“Como seria maravilhoso este mundo se o mesmo
esforço [de tornar maior o
sofrimento da humanidade para a maior glória do deus Capital, de criar um
sistema tão monstruoso à sobrevivência desta mesma humanidade], ou apenas metade dele, fosse dedicado a
tornar o trabalho uma atividade alegre e criativa como pode ser” (Harry
Braverman)
Aplaudam...
Aplaudam
as marchas contra a corrupção (e suas idiotas camisas da CBF) e seu bater de
panelas, agora silenciadas por sua imensa covardia e cumplicidade.
Aplaudam
seus “Fora Dilma” e “Viva Cunha”... aplaudam seus “Fora Renan” e o silêncio celebrativo
ao Capacho de Marionete do Capital, presidente michel temer.
E aplaudam a violência contra servidores públicos Brasil afora, por lutarem por seus empregos e direitos, até mesmo os mais simples - receber salários.
E
aplaudam seus silêncio cumpliciado com esta justiça federal tosca e covarde,
cúmplice apenas de seus próprios benefícios.
Aplaudam...
Aplaudam
todos aqueles que estão nas Universidades Públicas, nos Institutos Federais e
nas Escolas Públicas, vendo-as serem destruídas todos os dias e nada fazendo
contra isso...
Apenas
aplaudindo esta destruição, com o escroto discurso de “responsabilidade
acadêmica e científica” que se expressa sendo contra toda e qualquer forma de
luta...
Aplaudam...
Mesmo que “cientificamente”, mas...
Aplaudam...
Aplaudam
seu “direito de ir e vir”, ainda que não tenham sequer a mínima ideia para onde
irão.
Aplaudam
suas palavras de ordem “o seu direito
termina quando o meu começa”, sem terem a mínima e estúpida ideia sobre
quem irá definir até onde o “meu” de vocês chegará.
Aplaudam
seus 65 anos de idade trabalhando, co-somados a 49 anos para terem direito a
uma Previdência aparentemente digna. E aplaudam os Militares (com seus
benefícios acumulados), os juízes (e seus inúmeros “justas retribuições”
incorporadas em seus salários-teto) e os parlamentares (e seus inúmeros
subsídios financeiros)... e, claro, continuem às ruas contra a corrupção.
Aplaudam,
idiotas.
Aplaudam...
Aplaudam
sua filosófica idiotice, de acreditarem no aparente como fato histórico. E
fazerem do “Ouvi dizer...” a verdade concreta de suas ideias de “pessoas de
bem”.
Aplaudam
não saberem quem financia as guerras.
Aplaudam
não saberem quem financia as crises.
Aplaudam
não saberem quem decide por seus direitos... os SEUS direitos.
Aplaudam
as notícias que vocês não recebem (e, portanto, convencem-se que não existem).
Aplaudam...
Aplaudam
a Personalidade do Ano da Editora Três, em um ano desastroso (mas celebrado por
alcoviteiros e sanguessugas de nossos direitos).
Aplaudam
a Personalidade da Justiça do Ano e seu tét-a-tét com o mais deslavado e cara
de pau tucano e seus atos de corrupção deslavados...
Aplaudam
as celebridades que celebram sua miséria.
Aplaudam...
Aplaudam
os Bancos, que fazem vocês acreditarem que vale a pena ter conta em um Banco
que lucra cada vez mais em tempos de crise.
Aplaudam
as Minerados que correm por rios mortos e justiça cega... aquela justiça com
seus penduricalhos incorporados aos salários-teto.
Aplaudam
os Latifundiários (e seu “apelidozinho” de agronegócio) e sua insana fome por
devastação do meio ambiente e propagandas de um alimento repleto de veneno.
Aplaudam...
Aplaudam
os títulos mundiais brasileiros de violência contra a mulher, de concentração
de renda, de morte de jovens (pobres, negros, podres...), os justiceiros de
farda, de violência contra homossexuais, de destruição de nações (NAÇÕES)
indígenas.
E
aplaudam seus “ditados populares” que justificam estas e muitas outras mais
violências e sustentam estes títulos.
Aplaudam
os idosos e trabalhadores chamados de vagabundos.
Aplaudam...
Aplaudam
suas defesas de “Viva o Mercado”, “Privatiza Tudo”, “Meritocracia” e o
escambal...
Celebrem
os 23 milhões de propina a José Serra...
Celebrem
os 10 milhões de propina ao presidente...
Celebrem
os Ministros empossados quando réus...
Celebrem
o Aeroporto em Sítio do Aécio...
Celebrem
um Congresso Tosco, Burro, Cego, Oportunista e Corrupto... tudo com letra
maiúscula...
Celebrem
a cocaína em helicóptero... 500 vezes, celebrem para cada kilo de cocaína... E
a crise de abstinência que isso causou em seus usurários de colarinho branco...
Celebrem,
mas celebrem muito 6 votos! Exatos 6 votos da vergonha, do achaque, da “justiça
em auto-movimento” (se é que entendem isso)...
Celebrem
CPI’s que inocentam políticos, mesmo que à custa de merenda pública...
Celebrem
a Seca do Nordeste e a Seca da SABESP por conta da Bolsa de Valores...
Celebrem...
mas aplaudam...
Aplaudam
muito, de pé, initerruptamente e sonoramente para vocês escutarem a si
mesmos...
Aplaudam,
por fim, sua própria vergonha...
Aplaudam
até seus aplausos fabricados... Mas aplaudam...
Nós não...
Este
picadeiro de terra batida e lona furada de circo, pequeno, humilde, do tamanho
que sempre achamos que seríamos, e com as ideias tão grandes que fazem deste
Circo um grande lugar, silencia-se por tanta estupides que constatamos a cada
dia.
E nós,
os artistas deste Circo – reais ou auto-imaginários, não importa – aplaudimos apenas
os Lutadores e Lutadoras do Povo... que sabem o que significa lutar pelo povo,
com o povo, para o povo...
Vivemos
um ano difícil, um ano que tentou ser desolador às lutas e seus sujeitos.
E, mesmo
assim, celebramos nossa capacidade de não arrefecer e continuarmos lutando.
A todos
estes que lutam, aplaudimos de pé...
Aos que
aceitam tudo como coisa natural, ah!, estes todos, vocês todos, não aplaudimos.
Apenas dedicamos um poema final:
“Crave,
sem dó,
Profundamente
A espada em meu peito,
Deixe-me em meu leito
Só
Permanentemente.
Nada quero ouvir,
Nada quero falar,
Não quero nenhum pensamento
As vozes ecoam
Por toda minha cabeça
E antes que eu me esqueça
Deixem-me ir,
Enrijecer, gelar
Assim as vozes se calam
Neste mundo (de então) fantástico
Mesquinhamente
E tão cheio de gente
Eu por ser diferente
Nem preciso do seu beneplácito!”
(“Não
Aplaudam” de Claudio Caldas Faria – Taberna do Poeta)
Venham
Todos!
Venham
Todas!
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Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira