“Se
tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades
teria
ouvido verdades que teimo em dizer brincando,
falei
muitas vezes como um palhaço,
mas
jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria”.
(Charles Chaplin)
Salve, Salve, Pequeno Carlos Vinícius...
Nosso mais novo lutador do Povo que chega pelas
bandas de nosso Circo, de nosso Picadeiro e de nossa arte.
Seja Bem-vindo...! E que bem-vindo, afinal,
testasse nossa ansiedade e alegria chegando, mas fazendo-nos aguardar mais um
pouco antes de estar, definitivamente, nos braços de nossos artistas e público.
E ficávamos a pensar: “o que trama para
sua vida nosso Pequeno Carlos Vinícius?”.
O que tramavas, hein, Carlos Vinícius? Talvez,
tramasse seu futuro e a maneira de agir nas oportunidades da vida,
principalmente aquelas oportunidades as quais iria construir? Estava, talvez,
deliciando-se com a memória futura do sabor do vinho? Talvez tramasse, no final
ao cabo, a maneira de sua família (nosso amigo de Circo e de Luta Renilton e
sua família, mamãe Josilene e seu/sua irmão/ã Robson e Carla) garantir que esse
seria o seu nome para passearmos por esses significados?
Tramaste, também, o dia de sua chegada que, em
data nos traz tantas lições e, em véspera, nosso chão de luta por um mundo não
apenas melhor, mas melhor para todas as formas de vida existentes?
Celebramos, assim, Pequeno Carlos Vinícius, a
sua chegada e somamo-la ao nosso grande coletivo de Pequenos (com P maiúsculo)
que chegaram até hoje e que saudamos, ou não, abaixo de nosso lona.
16 de abril... como todos os dias do ano, dia
que nos traz heróis de verdade e heróis de mentira, fatos mundialmente
conhecidos e desconhecidos, lições em todos eles. E, claro, para saudá-lo,
escolhemos o que temos de melhor.
Nasceste em 16 de abril dia em que podemos
celebrar (com todas suas contradições) a primeira grande vitória operária e
camponesa da história da humanidade. Vladimir
Ilitch Lenin retornava de seu exílio na Alemanha, passando pela Suécia. Em
tempos de I Grande Guerra, as lições das histórias dos conflitos se repetiam;
Helena Krupskaia (esposa de Lenin) comentava que só se via mulheres,
adolescentes e crianças nas estações de trem em toda a Alemanha. A I Guerra
Mundial, assim como conflitos anteriores e nem tanto diferente em conflitos
posteriores, destruíam famílias, comunidades e futuro.
Naquele 16 de abril de 1917, Lenin chegava na Rússia, recebido pela canção revolucinária (à época,
mas sempre) Marselhesa (“Às
armas, cidadãos, /
Formai vossos batalhões / Marchemos, marchemos / Que um sangue impuro /
Banhe o nosso solo!”) e
bandeiras vermelhas. Lenin disse à multidão que o recebeu: "A guerra imperialista é o início da
guerra civil em toda a Europa ... A revolução mundial socialista já amanheceu
... Alemanha está fervendo ... Qualquer dia, o conjunto do capitalismo europeu
pode falhar ... Marinheiros, camaradas, temos que lutar por uma revolução
socialista, a lutar até que o proletariado tenha a vitória completa! Viva a
revolução socialista no mundo!".
Que o capitalismo está a falhar, quase em suas
últimas refregas de resistência e vida, a Europa toda já sabe, o mundo todo já
sabe. Mas precisamos construir o novo, nesses tempos em que o Capital demonstra
sua indiscutível derrota. E precisamos antes que essa derrota extermine a vida
entre nós. Daí nossa primeira lição: lutemos sempre, pequeno Carlos Vinícius...
E Lutemos sempre juntos, nunca sós. Como Lutam os Educadores do Campo, os Sem
Terra, os Campesinos, que seu pai tão bem conhece.
Há raízes de nosso Circo em São Paulo que há
muito tempo deixou de ser uma Paulicéia Devariada (na “loucura” daquela cidade
em 1922, por Mário de Andrade) e hoje é pura loucura. Porém, já em tempos de
loucura, uma arrebatou sua população e se espalhou pelo país: “Diretas Já!”,
uma manifestação que no dia que chegaste completava 28 anos. Cerca de 1,5
milhão de pessoas no Vale do Anhangabaú em 1984 desafiavam as Leis do Estado (ainda
Ditadura) e manifestavam-se exigindo seu direito de eleger o Presidente do
País. É verdade que a manifestação fora derrotada em Brasília e apenas cinco
anos depois, com a Burguesia e a Imprensa deste país mais “preparada”, fomos as
urnas... outra derrota. Mas nunca desistimos, pequeno Carlos Vinícius e assim
seguimos lutando sempre, porque não corremos atrás de vitórias pontuais e, sim,
de vitórias históricas. Talvez uma única, profetizada nas palavras de Che:
“Hasta la victória, siempre!”...
Duas personalidades (e que personalidades)
precisam ser destacadas e celebradas junto com sua chegada, Pequeno Carlos
Vinícius.
A primeira por ter nascido em uma longínquo 16
de abril, em 1889. Falamos de um artista que tem tudo, absolutamente tudo a ver
com o nosso Universal Circo Critico, o que torna nossa saudação, nossa
celebração “circentemente” ímpar, pois foi quando nasceu Charles Chaplin, nosso
imortalizado Carlitos. Sua obra é inspiradora de nossa lona e de nosso
picadeiro.
Não temos dúvida, Pequeno Carlos Vinícius:
nossas crianças precisam assistir Carlitos enquanto crescem: O Circo (claro),
Tempos Modernos, Luzes da Cidade, O Garoto, O Grande Ditador estariam, talvez,
entre as necessárias. E em que pese ter se notabilizado (por conta da época) no
cinema mudo, suas palavras ecoaram fronteiras e o tempo e é nas palavras de
Charles Chaplin que damos mais uma importante lição. E por isso que escolhemos
nossa primeira saudação, o intróito de nossas palavras, aquela citação.
A verdade que se dizia brincando, hoje em dia,
transformou-se em “ironia” e, às vezes “brincadeira de carapuça” (que sempre
achei postura dos covardes). Por isso, Pequeno Carlos Vinícius, nunca permita
que sua alegria se transforme em ironia. Que sua alegria seja sempre sua
verdade e que a seja sempre brincando.
A segunda personalidade não nasceu em 16 de
abril, nem morreu. Apenas teve publicada, oficialmente, sua homenagem... E
pasme (depois teu pai explica o que é isso), Pequeno Carlos Vinícius: uma das
homenagens mais importantes da Educação Brasileira ao, possivelmente, mais
importante Educador Brasileiro, passou em branco, em silêncio absoluto em nossa
imprensa nacional. E até nós, do Universal Circo Crítico caímos nesse silêncio.
Precisou a sua chegada para nos alertarmos de que sempre precisamos estar
atentos. Uma notícia não contada não significa uma notícia que não tenha
existido.
A homenagem? Paulo Freire é declarado Patrono
da Educação Brasileira. À bem da verdade, os Educadores e Educadoras do Povo
sempre viram em Paulo Freire (que não apenas foi responsável pelo
revolucionário projeto de Educação Popular e de Alfabetização de Jovens e
Adultos durante décadas) como o principal educador brasileiro. Não
necessariamente precisávamos de uma Lei (12.612/2012) para tal verdade. Mas é
impressionante o medo que a burguesia, a elite e a imprensa brasileira tem dos
verdadeiros heróis brasileiros. E Paulo Freire, antes de ser Patrono da
Educação Brasileira, já o era. E, talvez por isso (imprensa em silêncio e uma
Lei) que Paulo Freire diria, lá pelos idos de 1981): “a leitura do mundo
precede a leitura da palavra”... Leia o mundo, escreva-o desde o primeiro
instante que o ler e, principalmente, ajude-nos a ler novamente o mundo.
Lenin... Charles Chaplin... Paulo Freire... e
agora, Carlos Vinicius.
Que belo 16 de abril!
Vida Longa a Carlos Vinicius!
Venham Todos!
Venham Todas
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
Cá estamos nós, Lene, Carla, Robson e eu... às lágrimas!!!
ResponderExcluirSós os verdaeiros Lutadores do Povo, como você, conseguem "endurecer pero sin perder la ternera jamais". Que bela homenagem!!
Parabéns Amigo!
Caríssimos Renilton, Lene, Carlinha e Robson...
ResponderExcluirLágrimas, para nós, fertilizam nosso picadeiro e nossa lona...
Seguimos sempre assim, Lutadores do Povo, mas sempre seus aprendizes.
Vida Longa!
Boa Noite! Saúdo também a chegada de mais esse membro na família cCruz e na família Lima a qual faço parte
ResponderExcluirestamos muito felizes e celebrando com orgulho a chegada desse pequeno grande lutador,meu sobrinho lindo.
Josy Lima, a tia de Carlos Vinícius
Olá, Josy.
ResponderExcluirNossa, que mundo pequeno... famílias daqui e dali juntos em nosso picadeiro e lona de circo.
Abreijos
Há braços!