Mato Grosso do Sul. Muitos mudaram seus “sobrenomes” no facebook (eu não consegui), mas, no início, chamamos de genocídio o que era, na verdade, um “lutaremos até morrer! E o faremos em nossas terras!”.
Egito, Tunísia, Portugal, Espanha, Grécia... jovens, trabalhadores, educadores, militantes sociais às ruas. “Não podemos ceder! Se cedermos, morremos”.
Algumas dessas e outras histórias tiverem desfechos vitoriosos na sua continuidade. A maioria não.
Mas, a sensação é que lutaram. Numerosamente lutaram! E se a morte fizer parte da luta, que ela venham. “Não temos medo!”... “Não tenho tempo para ter medo” diria Marighela.
Nosso Circo, nossos artistas, nosso Picadeiro... Temos muitos Lutadores e Lutadoras do Povo por aqui, mais até que este apresentador aprendiz!
- Nós rimos e lutamos! (os palhaços)
E sempre lutarão...

Mas, no Maracanã...
           
            Venceu a FIFA. Venceu CBF. Venceu a Imprensa Escrota deste país! A mesma jornalista da Globo que mentiu em suas matérias escancaradamente sobre outras tentativas de “reintegração de posse” e sobre a Aldeia Maracanã cobriu, em tempo real, a desocupação! A remoção! O Estado defendendo, militarmente, o capital! Venceu o Capital????

            Por que não mais as palavras de ordem?
            Por que não mais as lutas nas ruas? “Queremos mais, queremos o impossível!”
            Por que não mais o enfrentamento da ditadura do capital até as últimas conseqüências? Até as últimas conseqüências!!!
            Por que não mais as canções de Lutadores do Povo? 

“Vem, vamos embora,
que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora,
não espera acontecer”.

A Aldeia Maracanã a, evidentemente, teve representada uma luta. Estavam lá, além das etnias indígenas ali presentes (cercadas desde as 3:00 da madrugada de sexta para sábado, por gases lacrimogêneos, gás de pimenta, bombas de efeito moral... nas mãos do estado), estudantes, jornalistas sérios, militantes, professores, comitês populares (inclusive da Copa) e organizações de defesa dos Direitos Humanos. O povo de fato, não a elite beneficiada em qualquer tempo.

Venham Todos!
Venham Todas!
Precisamos estar presentes!

Vida Longa à Aldeia Maracanã!
Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

2 comentários:

  1. Querido Marcelo,
    Ao ler seu "Da arquibancada: viva o Maracanã!" não pude deixar de lembrar de DE "V INTERNACIONAL"
    Eu
    à poesia
    só permito uma forma:
    concisão,
    precisão das fórmulas
    matemáticas.
    Às parlengas poéticas estou acostumado,
    eu ainda falo versos e não fatos.
    Porém
    se eu falo
    "A"
    este "a"
    é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
    Se eu falo
    "B"
    é uma nova bomba na batalha do homem.(tradução: Augusto de Campos.
    Vida longa para seu espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante! que, como a poesia de Maiakóvisk diz nos alimenta o olhar para uma visão crítica do cotidiano que tentam permanentemente banalizá-lo, assim cada letra dos seus escritos acabam por funcionar como "uma trombeta-alarma para a Humanidade".
    Com ternura!
    Lu

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  2. Olá, Lucília, querida camarada!
    Saudações Circenses!
    AS palavras de Maiakóvsky honram nossa Lona de Circo Furada e nosso picadeiro de chão batido!
    Agradecemos sua bela homenagem!
    Vida Longa!
    Abreijos
    Ha braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira