O ano era 1994...
Em terras Pernambucanas a pouco mais de um ano, o violão ainda não era uma presença constante. Sempre estava comigo em função de empréstimos da amigos.
Também era o ano e o período de uma perda irreparável e que o Universal Circo Crítico ainda deve sua justa homenagem e história.
Vivia de certa maneira, um período de nostalgia e reflexão, pois caminhava ara a conclusão de meu curso superior e, com a aproximação deste período, a decisão de retornar à São Paulo ou permanecer em Recife... Sabia posterior decisão de permanecer em Recife.
Sobre a nostalgia, ainda as lembranças fortes da minha vida paulistana, amores e amizades mas, seguidas das reflexões que mostravam os desafios que PE e o Nordeste, dia-a-dia, me impunham e, quase que militantemente, me perguntavam: “o que queres? Com o que te identificas? Qual o aprendizado que queres continuar a ter?”.
Assim, naquele período, e vivenciando uma distância amorosa inquietante, um grande amigo/companheiro da época meio que disse: “Hei fera, leva o violão p’ra tua casa, que este final de semana a gente se junta lá p’ra uma rodada”... O violão foi comigo e, como sempre o fazia e continuei fazendo, coloquei no colo, papel e caneta do lado, busquei a melodia, dedilhei e depois acariciei as cordas na melodia encontrada, cantarolei...
A melodia era daquela leve, “simplesinha”, sem os meus apreciados gestos e gostos meio progressivos, de mudança de ritmo e coisa e tal... Talvez por isso o nome desta canção de tempos atrás tenha sido tão... monossilábica.
Apresento “Cor”
“Eu queria entrar em teus sonhos / e talvez descobrir o que eles dizem. / Ou estar sentado nas asas de um avião / todo desenhado numa folha de papel. / Sobrevoar tuas estrelas.
Eu queria ler teus pensamentos / e poder escrevê-los em um livro. / Ficar sentado sobre uma caixa de fósforos / e com uma colher ,/ secar o oceano./ Só p’ra te esperar.
Eu queria entrar em teus olhos / e poder ver o que eles vêem. / O sol nascente na margem do horizonte / ou nossos nomes na areia. / Posso escrevê-los?
Eu gostaria de tocar seus lábios / e tentar descobrir os teus desejos, / molhados a espera de um refrigerante./ Mas o seu sorriso é quem me chama. / O sol já repousou atrás de nós.
Vamos desenhar com uma só cor.
Eu queria entrar em teus sonhos...”
Venham Todos!
Venham Todas!
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
Interessante e muito bela, Massss, nostálgica, melancólica, e de certa forma até, dolorosa...
ResponderExcluirFeliz dos ouvidos direcionados, mesmo não entendidos, mas sempre, lembrados!
bjs no coração
Me pareceu cor de paixão, cor intensa, cor que borra, que pinta, e mancha...
ResponderExcluirBom quando voltam as lembranças.
São as marcas que fazem das nossas vidas verdadeiros arco-íris.
Beijo grande,
Cláudia Marins
Olá, Tábita...
ResponderExcluirOlá, Claudinha...
Que diálogo bacana, hein?
Nostálgica e intensa... Melancólica e que pinta...
Recordar desta música foi recordar, na verdade, muita coisa, muitas pessoas, muitos acontecimentos... e que irão passar em nosso picadeiro!
Quem bom ver vocês aqui.
Vida Longa!
Saudações senhor Marcelo "russo" Ferreira... Estive afastado do mundo dos blogs por algum tempo e por acaso hoje resolvi atualizar minhas leituras, e a mesma nostalgia melancólica que me pintou por esses dias e me afastou me trouxe de volta. Seu Marcelo esconde o jogo... Num é que por trás de um cabelão e um punhado de barba (que segundo confissões de um amigo gago agora é cavanhaque) existe um poeta! Ótima música meu caro... Vida longa as canções do seu Marcelo!
ResponderExcluirAbraços...
Olá...Cara que legal.Você estava apaixonado... Faz tempo que eu não me apaixono realmente rsss. Lembro-me agora de quando isto aconteceu pela primeira vez...Na verdade dá até saudade disso, porém também é assustadora a possibilidade de sofrer por amor. Então, por hora estou bem assim...Realmente amar é algo maravilhoso e prazeroso, não tenho dúvidas disso, pena que seja, às vezes, tão doloroso...Mas, como somos contraditórios vivemos nos apaixonado, sofrendo e nos desapaixonado...A vida é assim. Temos que continuar tentando, do contrário, aquilo que conhecemos como felicidade, jamais virá...
ResponderExcluirbju
Ai que deu uma saudade do meu primeiro amor, que gostava de me escrever poesias... Adorei o post Marcelo.
ResponderExcluirUau... fiquei imaginando a musicalidade que embalada essa poesia de paixão e lembranças.
ResponderExcluirAcretido que cada comentário desta postagem trás uma verdade.
A minha verdade: é que também viajei, voltei a época que eu estava entrando na universidade e muitas coisas começavam a acontecer em minha vida.
Replico o que D! Alencar disse...
Ótima música meu caro... Vida longa as canções do seu Marcelo!
Bjim
Eita menino, 1994 é um ano marcante, significativo na historia...uma relação arretada entre Alagoas e Pernambuco. Obrigada meu amigo por emprestar a máquina do tempo e me fazer voltar.
ResponderExcluirCAmarada Diego...
ResponderExcluirEm outras oportunidades coloquei algumas de minhas cançoes por aqui... Tem outras no blog antigo (ArcaMundo), mas penso em "re-postá-las" aqui também...
Pois é, meu velho... o violão em casa produz som sim hehehe... E sempre cantas as coisas de nossa história.
Precisamos marcar uma roda de viola e poesia, o que achas????
VAleu a visita...
abraço!
Ha braços!
Paty...
ResponderExcluirNada mais contraditório, não é verdade? Mesmo nós, aprendizes de lutadores do povo, que pensamos nas coisas coletivas, desapegadas materialmente, nos encontramos, vez por outra, assim... são lições da contraditória vida militante...
A música nos ajuda e compreender estes percauços...
A cançao é de 1994... mas essa lida permanece, cotidiana, ora como protagonista, ora como objetivo...
Mas sempre serão nossas canções.
abreijos
Ha braços!
Oi, Su...
ResponderExcluirQue bacana... o Universal Circo Crítico levando noss público e artistas a outras e particulares viagens...
Sempre gostei desta canção... vou reaprende-la...
Abreijos
Há braços!
Olá, Wal...
ResponderExcluirPois é, lembro que nos conhecemos pouco depois de entrares na UFPE, né? Ainda era um período em que o violão me dava possibilidade de escrever canções.
Quem sabe um dia consigo gravá-las, hehehe...
PArabéns pela iniciativa do seu blog, também.
abreijos
Nina, Nina, Nina...
ResponderExcluirQue ano foi aquele para o Movimento Estudantil no NE, hein? Idas e vindas, muitas conversas, amizades profundas...
De certa maneira, esta canção também releva, em sua história, aquele ano mágico emnossa formação...
Que bacana ver-te de novo por aqui.
Abreijos
Há braços!
OLá Marcelo
ResponderExcluirMuito legal tua poesia e mais legal deve ser musicada...lembro qdo eu tinha mais tempo de ler poesias...devorava Florbela Espanca, Ana Cristina César, Carlos Pena Filho etc e tal...tempo bom...coração inflado de esperanças...
Adorei!
Bjs