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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Lá vai Muhanmad Ali... La vai Marga Rothe...



“Vou mostrar a você
 O quão grande eu sou...”
(Muhanmad Ali).

Neste final de semana, como acontece todos os dias, em diferentes lugares do mundo, novos personagens (um pouco mais conhecidos) entraram para o calendário de “despedidas”...
Mas, este picadeiro de terra batida e lona furada de circo reconhece, humildemente, que pouco sabe de suas histórias.
Muhanmad Ali foi um pugilista famoso, campeão olímpico e mundial, preso por não ir à Guerra, perdeu o título, foi solto, voltou ao ringue, retomou o título e por aí foi, com idas e vindas que, dentre o Boxe, poderíamos deixar para os fortes conhecedores de sua história.

– Que tal o nosso querido “Homem do Coração Mais Grande do Mundo!”, aqui do Circo? (Strovézio)...
– Certamente, meu caro palhaço... e quem mais quiser chegar.

Mas, sempre que me via com notícias, ou vídeos (inclusive um bem famoso, muito divulgado nas redes sociais e que abrimos os nossos trabalhos de hoje) e reportagens sobre sua história, legado e luta pela vida, via um grande homem... daqueles que nos ensinam a coerência nos valores e, também, a atenção para com o que ocorre ao nosso lado.
Mas, no dia de sua morte, o site do UOL publica uma foto de Pelé e Neymar e pergunta “quem é o melhor do mundo?”...
Após a morte de Ali, ficamos pensando (e ainda estamos) nesta chamada. Afinal, a nossa imprensa tupiniquim fez questão de registrar a manifestação de Pelé sobre a perda de “um grande amigo”.
Respeitamos isso... Claro que respeitamos. Mas, penso que existe uma fronteira muito frágil entre a história e a coerência de Ali e aquela a qual Pelé se notabilizou. Claro, dizemos isso fora das práticas esportivas respectivas de cada um.
Mas deixemos a pergunta para depois.
Lembramos de outro grande boxeador norte-americano, de nome Rubin Carter, ou, Harricane (Furacão)... Ele morreu em abril de 2014 (e nem comentamos isso aqui). Hurricane fora preso e assim ficou por quase 20 anos por um crime que não cometeu. Sua história deu em um Filme (Harricane, 1999, com Denzel Washington) e muitas controvérsias acerca de sua história.
Mas, a lembrança deste filme era da música escrita por Bob Dylan, chamada simplesmente de Harricane. Na primeira estrofe, encontramos:



“Aí vem a história do Furacão;
 O homem que as autoridades acabaram culpando
 Por algo que ele nunca fez
 Colocando numa cela de prisão,
 mas houve um tempo em que podia ter sido campeão”
 (Bob Dylan).

Pensamos... ambos boxeadores... ambos negros e que, de alguma maneira, incomodavam o “jeito americano de viver”.
Ali, foi muito mais ousado, em princípio. Afinal, negou-se a ir à Guerra contra o Vietnã (uma das inúmeras guerras inventadas pelos EUA para dar “mercado” para a sua fatia de 49% na produção armamentista mundial) e por, dentre outras, uma razão simples: “não tenho nenhum inimigo no Vietnã”...
Mas não foi apenas Ali que se despediu destes espaços terrenos.
E aqui, reconhecemos nossa ignorância, pois não a conhecíamos. E foi pelas palavras de amigos destes picadeiro que conheciam sua história que entendemos, mesmo neste reconhecimento, que sua história no PA é marcada por uma luta de todos os dias pelos Direitos Humanos.
 
Acervo SDDH / PA
Marga Rothe...
Nas palavras do Jornalista paraense (bravo “peitador” dos desmandos de uma justiça paraense parcial, um governo corrupto e uma imprensa mentirosa) Lúcio Flávio Pinto, uma mulher “suave como o azul de seus olhos e firme como sua figura ereta”, Marga Roth foi a primeira Ouvidora da Secretaria de Estado de Defesa Social...
Se vem do Lúcio Flávio Pinto, não há o que duvidar.
Marga Rothe morreu no mesmo dia em que um ex-ministro da Ditadura Militar e que teve sua história marcada, às vésperas do AI – 5 com um “às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência”.
No estado do Pará, estado que Marta escolheu (já que era alemã de nascença), o governador decretou três dias de luto em homenagem ao defensor das favas dos escrúpulos e histórico ministro da ditadura. À Marga Rothe, uma “nota de pesar”.

Este Circo decreta luto a Marga no lugar do Governo do Pará.

Ali e Rothe...
É a primeira vez que este picadeiro se presta ao inxirimento de homenagear personagens de nossa história à qual pouco conhecíamos... prova de que continuamos a ter muito o que aprender.
Ambos de Luta!
Por ambos, eu Luto!

– Hei, Russo... Russo... (Strovézio).
– Diz, Strovézio...
– Mas e aí, quem é o melhor do mundo?
– Hoje e por esses dias? Muhanmad Ali e Marta Rothe...

Muhanmad Ali Presente!
Marga Rothe Presente!
E sempre Vida Longa!



Venham Todos!
Venham Todas!


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Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira