RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O lixo do Lixo eleitoral

 


Ah, o lixo eleitoral...

É uma expressão interessante, pois implica (aparentemente) numa só expressão, constatarmos o sujeito e predicado numa só expressão.

Reconheço, é uma manifestação meio idealista, sob o ponto de vista da crítica filosófica. Quando o predicado vira sujeito, é a expressão clássica do idealismo, em que o produto vira produtor e o produtor (por exemplo, o homem) o produto... Ou seja, Marx me puxaria a orelha.

O lixo eleitoral, no caso, se aplica aqui em duas vertentes:

A primeira, é a qualidade daqueles que se apresentam, quer para o legislativo, quer para o executivo, neste período eleitoral. E não estou dizendo que bons nomes precisam ter “formação superior” ou serem “pessoa pública, empresário conhecido, líder religioso forte” que, simbolicamente, apresentar-se-iam como nomes de qualidade... sérias... de bem...

Não... há um conjunto de “aterros sanitários” entre nomes desta expressão (alguns “políticos profissionais” inclusive).

Falo do lixo eleitoral que, mesmo representando determinadas categorias, sequer tem ideia do desafio, do compromisso e do horizonte (executivo ou legislativo) que precisam cumprir. Veem essa vida como “elevar ganhos” (inclusive com a possibilidade de implantar as “rachadinhas”), patrimônio e até “estabilidade previdenciária” na vida... Não se veem, caso eleitos, como “funcionários da cidade” e de seu povo... Mais ainda, não se veem com a responsabilidade de pensar a vida geral das pessoas. Quando muito, seus guetos eleitorais, transformando pessoas em eternas “agradecidas pelo bem que fizeram no nosso bairro”... e só nele.

É um perfil de lixo, o típico “cândida-lixo”... com fotos em santinhos, com “carreatas”, com “fogos” (que nunca respeitam animais e pessoas que tem medo ou se incomodam com esses barulhos pseudo celebrativos), com abraços (em tempos de pandemia????), com maior ou menor propaganda eleitoral, sejam “os preferidos”, sejam “os laranjas” para cumprir com coeficiente... É o lixo que faz da política essa tarefa filosófica, humana e humanizadora o ato tão ou mais odiado por tanta gente.

Mas tem o outro lixo... o “lixo predicado” que ajuda a revelar o “Lixo sujeito”. Algo como “o lixo do Lixo que é “candidato-lixo”. E, mesmo na singeleza da invasão de nossas casas com santinhos jogados em nossos quintais e garagens (pra não mencionar as ruas), revelam o Lixo.



Esses que jogam esses santinhos são trabalhadores... aquele segmento que sai de casa, vendendo o almoço para comprar o jantar. Que vai atrás do “cadin de real do dia”, para ir levando a vida como podem. Até torcendo por seu candidato, na expectativa de um emprego ou trabalho mais certo (lembrando, claro, do alto risco da rachadinha)... Que andam debaixo do sol, por ruas e ruas e, nestas todas, as travessas e becos... sol-a-sol, com uma única “ordem”: coloquem nossa propaganda nas casas.

Não são orientados ao desafio de parar e conversar com as pessoas, em suas casas, para falar sobre seu candidato e suas propostas... o que daria algum sentido (para além do dez-mil-réis/dia) para esse jogar santinhos nos quintais.

Até porque, o Lixo não tem proposta... é só blá-blá-blá de “pela saúde, educação, segurança pública” (quem em sã consciência iria dizer “é contra a saúde pública, é contra a educação pública”?), com pitadas hipócritas de “pela família e por Deus” (e dizem que é a esquerda a hipócrita).

O Lixo coloca na mão de trabalhadores o seu lixo.

Bom... por aqui, faço, pelo menos, a denúncia dos “sujismundos” que por aqui já passaram...

 


Inclusive da atual gestão... saca a contradição? É responsável pela limpeza urbana, mas suja a casa das pessoas? Complicado, hein?

 


Este picadeiro de terra batida e lona furada de circo... que anda, à bem da verdade, meio que em silêncio ultimamente. Sentimento de nossos artistas nestes tempos apreensivos.

Esse picadeiro nunca se escondeu de suas posições e nunca deixou de tornar público sua escolha e compromisso.

Votamos em Professores... comprometidos com a educação pública, como direito! Comprometidos com os serviços públicos como direito...

Aqui, este picadeiro, é Professor Alacid para prefeito, e Professora Ilmara para Co-prefeita... Somos 50!, em Castanhal.

E somos Mandato Coletivo (50050), como Rubenixson Farias, Marília Sena, Mônica Aleixo e Matheus Lohan para a Câmara de Vereadores...

E, mais ainda... continuaremos com a tarefa histórica de organizar a classe trabalhadora.

Porque eleição não faz revolução!


Venham Todos!

Venham Todas!

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Professor é agro... o escambal!

Cartilha do ANDES/SN




          Professor é Agro!

Professor é Tech!

Tá no face, tá no insta, tá no wzp...

tá sei lá mais onde... “tua cara!”


 

Já critiquei essa imagenzinha que vinha rolando por aí (figura abaixo), as vezes até “bem intencionada” (e os melhores lugares do inferno estão reservados para os bem intencionados... mas eu não acredito em inferno), mas que mascara a intensificação do trabalho docente, afora as perdas salariais profundas (de quem ainda consegue manter o emprego) e o bota-fora de professores, principalmente das instituições particulares de ensino superior... Nenhuma “celebração” dá conta disso.

 

A bendita... sem assinatura e espalhada nas redes sociais

Sou professor... de formação...

A minha dinâmica era: aula no note (e as vezes tinha que ficar TAMBÉM no celular), novas plataformas para lançar material, questões, tarefas e convocação das aulas remotas. SIGAA, Google-Meet, Classroom e o escambal remoto a quatro... E esses troços nem estão naquela figurinha (pseudo)celebrativa.

A angústia docente de não saber se todos estão ali, na “sala de aula”. Algumas “presenças” em fotos, outras em “letras”... e isso por conta do próprio limite dos/as alunos/as que, ligando suas câmeras, dificulta a tal transmissão de dados. 

– Russo! (Strovézio)

– Diga, meu caro subjetivo-concreto palhaço revolucionário!

– O que preferes: alunos/as que não sabemos que está na “sala” ou alunos “dormindo” na sala, presencialmente!

– Falo até mais baixo, para não acordá-los/as...

– Saquei! 

Soma-se: os livros que ficam à mão (aqui, menos mal... normalmente levava para a sala de aula)... o fichário, sempre utilizado para registros das aulas e encaminhamentos... um quadro branco que consegui desenrolar, mas com limites de espaço de uso, por conta do alcance da câmera no note e do celular.

E, na sequência, uma outra dinâmica (e mais intensificada) de registros das atividades construídas em aula e seus encaminhamentos... por Classrrom, por SIGAA, por wzp e afins... e a gente até registra “fotinha”, para tentar humanizar esse troço. Aparentemente, pelas manifestações de meus/minhas alunos/as, tem funcionado um cadin.

E não somos “dadores de aula” (do verbo “dar aula”). Isso significa que somamos ao trabalho docente:

(i)     orientações de estudantes em seu processo de formação de pesquisadores e pesquisadoras e, neste país, formar pesquisador/a é quase que um ato revolucionário, ante ao desprezo que este governo dá à pesquisa na Universidade Pública;

(ii)    Desenvolvimento de pesquisa, porque na Universidade Pública isso não é uma “vontade” docente... “Ah, tô a fim de pesquisa ou não vou pesquisar nada”... Isso é tarefa do servidor público que se desafia (vivendo e enfrentando a rotina de concursos públicos) a assumir este espaço.

(iii)   Desenvolvimento de atividades de extensão universitária que, em período de pandemia e isolamento social se intensifica tanto quanto obstaculariza-se;

(iv)   E a gente é inxirido! Pois assumimos representação nos conselhos consultivos e deliberativos de uma universidade... assumimos tarefas nas entidades científicas que compomos, pois é este, também, o “outro lugar” da docência no ensino superior público... participamos, ainda que (de novo e mais) remotamente de outros espaços formativos, acadêmico-científicos e suas diferentes tarefas...

 

Fonte: http://www.andes.sindoif.org.br/2020/04/26/trabalho-remoto-e-precarizacao-na-educacao-publica/

Professor é tech, “o escambal”...! Prof. é agro, o escambal elevado à “n” potência. Mera celebração silenciada (ou nem tanto) de um dos setores que mais destrói este país, aliando queimadas e agrotóxicos na produção de alimentos.

 

No final das contas nos deparamos com consequências outras, com singularidades diferentes. As minhas são:

1.      Processo intenso de problemas nas costas e na coluna, com a intensificação de lesões espalhadas, ainda que tratáveis;

2.      Um gancho de 10 dias, que significa “evite ficar sentado”... 10 dias com aulas interrompidas, com orientações interrompidas, com pesquisa interrompida e com extensão interrompida... e se as atividades de participação em conselhos, entidades científicas e afins que adentram nestes 10 dias...

3.      E quem disse que a gente cumpre esses 10 dias?

4.      E soma-se com o aumento na conta de energia, mais os agora gastos com consultas, exames, medicação e fisioterapia (... é, estou entre aquele número de brasileiros que não tem plano de saúde e torce para que a vida siga tranquila);

5.      E o que normalmente acontece com o trabalhador da educação neste país: após os 10 dias, repor atividades.

 

Fonte: https://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/

Querem celebrar o professor neste país?

Façam, por favor, melhor do que essas celebrações meia patacas.

 

Venham Todos!

Venham Todas!


PS.: Nestas próximas eleições municipais, tentem escolher, pelo menos, candidatos verdadeiramente (não por discurso, mas por história) comprometidos com a educação pública, laica, de qualidade e referenciada nas demandas da classe trabalhadora, tá? Tem dúvida? Dá um oi, que a gente dá uma dica.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Dia do/a Professor/a


"Se não morre

aquele que escreve

um livro e planta uma árvore,

com mais razão

não morre o educador

que semeia vida

e escreve na alma"

(Bertolt Brecht)

            Não é apenas por reconhecer que nenhum lugar do mundo faz sentido sem a docência, sem o ato educativo, sem o processo de ensinar e aprender, sem a formação sistematizada (seja lá qual forma for estabelecida essa sistematização).

            Não é apenas por uma conveniência de data (o 15 de outubro), já consagrada e oficialmente estabelecida no imaginário celebrativo brasileiro.

            Não é apenas por expressar chavões como “todo profissional, todo político, toda pessoa humana precisou de um professor”

            Não é por nada disso e por uma outra tuia de “não é apenas por...”



            Ser, fazer, viver, resistir a/na docência, esse ato que traduz o que significa a palavra-sujeito “professor”, em tempos atuais tem sido ato de luta.

            Lutamos para mostrar à sociedade que a Universidade Pública não é inimiga do país...

            Lutamos para mostrar à sociedade que o/a professor/a não é inimiga da família...

            Lutamos para sermos professores/as cada vez melhores, presencialmente...

            Lutamos para mostrar que não somos “prof pop, prof agro, prof tech e prof aquilo-outro” só porque estamos no Youtube, no Instagram, no “Zapzap” e afins...

            Lutamos para mostrar que o mundo precisa sobreviver à destruição que o Capital está proporcionando ao mundo e à humanidade.

            Lutamos para provar que não há neutralidade no ato pedagógico... mas que também não há intolerância ao diferente...

E fazemos da luta nosso ato pedagógico.



            Sou professor... e como a absoluta maioria de meus colegas de categoria, banco, invisto, pago do meu salário os materiais de meu trabalho.

            Sou professor e tenho posição política, pedagógica, científica ante ao que vivemos... mas mais ainda diante do que necessitamos (re)construir.

            O que me faz ser professor é ainda acreditar (por mais que às vezes seja empurrado a desistir) no horizonte de humanidade que persigo. Porque ela, a humanidade, é necessária.

            Sou professor!

– Ei, Russo (Strovézio)...

– Diz aí, meu palhaço revoluça!

– Bota aí uma fotinha de seu “quadro branco” em tempos de aula remota, bota?

– Lá vai!

 

Primeira aula "remota-síncrona" de uma turma de Metodologia Científica

Venham Todos!

Venham Todas!

Viva o 15 de outubro!