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domingo, 13 de novembro de 2011

O Universal Circo Crítico... da Arquibancada: Implosões e Memórias...





“Ergueu no patamar quatro paredes lógicas/
tijolo por tijolo num desenho mágico/
seus olhos desbotados de cimento e lágrimas...”
(Construção – Chico Buarque)


      
      Cá estávamos em nossa arquibancada, assistindo um evento fantástico e bastante “educativo”... principalmente se nos atermos a fatos e atos semelhantes. Cá estávamos a assistir a implosão de dois Hotéis (já havia até me hospedado num deles, antes de meus tempos de Brasília) no Plano Piloto, ao vivo.
Impossível não pensar em algumas coisas:
Primeiro, o que já sabemos (mas ainda não nos disseram): um prédio, quando cai p’ra baixo, verticalmente (tá, os Hotéis caíram p’ra baixo, mas meio de um lado para o outro), em poucos segundos, foi implodido.
Colocaram, estrategicamente, bombas, TNT, traque de massa, peido-de-velha e o que mais fosse necessário para derrubar um prédio (pra baixo, isso é importante). E colocar essas coisas todas estrategicamente não é igual a jogo de futebol, em que o técnico saca (ou tenta sacar) o que está acontecendo no jogo e muda a estratégia de seu time (ou tenta) de modo a reverter a situação, assim, na hora.
Colocar bombas e seus apetrechos em um prédio, de modo a ele cair pra baixo, sem fazer estrago até mesmo às árvores em volta (em que pese fazer) precisa de tempo. Precisa, inclusive, de decisão: “vamos implodir aquele prédio”.
Se um Hotel, com seus 15 a 20 andares, cai p’ra baixo, quando implodido, o que dizer de um WTC (ah! O chocante 11 de setembro americano), enorme, pomposo, vistoso, quase único (ia ser superado por uns prédios mundo afora) e que também cai verticalmente, depois de dois aviões se chorem “láááá em cima”?
Bom... nosso picadeiro já falou sobre isso. Cremos que o documentário “Pontos Soltas” (produzido em terras americanas) já serve de sugestão para compreender este fenômeno histórico: um avião funciona melhor do que uma implosão para derrubar um prédio... verticalmente.
Mas, se estivermos corretos em nossos borbotões reflexivos, é preciso pelo menos lembramos que, no caso dos dois hotéis em Brasília, os móveis foram retirados, os trabalhadores também (talvez alguns até demitidos... é a Copa do Mundo chegando) e, claro, não havia hóspedes...No caso do WTC...
...
Mas, da arquibancada, também olhamos este fenômeno da tecnologia e da não-lógica sobre o ângulo que interessa a Governo e Legislativos (federal e alguns estaduais), FIFA, meios de comunicação e outros abutres atuais do futebol brasileiro. Ali perto daqueles dois hotéis, do outro lado de Eixo Monumental, também fora implodido o Estádio Mané Garrincha. Este (o Estádio, não o Mané Garrincha, que morreu quase esquecido e pobre) até resistiu. Esqueceram dos aviões, parece-nos.
Mas, em que pese nossas reflexões (até interessantes) sobre os grandes equipamentos esportivos Brasil e Mundo afora, nos entristece o insistente caminho que a humanidade percorre para aprofundar sua falta de memória, seu esquecimento. Haverá um novo estádio, mais moderno, mais “ao gosto de uma Copa do Mundo” no lugar do Mané Garrincha... Mas não será mais Mané Garrincha.
Nem todos os nossos artistas, até mesmo, talvez, nosso público acha tão ruim assim termos uma Copa do Mundo no Brasil. Nem mesmo os Jogos Olímpicos no Rio. Se não fosse a contundente gama de denúncias e, também, a desconfiança do povo brasileiro (não a maioria, claro) sobre a honestidade prevalecendo-se sobre a notória corrupção que os Mega Eventos Esportivos sempre provocam, talvez fosse até unanimidade a alegria em receber estes eventos.
Da nossa parte, nem mesmo torcer pela seleção brasileira (que, assim como todas – até onde nos consta – é um “time privado”, com interesses idem) parece-nos valer a pena. Mas isso é papo para outra conversa da arquibancada.
Ainda assim, de uma coisa temos certeza: que desrespeito ao nome do legendário Mané das Pernas Tortas (com T maiúsculo)... Mané Garrincha merecia uma memória mais justa ao muito que fez, do que sabia fazer e mais até, ao futebol brasileiro...
Quem sabe o estádio João Havelange (outro sinônimo de corrupção do futebol) possa ser rebatizado, pelo “Estrela Solitária” Botafogo? Ah! Seria realmente memorável...
Vida Longa a Mané Garrincha!


Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Um comentário:

  1. Estou aqui digerindo a frase sobre a Seleção, nada como uma boa "conversa" (mesmo essas nossas conversar virtuais, indiretas, tão contemporânea) para trazer reflexões tão inusitadas.

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira