RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 10 de dezembro de 2011


O Universal Circo Crítico... Plebiscito no Pará...

"Os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós, porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente dificilmente é bom para nós".
(Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns)

            O Universal Circo Crítico não fez um plebiscito entre os seus artistas e público. Por isso, está fazendo agora.
            Nos chama a atenção o fato de, por nossa militância, tanto de nossos artistas, quanto de parte significativa de nosso público, acompanharmos inúmeras campanhas por plebiscitos em nossas terras tupiniquins. Algumas, não saem do papel, a exemplo do Plebiscito para o Limite de Terras no país. Mas esta, da divisão do Pará (assim como foi a divisão de Goiás) saiu por caminhos bem menos complicados.
            Outrossim, queremos, na verdade, refletir sobre o fato (vai acontecer o plebiscito) e a forma... mais sobre a forma que, nesse caso, diz respeito às campanhas.
            Cá p’ra nós... só não dá pra dizer que está sendo uma “palhaçada” a campanha, por dois motivos: o primeiro (e, claro, mais importante deles) é que respeitamos pro-fun-da-men-te os trabalhadores palhaços, palhaços trabalhadores, gente digna, trabalhadora (já o dissemos) e respeitosa e que, neste mundo que a cada dia avizinha sua auto-extinção, continuam lutando pelo direito ao riso. O segundo, mais político, é que mais uma vez se evidencia o marketing, a “ideia” para se vender produto do que o produto em si.
            As pessoas mais importantes deste plebiscito são seus “coordenadores de propaganda e marketing” e suas “sacadas” de imagens e chavões para vender a ideia melhor: rachar o Pará em três ou mantê-lo daquele tamanhão (maior, mas muito maior – em espaço – do que nosso humilde picadeiro e lona de circo).
            O interessante é que esta história de marketing político vem, nas várias últimas eleições que este país experimentou, sendo sempre a primazia das campanhas. Mas, nestas, pelo menos, ainda se vota em gente – e, claro, não vou entrar no mérito.
            Neste plebiscito, a ideia é mais... mais... intrigante: as campanhas políticas estão, com mais foco, vendendo “algo”... Tipo “uma ideia sobre uma coisa” chamada território.
            Mas o que é mais interessante (e fiz uma pequena pesquisa sobre as campanhas na TV): a pobreza, a concentração de riqueza, a falta de saneamento, a grilagem e o latifúndio (danem-se esses “marketeiros” que inventaram essa de “agronegócio” para melhorar a imagem do latifundiário... sempre o marketing dando conta destas coisas, aff!), o não-desenvolvimento, o analfabetismo... tudo isso é mote de campanha dos dois lados.
            Daí, a pensar na qualidade do debate que é feito sobre esta questão, a coisa figura de maneira mais preocupante. De novo, como dantes, os dois lados dizem “o que não falam é sobre as verdadeiras consequências para...” e, assim, e em conjunto com a máquina de fazer maquiagem, entramos na mais profunda pasteurização do debate político de uma região.
            Só há um motivo, certo, concreto, definitivo para lançarmos mão de uma opinião (e, daí, a forma como estamos lançando a enquete): votamos “não e não”, mas com jeito de dizer o primeiro “não!” como opinião e o “segundo” como determinação de nossa opinião.
            Tá, vai ter gente que vai dizer assim: “xi! Parece-me menino mimado que, se possível, iria dizer “não, não, não, não, não...” (até vi propagando assim...).
            Mas, falando sério (como sempre o fizemos, ainda que brincantes): o que menos está claro neste plebiscito é a clareza de seu debate.
            As palavras do Conselho Indígena do Rio Tapajós e Arapiuns é, também, para provocar... mas, cá p’ra nós, esta é uma verdade, né não?
            Em defesa da soberania do povo brasileiro!

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            Vida Longa!

            Marcelo “Russo” Ferreira
           

4 comentários:

  1. Novamente acompanhando as noticias pelo circo universal, desta vez sobre o arranjado plebiscito e acabei de ver que os povo do meu querido Estado do Pará disse não ao marketing da separação, sinceramente falando como boa paraense, papa - chibe, admiradora da luta e da força de uma boa parte da população que historicamente não tem vez e voz, fiquei feliz com plebiscito, enquanto consulta popular, valeu povo paraense.

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  2. ola marcelo para alem das sabias reflexoes deste picadeiro, surge uma curiosidade austera...
    Qual sua escolha dentre a votacao?

    abrcs fraternos
    Derick Carvalho

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  3. Salve, Salve, Eula...
    Atentemo-nos ao fato de as coisas nunca são conclusas, completas e acabadas... o tema voltará, isso é certo.

    Vida Longa!

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  4. Caro Derick...
    Minha manifestação é que o debate realmente não estava bem feito.
    Se votasse no Pará (ainda não transferi meu título), votaria Não, duas vezes.

    Abraço
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira