Este é um tema espinhoso...
Principalmente
porque expressa um paradoxo: claro, defendemos a liberdade de Imprensa, e o
fazemos (como a epígrafe expressa) por uma fundamentação explicitamente
marxista. E a defesa da Liberdade de Imprensa se expressa, também, pela
Liberdade de Expressão... que muitas vezes, por aí, nos assustam, como aquelas
expressões referentes a “Volta da Ditadura Militar” ou “Bolsomito” e outras
excrescências. E há piores.
Mas o
elemento mais paradoxal (e, à bem da verdade, fundamento da expressão de Marx –
que também era editor de Jornal) é que a luta pela Liberdade de Imprensa se dá,
hoje mais ainda, porque temos uma Imprensa (e Mídia em geral) extremamente
concentrada, no Brasil e no Mundo. E esta Imprensa também arroga-se o seu
direito de “Liberdade”.
Ou seja,
no final ao cabo, ao defendermos a Liberdade de Imprensa, os que mal ou pouco
passam por este picadeiro de terra batida e lona furada já expressam seus
gritos de (pseudo) indignação quando fazemos nossas ácidas críticas a Veja,
Globo, Estadão e o escambal de meia dúzia de famílias que controlam 90% da
mídia brasileira. Um algo superficial “Tá
vendo? Mas critica a Globo! Fala mal da Veja!...”
– Mas
vai falar bem destes aí como, Russo? (Strovézio).
– Nem
por dó, né Strovézio?
Não era
esta a manifestação de Marx. À bem da verdade, ele pode ser considerado um
precursor da Imprensa Livre na história da humanidade, construindo uma imprensa
vital para a organização proletária de seu tempo. E seu tempo tinha, no “berço”
do capitalismo (a Inglaterra), um proletário analfabeto, inclusive entre
aqueles que trabalhavam nas prensas de jornais e livros.
E por
isso (também) Marx era um revolucionário. E a Imprensa hegemônica e burguesa de
sua época expressão clara do que deixou, historicamente, de herança aos dias de
hoje. Em síntese, onde não existe liberdade de imprensa, todas as demais
liberdades são meras ilusões.
Ainda
que aqui, nossa preocupação é com o que o governo interino michel temer está
fazendo com a EBC (mais abaixo), bom lembrar nosso pequeno público: em 2015,
jornalistas corriam mais perigo na Síria e no Iraque (com os conflitos bélicos
encomendados por EUA e Europa – tá dando no que vemos na França, também entre
os mais perigosos, com a conta do atentado ao jornal Charlie Hebdo) e no México
(com um pesado conflito às voltas com o narcotráfico e o Estado). O Brasil
terminou o ano em 5º lugar mais perigoso.
A
imprensa tupiniquim se apressou em comentar a violência a jornalistas por estas
terras, exemplificando-a com a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade,
em 2014. E, nesta pressa, silenciou-se ante à violência do Estado
(principalmente das Polícias Militares estaduais) contra jornalistas em
exercício da profissão.
Sobre isso, vai matéria da própria EBC – Agência
Brasil.
Também
se apressa, essa nossa imprensa de meia tigela, a apresentar como “exemplo de
violência” os atos públicos em frente às emissoras (principalmente a Globo),
ato bastante corriqueiro nas estranhas Jornadas de Julho, em 2013. Uma
expressão, segundo a própria, da intolerância à liberdade de Imprensa.
Pois
bom.
Se 2015
foi um ano que, por tantos outros motivos, não tivemos muito o que celebrar,
2016 – o ano em que o Brasil ratificou sua caricatura de “República de Bananas”
– não deixa por menos. A violência contra jornalistas continua, e pelos mesmos
agentes do Estado.
Mas a
violência se amplia de maneira muito mais perigosa quando o Estado – na figura
tosca de michel temer – desrespeita a Constituição, exonera o Presidente da EBC
Brasil (que não é cargo de confiança do executivo), e a imprensa hegemônica
hurguesa tupiniquim silencia.
De mais
um ato fruto do golpe e de um governo de meia pataca (e com poder), talvez nem
nos surpreenderíamos. Apenas acusamos as consequências. Mas da imprensa optar
pelo silêncio cumpliciado contra os seus próprios, inclusive com clara
expressão de ataque (mais um) à constituição?
A
presidência da EBC, dentre outras características que a fazem pública e
independente, tem mandato de 4 anos, e que não coincide com o mandato do/a
presidente/a. O meia-pataca do temer, nomeando novo presidente, além de agir
com o mesmo toma-lá-dá-cá político – que nossa imprensazinha de merda chama de “arrumação
técnica e política” – o faz infligindo flagrantemente a Constituição e, pior
ainda, cerrando a última trincheira de mídia televisiva independente deste país
(porque a TV Cultura de São Paulo já foi para o espaço faz tempo).
Segue a
matéria... dos tempos (não mais agora) de independência da EBC.
É
assim...
Assistimos
estes dias a forte organização do mundo artístico frente ao cerramento das
portas do Ministério da Cultura (que virou pasta nas mãos do DEMo), da vã
tentativa de colocar uma mulher à frente da nova secretaria (com a vampira da
Marta Suplicy de agente de convocação... e só levou fora) e das ações que o
segmento está fazendo Brasil e mundo afora (como no tapete vermelho –
comunista? – de Cannes)
O temer,
por temer não conseguir manter a decisão, voltou atrás. A coisa
tá resolvida? O mesmo movimento que venceu este capítulo continuará avançando?
Já não
basta uma imprensa golpista, manipulatória, comercial e de capital privado?
Esta imprensa já não está sendo suficiente para os sabores e festança de uma
das mais hipócritas manifestações públicas e estatais de combate a corrupção,
com sua colaboração e cumplicidade? E que compõe o que temos de pior do lixo
cultural que se fabrica por aqui?
Ainda querem
acabar com o que temos de melhor e mais independente no Jornalismo televisivo
brasileiro?
O que
mais ainda vai acontecer?
– Será
que vão bater na nossa porta, hein Russo?
– Porque
bateriam, Strovézio? Somos tão pequenos... terra batida, lona furada, público
restrito (porque somos poucos conhecidos)...?
– Justamente
por sermos pequenos...
–
Hummmm... faz sentido.
Da nossa
parte, deixamos as lições de ousadia e alegria de jovens secundaristas de São
Paulo que fazem a reportagem da Globo correr... Nada como testemunhar uma
jornalista com medo de expor opinião... e a justificativa tosca (e mentirosa)
de que está lá apenas para cobrir, com isenção e neutralidade, os fatos.
Nosso
convite é para reforçarmos a defesa da Empresa Brasil de Telecomunicações,
assinando o abaixo-assinado que segue.
ASSINEM!!!!!!!!!!
Se
funcionou com o MinC, há lutas mais a lutar.
A Imagem vale para SBT, RECORD, BAND... os canais religiosos... |
Venham
Todos!
Venham
Todas!
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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira