RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Aos Estudantes participantes do VI EREEF - Castanhal... e a todos/as es estudantes!


“Estuda o elementar! / Para aqueles cuja hora chegou /
 Nunca é tarde demais! / Estuda o abecê. Não basta, mas estuda! /
 Não te canses. Começa. Tens de saber tudo. /
 Estás chamado a ser um dirigente. /
 Aprende, homem no asilo! /
 Aprende, homem na prisão! /
 Aprende mulher na cozinha! /
 Aprende, ancião! /
 Frequenta a escola, desamparado! /
 Persegue o saber, morto de frio! /
 Empunha o livro, faminto! É uma arma! /
 Estás chamado a ser dirigente. /
 Não temas perguntar, camarada! /
 Não te deixes convencer! / Compreende tudo por ti mesmo. /
 O que não sabes por conta própria, não sabes. /
 Confere a conta. Tens de pagá-la. /
 Aponta com teu dedo a cada coisa e pergunta: /
 ‘O que é isto? E como é?’ /
 Estás chamado a ser dirigente!”
 (Louvor ao estudo – Bertold Brecht)

Prezados camaradas, estudantes e professores, militantes sociais, jovens e velhos, homens e mulheres, Lutadores e Lutadoras do Povo. Participantes do VI Encontro Regional de Estudantes de Educação Física da Região Norte brasileira – EREEF.
Saudações.



O “inxirimento” é, também, a alma deste que os saúda. E o faço à luz de quem está num lugar particular de ideias e viagens: O Universal Circo Crítico.
Mas não menos do lugar que sempre vem me formando em meu constante aprendizado de Lutador do Povo: a militância, a formação e a sala de aula, a Universidade Pública, Laica, Gratuita e para Todos/as.
Um certo lamento pelo fato da burocracia institucional desta mesma Universidade impedir as condições necessárias a me fazer presente, após o convite para um dos debates programado. Mas inteiramente à vontade e representado com os nomes que aí estão (como se necessitassem, por sua história, compromisso e luta, de qualquer aval de minha parte).
Ainda assim, e reiterando este meu ousado “inxirimento”, em um tempo tão complexo de nossa vida – enquanto militância, enquanto estudantes, enquanto Universidade Pública, enquanto país e mundo – gostaria de deixar registrado para os anais deste Encontro algumas poucas reflexões, que não necessitam ser lidas em qualquer espaço do mesmo. Mas que possam chegar a todos, inclusive para a crítica, se for o caso. Claro, não será uma “palestra paralela virtual”. Apenas reflexões para outras reflexões.
O Encontro tematiza no particular (A Educação Física e o Mundo do Trabalho) e o faz atento ao geral (precarização da formação e atuação do professor em tempos de crise no país). Me permitiria dizer, meio que re-desarrumando o tema, que a Precarização da Formação e a atuação do professor em tempos de crise não “protegem” a Educação Física atualmente, e parece que parcela significativa dos professores que formam vocês não entendem isso, mesmo à luz de seus “doutoramentos” em terras brasilis e alhures. E, talvez, este seria o mote de minha intervenção, se possível fosse minha presença.
Todo mundo tá vendo: estamos em meio a um verdadeiro tango-do-branco-maluco no país e no mundo. Não nos desatentemos. E NO MUNDO... E uma bagunça tal que literalmente coloca em risco a própria sobrevivência de nossa humanidade. Tanto material quanto em nossos corações.
Coisa tanta demais para expressar aqui neste picadeiro de terra batida e lona furada de circo. Aliás, coisas que já estamos, também, falando a algum tempo.
Mas, este ERREF tem suas particularidades, as quais gostaria de salientar.
A primeira, e que muito me encheu de alegria em fins de fevereiro deste ano, a retomada, a mobilização de jovens Lutadores do Povo que tomaram pra si a tarefa de REERGUER o Centro Acadêmico de Educação Física da UFPA/Castanhal. Momento o qual pudemos contribuir, ainda que singelamente.



Quando vemos a juventude dizendo “Reerguer e Avançar: para retomar um CAEF de Luta”, falamos de algo que é de extrema importância para a continuidade de nossa formação. A prova de que a indignação provoca (de provocar mesmo, atiçar...) a esperança. E como a esperança e a alegria de vocês me encheram o coração de aprendiz do Lutador do Povo.
Em tempos estranhos no Campus Castanhal, principalmente quando acompanhamos esta nossa unidade acadêmica da UFPA (a maior Universidade Pública do Norte do País) em 2015 cercar-se de “água” por todos os lados, como se fosse uma ilha, a reconstrução do CAEF de Luta não é coisa menor.
Em 2015, víamos (e ainda vemos) um Campus Universitário Federal com que uma ilha. Uma ilha cega, de docentes (poucos foram corajosos) que davam com os ombros para os cortes que a Universidade Pública brasileira estava sofrendo, e criticando quem cruzava os braços, em greve. Como se fossem eles os que pensavam no bem da Universidade e, ao contrário deles, aqueles que (mais do que) cruzassem os braços (na verdade, fortalecia-os para lutar pela Universidade), reclamavam de barriga cheia.
Dizíamos à época (junho de 2015), as três teses que sabíamos que circulavam nestas terras sobre o porquê da grande maioria de docentes (e parte de enganados alunos) não terem aderido à dura greve de mais de quatro meses, travada dia-a-dia: de que greve prejudicava apenas os estudantes, de que a greve não seria pra nada e, por fim, fazendo greve, “O que ensinamos aos professores que estamos formando?”.
Penso que a organização do CAEF é demonstração de que os estudantes entendem, como entenderam, nossa luta. Que não era apenas por eles, por todos/as os que passaram por esta Universidade e, também, para que tenhamos ainda muitas gerações a passar por ela, que lutávamos e continuamos a lutar por ela.
Se saímos da greve cansados e sem a pauta garantida? Realmente saímos... mas fomos fortes na luta. Uma luta, inclusive, travada contra um governo que saiu, tempos outros, da luta, mas programaticamente se aliou ao capital e, agora, entrega as ovelhas ao lobo.

– Hei, Russo... (Strovézio)
– Diga lá meu sempre atento palhaço.
– Tá mais pra “entregou o HEMOPA pro vampiro”, né não?
– E a pois... Ao ponto de, agora, avança profunda e rapidamente a manifestação maquiavélica de “ao fazer o bem, faça aos poucos... ao fazer o mal, faça-o rapidamente!”...
– E tem gente que tem Maquiavel na cabeceira da cama, ao lado da Biblia...

www.aluisioamorim.blogspot.com 
Pois bom.
Mas, a terceira tese me move mais neste momento. “O que ensinamos, com a greve, aos professores que estamos formando?”.
É preciso contextualizar: naquele período (inclusive da postagem em questão), os professores da Rede Estadual do PA já estavam em greve havia dois meses. E eles enfrentavam não apenas o Governo e a SEDUC em si, mas a mídia (principalmente a Globo) e a Justiça paraense, sempre alinhada com os interesses privados e o escambal.
Respondíamos, então, que lutávamos contra a formação de professores “que aceitem as condições de precarização do trabalho para não perder o próprio emprego” e por uma formação à qual esses professores que estavam sendo formados compreendessem “suas condições de trabalho e sobrevivência coletiva e, portanto, entendessem a necessidade de fortalecer a luta”...
Se tomarmos como referência o que dissemos no início, lutamos contra toda e qualquer formação que ensine até mesmo “a sombra da vírgula” do sentimento que diz “aceite o que tem, que é melhor”, “faça por si mesmo a sua parte, fortaleça seus méritos” ou “é cada um por si e Deus contra todos” e por aí vai.
Reerguer e avançar... A formação de professores para o enfrentamento da precarização na formação e na atuação.
Ousaria dizer que essas preocupações, essa “disciplina”, não estão (estão, na verdade, com poucos professores) na formação acadêmica de vocês. Elas estão na militância, da luta e, claro, na amizade que é construída junto com ela.
Fortalece-se a Luta! Fortalece-se a Amizade!
E a recíproca é verdadeira...
Este picadeiro de terra batida é testemunha (e grato a) disso.

Dissemos aqui, mas não vamos aprofundar. Deixemos para o diálogo que será estabelecido nas mesas, oficinas, grupos de estudos e atividades culturais do EREEF.
Estamos vivendo tempos complexos, estranhos até. Ou estranhos e complexos...
Tempos em que as manifestações mais fascistas, machistas, homofóbicas e reacionárias estão cada vez mais públicas. Tempos em que andar com uma camisa de cor vermelha (pra não dizer dos inúmeros símbolos que elas podem trazer), ler determinada revista ou livro e abraçar uma pessoa em público pode ser tornar ato perigoso à vida... sem exageros.
Tempos em que cada vez mais direitos duramente conquistados estão em risco: trabalhistas, na Educação, na Saúde, ao mesmo tempo em que os demais direitos ainda em luta parecem mais distantes.
E, no nosso particular, tempos em que a Universidade Pública está no centro da destruição da Educação Pública Federal (já que a Educação Básica está em mãos de obscuros políticos e interesses privados nos municípios e nos Estados).
Em que a precarização na formação (posta em prática, inclusive, por docentes que entram na sala de aula para NEGAR o conhecimento historicamente construído e acumulado pela humanidade) e o enfrentamento das precárias condições de trabalho vem se tornando o par hegemônico na Educação Pública brasileira.
Que este VI ERREF possa fortalecer as energias, bem como a capacidade de analisar a conjuntura e as condições de luta e resistência.
E que seja, claro, um grande Encontro.

– Hei, Russo... Este Encontro tem Plenária Final?
– Creio que sim Strovézio...
– Bora apresentar uma proposta?
– Bora, ué!?!?!
OCUPA TUDO!!!! Até mendonça filho, maurício romão e esta pulha representativa do Capital na Educação sair ! ! ! ! !


E VERA JACOB REITORA DA UFPA ! ! ! ! !

Vida Longa ao VI EREEF!
Vida Longa ao Movimento Estudantil de Educação Física!

Venham Todos!

Venham Todas!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira