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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

domingo, 21 de março de 2010

Discurso de Formatura...

“um combate gera tantas versões
quanto o número de homens que dele participa
(...) No caminho, vão comentando o combate.
Uma vitória é muito mais difícil
de se acreditar que uma derrota,
mesmo uma vitória pequena como esta.
Não são só eles a comentar os incidentes do combate.
(...) Na verdade, não queríamos lutar;
só lutamos porque era necessário
(Ernesto Che Guevara).



           Prezados membros da mesa, boa noite.

          Meus caros alunos, hoje Professores/as Licenciados/as em Educação Física da Faculdade de Educação Física do Campus Castanhal da Universidade Federal do Pará.

           Minhas Saudações.

          Cá estamos, mais uma vez, nos encontrando... Desta vez, não mais em uma sala de aula, não mais na sala dos espelhos, nas nossas caronas escutando Ira, Legião, Saltimbancos, alguns rocks progressivos e um CD com pérolas de brega, funk, pagode que ganhei de presente numa destas caronas...
          Cá estamos nós, junto com os seus amigos/as, familiares celebrando mais um passo na vida de vocês...
          Durante alguns dias fiquei pensando só em como começar a falar com vocês, hoje. Nada, absolutamente nada fazia sequer sombra do que gostaria de expressar... Turma Marcelo Russo!
          Alguém tem idéia do que isso significa? E, claro (lá vem minhas viagens) do que isso NÃO significa?
          Passei dias procurando esses significados e não significados. Tarefa difícil, mas nem um pouco árdua... Tarefa complexa, mas repleta de prazer, de alegria, de um sorriso no rosto a cada palavra que eu escrevia, apagava, re-escrevia e assim por diante. Em síntese: durante alguns dias cultivei um leve e introspectivo sorriso no rosto junto a uma das minhas marcas fundamentais de minha prática pedagógica, carinhosamente apelidada por vocês de VIAGENS.
          Como diria, salvo melhor juízo, Mário Prata, “a viagem é a paisagem” e é assim que sempre procurei traduzir essa nossa relação pedagógica, nestes nossos poucos anos de convivência acadêmica. E as palavras da epígrafe deste pequeno texto traduzem o meu olhar sobre o caminho que vocês percorreram. Um caminho de muitas histórias, contadas também com olhares diferentes.
          Busquei, para falar e presentear vocês nesta noite, que são os grandes e incontestes celebradores do dia de hoje, aquilo que realmente mais faria sentido e que estaria no DNA da turma 2006, tarefa nada fácil, à bem da verdade. E nestes dias de sorriso no rosto, de viagens no tempo, de passeios em seus perfis no Orkut, dos textos que vocês tiveram que ler e dos artigos e apresentações que vocês fizeram, das tensões em sala de aula – aberta, límpida, democrática e verdadeiramente debatidas quando necessário – das orientações e co-orientações de TCC na biblioteca, na Praça do Estrela, na lanchonete, na minha casa (algumas delas em companhia de Hércules, Kaia e Janis Joplin) e, em alguns casos, nas casas de vocês, das bancas e minhas enormes laudas com minhas observações, das nossas conversas nas visitas de estágio... enfim, de cada pedaço de nossa história, contraditória e dialeticamente construída, conversas que ficaram na minha memória e que, nestes inesquecíveis dias de sorriso no rosto, foram relembradas no máximo de detalhes que nossa consciência nos permite.
          E em Levantado do Chão, obra de José Saramago que conta a história de cinco gerações de uma família camponesa de Portugal, até a Revolução dos Cravos de 1974, a síntese da minha hercúlea expressão de falar a vocês considerando tudo isso que vivemos:
          "(...) Todos os dias têm a sua história, um só minuto levaria anos para contar, o mínimo gesto, o descasque miudinho duma palavra, duma sílaba, dum som, para já não falar dos pensamentos, que é coisa de muito estofo, pensar no que se pensa, ou pensou, ou está pensando, e que pensamento é esse que pensa o outro pensamento, não acabaríamos nunca mais”.
          Não poderia chegar (se é que chegarei) sequer à sombra da honra desta homenagem se eu não considerasse a nossa história. Não apena a história entre nós, em sala de aula, no estágio ou nas relações diretas e indiretas com o TCC de vocês. Mas a nossa história nesta Universidade, na Faculdade de Educação Física e no dia-a-dia com todas as outras pessoas que fizeram sentido nesta relação.
          De qualquer maneira, cheguei à mais inegável conclusão: estarei falando para os jovens professores da Turma 2006 de Educação Física da UFPA/Castanhal... Estarei falando para jovens trabalhadores da Educação Física. Por tudo isso e pelo que irei falar a partir de agora, neste aparente despedida, lhes farei convites, pois os convites sempre nos aproximam.
          Em minhas viagens, li e até assisti o que muitas pessoas falaram para jovens e também jovens que falaram à humanidade. Mas discursar aos jovens nunca é tarefa fácil e muito menos inconseqüente.
          Li um pouco de vocês, daquilo que eu chamava (e os convocava a tal) de Legado, do que vocês deixam como marcas incontestes e reais à esta Faculdade. Ousaria apostar, até, que serão poucos que reconhecerão este legado. As suas produções finais versaram um caminho interessante: Do real ao ideal, a sensação da preocupação de vocês com o movimentar é preciso e os motivos que nos levam a essa prática. O debruçar de vocês desde os temas voltados à nutrição e o treinamento, até aos aspectos motivacionais ou seus benefícios voltados a qualidade de vida de crianças, de adolescentes, dos idosos e dos trabalhadores, quer por estudos sobre técnicas de relaxamento, sobre as modalidades esportivas escolhidas por vocês (o basquete, o voleibol, a natação) e até mesmo as aulas de educação física, os projetos sociais, as políticas públicas. Seja pelo aspecto das singularidades de cada segmento estudado, seja pelo aspecto inquestionável da Segurança Pública, seja pelo enfrentamento do Trabalho Infantil, vocês registraram exatamente isso. Esse é seu Legado!
          Essa é como que uma síntese do caminho que vocês percorreram nesta Universidade. Em Frei Beto, no seu prefácio à magnífica obra de Anton Semionevich Makarenko (Poema Pedagógico, de 1929), imprescindível a qualquer educador ou educadora comprometidos com a transformação de seu ato pedagógico, temos a medida exata desta minha viagem: Dizia Frei Beto que "(...) apesar de todas as dificuldades, não obstante os percalços, problemas, derrotas incidentais, momentos dramáticos e até trágicos, o livro (ou os seus TCC’s) é cheio de alegria, de luz e de riso. No estudo e no lazer, no trabalho e na disciplina. (...) forjar no seu coletivo uma amálgama de gente da melhor qualidade, jovens com coragem de viver, senso de responsabilidade social e honra individual, numa prova exemplar do seu princípio educacional: ‘Exigir o máximo da pessoa e respeitá-la ao máximo’”. Sábias palavras, as de Frei Beto. Justas palavras reproduzidas a vocês.
          Falar com a juventude sempre foi algo que líderes em toda a história da humanidade se importaram. Infelizmente, alguns desses líderes mobilizaram e mobilizam a juventude de seu país para a expressão daquilo que contraditoriamente expressa a característica particular do homem. Bush (pai e filho) falou a seus jovens, assim como Hitler, Mussolini e outros que a história precisa lembrar para não esquecermos das lições que ainda perduram em nossa existência. Mas, evidentemente, busquei aqueles discursos que são mais justos com a nossa história e mais coerentes com meus princípios de Projeto de Homem, Mundo e Sociedade.
          Em 1992, uma criança em seus então 12 anos de idade, canadense (portanto, originária de uma região que lhe garantia estudos, alimentação, saúde, educação e todos os direitos pelos quais lutamos), discursava na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro (a ECO-92), Conferência esta que, dentre outros, além de não servir para muita coisa, consumiu energia não renovável às toneladas em poucos dias de vazias e inexistentes decisões. Sevem Suzuki nos falava: “Em meu país geramos tanto desperdício; compramos e jogamos fora! compramos e jogamos fora! compramos e jogamos fora! E os países do Norte não compartilham com os que precisam, mesmo quando temos mais do que suficiente, temos medo de perder nossas riquezas, medo de compartilhá-las”.
          Compartilhando as reflexões daquela então ainda criança falando a adultos, líderes e representantes de 176 países presentes àquela Conferência, é preciso lembrar que ainda vivemos um tempo em que até o conhecimento é tratado assim. Ainda temos, dentro da Universidade, professores com medo de compartilhar o que sabem e se afirmam donos daquele conhecimento. E se defendem a privatização do conhecimento, desconfiem do pão que dividem.
          Neste sentido, faço o meu primeiro convite a vocês: enfrentemos toda e qualquer forma de privatização do conhecimento; enfrentemos de maneira incontestável o aprisionamento da ampla informação; enfrentemos sem medo, porque não temos tempo para ter medo (como diria Mariguella), a arrogância daqueles doutores que insistem em fantasiar-se de democráticos mas postulam-se mais sábios do que vocês. Convido-os a derrubarem os muros da ignorância, as cercanias do conhecimento e a fincarem bases profundas da democratização do acesso, construção e sistematização do conhecimento, juntos com os que aqui continuam.
          Ernesto Guevara de La Serna, o Che, falou aos jovens inúmeras vezes.
          Já na Cuba Revolucionária, Che passou alguns dias em visita às Universidades daquele emergente país, liberto da ditadura de Fugêncio Batista e discursava para a juventude cubana sobre a importância dos estudos. Dizia o comandante: "Os jovens... e eu me vejo como um... nós precisamos estudar e estudar pesado. Nós não devemos dizer que meus olhos ardem ou que eu não gosto de ler, que eu fico cansado, que não há óculos, que eu tenho muita vigia, que as crianças não me deixam dormir... todas essas coisas que as pessoas levantam. Nós precisamos estudar por todos os meios."
          Ainda Che, em outubro de 1959, na Universidade de Oriente, em Cuba, destacando o compromisso que a Universidade tem, mas não se reconhece, com a luta dos trabalhadores, dos jovens, dos pobres, dos campesinos, da revolução cubana, dizia o que eu tantas vocês falava a vocês: que a Universidade se incorpora à sua real tarefa quando os estudantes se incorporam às práticas sociais para o crescimento de sua nação e sua soberania. E, assim como convidei seus colegas de Faculdade no ano passado (turma 2005), convido-os novamente, pois essa luta não é de um tempo único, e sim, de uma história: precisamos pintar a Universidade de preto, de povo, de operário, de camponês. Precisamos pintar a Universidade de índio, de mulher, de trabalhador. E que sejam abertas as portas das universidades aos párias e segregados por razões sociais ou econômicas. Como diria o Comandante “a tarefa é muito grande, tão grande que não é possível resolvê-la individualmente: ou a resolvemos todos juntos ou fica sem resolver”.
          E, aqui, faço meu segundo convite: continuem na Universidade. Não apenas mantendo-se ao processo de organização e sistematização do conhecimento, em grupos de pesquisa e estudos, em cursos de pós-graduação, em concursos que os tragam de volta a este espaço como professores desta Universidade. Continuem na Universidade em suas cidades, em seu trabalho, com suas crianças, seus jovens, seus trabalhadores, seus idosos, na academia, na escola, nos clubes, nas praças... Estes sujeitos e esses lugares também são da e a Universidade. Ela não pode ignorá-los, por mais que tente, não pode ignorá-los. Por direito, esse espaço continua sendo de vocês.
          Che dizia, naqueles tempos, que os jovens tinham que ter sempre em mente: o estudo, o trabalho e o fuzil. O trabalho em pró a construção de uma nação soberana, superando e vencendo essa relação opressora que nos aluga a força de trabalho em função do enriquecimento alheio; o estudo para o aprofundamento real e verdadeiro de nossos conhecimentos e de sua capacidade de agir e, nas palavras do Comandante: “O fuzil para defendermos nossa revolução”... e dizia no seguinte contexto: “os povos que decidam lutar por sua liberdade e manter a sua liberdade alcançada não se podem deixar intimidar pela opressão”. Longe de minha pessoa pregar que tenhamos armas. Mas, atentos fiquemos à história. Einstein já profetizou que independente de como será a Terceira Guerra Mundial, a Quarta será com paus e pedras.
          Aqui, deixo o meu terceiro convite: Nunca se rendam! Nunca se rendam! Que o espírito de luta e resistência de Camilo Cienfuegos e seus guerrilheiros, em pleno combate da Sierra Maestra, nos idos de 1957, quando cercados pelas tropas de Fugêncio Batista que gritavam com a voz embargada de medo “Rendam-se!”, respondia-lhes: “Aqui ninguém se rende!”, nunca se rendam!
          Minha busca pelas palavras de grandes revolucionários não pararam por aí...
          Durante a revolução bolchevique, na formação da antiga União Soviética, muitos foram os jovens militantes, políticos e intelectuais que tombaram na busca pelas bases necessárias a construção de uma sociedade justa, igualitária e para todos... E que esses sonhos, caros amigos e amigas, possam guiar seus passos diuturnamente em suas vidas. Naquele processo pós-revolucionário, tombou Jakob Mikhailovitch Sverdlov e não menos importante na luta, Lênin falava à sua juventude, em exatos 18 de março de 1919 .
          Lênin diria naquela oportunidade: `Sverdlov é insubstituível` E eu completaria, falando para vocês: O jovem lutador revolucionário assim também o é: insubstituível. Assim o é também nossas crianças, nossos idosos, nossos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.
          Das palavras de Lênin, algo que é absolutamente próximo de vocês, próximo da nossa relação pedagógica: “A história sempre demonstrou que as grandes revoluções engendram grandes personalidades, bem como desenvolvem talentos que antes eram considerados impossíveis. (...) Um tal homem não lograremos substituir jamais, se entendermos por substituição a possibilidade de encontrar um companheiro que unifique em si tais capacidades. Nenhum daqueles que conheceram Sverdlov pode duvidar que, nesse sentido, o Companheiro Sverdlov é insubstituível”.
          E nesta Universidade, vocês sempre serão insubstituíveis. O trabalho que vocês construíram nesta, agora é legado dela. Meu compromisso com vocês é garantir que este trabalho não seja esquecido e que as pessoas que aqui estão, que aqui trabalham e/ou trabalharão, que aqui estudam e/ou estudarão, prossigam conforme suas próprias pegadas, mas sabendo do caminho que vocês também percorreram.
          No respeito e admiração ao jovem Sverdlov, deixo meu quarto convite: não abandonem o protagonismo que os tornam insubstituíveis. Ousemos construir e formar cada vez mais, mais e mais jovens insubstituíveis.
          Nas “Cartas de Amor” de Ademar Bogo, um catarinense camponês e educador sem fronteiras, que vê suas palavras como “a flor que atrai para si a responsabilidade de responder a cada um com doçura e verdade que lutar e vencer é saber perfumar de amor a humanidade”, também encontramos palavras à Juventude e, com toda certeza, faço jus ao trazê-las a vocês:
          “(...) A todos os que pensam que as fronteiras não existem, e fazem dos países um só tapete para o capital, estes que se dizem do ‘bem’ para combater o ‘mal’, que perseguem a natureza e a matéria prima; saberão o que é o enfrentamento, quanto a juventude unificar o pensamento e resgatar em si a auto-estima / (...) / E assim veremos florir os girassóis, ouviremos canções de liberdade, viveremos em uma sociedade, onde florescerão todas as virtudes. Sentiremos o pulsar de cada coração e a igualdade não terá fronteiras; no dia em que a nossa bandeira estiver na mão da juventude”.
          Meus caros professores e professoras, o convite é do próprio Ademar Bogo: acreditem na Bandeira da Liberdade e a conduzam no meio do povo onde vocês estiverem. E que esse convite de Ademar Bogo seja aceito e inspirado em Pavel, protagonista da obra de Nikolai Ostrovski, em “Assim foi temperado o aço”: “O mais precioso que o homem possui é a vida. Ele a recebe uma só vez e deve vivê-la de forma que não sinta uma dor torturante pelos anos passados em vão, para que não o queime a vergonha pelo passado vil e mesquinho, e para que ao morrer possa exclamar: toda a minha vida e todas as minhas forças foram dedicadas à causa mais bela do mundo, à luta pela libertação da humanidade!”.
          Meus convites estão sendo concluídos e, já que os faço a vocês e aqui também estão seus pais, seus e suas companheiros e companheiras – esposos ou esposas, noivos ou noivas, namorados ou namoradas – quero me dirigir a estes, sobretudo a seus pais, estejam aqui ou não. Em A Mãe (de 1907), Máximo Gorki assim traduzia seu olhar aos jovens quando entrava na personagem central da obra, Anna Zalomov: “Os nossos filhos andam pelo mundo! É isso que eu compreendo: andam pelo mundo, pela Terra toda, por toda a parte, com um fim só!... Os melhores corações, os espíritos honestos avançam resolutamente contra tudo o que é mau, esmagam a mentira sob os seus passos firmes. Os jovens, os jovens sãos oferecem a sua força irresistível a uma só coisa: à justiça! Marcham para a vitória sobre a dor humana, pegaram em armas para varrer o mal do mundo, lutam pelo triunfo sobre a maldade, e triunfarão! ‘Acenderemos um só Sol’, disse-me um deles, e há de acendê-lo! ‘Reuniremos todos os corações despedaçados num só...’ E serão capazes disso!”. Seus pais, seus avós, seus irmãos e irmãs mais velhos é quem os convida, permitam, esses, a minha ousadia: lutem incansavelmente pela justiça! Lutem diuturnamente contra as injustiças cometidas contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, em qualquer tempo da nossa história. Façam isso em nome da Juventude de todo o mundo!
          Caros amigos e amigas, sempre que oportuno e necessário, me afirmo como um aprendiz de Lutador do Povo! O faço, também, por ser um professor, um educador. E, como tal, quando eu tiver a certeza absoluta de estar educando Lutadores do Povo, quando eu tiver a certeza de que sou um Professor de Jovens Lutadores do Povo, então, e somente então, poderei ter melhor certeza de que também o serei, um Lutador do Povo.
          E assim, faço meu convite a vocês, mais uma vez fundado nas palavras de Pavel, em “A Mãe”: “Nós somos revolucionários e assim seremos enquanto houver alguns que apenas mandam e outros que apenas trabalham. Nós lutamos contra a sociedade cujos interesses vos ordenaram que defendêsseis e da qual somos inimigos irredutíveis, como somos também vossos e a reconciliação entre nós só será possível depois de termos vencido. E nós, operários, venceremos (...) A propriedade exige um esforço demasiado grande para se defender e, na realidade, vós todos, nossos donos, sois mais escravos do que nós; a vós, escravizaram-vos o espírito; a nós, o corpo. Não conseguireis libertar-vos do jugo dos preconceitos e dos hábitos que vos matam moralmente; a nós, nada nos impede de sermos interiormente livres”.
          Meus caros! Ao convidá-los para lutarem contra toda e qualquer forma de privatização do conhecimento, sistematizado ou não; quando os convido a continuarem nesta Universidade, por direito de vocês; quando os convido a NUNCA, NUNCA se renderem; quando os convoco em sua insubstitualidade na formação de mais e mais jovens insubstituíveis; a lutarem por Liberdade e Justiça, não posso ter qualquer sentimento de vergonha em dizer-lhes: convido-os e convido-as a serem Jovens Lutadores e Lutadoras do Povo! Convido-os a serem revolucionários!
          Convido-os e Convido-as a serem Revolucionários em cada ato cotidiano, em cada ação extraordinária... E se seus corações ardem e se emocionam assim como o meu, parafraseando nosso Comandante Che, então somos revolucionários!

          Por fim, obrigado pela homenagem, obrigado pela acolhida, obrigado pelo desafio que inúmeras vezes vocês me proporcionaram, obrigado pelos ensinamentos. Espero encontrá-los sempre...

          Vida Longa aos Formandos da turma 2006 de Educação Física da UFPA/Castanhal!
          Vida Longa à Turma Marcelo Russo!
          Vida Longa!

Marcelo "Russo" Ferreira

14 comentários:

  1. Caramba!!! Que discurso lindo,criativo, denso... e que bela homenagem a você (pelo nome da turma), e aos alunos formadores com suas belas palavras... que em alguns momentos, parece uma aula e história da revolução. Mas não poderia ser diferente, vindo de quem veio...
    PARABÉNS!!! A turma MARCELO RUSSO, e ao mentor deste nome.


    bjs

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  2. Oi, Ani...
    Realmente, foi um presente inestimável que meus alunos me deram... E obrigado pela visita e pelas palvras...
    Abreijos

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  3. Oi Russo, fiquei muito feliz por poder estar com você no dia da formatura e hoje com minha família...Quanto ao discusso, não comentei nada, mas acho que você se emocionou durante e depois dele, não foi?.Realmente foi maravilhoso relembar de tudo...Lembro de quando chegamos:tantos sonhos e quase nenhuma noção dos desafios que iriamos enfrentar. Valeu a pena tudo que passamos, ohando para traz, penso que eu me tornei um ser humano melhor...Os desafios continuam, mas agora estamos "na lida" pra valer(hehehe)!Muitas vezes nos sentiremos perdidos tão quanto no primeiro dia de aula, não é fácil,vc sabe...Porém, sempre é possível tentar, tentar...Quem sabe um dia a gente não consegue?
    bj amigo
    Pati

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  4. Que lindo Marcelo! Bem vindo à academia. Não aquela que aprisiona o conhecimento onde os donos deste ficam sentados sob seus títulos, medindo seu grau de arrogância. Bem vindo àquela que tem o compromisso ético de colocar a luz da chama do conhecimento na palma da mão e o amor no coração. Sucesso sempre. Que consigas transformar gerações.
    Beijão da Rejane - Acre

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  5. Olá, Patrícia...
    De fato, fui surpreendido por minha própria pessoa, assim que comecei a falar p'ra voces... na saída, consegui ficar mais comedido, segurei a onda.
    Os desafios continuam e ainda bem que eles existem, certo? Portanto: nunca se renda!
    Rejane... Dentro da Universidade, como estou só a dois anos, é incrível como o debate em torno de uma Universidade socialmente referenciada é difícil... Mas seguimos na luta sempre... Bom lhe ver por aqui.
    Vida Longa!

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  6. Como sempre digo, as suas "viagens" são sempre as melhores!
    Impossivél n se emocionar, e eu n fiz questão de conter as lágrimas..
    És um grande Mestre..
    Obrigada por tudo!
    beijos
    Tayná Melo

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  7. Daniel Dias23 março, 2010

    Oi,medo, alivio é o que alguns sentem quando se "formam".A graduação é o começo de uma caminha, pois enquanto se trabalha como estágiário o erro é permissível,mas quando se tem um diploma você é obrigado a saber tudo sobre a área em que se formou.Bonito ou feio, mau ou ruim é o que se faz com o conhecimento que se tem. A grande revolução está em em fazer aquilo que se acredita para a profissão e para as pessoas.
    Daniel Dias.
    Até.
    Parabéns pela Homenagem.

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  8. Salve, Salve, Daniel...
    Fazer a revolução em nosso trabalho, em nosso ofício é sempre dizer de que mundo estamos falando... E ele, para uns e para outros, as vezes nos colocam como errados aos olhos de uns, mas como ousados aos olhos de outros. Como diria Lenin: a ousadia é o que me dá sentido a vida!
    Grande abraço

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  9. Tayná...
    Preciso aprender com as emoções de vocês liberar as minhas. Mesmo com a voz embasgada, segurei...
    E seguiremos ainda juntos, pois há muito o que fazer.
    Abreijos
    Há braços

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  10. Lindas e sábias palavras, como sempre!

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  11. Viva, Camila...
    Que bom vê-la por aqui...
    Abreijos
    Muvabreijos

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  12. Oi menino, parabéns pela homenagem e parabéns pelo belo discurso.

    O mais importante, pelo menos p mim, é nos sentirmos realizados pelo trabalho q fazemos, termos prazer em fazê-lo.

    Sempre vi sucesso, dinheiro, homenagens e prêmios como consequências disso (sentimento de realização)e pelo pouco q conversamos, vc mereceu e merece todos eles.
    bjs

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  13. Olá Heliene.
    Bom te ver por aqui e muito grato pelas palavras... Vindo da concorrente hehehe, sáo verdadeiras em meu coração.
    Vida Longa!
    E venha visitar Castanhal.
    Marcelo Russo

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  14. Homenagem merecida! Parabéns pelo reconhecimento e pela linda homenagem que seus alunos fizeram a você. Reconhecimento este que nos deixa a reflexão de que nossas "viagens" são sempre produtivas. Grande abraço.

    Patrícia Trindade/ICSEZ/UFAM/Parintins

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira