... Jovens não voam...
Voar, voar / Subir, subir
Ir por onde for /
Descer até o céu cair /
Ou mudar de cor /
Anjos de gás /
Asas de ilusão /
E um sonho audaz /
Feito um balão...”
(Sonho de Ícaro / Biafra)
Parece que os caminhos que seguimos “em nome da
humanidade”, a cada dia que passa, deixa rastros e caminhos à frente cada vez
mais... desesperançadores...
Muito temos assistido pelas redes e a imprensa
sobre os atos terroristas na Europa, Golpes (com tanques ou com a “legalidade
constitucional”) a estados eleitos democraticamente (democracia burguesa,
mas...), torcidas que choram, torcidas que celebram.
Ok... é verdade... um mundo com mais de 7
bilhões de habitantes, não deve ser nada fácil à nossa imprensa, selecionar o
que vai e o que não vai ser notícia.
Mas, este picadeiro de terra batida e lona
furada de circo, definitivamente, não acredita em meras coincidências. Afinal, vivemos
tempos de legislativos em franco avanço reacionário (de municipais ao Congresso
Nacional) de tal ordem que sentenciam os debates de gênero à morte e, ao mesmo
tempo, golpeiam às famílias um estatuto conservador-religioso (Estatuto da
Família).
Assim, quando assistimos às notícias de “fulano/a,
homossexual, apanhou até a morte”, colocamos em tal estado de “natural”, que
não percebemos o quão profundo e sem volta é o buraco o qual estamos nos
metendo.
Pois bom... ou, talvez soasse melhor “pois mal”...
Saulo de Assis Lima. Um jovem de 23 anos, de Porto
Velho/Rondônia, se joga de uma torre de telefonia... Ele era homossexual, sua família
deu-lhe às costas (em princípio, por questões também de ordem religiosa) e o
mundo parecia tornar-se pequeno para ele.
Na matéria, a triste imagem do salto de Saulo: http://www.superpride.com.br/2013/04/jovem-gay-rejeitado-por-familia-evangelica-se-joga-de-torre-em-rondonia.html
Ao assistir à cena, nossos artistas deste
humilde picadeiro se perguntam:
– Mas, ele era tão jovem... Por que não voou?
Homens não voam, diria a biologia.
Jovens não voam, diriam os experientes.
Sonhos não voam, diriam os realistas.
Talvez, tentasse Saulo voar... mesmo após
várias horas angustiantes no alto de uma torre de telefonia e, portanto, já
bastante cansado.
Caiu o corpo, seus sentimentos e sua história.
E ao cair, parece-me que o que voa cada vez
mais para longe de nós a nossa humanidade.
Não conhecíamos Saulo... Mas nada nos tira a
certeza de que ele voava dentro de si, de seus sonhos, de seus amores e de suas
alegrias.
“Do alto
Coração /
Mais alto Coração...”
Venham Todos!
Venham Todas!
Cena do Filme: Sonho de Liberdade |
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira