“Vou mostrar a você
O quão
grande eu sou...”
(Muhanmad Ali).
Neste final
de semana, como acontece todos os dias, em diferentes lugares do mundo, novos
personagens (um pouco mais conhecidos) entraram para o calendário de “despedidas”...
Mas,
este picadeiro de terra batida e lona furada de circo reconhece, humildemente,
que pouco sabe de suas histórias.
Muhanmad
Ali foi um pugilista famoso, campeão olímpico e mundial, preso por não ir à
Guerra, perdeu o título, foi solto, voltou ao ringue, retomou o título e por aí
foi, com idas e vindas que, dentre o Boxe, poderíamos deixar para os fortes
conhecedores de sua história.
– Que
tal o nosso querido “Homem do Coração Mais Grande do Mundo!”, aqui do Circo?
(Strovézio)...
–
Certamente, meu caro palhaço... e quem mais quiser chegar.
Mas,
sempre que me via com notícias, ou vídeos (inclusive um bem famoso, muito divulgado
nas redes sociais e que abrimos os nossos trabalhos de hoje) e reportagens
sobre sua história, legado e luta pela vida, via um grande homem... daqueles
que nos ensinam a coerência nos valores e, também, a atenção para com o que
ocorre ao nosso lado.
Mas, no
dia de sua morte, o site do UOL publica uma foto de Pelé e Neymar e pergunta “quem
é o melhor do mundo?”...
Após a
morte de Ali, ficamos pensando (e ainda estamos) nesta chamada. Afinal, a nossa
imprensa tupiniquim fez questão de registrar a manifestação de Pelé sobre a
perda de “um grande amigo”.
Respeitamos
isso... Claro que respeitamos. Mas, penso que existe uma fronteira muito frágil
entre a história e a coerência de Ali e aquela a qual Pelé se notabilizou.
Claro, dizemos isso fora das práticas esportivas respectivas de cada um.
Mas deixemos
a pergunta para depois.
Lembramos
de outro grande boxeador norte-americano, de nome Rubin Carter, ou, Harricane
(Furacão)... Ele morreu em abril de 2014 (e nem comentamos isso aqui).
Hurricane fora preso e assim ficou por quase 20 anos por um crime que não
cometeu. Sua história deu em um Filme (Harricane, 1999, com Denzel Washington)
e muitas controvérsias acerca de sua história.
Mas, a
lembrança deste filme era da música escrita por Bob Dylan, chamada simplesmente
de Harricane. Na primeira estrofe, encontramos:
“Aí vem a história do Furacão;
O homem
que as autoridades acabaram culpando
Por algo
que ele nunca fez
Colocando
numa cela de prisão,
mas houve
um tempo em que podia ter sido campeão”
(Bob Dylan).
Pensamos...
ambos boxeadores... ambos negros e que, de alguma maneira, incomodavam o “jeito
americano de viver”.
Ali, foi
muito mais ousado, em princípio. Afinal, negou-se a ir à Guerra contra o Vietnã
(uma das inúmeras guerras inventadas pelos EUA para dar “mercado” para a sua
fatia de 49% na produção armamentista mundial) e por, dentre outras, uma razão
simples: “não tenho nenhum inimigo no Vietnã”...
Mas não
foi apenas Ali que se despediu destes espaços terrenos.
E aqui,
reconhecemos nossa ignorância, pois não a conhecíamos. E foi pelas palavras de
amigos destes picadeiro que conheciam sua história que entendemos, mesmo neste
reconhecimento, que sua história no PA é marcada por uma luta de todos os dias
pelos Direitos Humanos.
Marga
Rothe...
Nas
palavras do Jornalista paraense (bravo “peitador” dos desmandos de uma justiça
paraense parcial, um governo corrupto e uma imprensa mentirosa) Lúcio Flávio
Pinto, uma mulher “suave como o azul de seus olhos e firme como sua figura
ereta”, Marga Roth foi a primeira Ouvidora da Secretaria de Estado de Defesa Social...
Se vem
do Lúcio Flávio Pinto, não há o que duvidar.
Marga Rothe
morreu no mesmo dia em que um ex-ministro da Ditadura Militar e que teve sua
história marcada, às vésperas do AI – 5 com um “às favas, senhor presidente,
neste momento, todos os escrúpulos de consciência”.
No
estado do Pará, estado que Marta escolheu (já que era alemã de nascença), o
governador decretou três dias de luto em homenagem ao defensor das favas dos
escrúpulos e histórico ministro da ditadura. À Marga Rothe, uma “nota de pesar”.
Este
Circo decreta luto a Marga no lugar do Governo do Pará.
Ali e
Rothe...
É a
primeira vez que este picadeiro se presta ao inxirimento de homenagear
personagens de nossa história à qual pouco conhecíamos... prova de que
continuamos a ter muito o que aprender.
Ambos de
Luta!
Por
ambos, eu Luto!
– Hei,
Russo... Russo... (Strovézio).
– Diz,
Strovézio...
– Mas e
aí, quem é o melhor do mundo?
– Hoje e
por esses dias? Muhanmad Ali e Marta Rothe...
Muhanmad
Ali Presente!
Marga
Rothe Presente!
E sempre
Vida Longa!
Venham
Todos!
Venham
Todas!
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira