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“Meu
processo criativo
começa na
rua.
Eu sou
Criola”
(Criola... brasileira, grafiteria, feminista).
Faz
alguns dias, em meio a estes tempos que insistem em ser tempestuosos (e,
parece-nos, assim continuarão) que assisti ao curta abaixo. Infelizmente, não
conseguimos baixar o vídeo.
Ainda
não descobrimos Criola. Tem um coletivo no Rio de Janeiro, que é dirigido por
mulheres negras, em defesa e luta pela promoção de direitos das mulheres
negras.
Claro,
não vamos negar que trata-se de uma luta mais do que justa, ainda que desigual,
numa sociedade hierarquicamente branca e machista (pra ficar só no branca e
machista) e com um nível de fascismos e expressões de toda ordem preconceituosa
se espalhando Brasil e mundo afora. Mas, ainda entendemos que a melhor luta é
aquela que em no seu horizonte a emancipação humana e que as lutas por direitos
numa sociedade de classes é, portanto, tático. Não é pouco.
Mas, ao
assistir a arte de Criola, neste vídeo, nós sempre temos uma tendência a “observar”
o que está musicado. E, um pouco antes da segunda metade do curta, começamos a
escutar uma canção gostosa, batucada, daquelas que qualquer caixinha de fósforo
nas mãos rapidamente vira instrumento de percussão.
“Na minha pele, minha cor.
No meu sorriso nasce flor.
Minha alma está no teu tambor.
Ao longe vibro ao teu fervor.
Batuque brasileiro, na roda tem pandeiro
Bate meu coração no ritmo da canção”
Nos
créditos desta canção: Dom La Nena...
E eis
que vou buscar esta “novidade” que já tem estrada sólida na música mundial.
Coisas que só a nossa idiotizante indústria musical proporciona: artistas
fantásticos, reconhecidos, com um trabalho incrível... e anônimos ao grande
público.
Dom La
Nena, nome artístico da jovem Dominique Pinto, 26 anos. Uma gaúcha fora do país
com um violoncelo, uma voz de menina e canções simples.
– Traduz
“canções simples”, Russo (Strovézio).
– É
simples, Strovézio... são canções completas, com letras com conteúdo. Mesmo o
conteúdo mais simples como “La Lena Soy yo” (ou, La Lena sou eu).
–
Aaaaaahhhhh...!!!! Então não estamos falando dos refrões vazios que viram hits
por essas e outras terras, certo?
–
Certíssimo...
Aliás, é
meio por isso que começamos esta viagem que NÃO É CRÍTICA MUSICAL. É apenas
dividir com nosso pequeno mas estimado público, neste picadeiro de terra batida
e lona furada de circo coisas que “escutei por aí...”. E que achamos tão massa,
que não queremos guardar em nosso HD para dizer “eu tenho, você não tem!”.
A
Música, a cultura expressa nas melodias, notas, canções, cantorias não é
patrimônio privado de seu-ninguém, ainda que tenhamos que conviver com coisas
bem estranhas, como “Direitos Autorais” – que podem ser comprados e vendidos –
e Ordem dos Músicos do Brasil.
Não
sabemos se Dom La Nena aceitaria o convite pra vir tocar aqui em nosso
picadeiro. Um espaço que meche com o tempo de nosso aprendizado de Lutadores do
Povo.
Mas, o
convite está lançado a ela.
Ao nosso
público e nossos artistas, apresentamos Dom La Nena... Mais uma coisa
bacanérrima que escutei por aí.
Dom La
Nena... Ela e Danças Ocultas.
Venham
Todos!
Venham
Todas!