As mulheres da minha vida ensinaram-me a amar, ainda que não tenha aprendido direito. Sentava sempre no fundo sala, brincava com meus papéis, não prestava atenção nas aulas. Mas, mesmo assim, pacientemente, ensinaram-me a amar.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a respeitar, mesmo que, algumas, poucas ou tantas vezes, não lhes desse o devido respeito. Porque eram bonitas, porque eram cheirosas, porque tinham cabelos que brilhavam, porque tinham uma pele macia, demorei a entender como deveria respeitá-las. Mas, ainda assim, respeitaram meu difícil tempo de aprendizagem.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a música, as notas, a melodia, o solfejo, ainda que teimasse em escutar outras coisas. Demorei a ver em todas as minhas músicas, em todas as minhas letras, nas poucas que até foram gravadas, em cada nota que faço, em cada dedilhar que experimento, em cada dissonância que descubro os seus melodiosos ensinamentos. Mas, independente disso, elas cantavam em meus ouvidos.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a ciência, mesmo que, certas vezes, provocasse explosões. Não foi fácil perceber o quanto as coisas, as matérias, as células, componentes inumeráveis fundiam-se e confundiam-se em algo que ia infinitamente além das simples combustão científica. Ainda assim, arrumavam pacientemente as conseqüências de minhas explosões e retomavam minhas lições.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a partilha, ainda que tantos anos buscasse a solidão. Conversei inúmeras vezes comigo mesmo, com meu violão, com as folhas em branco na minha frente, com meu quarto fechado e silencioso, com meus cães, achando que havia aprendido a viver só e, na verdade, compreendia todas as minhas lições de partilha na solidão. E, quase eternamente, esperavam o meu retorno insólito, como se nunca houvesse partido, como se fosse absolutamente certo que a minha solidão era parte de meu aprendizado.
As mulheres da minha vida ensinaram-me o sorriso, ainda que eu acreditasse ver um rosto cerrado em frente ao espelho.
As mulheres da minha vida ensinaram-me tudo, absolutamente tudo sobre a beleza. E não importa, realmente não importa qual critério, qual parâmetro o mundo tente impor sobre o que é belo, elas me ensinaram a profundidade da beleza humana, mesmo quando não a sabiam.
As mulheres da minha vida ensinaram-me sobre as misturas, os sabores, os temperos. Ensinaram-me sobre o olhar, o tocar, os desejos. Ensinaram-me sobre subjetividades, sobre alegrias e sobre tristezas. Ensinaram-me o riso e o choro, o palco e a platéia, a verdade e a mentira.
As mulheres da minha vida ensinaram-me sobre a luta, tanto quanto sobre o medo. Ensinaram-me o quanto são corajosas quando erguem a cabeça e o quanto são fortes quando parece que não o fazem.
As mulheres da minha vida ensinaram, ensinam-me e, é verdade, continuarão a ensinar-me.
Meu único receio é as mulheres da minha vida abandonarem-me, mas de todas as coisas que elas ensinaram-me e que não aprendi direito é que sem elas nada sou. Se não forem mais, nada serei.
Em meio a infinidade de homenagens desta data, desde aquelas “promocionais” de varejo, até aquelas verdadeiras, que reconhece a história de luta das mulheres como parte da história de luta contra as forças opressoras do capital, faço minha pequena homenagem no Universal Circo Crítico que, sem as mulheres, não seria Universal, não seria Circo, não seria Crítico... Não seria.
Venham todas!
Venham todos!
Vida Longa às mulheres da minha vida! Muitas delas, não as conheço!
Vida Longa!
As mulheres da minha vida ensinaram-me a respeitar, mesmo que, algumas, poucas ou tantas vezes, não lhes desse o devido respeito. Porque eram bonitas, porque eram cheirosas, porque tinham cabelos que brilhavam, porque tinham uma pele macia, demorei a entender como deveria respeitá-las. Mas, ainda assim, respeitaram meu difícil tempo de aprendizagem.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a música, as notas, a melodia, o solfejo, ainda que teimasse em escutar outras coisas. Demorei a ver em todas as minhas músicas, em todas as minhas letras, nas poucas que até foram gravadas, em cada nota que faço, em cada dedilhar que experimento, em cada dissonância que descubro os seus melodiosos ensinamentos. Mas, independente disso, elas cantavam em meus ouvidos.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a ciência, mesmo que, certas vezes, provocasse explosões. Não foi fácil perceber o quanto as coisas, as matérias, as células, componentes inumeráveis fundiam-se e confundiam-se em algo que ia infinitamente além das simples combustão científica. Ainda assim, arrumavam pacientemente as conseqüências de minhas explosões e retomavam minhas lições.
As mulheres da minha vida ensinaram-me a partilha, ainda que tantos anos buscasse a solidão. Conversei inúmeras vezes comigo mesmo, com meu violão, com as folhas em branco na minha frente, com meu quarto fechado e silencioso, com meus cães, achando que havia aprendido a viver só e, na verdade, compreendia todas as minhas lições de partilha na solidão. E, quase eternamente, esperavam o meu retorno insólito, como se nunca houvesse partido, como se fosse absolutamente certo que a minha solidão era parte de meu aprendizado.
As mulheres da minha vida ensinaram-me o sorriso, ainda que eu acreditasse ver um rosto cerrado em frente ao espelho.
As mulheres da minha vida ensinaram-me tudo, absolutamente tudo sobre a beleza. E não importa, realmente não importa qual critério, qual parâmetro o mundo tente impor sobre o que é belo, elas me ensinaram a profundidade da beleza humana, mesmo quando não a sabiam.
As mulheres da minha vida ensinaram-me sobre as misturas, os sabores, os temperos. Ensinaram-me sobre o olhar, o tocar, os desejos. Ensinaram-me sobre subjetividades, sobre alegrias e sobre tristezas. Ensinaram-me o riso e o choro, o palco e a platéia, a verdade e a mentira.
As mulheres da minha vida ensinaram-me sobre a luta, tanto quanto sobre o medo. Ensinaram-me o quanto são corajosas quando erguem a cabeça e o quanto são fortes quando parece que não o fazem.
As mulheres da minha vida ensinaram, ensinam-me e, é verdade, continuarão a ensinar-me.
Meu único receio é as mulheres da minha vida abandonarem-me, mas de todas as coisas que elas ensinaram-me e que não aprendi direito é que sem elas nada sou. Se não forem mais, nada serei.
Em meio a infinidade de homenagens desta data, desde aquelas “promocionais” de varejo, até aquelas verdadeiras, que reconhece a história de luta das mulheres como parte da história de luta contra as forças opressoras do capital, faço minha pequena homenagem no Universal Circo Crítico que, sem as mulheres, não seria Universal, não seria Circo, não seria Crítico... Não seria.
Venham todas!
Venham todos!
Vida Longa às mulheres da minha vida! Muitas delas, não as conheço!
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
Muito lindo! Sem palavras, a melhor homenagem às mulheres que vi hoje!
ResponderExcluirCabra da peste...tu sempre me surpreende. Qdo acho que vc já me disse tanto, de tantas coisas, vc me mostra que ainda tem muito a compartilhar. Que felizes continuem as mulheres da sua vida e que felizes, mais ainda, sejam os seus dias. Bjos
ResponderExcluirmaravilha marcelo! se o mundo tiver mulheres ensinando e homens aprendendo, estamos safo!!!! rrsrsrsrs...
ResponderExcluirlindas palavras e linda homenagem! grata pela sensibilidade, isso é pra poucos...!grande bj nesse lindo coração!
Querido, como uma das suas mulheres agradeço a homenagem....
ResponderExcluirrsrsrs sua tia Zodja
lindo!!!Mas continue aprendendo sempre....essa é a verdadeira saga humana.
ResponderExcluirbjs
Esta Mulher agradece tuas palavras.
ResponderExcluirComo vítimas-herdeiras (todos e todas)do patriarcado, torna-se um grande mistério, de difícil acesso, ser alguém que percebe o respeito, o afeto que devemos ter
por seres que nos ensinam essas coisas na vida, principalmente quando elas são mulheres.
Parebéns às mulheres que te ensinaram a dizer estas coisas suaves, sensíveis e urgentemente necessárias.
Fico feliz por saber que um outro pensamento-sentimento nos homens é possível.
Desejo uma "vida muito longa" para ti.
Caro amigo, é importante que entre nós homens haja uma sensibilidade feminina, não que isso represente dúvidas sobre a nossa masculinidade, mas que represente o reconhecimento de que outro mundo além de ser possível, é necessário e apenas juntos (Homens e Mulheres) poderemos conquistar essa vitória, obrigado pela sua amizade e pela sua sensibilidade. Abraços!!!
ResponderExcluirDemorei pra vir aqui mas cheguei...um pouco atrasada, sempre, mas cheguei!
ResponderExcluirSó pra dizer que lindo mais uma vez o que tu escreves neste cantinho! E agradecer né? E ó,com certeza as mulheres da tua vida ta,bém aprenderam/aprendem muito contigo!
Super beijo no coração!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuão poder tem as palavras...
ResponderExcluirE escrever palavras que nos remetem às mulheres...
mulheres de luta, de garra, que ao mesmo tempo que amam, são exploradas cotidianamente pelo discurso/prática do Neoliberalismo e das forças sociais capitalistas que nos bombardeiam...
Suas palavras caro Professor Russo, não manipulam, mas sim, esclarecem, e se fazem vivas e vidas em nós mulheres.
Um abraço e saudações docente!!!