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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Conversas por aí: O Amor...!





            Há algum tempo atrás, nosso Picadeiro e nossa Lona Furada de Circo havia inaugurado a temática “conversas por aí”, que seria fruto de conversas em mesa de bar, fila de banco, caronas de alunos e por aí vai... Mas, à bem da verdade, as conversas por aí aparecem em outros textos e em outras viagens.
            Dessa vez, e meio que nos readaptando a novas formas virtuais (como de certa maneira é esse picadeiro) de dialogar com as pessoas, as distantes mas também as do convívio do dia-a-dia, recebemos a manifestação de Deus para Benedito Espinoza (ou, em hebraico, Baruch Zpinoza), um filósofo holandês do século XVII. Este filósofo, segundo Ernest Renan (um filósofo do século XIX), teve a mais profunda visão de Deus.
            Bom, como Todos e Todas sabem, nosso picadeiro é laico... O apresentador e andarilho aprendiz de Lutador do Povo ateu... E, ao conhecermos o texto de Espinoza (que, digamos assim, “deixou de pertencer à Espinoza” e passou a pertencer a aqueles e aquelas que o lêem), não identificamos o Deus se manifestando, aos olhos do filósofo.
            Compreendemos, isso sim, que nossa noção de Amor já havia sido escrita séculos antes de nossos aprendizados.
            O Texto chama-se “DEUS SEGUNDO ESPINOZA (Deus monologando para você)”... aqui, damos um novo nome: Sobre o Amor Revolucionário e Verdadeiro!... assim, com letra maiúscula.
            O vídeo acima, de perfil profundamente cristão, é para provocar também nossos conceitos de Amor, pois o conhecemos quase no mesmo momento em que conhecemos o texto de Espinoza.
            Ao nosso estimado público e, claro, nossos artistas, apenas um convite: sejamos livres para ler o monólogo abaixo.

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

“Pára de ficar rezando e batendo no peito!
O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.
Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.
A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Viva como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.
A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? 
Não me procures fora! Não me acharás. 
Procura-me dentro de ti... aí é que estou."

PS.: Essa é minha mainfestação... manifestação de um ateu convicto, mas que ama misteriosamente!