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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Conversa ao pé de ouvido de Carlos Vinícius...


“Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades
teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando,
falei muitas vezes como um palhaço,
mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria”.
(Charles Chaplin)


Salve, Salve, Pequeno Carlos Vinícius...
Nosso mais novo lutador do Povo que chega pelas bandas de nosso Circo, de nosso Picadeiro e de nossa arte.
Seja Bem-vindo...! E que bem-vindo, afinal, testasse nossa ansiedade e alegria chegando, mas fazendo-nos aguardar mais um pouco antes de estar, definitivamente, nos braços de nossos artistas e público. E ficávamos a pensar: “o que trama para sua vida nosso Pequeno Carlos Vinícius?”.
O que tramavas, hein, Carlos Vinícius? Talvez, tramasse seu futuro e a maneira de agir nas oportunidades da vida, principalmente aquelas oportunidades as quais iria construir? Estava, talvez, deliciando-se com a memória futura do sabor do vinho? Talvez tramasse, no final ao cabo, a maneira de sua família (nosso amigo de Circo e de Luta Renilton e sua família, mamãe Josilene e seu/sua irmão/ã Robson e Carla) garantir que esse seria o seu nome para passearmos por esses significados?
Tramaste, também, o dia de sua chegada que, em data nos traz tantas lições e, em véspera, nosso chão de luta por um mundo não apenas melhor, mas melhor para todas as formas de vida existentes?
Celebramos, assim, Pequeno Carlos Vinícius, a sua chegada e somamo-la ao nosso grande coletivo de Pequenos (com P maiúsculo) que chegaram até hoje e que saudamos, ou não, abaixo de nosso lona.
16 de abril... como todos os dias do ano, dia que nos traz heróis de verdade e heróis de mentira, fatos mundialmente conhecidos e desconhecidos, lições em todos eles. E, claro, para saudá-lo, escolhemos o que temos de melhor.
Nasceste em 16 de abril dia em que podemos celebrar (com todas suas contradições) a primeira grande vitória operária e camponesa da história da humanidade. Vladimir Ilitch Lenin retornava de seu exílio na Alemanha, passando pela Suécia. Em tempos de I Grande Guerra, as lições das histórias dos conflitos se repetiam; Helena Krupskaia (esposa de Lenin) comentava que só se via mulheres, adolescentes e crianças nas estações de trem em toda a Alemanha. A I Guerra Mundial, assim como conflitos anteriores e nem tanto diferente em conflitos posteriores, destruíam famílias, comunidades e futuro.
Naquele 16 de abril de 1917, Lenin chegava na Rússia, recebido pela canção revolucinária (à época, mas sempre) Marselhesa (“Às armas, cidadãos, / Formai vossos batalhões / Marchemos, marchemos / Que um sangue impuro / Banhe o nosso solo!”) e bandeiras vermelhas. Lenin disse à multidão que o recebeu: "A guerra imperialista é o início da guerra civil em toda a Europa ... A revolução mundial socialista já amanheceu ... Alemanha está fervendo ... Qualquer dia, o conjunto do capitalismo europeu pode falhar ... Marinheiros, camaradas, temos que lutar por uma revolução socialista, a lutar até que o proletariado tenha a vitória completa! Viva a revolução socialista no mundo!".
Que o capitalismo está a falhar, quase em suas últimas refregas de resistência e vida, a Europa toda já sabe, o mundo todo já sabe. Mas precisamos construir o novo, nesses tempos em que o Capital demonstra sua indiscutível derrota. E precisamos antes que essa derrota extermine a vida entre nós. Daí nossa primeira lição: lutemos sempre, pequeno Carlos Vinícius... E Lutemos sempre juntos, nunca sós. Como Lutam os Educadores do Campo, os Sem Terra, os Campesinos, que seu pai tão bem conhece.
Há raízes de nosso Circo em São Paulo que há muito tempo deixou de ser uma Paulicéia Devariada (na “loucura” daquela cidade em 1922, por Mário de Andrade) e hoje é pura loucura. Porém, já em tempos de loucura, uma arrebatou sua população e se espalhou pelo país: “Diretas Já!”, uma manifestação que no dia que chegaste completava 28 anos. Cerca de 1,5 milhão de pessoas no Vale do Anhangabaú em 1984 desafiavam as Leis do Estado (ainda Ditadura) e manifestavam-se exigindo seu direito de eleger o Presidente do País. É verdade que a manifestação fora derrotada em Brasília e apenas cinco anos depois, com a Burguesia e a Imprensa deste país mais “preparada”, fomos as urnas... outra derrota. Mas nunca desistimos, pequeno Carlos Vinícius e assim seguimos lutando sempre, porque não corremos atrás de vitórias pontuais e, sim, de vitórias históricas. Talvez uma única, profetizada nas palavras de Che: “Hasta la victória, siempre!”...
Duas personalidades (e que personalidades) precisam ser destacadas e celebradas junto com sua chegada, Pequeno Carlos Vinícius.
A primeira por ter nascido em uma longínquo 16 de abril, em 1889. Falamos de um artista que tem tudo, absolutamente tudo a ver com o nosso Universal Circo Critico, o que torna nossa saudação, nossa celebração “circentemente” ímpar, pois foi quando nasceu Charles Chaplin, nosso imortalizado Carlitos. Sua obra é inspiradora de nossa lona e de nosso picadeiro.
Não temos dúvida, Pequeno Carlos Vinícius: nossas crianças precisam assistir Carlitos enquanto crescem: O Circo (claro), Tempos Modernos, Luzes da Cidade, O Garoto, O Grande Ditador estariam, talvez, entre as necessárias. E em que pese ter se notabilizado (por conta da época) no cinema mudo, suas palavras ecoaram fronteiras e o tempo e é nas palavras de Charles Chaplin que damos mais uma importante lição. E por isso que escolhemos nossa primeira saudação, o intróito de nossas palavras, aquela citação.
A verdade que se dizia brincando, hoje em dia, transformou-se em “ironia” e, às vezes “brincadeira de carapuça” (que sempre achei postura dos covardes). Por isso, Pequeno Carlos Vinícius, nunca permita que sua alegria se transforme em ironia. Que sua alegria seja sempre sua verdade e que a seja sempre brincando.
A segunda personalidade não nasceu em 16 de abril, nem morreu. Apenas teve publicada, oficialmente, sua homenagem... E pasme (depois teu pai explica o que é isso), Pequeno Carlos Vinícius: uma das homenagens mais importantes da Educação Brasileira ao, possivelmente, mais importante Educador Brasileiro, passou em branco, em silêncio absoluto em nossa imprensa nacional. E até nós, do Universal Circo Crítico caímos nesse silêncio. Precisou a sua chegada para nos alertarmos de que sempre precisamos estar atentos. Uma notícia não contada não significa uma notícia que não tenha existido.
A homenagem? Paulo Freire é declarado Patrono da Educação Brasileira. À bem da verdade, os Educadores e Educadoras do Povo sempre viram em Paulo Freire (que não apenas foi responsável pelo revolucionário projeto de Educação Popular e de Alfabetização de Jovens e Adultos durante décadas) como o principal educador brasileiro. Não necessariamente precisávamos de uma Lei (12.612/2012) para tal verdade. Mas é impressionante o medo que a burguesia, a elite e a imprensa brasileira tem dos verdadeiros heróis brasileiros. E Paulo Freire, antes de ser Patrono da Educação Brasileira, já o era. E, talvez por isso (imprensa em silêncio e uma Lei) que Paulo Freire diria, lá pelos idos de 1981): “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”... Leia o mundo, escreva-o desde o primeiro instante que o ler e, principalmente, ajude-nos a ler novamente o mundo.
Lenin... Charles Chaplin... Paulo Freire... e agora, Carlos Vinicius.
Que belo 16 de abril!

Vida Longa a Carlos Vinicius!

Venham Todos!
Venham Todas

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

4 comentários:

  1. Cá estamos nós, Lene, Carla, Robson e eu... às lágrimas!!!
    Sós os verdaeiros Lutadores do Povo, como você, conseguem "endurecer pero sin perder la ternera jamais". Que bela homenagem!!

    Parabéns Amigo!

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  2. Caríssimos Renilton, Lene, Carlinha e Robson...
    Lágrimas, para nós, fertilizam nosso picadeiro e nossa lona...
    Seguimos sempre assim, Lutadores do Povo, mas sempre seus aprendizes.
    Vida Longa!

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  3. Boa Noite! Saúdo também a chegada de mais esse membro na família cCruz e na família Lima a qual faço parte
    estamos muito felizes e celebrando com orgulho a chegada desse pequeno grande lutador,meu sobrinho lindo.
    Josy Lima, a tia de Carlos Vinícius

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  4. Olá, Josy.

    Nossa, que mundo pequeno... famílias daqui e dali juntos em nosso picadeiro e lona de circo.
    Abreijos
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira