RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

terça-feira, 17 de abril de 2012

17 de abril! Presente!


 “Não sabemos se este novo ataque
será o prelúdio da tão anunciada invasão
dos 5 mil vermes.
Mas lutaremos sobre os cadáveres
de nossos companheiros,
sobre os escombros de nossas fábricas,
cada vez com maior determinação. Pátria ou Morte”
(Ernesto Che Guevara /
Às vésperas de 17 de abril de 1961)

Entre os dias 15 e 19 de abril de 1961, quando ainda se estruturava a revolução cubana enquanto Estado Cubano, a CIA do então presidente americano John Kennedy, juntamente com os governos ditadores (nada de novo na história imperialista norte-americana) da Guatemala (Ydígoras) e Nicarágua (Somoza), estabelecia seu avanço sobre a pequena e revolucionária Ilha do Caribe, na tentativa de restabelecer o governo de Fulgêncio Batista.
Tratava-se de uma ofensiva de de aviões B-26, pilotados por cubanos treinados pela CIA e que bombardeavam as bases aéreas de Santiago, San Antonio de los Baños e Cudad Libertad...
Ao final destes quatro dias, segundo Paco Ignácio Taibo II, “a invasão é um fracasso”... Kennedy estava seguro em seu Gabinete na Casa Branca. Fidel e Che foram para a linha de combate.
A data que nos importa, em particular, aqui, é 17 de abril de 1961. Neste dia, os EUA são derrotados na Bahia dos Porcos (Girón), em Cuba e no dia seguinte, às cinco horas e trinta minutos, os revolucionários cubanos retomam a baía estratégica de seu país. Dois dias depois, 19 de abril, a derrocada final americana frente à pequena ilha revolucionária e que proporcionou, também, a morte de vítimas deste conflito, civis ou militares.
A história da humanidade, de seus conflitos e seus confrontos, revelam que, ainda, esta vã e insana tentativa de destruir o povo cubano e sua conquista revolucionária poderia, no final ao cabo, desencadear um conflito mundial, liderado por EUA e URSS (a então União Soviética) que, fatalmente, representaria a exterminação da humanidade, em um conflito bélico e nuclear sem precedentes.
Em 17 de abril de 1996, 35 anos depois, possivelmente poucas pessoas no Brasil sabiam, nem ao menos celebravam esta data. Claro, não se tratava de nenhuma imagem histórica que favorecia qualquer interesse de aprofundar os valores de submissão da classe trabalhadora ao Imperialismo Americano.
Mas, também bem possivelmente, 19 agricultores, campesino, militantes Sem Terra, em Eldorado dos Carajás no Estado do Pará não imaginavam que nesta data que expressa a capacidade de lutar contra gigantes seria uma data de tristeza, em tempos e ações de luta.
Passados 16 anos daquele 17 de abril de 1996, os artistas e o público do Universal Circo Crítico homenageiam não apenas aqueles 19 lutadores do povo que enfrentaram o braço armado do Estado (Paraense e Brasileiro) com paus e pedras. Como enfrentam com paus e pedras os palestinos contra as armas de precisão de Israel. Como enfrentaram com o mesmo sentimento revolucionário dos Camponeses de Carajás o povo cubano em 1961.
A história da humanidade ensina constantemente: “a luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento” (Milan Kundera).
Não nos esqueçamos de 17 de abril de 1961.
Não nos esqueçamos de 17 de abril de 1996.

17 de abril! Presente!

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.:
Nossa homenagem e nosso compromisso com a verdade de Carajás... Sem assassinos condenados!

Abílio Alves Rabelo (seis tiros);
Altamiro Ricardo da Silva (executado no chão, após receber tiros na perna);
Amâncio Rodrigues dos Santos (hemorragia intracraniana);
Antônio Alves da Cruz (dois disparos de arma de fogo no peito);
Antônio Costa Dias (dois tiros no peito);
Antônio (conhecido como  Irmão – três tiros pelas costas, um no pescoço);
Graciano Olímpio de Souza (Tiro na cabeça, com marcas de lesões típicas de defesa);
João Carneiro da Silva (esmagamento de crânio);
João Rodrigues de Araújo (tiros e marcas de arma branca);
Joaquim Pereira Veras (dois tiros);
José Alves da Silva ((tiros característicos de execução sumária);
José Ribamar Alves de Souza (dois tiros, um a queima roupa);
Leonardo Batista de Almeida (arma branca);
Lourival da Costa Santana (tiro fatal no coração);
Manoel Gomes de Souza (três tiros, na cabeça – execução sumária);
Oziel Alves Pereira (três tiros na cabeça e um no peito – em poder da polícia, algemado);
Raimundo Lopes Pereira (dois tiros na cabeça e um no peito, com marcas de tentativa de defesa);
Robson Vitor Sobrinho (quatro tiros, dois a queima-roupa, pelas costas);
Valdecir pereira da Silva (não consta dados).

Outros dois camponeses hospitalizados após o massacre morreram no hospital.

2 comentários:

  1. O sangue destes 19 camponeses que foram brutalmente assassinados caíram sobre a terra e esta por sua vez germina a cada dia a esperança e justiça em nosso meio.
    Emanuelle - Assentamento JOão Batista

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  2. Olá querida camarada Manu.
    Saudações.

    O Universal Circo Crítico sente-se honrado com sua manifestação...

    Vida longa a nossa capacidade de termos esperança!

    Abraços
    Há braços!

    ResponderExcluir

O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira