RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Conversas ao pé de ouvido de Arthur...



















“Ruas da minha infância/
Quantas lembranças deixaram em mim/
Augusta, Hortas, Alecrim/
De travessas e becos hoje desmoronados/
Daqueles carnavais em que eu menino/
Fugia com medo dos alegres mascarados”
(Nelson Ferreira – Evocação nº 7)


          Salve! Salve! Pequeno Grande Arthur...
          Que chegada triunfal em um dia maravilho, histórico... Nasceste em um “Nove de Frevereiro”, como diria nosso querido Antõnio Carlos Nóbrega.
          E como sempre, a cada nascimento de nossos pequenos lutadores do povo, o Universal Circo Crítico presta sua homenagem para dizer “Seja Bem Vindo, Pequeno Grande Arthur”, nome nobre e generoso e que, certamente, e em respeito à origem Do mesmo, há de ser um grande líder, um grande e verdadeiro Lutador do Povo. Um nome que, em si, traz a marca da ousadia e que será superior à teimosia, também “característica” de seu nome... Pelos pais que tem, a primeira prevalecerá sobre a segunda.
          Aliás, é de se registrar: o calendário foi, certamente, instrumento precioso para que chegaste exatamente num 9 de fevereiro... Ouso dizer (sem teimosia, lembre-se) que Renata e Gojoba, em maio de 2008, iniciaram seu infalível e detalhado plano de ter um/a filho/a no Dia do Frevo! E cá estamos, celebrando o Dia do Frevo e o Dia de Arthur.
          Poderia lançar mão, como d’outras “conversas ao pé de ouvido...”, de lembrar fatos importantes, precisos, vitoriosos, representativos de nossa história e sociedade... mas, como fazer isso no Dia do Frevo??? Mas vou tentar.
          Poderia lembrar nos nossos tempos de império, em que as estradas de ferro eram, inicialmente, construídas para levar a corte de um lugar ao outro, como a primeira Estrada de Ferro Central do Brasil (iniciada em 1855) e a segunda entre Recife e São Francisco (em 1958). É evidente que as lições de união dos lutadores deste nosso país (não apenas) vem da contradição destes primeiros relatos que, em síntese, dizem que aos trabalhadores a labuta, à corte às beneses da labuta trabalhadora, já que as ferrovias serviam a estes... Por isso a importância de nossos lutadores do povo! Ensiná-los desde pequenos, Caro Arthur, é construir sua verdadeira liberdade desde pequenos.
          Nove de fevereiro foi um dia espalhado na história dos homens e mulheres: aviões inauguraram voos, cidades e estados foram criados, pessoas encontraram pessoas (e é incrível como a submissão, às vezes, nos é contada como um grande fato histórico). E também nos serviu de lições que foram insistentemente silenciadas. Por exemplo, foi em 1965 que as primeiras forças de combate dos Estados Unidos seguiram para o Vietnã. Todos nós sabemos que não foram apenas mortes inocentes e uma guerra espúria do imperialismo americano, posterior e humilhantemente derrotados, que ficaram no saldo desta Guerra. No seu próprio quintal os EUA ainda hoje precisam prender (prender?) pessoas que foram àquela guerra e retornaram às suas famílias destruídas por dentro.
          E o que dizer de nosa história recente que, lamentabilissimamente, nosso país insiste em ser o único vitimado pelas ditaduras instauradas na América Latina e América Central a dizer, institucionalmente, que abrir os arquivos da ditadura é puro revachismo... Até bem pouco tempo atrás, este significativo ato do Estado Brasileiro (contar a verdadeira história da ditadura brasileira) era, segundo a elite conservadora e as forças armadas brasileiras, um risco à segurança nacional e soberania do Estado. Porém, nossos “hermanos” argentinos, chilenos, paraguaios, bolivianos, uruguaios seguiram esse caminho de passar a limpo a história de seus países, de seus lutadores, de seus desaparecidos e nenhuma instabilidade foi verificada. E duvido que a mídia destes países não tentaram desestabilizar este ato (como bem a faz nossa mídia tupiniquim). Neste aprendizado de luta, pequeno Arthur, do homem contra o poder e da memória contra o esquecimento (Milan Kundera), nunca devemos nos esquecer da Lei de Imprensa de 1967, que regulava a “liberdade de manifestação do pensamento e da informação”. Hoje, nossos algozes de 64 bradam aos quatro cantos por essa liberdade... mas isso é outras história. Porém, por ironia, foi em um 9 de fevereiro, em 2006, que o ex-oficial argentino Ricardo Taddei foi preso, em Madrid, acusado de 161 sequestros e práticas de torturas durante a ditadura militar argentina... Ah! A história dos homens...
          Caro Arhur: Carmem Miranda, Manuel Castells (o marxista que nunca o foi, pois se tornou ex-marxista) nasceram neste dia, entre esportistas, atores, atrizes, estadistas, intelectuais, escritores/as, militantes de diferentes bandeiras. Destaco apenas um nome que, agora com você, tornaram o 9 de fevereiro uma data que nos presenteou de grandes lutadores: Apolònio de Carvalho, militante convicto em defesa do socialismo, militou no PCB e na Aliança Libertadora Nacional (de Carlos Prestes e Olga Benário), além da inegável luta contra a ditadura militar no Brasil (de novo ela). Nele, nos inspiramos a continuarmos socialistas, não importa a nossa idade, não importa onde estamos.
          Também deixaram essas convivências terrenas outros tantos. Bill Haley, na minha humilde opinião, um militante do rock (sim, nós também somos militantes) nos deixou em 1981, sem o devido reconhecimento. Coisas da “memória” da humanidade. Também nos deixou, em 1964 (que ano sinistro), Ary Barroso, autor de Aquarela do Brasil, pianista de primeira, radialista esportivo. Diz a lenda que quando narrava jogos do Flamengo, seu time do coração (fazer o que...) assim dizia quando o adversário avançava ao gol rubro-negro: "Ih, lá vem os inimigos. Eu não quero nem olhar.". Bem melhor e honesto que nossos narradores de hoje em dia.
          Mas, por fim caro Pequeno Grande Arthur, neste Dia de Kuan Yin (protetora das mulheres na mitologia chinesa), neste Dia do Zelador (nunca deixe de dar “Bom Dia!” ao seu Zelador), o Universal Circo Crítico arma sua lona, convida seu “Respeitável Público!” a cantar e dançar sob as bençãos de Capiba, Edgard Moraes, Duda, Michels, Carnéra, Severino Araújo, Lourival Oliveira, Getúlio Cavalcanti, Nelson Ferreira, Zumba, Ademir Araújo, Alírio Moraes, Antônio Maria, Clóvis Pereira, João Tiago e Clóvis Maméde a nossa infinita biografia, musicografia, FREVOGRAFIA que esta data representa, para dizer “Seja Bem Vindo! Bem Vindo o Arthur!”
          E não deixe de me convidar para brincar o “Frevo do Arthur” em seus aniversários. Por hora, um desenho p’ra tu pintar, certo?



          Vida Longa ao Pequeno Grande Arthur!



          Venham Todos!
          Venham Todas!

          Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

5 comentários:

  1. Olá, Marcelo, percebo que gosta de lembrar,celebrar datas comemorativas, festivas, históricas tirando disso certas lições.É!Faz analogias com o passado e presente que me fazem realmente refletir exclamando: é mesmo!As datas comemorativas, celebrativas considero-as como uma fotografia do passado e o que geralmente acontece com fotografias? Essas são esquecidas em um álbum qualquer,são eternizadas na memória digital, são relembradas convenientemente, podem ser destruídas por não terem razão para serem vistas e podem ser qualquer coisa para a inutilidade ou utilidade do ser humano.
    Até.
    Daniel Dias.

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  2. Olá, Daniel.
    Não são as datas em si, mas a história da humanidade, as versões que saem desta história e os ensinamentos que precisamos tirar para seguir sempre lutando. Mas é verdade. Inúmeros fatos da nossa história são deixadas de lado e esquecidas, como as fotos que tiramos, justamente por não entendermos o porque destes fatos. Na sua analogia, é falorizarmos a foto, sem antes entrar no contexto que envolve aquela foto que pretendemos tirar...
    VAleu as sempre visitas.
    Abraço
    Marcelo Russo

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  3. Olá amigo, antes de fazer o meu comentário gostaria de dizer que fui eu a anônima que falou sobre a guerra, foi sem querer: esqueci de assinar!!!
    Falar sobre carnaval é interessante e as vezes intrigante. Estamos percebendo que nosso carnaval é comemorado de forma heterogênea nas diversas regiões brasileiras, porém notamos que existe em todas elas uma forte apologia ao consumo de drogas (álcool, principalmente) e exarcebação da sensualidade feminina. Duas coisas que muitas vezes aparecem conectadas entre si, que em tese, são grandes fontes de prazer (para os homens as duas coisas: bebida e mulher,he he he.
    Outra questão que podemos notar é a o aspecto cultural do carnaval que é e continua sendo refletido nos desfiles dos blocos, das escolas...Várias escolas do Rio este ano trataram sobre o período ditatorial no Brasil, uma delas trouxe novamente para a avenida, em uma de suas várias alegorias uma lembrança do Carnaval da década de 1970, no qual a escola falou sobre a miséria no Brasil e no Rio de Janeiro. Neste ano a escola foi proibida de mostrar uma de suas alegorias devido a sensura do período...
    Hoje não existe mais sensura,mas a miséria...
    bjs
    Patrícia

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  4. Querida Patrícia...
    Acho que comete apenas um pequeno engano: a sensura persiste em nosso país. Quando seis pessoas, seis grandes grupos econômicos dominam 95% da mídia e comunicação, a sensura é tão expúria quanto a Lei de Liberdade de Imprensa de 1965... O BBB é censura, o JN / Jornal da Band / Jornal da record / Jornal do SBT é censura... Afinal, vale apenas o que eles querem noticiar e do jeito que eles querem noticiar...
    Precisamos do carnaval rerevolucionário... quem sabe?
    Obrigado pela visita! Os artistas agradecem...
    Abreijos

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  5. Tanto convidou!!aki estou!!adorei!como sempre escrevendo muito hein!pena não ter net para dar a atenção para cada escrita!pelo que percebi tudo é de muito bom gosto.
    E tenho que lhe dizer professor: a Política esta em tudo!
    Aprenda a ser qustionador para não permanecer na média. Obrigada teacher!!!bjs vida longa!!!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira