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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Universal Circo Crítico... um aniversário...

Todo ano é a mesma coisa... mas não chega a ser a mesma coisa. O que é a mesma coisa é que é o dia do meu aniversário, ou seja, é o dia em que, a cada ano, celebramos mais um ano, mais uma primavera (literalmente), o dia em que mainha me apresentou ao mundo (mesmo que meus olhos estivessem fechados), o dia em que...
Mas, sempre tem o diferente, sempre existem diferenças peculiares, importantes, daquelas que não dá p’ra esquecer mesmo. Desde aqueles 10 anos com bolo, velinha, refrigerante e pega-pega na frente de casa até os 38 (último), com uma boa e longa cerveja, numa mesa de bar (no Círculo Operário do Cruzeiro), com os amigos e com as amigas.
De um tempo p’ra cá, também passei a fazer coisas singulares, talvez até particulares, neste dia em que fui aprendendo, aos poucos, a celebrar, para além daquela relação materialista de “dia de ganhar presentes”.
O 22 de setembro, assim, passou a ser também um contínuo dia de celebrar aprendizados. Esses, todos os dias marcam nossa história, pequenos, singelos, com jeito de insignificante, grandes que são pequenos, objetivos e subjetivos, impares e únicos, permanentes, os de sempre (até aprendermos) e por aí vão nossos muitos aprendizados. Dias 22 de setembro’s intensos e outros calados, circunscritos à minha necessária introspecção.
O 22 de setembro também é um dia de buscar AQUELE livro, AQUELE CD. Ah! Esses eu lembro sempre. Foi num dia assim que fui atrás de “Os saltimbancos” do Chico Buarque que, quando criança, escutávamos (eu, minha irmã, mainha, painho) no toca-disco de casa, ou no toca-fita do carro, o bom e velho maverick verde de painho... Cantávamos as músicas, todas elas, de ponta-a-ponta. Adorava aquela assim, bem rock’n’roll “A cidade ideal de um cachorro/ tem um poste por metro quadrado/ não tem carro, não corro, não morro/ e também nunca fico apertado”. Anos depois fui saber qual era a do cachorro não ficar apertado numa cidade cheia de poste... E também foi num dia assim que comprei um CD de Jon Anderson e Kitaro, chamado Dream, uma viagem musical fantástica. Levantado do Chão, de José Saramago “foi-me dado por mim” num 22 de setembro, assim como “Batismo de Sangue” do Frei Betto, este comprado num sebo, na Av. Brigadeiro Luiz Antônio em São Paulo.
Lembro de um 22 de setembro divertidíssimo, na escola em que trabalhava, o saudoso e imponente (por seu projeto) Projeto Nossa Escola. No início daquele mês, passei em todas as salas e coloquei o meu nome (Tio Marcelo) no quadro de aniversariantes do mês. Vantagens de ser professor de Educação Física e dar aulas para várias turmas. Ah! Parei a escola... Só de bolo, foram dois. Flores, bombons, perfume (hein? Ué? Por que?), caneta, camisa, beijos, beijos, beijos... Mas, o que foi lindo (e divertido) daquele dia foi a intensidade, o quão era ímpar e gostoso a relação com meus pequenos alunos, meus pequenos lutadores do povo, intensamente.
Nos meus últimos anos, os que vivi em Brasília, foram também 22 de setembro’s de descoberta das pessoas, as que trabalhavam comigo, as que conheci e construí forte e linda amizade, também fora do trabalho. E era fantástico, porque, no final-das-contas, a gente sempre fazia aquela torta de chocolate, uns pãezinhos e salgados, uma vaquinha para um presente (perfume? De novo? Tem alguma coisa cheirando mal...), mas era como se fosse só com a gente que acontecesse isso. E, depois, celebrar com todos e outros tantos, ou no Círculo Operário do Cruzeiro, ou no Pescoço de Peru.
Houve um 22 de setembro, ainda em São Paulo (orra meu!) que passei trabalhando. Quer dizer, foram muitos 22 de setembro que passei trabalhando. Mas, naquela oportunidade, eu trabalhava no interior de Minas Gerais todo o final de semana e, naquele ano, lá estava eu, monitor de recreação, em um Hotel na Serra da Mantiqueira. Eu e um amigo, também monitor... Ganhei(amos, na verdade) um vinho da gerente do Hotel e o abrimos, com salgadinho (que crime) e um pão, no lado de fora do nosso quarto. E tome conversa sobre nosso trabalho, nossos amores, a família, o planeta, a amizade, nossos cachorros... e, ao final do segundo vinho (compramos este) já estávamos chorando e dizendo juras de amizade um com o outro. Impressionante o que faz duas garrafas de vinho em dois jovens de 21 anos de idade.
Em época de Internet, orkut, blog etc. é até legal esse lance de fazer aniversário. Todo mundo “se lembra” do seu aniversário. Sim, eu também lembro do aniversário de todo mundo... Tá no orkut. E não é que esquecemos dessas pessoas, mas, acabamos nunca lembrando dos aniversários de nossos amigos. Mágico esse orkut. Se, até a data de seu aniversário, o(a) camarada entrar no seu perfil, lá está a nossa foto no campo “aniversariantes do dia”... Adoro isso!
Mas o 22 de setembro é, também, realmente o dia em que nossa introspecção nos visita e nos alerta: “ainda há muito o que aprenderes, bravo guerreiro!”. Ainda que eu faça isso sempre (ou quase sempre).
E que bom que, em meu 39º aniversário, continuo tendo professores e professoras, pertos e distantes, amigos e mui amigos, deste lado ou do lado de lá de nossas trincheiras e que, de um jeito ou de outro, me ensinam todas as artes e as músicas, todas as lutas e as batalhas, todas as vitórias e as temporárias derrotas.
Neste 22 de setembro, celebro minha história, que só o é, pelas pessoas que habitam-na.

Venham todos... venham todos...
Vida Longa!

Obs.: Hoje, também é 22 de setembro para minha mea-irmã, Silvinha. Mundo pequeno esse...

6 comentários:

  1. Marcelus, vida longa.
    Agradável demais passar este ano em tua companhia/sintonia no Universal Circo Crítico.
    Abraaaaaaaaaaços, Socorro Craveiro

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  2. eITA!!!!!!!!!!
    sÓ O BANZO DO ANIVERSÁRIO DISTANTE DE TODOS PARA EU VER VC FALAR BEM DO ORKUT!!!!!!!!!!!!!!
    mEU DEUS!!!!!!!!
    :):):):)
    beijão e muita luz , meu querido!!!!!!!!!
    sempre emocionando...!

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  3. Feliz aniversário e parabéns pelo Universal Circo Crítico!!!

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  4. Querido Marcelo...
    Nem sabes, fui acompanhar a Cida em uma cirurgia, ela está bem, já está em casa. Ops, acho que até te comneti isso né...férias e tal...voltei...
    Por isso meu amigo, desculpe não ter enviado nenhuma mensagem no dia propriamente dito...
    É confesso, aniversariar é muito bom, melhor ainda é observar aqueles e aquelas que ainda celebram isto com tanta tenacidade. Este ano, nos meus quarenta anos, não fostes né? Ainda farei a celebração antes que o ano acabe, afinal 40 anos é só este ano. E espero vê-lo viu?
    Gostei do seu texto e das lembranças. É isto que nos torna vivo. Um grande beijo e muitas realizações, feliz cidade.

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  5. Marcelo

    Cada vez que posso visitar o seu espaço, o nosso espaço, sinto-me mais proxima de ti e mais energizada, por achar pessoas que mesmo de longe fazem a diferença em nossas vidas. Acho que todos que visitam UNIVERSAL CIRCO CRÌTICO, sentem que esse espaço é um pouquinho da gente com você.

    Que possamos estar juntos para nesse espaço ou em outros, para comemorar muito mais aniversarios.

    Abrejos
    Renata - Goiania

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  6. Vida Longa Mestre Marcelo!!!!!

    Parabéns pela vida e pelo Universal Circo Crítico

    uai sô!!!!

    Carlos Magno

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira